Total de visualizações de página

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

UMA DICA DE LEITURA - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora em Filosofia MÁRCIA TIBURI

SUGESTÃO DE LEITURA      - novembro de 2020

 

         Livro: Como Conversar com um Fascista – Reflexões sobre o Cotidiano autoritário Brasileiro

         Autora: Doutora em Filosofia – Márcia Tiburi

         Editora Record – Rio de Janeiro – 2015 – 195 páginas

 

         Quando do lançamento deste livro a autora esteve fazendo palestra aqui na UFPr Universidade Federal do Paraná em Curitiba e tive a oportunidade de estar presente no local de casa cheia.

         Ao ler o livro recentemente, noto que cresceu a atualidade das colocações da autora até pelo recrudescimento do autoritarismo no Governo e na sociedade em geral.

         Ela vai explicando como se dá a comunicação entre as pessoas e as formas destas e das instituições agirem tanto no sentido de nos aproximarmos, quando no sentido de nos isolarmos, sempre com reflexos na cidadania.

         São explicadas as mazelas da vida em sociedade, sempre com importante lastro teórico, permitindo ao leitor captar o entendimento sobre o que nos oprime, nos isola e nos deprime.

         Compreender o que nos afeta já traz um alento e pistas para um pensar e agir com mais independência e leveza e de forma cidadã.   “Vale a pena se a alma não é pequena” como dizia o poeta.

                              Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida

                                      Cuririba PR         orlando_lisboa@terra.com.br


Todo feedback é bem vindo.   (posto bastante assunto nessa linha no Facebook)


CAP. 02/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora MÁRCIA TIBURI

CAP 02/20            leitura em novembro de 2020

         Página 13 -  “Essa mistura de pouca reflexão e recurso à força produz reflexos em toda a sociedade”.

         ... è o fato do fascismo se apresentar como um fenômeno natural.    .... o fascismo não é percebido como tal por seus agentes...

         As práticas fascistas relevam uma desconfiança.  O fascista desconfia do conhecimento, tem ódio de quem demonstra sabe algo que o afronte ou se revele capaz de abalar suas crenças.

         “Ignorância e confusão pautam sua postura na sociedade”.

         ... crenças irracionais... criação de inimigos imaginários (a transformação do diferente em inimigo).    ... confusão entre acusação e julgamento.

         14 – “Ao lado do ódio ao saber, o fascista revela medo da liberdade... aceita abrir mão da liberdade... (e quer o fim da liberdade alheia).

         ... quer dominar terceiros e eliminar os diferentes.   É um masoquista e um sádico ao mesmo tempo.  Aceita a perda de liberdade e quer impor sofrimento ao diferente.

         A “arma” para enfrentar tudo isso:   O diálogo.   Exige o encontro entre o eu e o tu. Diálogo com respeito à alteridade do outro.

         ... Marcia Tiburi sugere uma mudança de atitude do um-para-com-o-outro”.

         15 – Ato de resistência (eu dar jeito de me comunicar com os fascistas com quem convivo – inclusive nas redes sociais).

         ... aposta na potência do diálogo e na difusão do conhecimento como antídoto à tradição autoritária que condiciona o pensamento e ação em terra brasilis.

         17 – Prefácio – Este livro é para o que nasce – por Jean Wyllys.   Jornalista, ex deputado federal e ativista pelos Direitos Humanos.

         ... pedindo educação de qualidade.   Muitas “universidades” e faculdades,  principalmente privadas, tem diplomado analfabetos funcionais por estabelecerem com os alunos uma relação pautada no direito do consumidor.  Mais de 70% dos alunos não leem livros.

         ... se informam pela internet... propõem soluções fáceis, mas mentirosas e/ou autoritárias para as questões complexas que nos envolvem.

         Ele destaca o sub título deste livro.   O título é Como Conversar com um Fascista.  Sub título: Reflexão sobre o cotidiano autoritário brasileiro.

         Fascismo... este procura prescrever a eliminação simbólica e/ou física dos “inimigos” que constrói com forma de se justificar.    Jean Wyllys fez um paralelo com a banalização do mal, no conceito formulado pela Filósofa Hannah Arendt que acompanhou o julgamento de Eichmann, do aparato dos nazistas no extermínio de judeus.

         “A banalização do mal é feita pelo ser humano comum que não se responsabiliza pelo que faz de ruim ou acha que o que faz de ruim não tem consequências para os outros, não reflete, não pensa”.

