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sábado, 5 de dezembro de 2020

CAP. 11/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI

 CAP. 11/20             dezembro de 2020        

         98 – Item 32 – O Amor é Histórico

         Há muito quem verbalize o amor de forma falsa, inclusive.   Já o ódio infelizmente é sempre verdadeiro.

         Riscos -   “seja por intensifica-lo na paixão amorosa possessiva e cruel que leva a crimes...”

         99- Item 33 – Eu te amo.    Outra expressão de enorme importância nas relações: o respeito.

         101 -  Item 34 – A cultura do Assédio.  Assédio Moral; Assédio Sexual.    O assédio é uma prática antiética de opressão baseado na pressão direta a um indivíduo.     O assediador é aquele que pressiona o assediado a fazer sua vontade.    “Ele trata o assediado como um objeto que deve lhe servir”.

         ... em sociedade que não valorize o outro como sujeito de direito.

         Cobranças de todo tipo sobre as pessoas.   Estado cobra impostos, família cobra papéis de gênero e responsabilidade... escola cobra sucesso e obediência, o mundo do trabalho cobra produção, a Economia cobra consumo.

         ... há sempre um padrão a seguir na sociedade.  Surge a figura do inadequado.   “O inadequado faz qualquer coisa para eliminar a culpa”.

         A sociedade do assédio é a sociedade da culpabilização.   A máquina de propaganda batendo na tecla...   para que desejem, queiram e comprem.

         Publicidade...   “assédio, um tipo de violência que esconde a violência.

         “A criança confia no adulto, assim como o cidadão rebaixado a consumidor confia na publicidade”.

         104 – A Condenação prévia e responsabilidade.

         Fazendo um paralelo entre estupro e a ditadura, a autora coloca:

         “Ditadura é quando o poder mata sem precisar responsabilizar-se pelo que faz”.

         Item 37 – Toda mulher é “estuprável” ou o sexo é apenas lógico.

         “Pela lógica do estupro, a mulher é sempre `caça´, ´presa´.     Pela lógica do estupro, pensa-se mais no ´erro´ da vítima do que no criminoso”.

         Consta que Brasil e Índia são destaques negativos no mundo pelo tanto de estupros.

         Preocupante pesquisa do IPEA Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas entrevistando homens e mulheres e 65% dos entrevistados concordaram com a frase:   “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser estupradas”.

         Em outro item, a ambiguidade do povo brasileiro na pesquisa.    O item “marido que bate em mulher deve ir para a cadeia”.   90% das pessoas, homens e mulheres, concordaram com esta frase proposta.

         110 – Item 38 – O que é “ser mulher” enquanto “ser estuprável” ?

         112 -  Item 41 – Ignorante com poder – Um problema no âmbito da legalização do aborto.

         Ela registra a fala de um deputado federal em resposta a uma pergunta sobre a legalização do aborto.     Ele respondeu que “só se fosse passando sobre o cadáver dele”.        

         “Quem defende a legalização do aborto sempre toma o cuidado de deixar claro que ninguém é a favor do aborto puro e simples”    Que a questão do aborto é a do direito das mulheres à saúde e ao seu próprio corpo, bem como à sua escolha de vida.

         Problema é que aqueles que falam contra a legalização não ouvem o que dizem aqueles que a defendem.   Não ouvem as próprias mulheres enquanto legislam sobre elas.

         “Os desentendidos do assunto falam demais.    E porque falam pensando que dizem verdades, não se calarão”.

 

         Continua no capítulo 12/20     

CAP. 10/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora em Filosofia MÁRCIA TIBURI

 CAP. 10/20        - dezembro de 2020

         27 – Histeria de Massas.    A TV com seus publicitários tem prática em “vender” a felicidade e também o ódio.   Um para vender produtos dos anunciantes e o ódio para arrastar as massas para as ruas inclusive.

         87 -    Conseguem a adesão do povo numa verdadeira histeria coletiva.

         87 – Item 28 – Depressão:   uma questão Cultural

         Depressão – mal psicofísico da nossa época.   Antes o pessoal encarava como um estado melancólico.  Tipo:  “estou meio down”, meio pra baixo.   Diante de um fato triste, o razoável, de qualquer ponto de vista, é sofrer.

         “O deprimido em geral acredita que seu sofrimento é único.     ....sofrer faz parte da condição humana.

