CAP. 18/20 DEZEMBRO DE 2020
... o senso
comum se constrói e se sustenta no “dizem que”...
...
seguidas por quem não se ocupa em investigar... quem não adquiriu esse hábito. “E assume por contágio, por ser ele
inconsciente da influência persuasiva que sofre.
...
nebuloso contexto do senso comum, desenvolveu-se a opinião de que povos
indígenas não apenas cometem, mas valorizam o suicídio... (distorcendo a realidade).
A autora
do livro: “Meu interesse é, no entanto,
mais pontual: fazer ver que a Carta (http://blogapib.blogspot.com/2012/10/carta-da-comunidade-guarani-kaiowa-de.html
) do Grupo Guarai-Kaiowá manifesta uma consciência das vítimas sobre sua
condição, sobre uma verdade que está sendo ocultada...
Diz que
essa carta se contrapõe ao senso comum e o “círculo cínico”, que sempre oculta
uma verdade.
Nota do
leitor: O link acima é de um blog dos
Povos Indígenas e lá tem uma porção de manifestações destes, inclusive denúncia formal à ONU sobre o que estão
sofrendo no Brasil atual.
A Carta
“é apresentada sem medo das consequências que possa gerar”. ... “meios de comunicação enquanto máquinas
de reprodução da opinião”.
Internet. ...”é também o protótipo de uma
impressionante experiência de linguagem capaz de quebrar paradigmas, estilhaçar
perspectivas, criar o múltiplo e o uno, o mesmo e o outro”.
... o
laboratório da alteridade é também laboratório perspectivista.
169 –
“Eliane Brum, a jornalista que mais se ocupou da questão defendendo, na
contramão de vários outros jornalistas, o ponto de vista dos índios.
... A Carta
na internet mobilizou solidariedade e o pessoal criou a hastag
#somostodosGuarani-Kaiowá. E muitos na
rede social colocaram como extensão do próprio nome, o dizer Guarani-Kaiowá.
Houve
uma crescente na opinião pública e assim a onda chegou ao Executivo,
legislativo e judiciário. “Se esta
percepção estiver correta, estamos diante de um ato democrático completamente
novo na história do Brasil. Os índios,
excluídos da sociedade, tem no uso da internet um meio de dialogar com a
sociedade. Ver que há um protagonismo
nesse caminho na busca do diálogo.
171
- Item 63 – Contraconsciência do
Assassino
“Uma das
formas do discurso fascista e dominador...
é o falar de e sobre o outro projetando sobre este outro seus interesses
e jamais posicionar-se no lugar de ouvir o que o outro tem a dizer”.
Nesse
contexto, “o outro é negativo”. “O
outro está sempre ´errado´, o outro é ´louco´, o ´estranho´, é ele que está sempre
errado.
Ainda
sobre a Carta dos índios citada.
Segundo a Jornalista Eliane Brum:
“A declaração de morte dos Guarani-Kaiowá é “palavra que age”.
O
#SomosTodosGuaraniKaiowá é uma “frase-conceito”, mas também uma ação
performativa em que a linguagem é o ato.
175 –
Item 64 – Uma Verdade Outra, um Outro In-Comum
Quando
grupos nas redes sociais colocam em foco a solidariedade a um grupo ao qual a
sociedade brasileira sempre foi negligente, os usuários das redes sociais dão
um passo na contramão do senso comum em relação a outra experiência com o
“comum”.
Outro
comum entra em cena na forma de um comum totalmente “outro”.
... uma
ideia que agrega alteridades em nome da mudança e não na conservação. Uma outra visão das coisas chega à luz.
O
Antropólogo Eduardo Viveiros de Castro e a expressão Tupi “xará”. Esta palavra vem do Tupi ichê rera, quer
dizer “meu nome”, isto é dizer-se de alguém que tem o mesmo nome que eu, porque
eu lhe “dei” meu nome e ele me “deu” o seu.
Sobre a
hastag citada, “o passo inicial das mudanças – em escala pessoal ou social –
parte sempre da visão de mundo.
Continua
no capítulo 19/20