CAP. 02/10 - dezembro de 2020
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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020
CAP. 02/10 - fichamento - livro - A GRANDE AVENTURA DOS JESUITAS NO BRASIL - Autor: Jornalista Tiago Cordeiro
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
CAP. 01/10 - fichamento - livro - A GRANDE AVENTURA DOS JESUITAS NO BRASIL – Autor – Jornalista Tiago Cordeiro (dezembro/20)
CAP. 01/10 – livro – A GRANDE AVENTURA DOS JESUITAS NO BRASIL – Autor – Jornalista Tiago Cordeiro – Editora Planeta – 2016 – 240 páginas
Leitura
deste livro em agosto/setembro de 2018
Na
orelha do livro consta que o Papa Francisco é o primeiro Papa da Ordem dos
Jesuitas e é o 266º Papa no computo geral.
A Ordem
dos Jesuitas surgiu em 1534.
“Não é
nenhum exagero afirmar que a Companhia de Jesus não seria a mesma sem o
Brasil. E o Brasil não seria o mesmo
sem a Companhia de Jesus, mantida pela Ordem dos Jesuitas. Notar que nasceram praticamente na mesma
época do início da colonização do Brasil.
Página
12 – Jovens que estudaram em colégios religiosos levam para a vida vários
ensinamentos da formação em colégio cristão.
12 –
Citou algumas ordens religiosas:
Franciscanos, Vicentinos, Dominicanos, Capuchinhos, Carmelitas. Uma das ordens mais antigas é a dos
Beneditinos, de 529 dC.
12 –
Jesuitas – sólida formação religiosa e intelectual. Os mais aptos para as Missões. Resistência física, capacidade de articulação
política e boas noções de administração e finanças.
13 – Na
época dos descobrimentos (1500) – O mundo tinha ao redor de 450 milhões de
habitantes. Destes, 200 milhões na
Ásia. Quase metade da população mundial ainda não
tinha sido “descoberta” pelo povo europeu dos anos 1500.
13 – Os
missionários católicos, 1500 anos depois dos primeiros cristãos, iriam se
sentir nas novas descobertas povos que não aceitavam suas crenças e eram hostis
aos mesmos.
14 –
Após a reforma protestante, os católicos foram cobrados para saírem do luxo e
certos religiosos partem para as Missões.
Ser mártir (morrer pela causa) fazia parte dessa nova fase como foi dos
primeiros cristãos.
14 – Os
três votos católicos – pobreza, obediência e castidade.
Os
jesuítas criaram um quarto voto: Não se submetiam ao poder local/regional. O Centro deles era Roma. O Brasil para eles tinha sede em Roma e
assim por diante.
15 –
Eles tinham liberdade de movimento e isso ajudava em suas ações. Para eles, conversão pela Educação.
Como
exemplo, São Paulo teve como marco inicial o Pátio do Colégio.
Século
XVII na América do Sul – Missões - comunidades protegidas e autônomas em todos
os sentidos, inclusive militar e economicamente.
Nelas se
falava o idioma dos índios, não dos colonizadores.
O modo
de operar gerou conflitos e chegou ao ponto do Papa, em 1773 extinguir a Ordem
dos Jesuitas.
16 –
Reaberta em 1814. Padre Manoel da
Nobrega foi mandado para o Brasil bem jovem e era muito gago.
17 –
Origem da Ordem dos Jesuitas. Região
dos bascos na Espanha e o ex guerreiro que perdeu uma perna em combate. Foi ler livros – Esse era Inácio (1491 –
1556).
23
- Inácio era guerreiro mas desde a infância
era um ávido leitor. No Mosteiro após
mutilado, rezando de joelhos sete horas por dia...
25 – Ele
criou um programa de trinta dias de exercícios espirituais para se agregar à
ordem que instituiu.
25 – No
seu tempo, Israel estava sob domínio dos turcos otomanos. Mendicância e ida a Jerusalem.
26 –
Peste negra e portão da cidade fechado (em Veneza – Itália).