         90 – Item 29 – Luto proibido.

         Freud.     ...”o luto seria uma perda de objeto que implicaria um trabalho psíquico para acostumar-se à vida depois dessa perda”.  

         “O luto seria normal quando superado, anormal, quando insuportável”.    “O luto, o trabalho de superação”.     ... essa época em que a indústria cultural da libido e da felicidade está em alta pressionando cada um à crença de que nada se perde e que tudo pode ser conquistado, que qualquer sofrimento pode ser superado, o luto não é bem-vindo assim”.

         O luto interrompe a produção e o consumo.    “Convocamos uma bizarra idéia de progresso, somos proibidos de fracassar.    O que o deprimido vive é, na verdade, uma espécie de proibição do luto, uma impotência para o luto”   ... viver    ....”no contexto de uma ideologia de produção e de consumo vindos como únicas dimensões da vida”.

         “Assim é que o deprimido é o estigma daquele que não consegue voltar à norma do sucesso, da felicidade de plástico no âmbito da ação esvaziada produtivo-consumista.    Nesse contexto, seria de se perguntar se o deprimido e sua depressão não teriam algo a ensinar sobre o estado geral da sociedade”.

         92 – Item 30 – O peso Mais Pesado.   Ódio e meios de Produção do Sentimento.

         Pessoas que carregam algum peso e não conseguem se livrar dele.

         Cada um tende a jogá-lo em algum lugar.   Podemos dizer que, no esforço de nos livrarmos dele, tendemos a joga-lo na direção do outro.

         “Esquecer, diante do ressentimento, seria uma espécie de virtude própria de quem vive o amor ao destino”.   “Amor de algum modo, ao que se é, ao que se tem, ao que nos acontece”.

         “A leveza, contrária ao peso seria, neste caso, uma força.   Seria como deixar ir, como deixar passar”.

         “Amar o destino seria, antes de mais nada, um ato de desapego.   Seria o ato de aceitação do peso das coisas, não de sua negação abstrata”.

         “O amor ao destino implicaria abandonar o peso morto do ressentimento no meio do caminho”.    “Deixar o peso do passado ao passado...

         95 – “O ódio é fechado e triste, o mais pesado de todos os pesos”.

         “A democracia é a luta amorosa contra esse fogo fraco  e impotente que ameaça incendiar o mundo”.

         96 – Item 31 – Mais Amor, Por Favor.

         “É o sentimento de inadequação diante da expressão do amor que está muito mais presente em nossas vidas atualmente”.    Quantas vezes não recuamos do desejo de manifestar amor por não saber como sua expressão pode ser recebida?

         ... “a delicada planta do amor não anda tendo espaço para crescer nesse mundo em que a cultura do ódio avança tão rapidamente.”

         “Quem diz amor se sente fora dos jogos da linguagem do nosso tempo.”

         ... e existe também o falar de amor só de fachada, da boca para fora...

         98 – Item 32 – O Amor é Histórico

         Há muito quem verbalize o amor de forma falsa, inclusive.   Já o ódio infelizmente é sempre verdadeiro.

        

         Continua no capítulo 11/20

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

CAP. 09/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora em Filosofia MÁRCIA TIBURI

 CAP 09/20                dezembro de 2020

         O desejo autoritário é sempre delirante.   A autora cita Hitler como um dos exemplos.   No nazismo todos deliravam estética e politicamente.  Nossa propaganda (incluso o jornalismo de hoje) muito tem em comum com o fascismo e destrói a democracia.    O fascista está para a democracia assim como o pedófilo está para a criança.

         A mulher de Goebbels, o chefe da propaganda nazista, queixava-se que eles nunca faziam sexo...   (ao contrário, praticava o ódio ao invés do amor)

         74 – Item 20 – Neofundamentalismo

         O que se acha dono da verdade, o guardião e que pode aparecer em campos como religião, ateus, na vida acadêmica, na moral, na ciência e até no futebol.    Seria uma espécie de Neossofista se ele usasse argumentos.  Mas o neofundamentalista cultua a mais bruta ignorância, a que despreza o conhecimento.   Com o neofundamentalista não há dialogo.   Ele não parte de um dogma porque ele não parte de uma verdade, mas de um acordo prévio com a ignorância elevada a método de dominação cultural.