         ... pessoa carente de pensamento crítico e, por isso, insensível à dor do outro e às consequências dos seus atos.

         “O fascista é aquele que banaliza o mal”.   Usa uma expressão citada pela autora deste livro:  “O fascismo é a máscara mortuária do conhecimento”.

............................ continua no capítulo 03/20 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

CAP 01/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - autora: Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI

CAP. 01/20    -   leitura em novembro de 2020

         Desde que começaram as manifestações de rua no governo da então Presidente Dilma, os setores da sociedade que se preocupam mais de perto com a preservação da democracia começou a promover encontros e debates para analisar os cenários e definir ações para se contrapor às ameaças.

         Nesse contexto, eu participei de um evento no prédio histórico da UFPR Universidade Federal do Paraná, no qual a fala principal, não por acaso era da autora do livro Como Conversasr com um Fascista – a filósofa com doutorado no ramo, Marcia Tiburi.    Tenho o livro dela que em 196 páginas faz uma análise muito interessante do tema.  Vejamos.

         Antes do mais, destaco que o livro que estou lendo já é da 6ª edição e de 2016, portanto, de antes do governo atual mas o andamento das coisas tornaram dolorosamente mais claros os assuntos abordados aqui e que notamos hoje em dia nas ruas, na TV, nas redes sociais.  

         Página 5 -  Na apresentação a autora sintetiza:   “É com a linguagem que fazemos filosofia”.

         “Insistir em uma `filosofia em comum´ que não seja o simples consenso, mas a coragem do diálogo.   O diálogo não surge sem esforço”.

         “A Filosofia corre o risco de perder seu lugar ético-político ao buscar uma imagem de neutralidade metafísica diante dos fatos”.

         Página 11 – Apresentação do livro por Rubens R.R. Casara

         Cita Theodor W. Adorno e suas pesquisas sobre o fascismo potencial...   personalidade autoritária, que está presente no psiquismo de cada indivíduo, faz com que práticas fascistas sejam facilmente naturalizadas.

         ... não dependem de reflexão e, portanto, aptos a serem incorporados por todos e, com mais facilidade, pelos mais ignorantes.

         Origem do termo fascismo.   Do Latim Fascis, símbolo de autoridade dos antigos magistrados romanos que utilizavam (fascis – feixe de varas)  com objetivo de abrir espaço para passarem... e que virou de certa forma um jeito de mostrar autoridade e o termo migrou para uma forma do Estado exercer poder.

         Fascismo no pós Guerra  não só na Itália de Mussolini...  com a mesma receita que unia voluntarismo, pouca reflexão e violência contra seus inimigos.

         ... necessidade de ação (da vontade de conquista).

         “Hoje, os neofascistas se contentam em disseminar o ódio contra o que existe para conquistar o poder e/ou impor suas concepções de mundo, sem maiores preocupações com a formulação de um projeto alternativo (por vezes, apostam em projetos reacionários de retorno a um passado mítico marcado por desejos de ´ordem` e ´pureza`, na verdade, uma representação que funciona como `fantasia´, capaz de dar conta e suporte ao desejo do fascista”.

         Página 12 – “O fascismo possui inegavelmente uma ideologia: uma ideologia de negação.  Nega-se tudo (as diferenças, as qualidades dos opositores, as conquistas históricas, a luta de classes etc), o conhecimento e em consequência, o diálogo capaz de superar a ausência do saber”.

         “O fascismo é cinza e monótono, enquanto a democracia é multicolorida e em constante movimento.”

         “A ideologia fascista, porém, deve ser levada a sério, pois além de nublar a percepção da realidade, produz efeitos contrários ao projeto constitucional de vida digna para todos”.

         13 – “Os fascistas talvez não saibam o que querem, mas sabem o que não suportam.  Não suportam a democracia, entendida como concretização de direitos fundamentais de todos, como processo de educação para a liberdade, de governo através do consenso, de limites ao exercício do poder e de substituição da força pela persuasão”.