26 –
Esteve por vinte dias em Jerusalém estudando Teologia. Parou de comer carne, cortar unhas e tomar
banho.
26 – Em
Paris, dividiu quarto com Francisco Xavier (que depois foi consagrado como
Santo)
27 –
Fundação da Ordem dos Jesuitas. Em
Paris, bairro de Montmartre, dia 15 de agosto de 1534. Ele e seis discípulos.
Continua
no capítulo 02/10
CAPITULO FINAL 20/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI
CAP.20/20 (FINAL) dezembro de 2020
Na prática...
objeto é infelizmente aquilo que o sujeito faz do seu outro.
Colombo... “Nos objetos ao seu redor e nas pessoas
tomadas como objetos – ele põe os nomes que traz consigo, sem entender que a
comunicação humana no sentido da aventura no ponto de vista do outro, ou pelo
menos no diálogo, poderia ser válido na sua viagem”.
,,,
segundo seu ponto de vista, os índios eram apenas “objetos vivos”. Cortez, por sua vez... não fora tão limitado quanto Colombo, pois
buscou, logo em sua chegada, um interprete.
Isto não mudará... o interesse
de conquista visado.
Também
ele não verá naqueles com quem depara, sujeitos iguais a ele. Na guerra das perspectivas, os europeus
foram mais fortes porque mais violentos.
... não
havia proposição de diálogo por parte do opressor.
Tempo de
Montezuma, rei dos Astecas.
Nós e nossos índios. No Brasil atual, a percepção popular sobre
os povos nativos se resume em exotismo e curiosidade, mais positivo da
percepção coletiva, e do descaso e ódio, do lado mais negativo.
...
entendendo que há maldade – não apenas ingenuidade – no procedimento daquele
que nega o outro. “O exótico é sempre
o estrangeiro, aquele que em nosso hábito mental-cultural, no senso comum,
tentamos sempre trazer para dentro daquilo que já conhecemos”. ... mania de redução do estranho ao
comum.
“Ontologia integralmente relacional” entre as
coisas que participam da mesma alma do mundo. ... deslocando as questões de natureza e
cultura, humanidade e animalidade numa grande indistinção – uma “ontologia
integralmente relacional”.
“Os
pontos de vista são diferentes dependendo das formas corporais dos seres, não
mais um princípio de identidade que opõe uns aos outros, antes os instaura na
relacionabilidade geral.
Cita o
Antropólogo Viveiros de Castro e o perspectivismo. Ele põe em jogo o problema do “ver como” em
que animais veem humanos e humanos veem animais, e serem em geral veem uns aos
outros. No lugar do etnocentrismo (o
ser humano como centro da vida na Terra), o Cosmocentrismo dos ameríndios como
postura avançada em termos ecológicos em geral, inclusive no que concerne à
condição humana”.
Pensar
numa ecologia levando isso em conta.
190 –
Item 67 – A paranoia da Autorreferencialidade
Colombo
não aceitou o diferente. Os povos
nativos. Nós aqui não somos muito
diferentes do comportamento dele em relação aos nativos.
...”mas
se não guardamos espaço para entender que o estranho também nos habita, nos
tornamos janela fechada para a diversidade da vida que está implicada na
possibilidade de conhecer”.
“O que
está em jogo é a redução do outro a objeto.
A incapacidade de ver neste outro um sujeito de direito, um sujeito que
o é do “mesmo” direito.
Fala da
Carta do povo Guarani-Kaiowá. “O que
faz do sujeito dessa carta o sujeito da verdade insuportável para o discurso
dominante.
O que
nos permite concluir que a expressão dessa cisão é a única saída, o único passo
da saída, contra a dominação vigente”.
Fim
do livro. 06-12-2020
Bibliografia. A autora cita uma extensa bibliografia, mas
destaco as que eventualmente pretendo ler.
1 – Theodor Adorno.