         Em busca de afetos efeitos.  Dinheiro, audiência, votos.   Em essência, poder.

         76 – Crença útil.  

         77 – Item 22 – A Violência e os Meios de Comunicação

         A agressividade verbal é uma forma conhecida de violência simbólica.  Fofoca e difamação também fazem parte dessa violência...

         “Falar é fazer mas pensamos pouco nesse fato.   Temos ouvido e visto jornalistas com amplo espaço na TV falar de modo agressivo e irresponsável em gestos de claro fomento ao ódio”.

         ... plataformas como Facebook – onde qualquer um se faz de “formador de opinião” – que estremecem os limites do privado e do público.    “Ali, o que se diria em escala privada é dito em escala pública com a leviandade de quem pensa não estar sendo visto”.    Xingar, caluniar, espancar, matar.     “Mas há uma  continuidade entre os atos de fala a as violências físicas, porque nossos atos são efeito do que pensamos”.   Nossos atos de fala provocam efeitos subjetivos e objetivos.

         ... Brasil dos últimos tempos nos conformam com uma sociedade que não se preocupa com a própria violência.   Os meios de comunicação são parte do problema.

         Página 79 – Item 23 – Linchamento – Cumplicidade e Assassinato.

         “A ação não admite dúvida nem reflexão, por isso, que pode fica quieto”. Crime sempre hediondo, o linchamento.    “Não há desconfiança no processo, só há “verdade”.   A consequência é que cada um se sente autorizado a matar.   Mas nunca sozinho, sempre com a ajuda de alguém.

         Assim consegue também sentir-se irresponsável por seu ato.

         Sem pensar, matar é um ato cada vez mais fácil.

         81 – Item 24 – Prepotência –

         84 – Em nome da  Angústia – Uma Meditação sobre a Morte

         84 – O filósofo Epícuro:   “Não conhecemos a morte porque, quando ela chega, já não estamos presentes”.

         Lidar com a angústia.  “A angústia tem algo a nos ensinar:  que não precisamos nos matar e que não devemos matar os outros”.

         “Pensar na morte pega mal na era da felicidade banal típica desses tempos em que toda angústia é evitada”.

         Item 25 – Vida Como Categoria Política

         ... relação simbólica com o outro.    “Aquele que não reconhece a alteridade está morto.  Ora, quem está politicamente morto está morto”.

         27 – Histeria de Massas.    A TV com seus publicitários tem prática em “vender” a felicidade e também o ódio.   Um para vender produtos dos anunciantes e o ódio para arrastar as massas para as ruas inclusive.

         Próximo capítulo 10/20

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

CAP. 08/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora MÁRCIA TIBURI

 CAP 08/20                    novembro de 2020

         Página 60 – Consumismo da linguagem: o rebaixamento dos discursos

         Uma mistura de opiniões sobre fatos e pontos de vista num turbilhão que são repetidos tantas vezes que passam a circular como se verdade fossem.  Tudo sem responsabilidade ética nem legal.

         “A histeria, a gritaria,  as falácias e os falsos argumentos fazem muito sucesso, são livremente imitados e soam como absurdos apenas a quem se nega a comprar a lógica da distorção em alta no mercado da linguagem”.

         “A lógica da distorção é própria ao consumismo da linguagem”... produz vítimas...

         “O processo das brigas entre partidários, candidatos, ou desafetos em geral, é inútil do ponto de vista dos avanços políticos e sociais, mas não é inútil a quem deseja apenas o envenenamento e a destruição social”.

         Pode ser usado para derrubar um governo...

         Vítimas.    ...”somos testemunhas de um processo crescente de banalização da condição de vítima”.

         Religião e arte.    “O conteúdo de verdade de uma obra de arte se mede pelo seu impacto  nas mentalidades.   A obra de arte sempre fala para além do seu tempo, em geral surdo para o que ela realmente quer dizer”.

         “Os brancos não podem sofrer por `racismo reverso` porque o racismo é uma ideologia branca inventada para submeter populações negras”.

         Com o racismo... que garante até hoje o estrutural privilégio branco”.

         66 -  Item 17 – Democracia e Autoritarismo

         Muitos não tem noção do que é democracia.   “Muitas vezes não entendemos muito bem nossos próprios pensamentos, pois somos vítimas de pensamentos prontos”.