 

         Continua no capítulo 2 

terça-feira, 24 de novembro de 2020

CAP 09 E 10/10 - fichamento - livro - RECADO DE PRIMAVERA - autor: RUBEM BRAGA

CAP. 9-10/10 (FINAL) - fichamento - livro - RECADO DE PRIMAVERA - cronista Rubem Braga (capixaba)
Crônica: “É um grande companheiro”.
... jantar de jornalistas – e confesso que isto me comoveu, me sentir no meio dessa nossa fauna tão desunida...”
No jantar alguém relembra de um amigo que morreu depois de uma doença grave e sofrer um bocado. Mexeu com o astral do cronista e com os colegas de mesa que participaram da conversa. O pensar durante a noite.
Chega em casa, se distrai com seu bicudo de gaiola, de estimação. Companheiro pra valer na sua solidão, e que não sabe que existe a morte.
149 – O Dr. Progresso. Cachoeiro do Itapemirim um dia convidou nada menos que Sergio Buarque de Holanda para tocar um jornal da cidade e ele topou. Era um intelectual e tanto. Era o Dr. Progresso.
155 – Em Portugal se diz assim. Nessa crônica o autor lista uma série robusta de termos que se usam em Portugal e que o brasileiro ao chegar lá fica sem entender. Só com a vivência vai aprendendo. É uma lista bem curiosa e que poderá ser útil a quem um dia vai visitar a “Terrinha”, forma carinhosa dos que são descendentes de Portugal.
Em outra crônica o ambiente é o Rio de Janeiro e os encontros de intelectuais como Vinícius de Morais, o engenheiro Juca Chaves, aquele músico satírico e muitos outros. Da minha parte, desconhecia o fato do Juca Chaves, que é do Piauí, ser engenheiro de formação.
161 – Com a Marinha de Guerra em Ouro Preto. O Ministro da Marinha visitou oficialmente Ouro Preto e levou uma equipe e também a Banda dos Fuzileiros Navais para a cidade. Houve cerimônia, jantar de gala e apresentação da Banda dos Fuzileiros. O cronista foi lá oficialmente fazer a cobertura jornalística do evento. O dono do jornal para quem trabalhava era de outra ala política em relação ao pessoal do poder na Capital, Rio de Janeiro, e articularam com o cerimonial para barrar o Rubem Braga, jovem jornalista no evento. Ele deu um jeitinho em tudo e participou de tudo e chegou a fazer duas perguntas ao Ministro. Causou ira geral o que ele retratou na reportagem e na volta de trem, vem no mesmo momento que os militares que estavam no evento. Reconhecido, a turma veio recrimina-lo pela reportagem. Ele deixou claro que lá só continha verdades e o que está escrito, está escrito e pronto. Ele disse que ficou ali tipo touro em tourada com duas chances: uma de ser massacrado ali mesmo ou na outra, de ser atirado janela afora. Mas conseguiu sair ileso.
168 – O cronista em escrito de 1979 se recorda dele e um amigo em São Paulo tomando Cerveja Original de Ponta Grossa – Paraná. Lamenta que a Antarctica comprou a fábrica regional da Original e destruiu a marca.
Uns traços da biografia do Rubem Braga. Nasceu em Cachoeiro do Itapemirim – ES em 1913. Em 1936 lançou seu primeiro livro – O Conde e o Passarinho. Mais adiante, tendo sido correspondente de guerra, escreveu o livro Com a FEB na Itália (FEB Força Expedicionária Brasileira).
Escreveu o livro de crônicas “O Morro do Isolamento”. Foi funcionário da embaixada brasileira no Chile e foi Embaixador do Brasil no Marrocos, norte da África, vizinho da Espanha, no Mediterrâneo.
Nos anos 80 Braga morava num apartamento de cobertura na Praia de Ipanema no Rio de Janeiro. Na sua cobertura havia arvores e lugar para seus pássaros de gaiola e era visitado por passarinhos que vinham fazer ninho nas árvores.
Escreveu seu livro de memórias chamado Alma do Tempo. (devo ler em breve)

Final de leitura dia 21-11-2020 

CAP. 08/10 - fichamento - livro - RECADO DE PRIMAVERA - autor: RUBEM BRAGA

 CAP 08/10

         Página 127 – Na Revolução de 1932 o jornal Diário da Tarde lá de Belo Horizonte, assim como o jornal O Estado de Minas era dos Diários Associados (cujo dono era o Assis Chateuabriand).    O então jovem jornalista Braga, aos 19 de idade, é destacado para ir fazer a cobertura da batalha na divisa de MG com São Paulo.     As tropas de SP tinham entrado em território mineiro e depois recuaram para perto da divisa na Serra da Mantiqueira, lugar acidentado, de difícil acesso e bastante frio.    Pico do Cristal.   Parte do trecho, a cavalo.     Na trincheira, frio de menos dois graus.