“Dialética Negativa” – Edit. Zahar – RJ 2009
“ “Dialética do
Esclarecimento – Zahar – 1986
2 – Eliane Brum
(Jornalista e escritora) – livro – Sobrenome: Guarani-Kaiowá – revista Época – edição de
novembro de 2012
3 – Cristovão Colombo – “Diários da Descoberta das
Américas. As Quatro viagens e o Testamento – Editora LP&M – RS – 1999
4 – Tristan Todorov – “A Conquista da América: A
Questão do Ouro. – Martins Fontes – SP – 2003
5 – Eduardo Viveiros de Castro – “A Inconstância da Alma Selvagem” – Cosac-Naify - 2006
CAP. 19/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora - Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI
CAP 19/20
Página
178 – Item 65 – Reconhecimento
O
pensamento conservador sabe a importância de “convencer”, de que “conservar” o
estado de coisas como elas estão é fundamental... é acima de tudo também teórico-prática.
“Embora
as redes sociais sejam redes virtuais e, de qualquer modo, instâncias de produção
do senso comum, tornam-se também um verdadeiro laboratório de expressão
democrática”.
“A
própria ideia de rede implica a conexão de diversas perspectivas. Não há, neste sentido, como sustentar na
internet um pensamento único ainda que tendências dominantes no sentido
fascista possam surgir”
Antes
era apenas a opinião da “autoridade” – no caso, jornalística – a que contava no
espaço. Com as redes sociais há
influência da opinião de “qualquer um” ou “de todo mundo”, estas que se
manifestam nas redes sociais.
“Os
usuários das redes são tratados neste ponto pelos sacerdotes do fascismo como
aberrações”.
A autora
fala dessa nova realidade trazida pelas possibilidades das redes sociais. ... mas servem como orientação a uma
sociedade que experimenta a autodesconstrução de paradigmas.
Se há
“reconhecimento”, ele não é mascarado na tolerância, mas festejado como
“liberdade de expressão” na contramão da “formação de opinião” previamente dada
nos meios de comunicação e do senso comum.
181 –
Item 66 – Violência hermenêutica e o problema filosófico do outro.
O que
podemos chamar de “alteridade”... para
dizer quem é o outro, preciso expressar algo sobre ele. O problema é que o “outro” é sempre alguém
ou algo que, por princípio, desconheço”
... também
é uma relação de estranhamento. O que
se pode dizer do outro é sempre uma interpretação, no sentido de que alguma
coisa é colocada diante de um ponto de
vista ... num sistema em que se disputa
a “verdade”. O “mesmo” e o “outro”.
“O que o
mesmo diz do outro pode derivar facilmente de discursos prontos e precários ao
serem motivados por aspectos socioculturais, como moral e religião, compreensão
de classe e até desses interesses ocultos, inconscientes, nem sempre
conhecidos”.
Para
exemplificar ela usa o caso de Colombo em relação aos povos das Américas. Ele faz “interpretações” sobre o outro. “Se a interpretação parece inevitável,
deve-se levar em conta que são inevitáveis os seus limites”.
Platão
estudava a relação com o outro, que em grego é heteron. Já na moderna filosofia europeia se estuda o
“sujeito” e o “objeto”.
Theodor
Adorno “comenta em um texto que o sujeito devora o objeto, ao esquecer o quanto
ele mesmo é objeto.
“O que
chamamos de sujeito também sofre a objetividade do discurso de outros
“sujeitos” que não percebem o quanto eles mesmos são objetos.
Na
prática... objeto é infelizmente aquilo
que o sujeito faz do seu outro.
Continua no capítulo 20/20 (final)
CAP. 18/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora - Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI
CAP. 18/20 DEZEMBRO DE 2020
... o senso
comum se constrói e se sustenta no “dizem que”...
...
seguidas por quem não se ocupa em investigar... quem não adquiriu esse hábito. “E assume por contágio, por ser ele
inconsciente da influência persuasiva que sofre.
...
nebuloso contexto do senso comum, desenvolveu-se a opinião de que povos
indígenas não apenas cometem, mas valorizam o suicídio... (distorcendo a realidade).