         Sabemos o que é democracia?   É provável que poucos pratiquem o ato de humildade do conhecimento que é o questionamento honesto.  O questionamento é uma prática, mas é também qualidade do conhecimento.  É a virtude do conhecimento.

 

         Nos perguntar:   “sair do nível dogmático (do é assim porque é assim, digamos) para o nível reflexivo”. (o parêntesis ali foi do leitor)

         “Essa passagem da ideia pronta que recebemos da religião, do senso comum, dos meios de comunicação, para o questionamento é o segredo da inteligência humana, seja ela cognitiva, moral ou política”.

         67 – “O conhecimento que surge do encontro das diferenças é o conhecimento verdadeiro”.  Ele precisa do diálogo.    Quando há ódio... o ódio é justamente o que acaba com a chance do pensamento e do discernimento.

         68 – Item 18 – Flerte Antidemocrático

         Ir para movimentos de rua, passeatas, só se for para reivindicar itens para o bem coletivo.   Se for para bens do puro interesse, não é um gesto democrático.

         ... o povo precisa ser capaz de respeitar as regras do jogo ao qual ele aderiu... o jogo da democracia.

         “É fácil ser autoritário.  Basta parar de pensar e começar a gritar as verdades prontas que nos são vendidas todos os dias.”

         70 – Item 19 – Sobre o Desejo de Democracia

         “A democracia é um regime político e uma prática de governo, mas é também um ritual diário – como estar em festa no mundo com o que há de mais simples – que precisamos praticar em família e no trabalho, na casa, na rua, no mundo virtual (redes sociais...).”    A democracia é sempre alegre.

         “O que o eu autoritário – o mimado – quer é impor-se como centro do mundo”.

 

         Continua no capítulo 09/20   (cada dia, um)

 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

CAP. 07/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI

 CAP. 07/20                   novembro de 2020

         As multidões são políticas e as massas são antipolíticas.   A multidão é a união de singularidades, a massa , a reunião das individualidades.

         A massa é manipulável, a multidão, não.    A massa é autoritária, a multidão é emancipada.   A massa precisa de um líder que a conduza.

         Passeatas no mundo a partir de 2011.  Povo na rua.    No Brasil, a partir de 2013.  Pode haver multidão e massa até misturadas.

         Em 2015 em São Paulo capital, se viu manifestações fascistas nas ruas.

         A manifestação antipolítica depende de líderes manipuladores (deputados, torturadores, apresentadores de TV, falsos pastores, pseudojornalistas).

         Os meios de comunicação tem um papel fundamental nessa manipulação de massas.    ... propaganda disfarçada de jornalismo.

Não consegue esconder seu fascismo... cai na armadilha antipolítica muitas vezes pensando que se tornou o mais politizado dos cidadãos  (a turma da camiseta verde-amarela...)

         53 -  Item 12 – O Analfabeto Político é Antipolítico

         Cita o MBL Movimento Brasil Livre (da corrupção...).   Seus puxadores de gente pra rua se diziam apolíticos, apartidários....

         O filósofo Theodor Adorno lançou o famoso texto “Educação após Auschwitz” (que foi um campo de concentração), publicado em 1969.  

         Agora, a autora falando do analfabeto político e incluindo a turminha do MBL.    .... de quem foi manipulado desde cedo e não teve chance de pensar de modo autocrítico porque sua formação foi, no sentido político, “de-formação”, a interrupção da capacidade de pensar, de refletir, de discernir.

         Jovens manipulados, usados pela indústria cultural da antipolítica levados a agir por empresários e patrocinadores, saberão o que dizem?

         Essa manipulação implica a morte da esperança no futuro simbolizada por jovens e crianças.  (mutila toda uma geração)

         ... manipulação.... elege entre os pobres, pessoas como Fernando Holliday do MBL a heróis fascistas manipulando a opinião pública...

         55 – Item 13 – Democracia:  A palavra mágica.

         A autora faz um paralelo à reação contra quem tenta questionar “Deus”, que pode ser chamado de herege e quem questiona o capitalismo, que já é taxado de cara de comunista.

         “No esquema discursivo do capitalismo a estigmatização protege da crítica.   O discurso é a arma de proteção do capitalismo”.    Dogmas.   “O capitalismo é um sistema de verdades , assim como o é a religião”.