         O censor das matérias jornalísticas era no caso o prefeito de Pará de Minas, Benedito Valadares.     O Comandante dos mineiros onde estava o jornalista, leva um tiro no abdômen.  Levado para a cidade é operado por dois médicos, ambos não sendo cirurgiões.   Pela gravidade do ferimento, o militar veio a falecer.   Um dos médicos era JK Juscelino Kubitschek, que depois foi o presidente que Construiu Brasilia.    No tempo do combate JK era capitão-médico da Força Pública.

         135 – “Navegação nas Galápagos”.   Ilhas no oceano Pacífico na Costa Americana.    O autor que já tinha uma vivência longa em viagens por mar vai dando detalhes de astros e navegação.

         137 – Indo de navio para Galápagos.   Um dos tripulantes, italiano, explicando os astros à noite e as estrelas principalmente.   Uns ele já conhecia.    “Coisa que eu já sabia, mas fiquei quieto, pois é antipático mostrar que a gente sabe coisas demais”.

         Curiosidade que destaca:  hélice na Marinha é masculino e na Aeronáutica é feminina. E alerta:   “Não criar caso com os homens de farda; eles sempre tem razão de um lado e de outro e se você brincar, mandam-lhe em cima a Lei de Segurança Nacional”.

         Um dia foi interrogado pelos militares e não foi bem...

         “Meu espírito às vezes só se faz presente horas, dias depois da ocasião.”

         143 -   “Gaita de foles e Maringá (a música)”.

         No velho navio, indo para Portugal e muitas famílias de portugueses que moram no Brasil estavam indo a passeio rever os parentes e amigos.    Aparece um rapaz com uma gaita de fole e quebrou a monotonia da viagem.  Foi aplaudido e trazido para a primeira classe para alegrar a galera.   Passa um dia, dois dias ...  gaita de fole... gaita de fole...  o pessoal enjoou que não queria nem ver, muito menos ouvir aquilo.   Esconderam o instrumento e rebaixaram de volta o músico para a terceira classe.

         Nisso o autor lembrou de outro episódio regado a música típica na Escócia.   Pessoas com traje típico e a gaita de fole.  Brasileiros bebendo e celebrando a novidade.   Mais um pouco de tempo, já foram ficando enjoados da música e logo estavam batucando samba na mesa e cantando.   O cronista destaca.   Engraçado... brasileiros que quase nunca cantam,  viajam pra fora, bebem um pouco e soltam a voz.     Março de 1982.

               Continua no capítulo 09/10

CAP 07/10 - fichamento - livro - RECADO DE PRIMAVERA - autor: RUBEM BRAGA - crônicas

 CAP 07/10

         97 – “Recado de Primavera” .   Esta é a crônica que dá o título do livro que estamos fazendo fichamento.    Foi feita a pedido da Globo para homenagem ao poeta Vinícius de Morais pelo primeiro ano de sua morte.

         “Seu nome virou placa de rua”, avisa o cronista.    Rua em Ipanema, vista para o mar.    O poeta, morando numa cobertura em Ipanema, cercado de plantas e tico-tico fazendo ninho entre elas.   Um chopim fiscalizando o tico-tico que fazia o ninho.    Pois o chopim tem o hábito de beber parte dos ovos do tico-tico e colocar os seus no lugar e depois o tico tico choca e cria os filhotes mistos.  Parte dos filhotes pardos sendo tico ticos e parte pretos sendo chopins.

         “Chega a primavera nesta Ipanema cheia de sua música e de seus versos”.   Eu ainda vou ficando por aqui – e vigiar, em seu nome, as ondas, os tico-ticos e as moças em flor.  Adeus”.       – setembro de 1980.

         99 – “Aconteceu na Ilha de Cat”.    Falando de palavras cruzadas e seus macetes.   Cat seria uma das ilhas de Creta.  Há até dicionário específico com termos usuais em palavras cruzadas.    O cronista dá o sentido de uma porção de palavras usuais nesse passatempo por curiosidade.  

         103 – “A inesquecível Beatriz”.   Uma crônica a um inesquecível amor passageiro dele.   Fala de jeitos, feições, sentimentos e reflexões da vida cotidiana também.      Dezembro de 1956.

