Capítulo 8/20
120 –
Boa parte do capital do século XIX evaporou nos conflitos dos anos 20/40 do
século XX na França. Por volta de
1990-2000 esse capital se recompôs e temos uma nova Belle Époque.
121 – O
capital mudou a forma. Antes era
principalmente a terra e hoje se tornou imobiliário, industrial e financeiro.
121 –
Nos últimos três séculos, o Reino Unido e a França eram as duas principais
potências coloniais do mundo.
122 –
Até as vésperas da Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido tinha de capital
externo o equivalente a dois anos de renda nacional.
Na Belle
Époque o capital da França investido no exterior uma renda média de 5% ao ano, o que é uma boa renda. Assim acumulou um capital externo
equivalente a pouco mais de 1 ano da renda nacional. Nesse período colonial, ambos países tinham
déficit na balança comercial, mas que eram cobertos pelas rendas externas
vindas das colônias.
123
- Renda e Riqueza. Algumas ordens de grandeza.
127 –
França e Reino Unido. O patrimônio do
setor privado está entre 95 e 99% do patrimônio nacional de ambos na
atualidade.
A
riqueza pública na história. O Reino
Unido – dívida pública e o retorno do capital. O Reino Unido após a II G.Mundial, chegou
a ter dívida pública na casa de 200% do PIB Produto Interno Bruto. O Reino Unido teve anteriormente guerra com
os USA pela ocasião da independência deste.
Nessa guerra o R. Unido chegou a elevar sua dívida para 200% do
PIB. No mesmo período o patrimônio
privado aumentou muito no Reino Unido, sendo que o privado (dinheiro dos ricos)
financiou a guerra com ganhos para si, através de financiar a dívida pública
inclusive.
O autor
se vale de forma indireta nos romances de Jane Austen para aferir a
prosperidade no Reino Unido no passado e em Balzac para o caso da França. Quase sem inflação, os investidores tinham
renda anual de títulos públicos com renda na casa dos 4 a 5% ao ano, o que era
uma excelente renda, praticamente sem risco.
132 –
Quem lucra com a dívida pública?
Karl Marx já alertava que a dívida pública engordava o capital
privado. ...”um instrumento a serviço
do capital privado.”
134 –
Escritor Marcel Proust, em 1913 e sua publicação “No Caminho de Swann”. Os rentistas que na França de 1913
ganhavam juros polpudos, após a inflação anual de 13% por muitos anos, em 1950,
os rendimentos do mesmo capital passou a ser 100 vezes menor. Com isso caiu drasticamente o valor da dívida pública da França entre
1913 e 1950, mesmo com as guerras.
Por
causa da II G. Mundial a França mais uma vez quebrou por inflação anual média
em torno de 50% entre 1945 e 1948.
135 – Os
riscos da Equivalência Ricardiana.
Keynes
em 1936 escreveu sobre a “eutanásia dos rentistas”.
136 – A
França – um capitalismo sem capitalistas no Pós Guerra.
França e
Reino Unido – no século XVIII e no século XIX tinham riqueza pública igual a
50% da renda nacional. No fim do século XX, início do século XXI,
chegam com 100% da riqueza nacional investida principalmente em saúde e
educação.
Ambos
países em 2010 tinham ativos públicos da seguinte ordem:
França –
150% da renda nacional.
Reino
Unido – 100% da renda nacional.
O Estado
investiu em setores industriais e financeiros no período 1950/1970 e em seguida
passou a privatizar esses mesmos ativos entre 1980 e 1990. Vários países fizeram isso, inclusive o
Brasil.
O crash
da Bolsa de Nova Iorque em 1929 e a Grande Depressão foi um baque para o mundo
e trouxe descrença no capitalismo.
Causou desemprego de ¼ da PEA população economicamente ativa nos USA,
Alemanha, Reino Unido, França, etc.
O jargão
do liberalismo do Laissez-faire que
vinha até então, caiu no descrédito. O
capitalismo mostrou que não se corrigia por si menos sem a mão do Estado. Surge então mais empreendimento público,
de economia mista, etc. e maior “regulação” do capital.
O fato
da URSS ganhar a guerra junto com os aliados reforçou a idéia de que o controle
estatal da economia tinha seus méritos.
137 –
“Afinal, não teria esse sistema permitido que um país notoriamente atrasado,
que em 1917 ainda funcionava sob o sistema de servidão tradicional, se
industrializasse em marcha forçada?”
Na
França, desconfiança com o capitalismo foi reforçada em 1945, uma vez que boa
parte da elite econômica francesa estava sob suspeita de ter colaborado com a
ocupação alemã no país e de ter enriquecido de forma indecente entre 1940 e
1944. O empresário Louis Renault foi
preso em 1944 e suas fábricas foram confiscadas em 1945. Nos anos 50 na França pos guerra, houve
muitas nacionalizações nos setores de indústria e financeiro.
No
período dos Trinta Gloriosos (1950-1980) era pós guerra e a França tinha boa
parte da economia nas mãos do Estado. E
os países tiveram um período de prosperidade sem similar na história.
139 – A
França na atualidade, após as estatizações do período 1950-1970, privatizou
bastante e atualmente é um dos paraísos do capital privado.
139 – A
Renault, em 1990 voltou a ser uma empresa com ações em bolsa. A telefonia da França também volta a ser de
capital em bolsa a partir de 1998-1999.
continua no cap. 9/20