         57 – A Partilha da Miséria

         O sistema só admite partilhar a miséria.   O capitalismo acusa a crítica de ser antidemocrática, pois ele faz parecer que o monopólio da democracia é seu.

         58 – Item 15 – Distorcer é Poder.   Não há discurso proferido sem as consequências de seus efeitos. Sabendo disso, constantemente ocultamos nossos interesses no que dizemos.    O neurótico e o distorcer fatos.

         “Ele quer provar algo sobre si mesmo e o outro lhe serve como caminho para a prova”.   O outro é manipulado no ato  da manipulação do argumento.

         FALÁCIA – uma espécie de drible argumentativo.   Pela inversão basta colocar uma coisa no lugar de outra.   Por esse meio, comumente se coloca a vítima como culpada e o culpado como vítima.  

         Vemos essa lógica na culpabilização da vítima e vitimização do culpado.    Caso bem recente:   O negro espancado até a morte no saguão do Supermercado Carrefour em Porto Alegre.

         A inversão é uma tática e é uma desonestidade consciente.  Na esfera pública quem assim age é um canalha.     A posição do canalha é sempre burra, e fácil de desvendar.   “Mas vivemos no império da canalhice onde a burrice, tanto como categoria cognitiva quanto moral, venceu.   Desvendá-la não tem mais muito valor.   Ela se transformou no todo do poder.

             Continua no capítulo 08/20

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

CAP 06/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI

 CAP 06/20     -   novembro de 2020

         Como se contrapor?  Chamarei aqui de postura do guerreiro sutil , aquele que assume uma espécie de “guerrilha” cuidadosa e delicada e desafia o poder desde sua interioridade, desde o seu núcleo duro, para desmontá-lo radicalmente.

         O diálogo, em todos os seus níveis, é indesejado nos sistemas autoritários

         Se as mídias são construídas em casos, para evitar o diálogo...  é preciso criar outras mídias...   contrapor... que sejam capazes de instaurar processos dialógicos em sociedade.       (a mídia alternativa Brasil de Fato que conta com jornal impresso distribuído em lugares públicos e também presente na web está dentro desse conceito)

         Quem luta por direitos sabe que conversar com personalidades enrijecidas é impossível.   Um exemplo é o dos movimentos que lutam pelo acesso à terra agrícola e que tem contraposição dos latifundiários.

         O diálogo como hábito nos é roubado diariamente.

         Da possibilidade de perfurar a blindagem fascista por meio do diálogo depende a nossa sobrevivência como cidadãos.

         ...mas o diálogo em si mesmo é um desafio.                   

         Estratégia Teórico-Prática  -  esse desafio em tres tempos.

         1 – O tempo do outro como tempo de assombro...   aquele que ameaça.... a minha ordem.

         2 – O tempo de abertura de si a esse assombramento... perceber-se como um outro...

         3 – O tempo interminável...  o da permanência na experiência do diálogo.

         “Insistir no ato de escutar e de falar para se fazer escutar no âmbito do encontro.    .... permanecer tentando entender e, ao mesmo tempo, oferecer o desentendimento como dúvida, como oportunidade ao outro de relacionar-se com a diferença”.

         Em todos os sentidos, o diálogo é resistência.   A escuta exige resistência física e emocional .

         A diferença entre discurso e diálogo importa aqui.   A pergunta existe para abrir a si próprio e abrir o outro.  Nesse sentido, o diálogo é aventura no desconhecido.

         48 – Item 10 – Abertura

         ... abertura ao outro.   A abertura é própria da mentalidade democrática.   Como fazer para me abrir ao outro?    Como fazer para que o outro possa estar aberto à minha própria alteridade?

         Atos de fala.  Precisam ser atos de discernimento, não atos de julgamento.  

         Sabemos que nossos povos nativos eram e são abertos ao outro, assim como sabemos que os colonizadores não eram; ninguém que viva na lógica da avareza típica do capitalismo ideológico está aberto ao outro.

         Sabemos que os machistas e sexistas, que os exploradores e manipuladores em geral também não são abertos ao outro.

         O fascismo produz opressão de um lado, e de outro seduz para a forma autoritária de viver, garantindo aos que vivem escravizados de pensamento, ação e afeto, que o mundo está bem como está.    A depressão contemporânea tem tudo a ver com esse modo de ser.