         105 – “Onde nomeio um prefeito”.    Na guerra na Itália em 1944 com a FEB onde ele atuava como jornalista correspondente de guerra para o jornal Diário Carioca.     O jornalista no front de guerra anda fardado e recebe patente militar no período.    Vencidos os alemães na região, as tropas voltando e chegando a vilarejos e o povo que andava enfurnado por causa da guerra recebe as tropas aliadas como salvadoras da pátria.  E é viva e mais viva aos heróis.   E numa dessas um líder comunitário veio pedir para eles nomearem o prefeito para o local.    Acabou que o cronista, em cima do jipe militar, usa como palanque o veículo e ergue o braço do que é aclamado como o novo prefeito até que venha ordem superior.  Todos ficam felizes da vida.       Crônica de maio de 1984

         109 – Três amigos brasileiros num Café em Lisboa e são interrompidos na prosa pelo garçom que perguntou, intrigado:   - Que raio de língua é essa que estão a falar, que eu percebo tudo?

         111 – “Olhe ali uma tontinegra!”

         Morou um tempo em Marrocos onde foi Embaixador.  Morou em Rabat.  Também passou por Marrakech.    Gosta tanto de pássaros que comprou um livro para identificar pássaros da Europa.    Um deles é a tal tontinegra.    Até imaginou um dia, amigos de longe visitando a região e o cronista poder dizer:   - Olha ali aquele pássaro!  É uma tontinegra...

         117 – Diário de um subversivo – ano de 1936

         Na pensão dele, dois jovens integralistas.   Vieram puxar papo com ele sobre política.   Papo contra o comunismo.  Para eles, o Lenin era um gênio, mas um gênio do mal.

         O cronista procurado pela polícia no tempo da Ditadura Vargas, acusado de ser comunista.   Vários conhecidos dele foram presos.  Ele se escondeu na casa de um amigo.  Isto em 1936.     A crônica é de 1957

         121 – Recordações Pernambucanas.    Morou em Recife por uns meses em 1955.   Conheceu o Lourenço, funcionário do Banco do Brasil, já conhecido  por Capiba, músico.   O apelido, como leitor, suponho que tem a ver com o rio que desagua em Recife, o Capiberibe.

         Lá em Recife ele conviveu com intelectuais de destaque como integrantes da família de Ariano Suassuna, Gilberto Freyre e outros.    Narra inclusive uma aventura amorosa passageira do Gilberto Freyre dizendo que é para a biografia dele ficar completa.

                Continua no capítulo 08/10

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

CAP.06/10 - fichamento - livro - RECADO DE PRIMAVERA - autor: RUBEM BRAGA - Cronista e Jornalista

CAP 06/10

         Página 83 – O Sueco.    Os problemas do Brasil, a miséria do nosso povo etc.  ... todas essas coisas desanimam uma pessoa sensível.   Evandro Pequeno encontrou uma solução:  “Eu sou um sueco em trânsito.   Não saber de nada, não entender uma palavra do que estão dizendo... não ter nada a ver com nada... muito menos com a dívida externa, não ter vergonha de nada: ser um sueco em trânsito”.

         91 – “Um combate infeliz”.     O cronista na Italia na Segunda Guerra Mundial no front de combate com uniforme militar, como correspondente de guerra.  Isto em novembro de 1944.   Na região de Monte Castelo.  A tropa que ele acompanhou estava sob o comando do então Coronel Castelo Branco (que depois foi presidente militar do Brasil na década de 60).    No outro dia iria haver o batismo de fogo de dois batalhões brasileiros integrando um grupo de americanos.   Dos nossos soltados, dizia-se que estavam mal treinados e cansados.    Nossa tropa se acostumou lá com cigarros americanos.   Braga fumava um mata rato forte nacional chamado Liberty e um dia um comandante pediu um cigarro e quase recusou ao ver a marca.   Pior que este era só a marca Yolanda.

         O Yolanda, no maço, uma loira que os italianos chamavam de Bionda Cattiva, loira ruim.   Nosso comandante discordou da ordem do americano, mas não teve jeito.   No outro dia teria chumbo.   Ofensiva dos aliados, Brasil no meio.   Foram 24 mortos e 150 feridos. 

         Tudo na montanha, frio de travar os dedos, Braga escreveu numa máquina portátil com cinco vias em carbono, 21 páginas para o jornal. Mas a censura militar andou cortando umas coisinhas poucas e aqui no Brasil o DIP Departamento de Imprensa e Propaganda (do nosso regime – Ditadura Vargas) não aprovou a reportagem que virou lixo.   

         Como sabemos pela história, no final de contas, os combates foram favoráveis ao Brasil, à FEB Força Expedicionaria Brasileira.     Crônica de maio/1983.

 

         Próximo capítulo – 07/10