A autora
do livro: “Meu interesse é, no entanto,
mais pontual: fazer ver que a Carta (http://blogapib.blogspot.com/2012/10/carta-da-comunidade-guarani-kaiowa-de.html
) do Grupo Guarai-Kaiowá manifesta uma consciência das vítimas sobre sua
condição, sobre uma verdade que está sendo ocultada...
Diz que
essa carta se contrapõe ao senso comum e o “círculo cínico”, que sempre oculta
uma verdade.
Nota do
leitor: O link acima é de um blog dos
Povos Indígenas e lá tem uma porção de manifestações destes, inclusive denúncia formal à ONU sobre o que estão
sofrendo no Brasil atual.
A Carta
“é apresentada sem medo das consequências que possa gerar”. ... “meios de comunicação enquanto máquinas
de reprodução da opinião”.
Internet. ...”é também o protótipo de uma
impressionante experiência de linguagem capaz de quebrar paradigmas, estilhaçar
perspectivas, criar o múltiplo e o uno, o mesmo e o outro”.
... o
laboratório da alteridade é também laboratório perspectivista.
169 –
“Eliane Brum, a jornalista que mais se ocupou da questão defendendo, na
contramão de vários outros jornalistas, o ponto de vista dos índios.
... A Carta
na internet mobilizou solidariedade e o pessoal criou a hastag
#somostodosGuarani-Kaiowá. E muitos na
rede social colocaram como extensão do próprio nome, o dizer Guarani-Kaiowá.
Houve
uma crescente na opinião pública e assim a onda chegou ao Executivo,
legislativo e judiciário. “Se esta
percepção estiver correta, estamos diante de um ato democrático completamente
novo na história do Brasil. Os índios,
excluídos da sociedade, tem no uso da internet um meio de dialogar com a
sociedade. Ver que há um protagonismo
nesse caminho na busca do diálogo.
171
- Item 63 – Contraconsciência do
Assassino
“Uma das
formas do discurso fascista e dominador...
é o falar de e sobre o outro projetando sobre este outro seus interesses
e jamais posicionar-se no lugar de ouvir o que o outro tem a dizer”.
Nesse
contexto, “o outro é negativo”. “O
outro está sempre ´errado´, o outro é ´louco´, o ´estranho´, é ele que está sempre
errado.
Ainda
sobre a Carta dos índios citada.
Segundo a Jornalista Eliane Brum:
“A declaração de morte dos Guarani-Kaiowá é “palavra que age”.
O
#SomosTodosGuaraniKaiowá é uma “frase-conceito”, mas também uma ação
performativa em que a linguagem é o ato.
175 –
Item 64 – Uma Verdade Outra, um Outro In-Comum
Quando
grupos nas redes sociais colocam em foco a solidariedade a um grupo ao qual a
sociedade brasileira sempre foi negligente, os usuários das redes sociais dão
um passo na contramão do senso comum em relação a outra experiência com o
“comum”.
Outro
comum entra em cena na forma de um comum totalmente “outro”.
... uma
ideia que agrega alteridades em nome da mudança e não na conservação. Uma outra visão das coisas chega à luz.
O
Antropólogo Eduardo Viveiros de Castro e a expressão Tupi “xará”. Esta palavra vem do Tupi ichê rera, quer
dizer “meu nome”, isto é dizer-se de alguém que tem o mesmo nome que eu, porque
eu lhe “dei” meu nome e ele me “deu” o seu.
Sobre a
hastag citada, “o passo inicial das mudanças – em escala pessoal ou social –
parte sempre da visão de mundo.
Continua
no capítulo 19/20
CAP. 17/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI
CAP. 17/20
. “Há
um Brasil que só cabe nas bibliotecas”.
Assim como há um Brasil que passa na TV. Um Brasil da classe média etc. ... um Brasil que nunca iremos conhecer –
há um Brasil de quem não se contou sua história porque foi vencido e não
vencedor.
O
contemporâneo somos nós dentro do tempo.
Diz Agamben “Contemporâneo é o
poeta. Aquele que mantém fixo o olhar
no seu tempo para observar não só as suas luzes, mas o escuro”.
158 –
Item 60 – Alteridade, redes sociais e a Questão indígena no Brasil.