         51 – Item 11 – Indústria Cultural da Antipolítica – O caráter manipulador.

         POLÍTICA é a capacidade humana de criar laços comuns em nome da boa convivência entre todos, o que requer defesa de direitos para todos e respeito por cada um.

         Bem comum; bem coletivo.    O comum une, enquanto o coletivo simplesmente reúne.  A união é diferente da simples reunião.

         As multidões são políticas e as massas são antipolíticas.   A multidão é a união de singularidades, a massa , a reunião das individualidades.

         A massa é manipulável, a multidão, não.    A massa é autoritária, a multidão é emancipada.   A massa precisa de um líder que a conduza.

                   Continua no capítulo 7/20

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

CAP. 05/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora - Filósofa MÁRCIA TIBURI

CAP 05/20           - leitura novembro de 2020

         Precisaríamos pensar mais, isto é certo, mas vivemos no vazio do pensamento ao qual podemos acrescentar o vazio da ação e o vazio do sentimento.     O vazio é o novo ethos de nossa época.

         O treino para o amor ou para o ódio se dá pela repetição dos discursos.  É preciso repetir, e aderir, copiar e imitar.

         Repetir o que se diz na televisão e nos meios de comunicação. Caminho para a alienação:   “compartilhar” sem ao menos ler e analisar.

         A fuga do pensamento produz o seu vazio.  É um vazio cheio de falas prontas.  Cheio de propaganda que impede o nascimento do livre pensamento.     

... diálogo.    “Política é  produção simbólica.  É sinônimo de democracia se a pensarmos como laço amoroso entre pessoas que podem falar e se escutar não porque sejam iguais, mas porque deixaram de lado suas carapaças de ódio e quebraram o muro de cimento onde suas subjetividades estão enterradas.

         O diálogo não é uma salvação, mas um experimento ao qual vale a pena somar esforços se o projeto político for coletivo.

         Então precisamos começar a conversar de outro modo, mesmo que pareça impossível.  

         33 – Item 7 – Um desafio Teórico-Prático

         O autoritarismo... um modo de vida elaborado em termos de um estilo de viver destrutivo e acobertador da sua destruição.    Um pensar autoritário que combate a liberdade e a expressividade do pensamento.

         O outro nunca está dado, ele é sempre pensado.

         41 – Item 8 – Tudo o que Não Presta

         “O enrijecimento é a prova da morte do conhecimento que se tornou cegueira ideológica”.

...........

         “Daí a impressão que temos de que uma personalidade autoritária é também burra, pois ela não consegue entender o outro e nada que esteja em seu circuito”.

         42 – Cita o discurso do deputado Federal Luiz Carlos Heinze  .... que apresentou uma imagem perfeita do pensamento autoritário que exclui o outro...   “quilombolas, índios, gays, lésbicas”  ..., representavam.... “tudo o que não presta”.   Desqualificar minorias oprimidas pelos atos capitalistas.

         Não presta para o sistema de produção e de consumo.    .... o outro é descartado e lançado à matabilidadde.  (não faria falta...)

         Se um Estado não serve ao povo, serve às elites.    .... lançar na morte os que são marcados com a imprestabilidade...    “Se a propaganda fascista...  continuar vencendo, não teremos futuro”.

         “Em que direção devemos agir diante desse estado de coisas?”

         44 – Item 9 – Experimentum Crucis

         Como conversar com um fascista?   O fascista sobrevive na animosidade.    .... quem é atacado .... não deve contentar-se com a posição de vítima.   Essa pode ser simbolicamente útil para construir direitos, mas também para destruir lutas.

         Theodor Adorno, o filósofo que desconstruiu o fascismo.    A questão da vida que não merece ser vivida está em cena.   Segundo a lógica social que está em cena nesse discurso, os “imprestáveis” devem perecer porque não deveriam sequer existir.  Se existem, são culpados e se são culpados, estão condenados.

         Como se contrapor?  Chamarei aqui de postura do guerreiro sutil , aquele que assume uma espécie de “guerrilha” cuidadosa e delicada e desafia o poder desde sua interioridade, desde o seu núcleo duro, para desmontá-lo radicalmente.

         O diálogo, em todos os seus níveis, é indesejado nos sistemas autoritários.

 

         Continua no capítulo 06/20