CAP.20/20 (FINAL) dezembro de 2020
Na prática...
objeto é infelizmente aquilo que o sujeito faz do seu outro.
Colombo... “Nos objetos ao seu redor e nas pessoas
tomadas como objetos – ele põe os nomes que traz consigo, sem entender que a
comunicação humana no sentido da aventura no ponto de vista do outro, ou pelo
menos no diálogo, poderia ser válido na sua viagem”.
,,,
segundo seu ponto de vista, os índios eram apenas “objetos vivos”. Cortez, por sua vez... não fora tão limitado quanto Colombo, pois
buscou, logo em sua chegada, um interprete.
Isto não mudará... o interesse
de conquista visado.
Também
ele não verá naqueles com quem depara, sujeitos iguais a ele. Na guerra das perspectivas, os europeus
foram mais fortes porque mais violentos.
... não
havia proposição de diálogo por parte do opressor.
Tempo de
Montezuma, rei dos Astecas.
Nós e nossos índios. No Brasil atual, a percepção popular sobre
os povos nativos se resume em exotismo e curiosidade, mais positivo da
percepção coletiva, e do descaso e ódio, do lado mais negativo.
...
entendendo que há maldade – não apenas ingenuidade – no procedimento daquele
que nega o outro. “O exótico é sempre
o estrangeiro, aquele que em nosso hábito mental-cultural, no senso comum,
tentamos sempre trazer para dentro daquilo que já conhecemos”. ... mania de redução do estranho ao
comum.
“Ontologia integralmente relacional” entre as
coisas que participam da mesma alma do mundo. ... deslocando as questões de natureza e
cultura, humanidade e animalidade numa grande indistinção – uma “ontologia
integralmente relacional”.
“Os
pontos de vista são diferentes dependendo das formas corporais dos seres, não
mais um princípio de identidade que opõe uns aos outros, antes os instaura na
relacionabilidade geral.
Cita o
Antropólogo Viveiros de Castro e o perspectivismo. Ele põe em jogo o problema do “ver como” em
que animais veem humanos e humanos veem animais, e serem em geral veem uns aos
outros. No lugar do etnocentrismo (o
ser humano como centro da vida na Terra), o Cosmocentrismo dos ameríndios como
postura avançada em termos ecológicos em geral, inclusive no que concerne à
condição humana”.
Pensar
numa ecologia levando isso em conta.
190 –
Item 67 – A paranoia da Autorreferencialidade
Colombo
não aceitou o diferente. Os povos
nativos. Nós aqui não somos muito
diferentes do comportamento dele em relação aos nativos.
...”mas
se não guardamos espaço para entender que o estranho também nos habita, nos
tornamos janela fechada para a diversidade da vida que está implicada na
possibilidade de conhecer”.
“O que
está em jogo é a redução do outro a objeto.
A incapacidade de ver neste outro um sujeito de direito, um sujeito que
o é do “mesmo” direito.
Fala da
Carta do povo Guarani-Kaiowá. “O que
faz do sujeito dessa carta o sujeito da verdade insuportável para o discurso
dominante.
O que
nos permite concluir que a expressão dessa cisão é a única saída, o único passo
da saída, contra a dominação vigente”.
Fim
do livro. 06-12-2020
Bibliografia. A autora cita uma extensa bibliografia, mas
destaco as que eventualmente pretendo ler.
1 – Theodor Adorno.
“Dialética Negativa” – Edit. Zahar – RJ 2009
“ “Dialética do
Esclarecimento – Zahar – 1986
2 – Eliane Brum
(Jornalista e escritora) – livro – Sobrenome: Guarani-Kaiowá – revista Época – edição de
novembro de 2012
3 – Cristovão Colombo – “Diários da Descoberta das
Américas. As Quatro viagens e o Testamento – Editora LP&M – RS – 1999
4 – Tristan Todorov – “A Conquista da América: A
Questão do Ouro. – Martins Fontes – SP – 2003
5 – Eduardo Viveiros de Castro – “A Inconstância da Alma Selvagem” – Cosac-Naify - 2006