... “que
advoga as necessidades do crescimento econômico brasileiro contra a vida, e a
forma de vida, dos povos nativos”.
“É o
discurso colonizado que se reproduz como discurso colonizante”. “Refiro-me à morte do outro que só pode
acontecer sob seu ocultamento, nunca às claras, nunca numa pena de morte direta
e legalmente autorizada, mas muito antes numa destituição do outro a partir da
sua afirmação como algo negativo”.
“O
genocídio... contra o qual alguns poucos
assumem o desafio de agir contra o silêncio”.
“Massacrifício”. Foi um termo usado por Todorov, que reuniu
sacrifício e massacre para explicar o que acontece em uma sociedade na qual a
matança está cruelmente justificada no cotidiano e, ao mesmo tempo, ocultada e
negada”.
“O
pensamento europeu tradicional... “O princípio da identidade é destrutivo do
`não idêntico´...
162 –
Item 61 – A Internet e a Questão
Indígena como retorno do Recalcado
Lado
filosófico – Estudo pelo sujeito, ao objeto estudado. Quando o objeto é o outro... “Desde uma longa tradição que começa com
Hegel, seria a relação não mais entre sujeito e objeto, no qual o primeiro
manipula o segundo, mas a relação entre sujeitos que disputam lugar até
perceberem sua mútua alteridade.
Novo
paradigma no estudo da causa Guarani-Kaiowá.
Ao invés do “reconhecimento”, a “assemelhação”. ... melhor intepretação da ordem e dos
destinos construídos coletivamente.
Fatos
novos - “crescimento da palavra dos
povos nativos do Brasil no âmbito da internet, por meio de portais, blogs e
redes sociais”.
Escapa
ao controle dos donos do poder. ....
aqueles que se manifestam impondo sua interpretação da verdade sobre os
ameríndios e a chamada “questão indígena”.
A fala dos próprios indígenas via mídias sociais “põe
em jogo um elemento castrador do discurso autoritário...”
...
sujeito eurocêntrico que emite o discurso enquanto se furta ao diálogo. ... a irrupção de um saber que se faz
“contrapoder”
...
assustadora quando ela é radical – que desagrada os que detém o poder
antidemocrático”.
“Está em
jogo o `reaparecimento´ deste ´outro´ em um território que já foi seu e, no
presente, não é mais”.
...
povos que estão em “desterro em casa
própria...”
“O
espaço virtual torna-se, assim, um estranho modo de acesso, ao país que era
seu, a um lugar que, além de lhes ter sido tomado, lhes foi `proibido´. “
...
encontro... um novo campo político.
“O
choque cultural que poderia acontecer dá lugar a um elo estranho e também
inesperado, mas, sobretudo, escarnecido pelo discurso conservador que não quer
ver esperança na contramão da sua ordem...
“Onde há
solidariedade é porque algo já não se conservou...”
(sobre o
drama dos Guarani-Kaiowá que levaram eles a enviarem uma carta ao Governo
Federal e despertou solidariedade nas redes sociais)
166 –
Item 62 – Redes Sociais – Círculo cínico, senso comum, laboratório de
alteridade
Dia
11-10-2012 saiu nas redes sociais a Carta ao Presidente, enviada por um grupo
de índios Guarani-Kaiowá.
Continua no capítulo 18/20
terça-feira, 8 de dezembro de 2020
CAP. 16/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI
CAP. 16/20 dezembro de 2020
“O povo
brasileiro é tão heterogêneo, culturalmente falando, que não se curva à
identificação”. A autora cita hoje
para o Brasil .... uma democracia em estado embrionário. Inclusive a língua portuguesa imposta
pela Ditadura de Getúlio Vargas.
“A
língua da colonização que somos convidados a amar não contempla a língua dos
imigrantes, ou dos povos nativos, ou dos povos africanos que aqui chegaram na
condição de escravizados”
149 –
Item 56 – Brasil Recalcado
O Brasil
lá fora tem a imagem ligada ao carnaval, samba e mulheres na praia... Há também o olhar que engloba a Amazonia, o
Rio, o samba e futebol.
A autora
fala um pouco dos problemas sociais do Brasil.
Descaso com o meio ambiente, injustiça social, violência etc.
“Um país
que oculta a ignorância geral fomentada a cada dia pela ausência de um projeto
de educação real para o povo”.
150 –
Item 57 – Terra de Ninguém Simbólica
“Qualquer
um fala o que quer do Brasil”. “Ora, um
Brasil estereotipado é bem mais fácil de vender do que um Brasil complexo”.
A autora
cita o inadequado mito do “brasileiro cordial” de Sergio Buarque de Holanda em
seu livro Raizes do Brasil datado de 1936.
Ninguém se contrapunha à interpretação dele, até que recentemente o
pesquisador Dr Jessé Souza em seu livro A Ralé Brasileira – Quem é e Como Vive,
desvenda o lado furado desse mito do brasileiro cordial formulado por Sergio
Buarque.
Dr.
Jessé Souza também se contrapõe aos preceitos dos estudiosos Gilberto Freyre,
Darcy Ribeiro, Roberto da Matta dentre outros.
Destaca os pontos positivos em cada um e os pontos com os quais
discorda, sempre com argumentos da ciência.
Como
leitor, informo que conheci o Professor Dr. Jessé Souza em palestra que o mesmo
proferiu em Curitiba não faz tempo. Ele
tem estudos no Brasil, Alemanha e USA e mais de uma dezena de livros
publicados. Dele li dois livros, fiz
fichamento e publiquei no Face e no blog.
São eles A Elite do Atraso e A Radiografia do Golpe. Considero ambos fundamentais para ajudar na
compreensão do Brasil atual.
152 –
Item 58 – O Brasil para os Brasileiros
No texto
a autora cita livro de Cristovão Colombo – Diários da Descoberta das Américas,
editado pela LP&M do RS.
A novidade
de alguns aderirem ao ir pra rua em manifestações.
“No
Brasil atual não devemos acobertar o fato de um crescimento de tendências
fascistas, de ódio ao outro, a negros, índios, homossexuais. Esse ódio não é novidade, mas que ele esteja
em alta é algo que só se poderá enfrentar com a lucidez que se preocupa em
desmanchar os mitos”
153 –
Item 59 – O Brasil contemporâneo.
...
“senso comum tornou-se uma espécie de campo de concentração de onde não se pode
fugir...
Educação
precária, meios de comunicação manipuladores...
Desespero,
esgotamento, insensibilidade, crueldade... são estados afetivos que surgem no
cenário de um país... é ser convidado
diariamente a abandonar as próprias potencialidades em nome da repetição do
mesmo.
... nesse contexto, pensar é raro.
Por que
assim foi aprendido e assim nos tornamos vítimas de ideias prontas.
156 -
... nos faria bem entender de política, de ética, de educação, de sociedade.
Buscar
entender a postura de quem se afasta da ideia pronta, de quem quer descobrir,
de quem se dispõe à novidade, à diferença, à alteridade...
O importante termo Alteridade no
dicionário Oxford:
1 - natureza ou condição do que é outro, do que é distinto.
2 FILOSOFIA
situação, estado ou qualidade que se constitui através de relações de
contraste, distinção, diferença [Relegada ao plano de realidade não essencial
pela metafísica antiga, a alteridade adquire centralidade e relevância
ontológica na filosofia moderna ( hegelianismo ) e esp. na
contemporânea ( pós-estruturalismo ).
Voltando
à autora: Evitar pre conceber e
abster-se de falar sobre o que não se conhece...
Descrever
o Brasil. Os grandes nomes da ciência
humana do passado já não dão mais respostas satisfatórias sobre nosso
Brasil. “Há um Brasil que só cabe nas bibliotecas”. Assim como há um Brasil que passa na TV. Um Brasil da classe média etc. ... um Brasil que nunca iremos conhecer –
há um Brasil de quem não se contou sua história porque foi vencido e não
vencedor.
Continua no capítulo 17/20