Continua no capítulo 12/12 (final)
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021
CAP. 11/12 - fichamento - livro - MODERNIDADE LÍQUIDA - autor: Filósofo/Sociólogo - ZYGMUNT BAUMAN - Edição em 2000
terça-feira, 2 de fevereiro de 2021
CAP. 10/12 - fichamento - livro - MODERNIDADE LÍQUIDA - autor: Filósofo/Sociólogo - ZYGMUNT BAUMAN - Livro editado em 2000
CAP. 10/12
Página 210 – Capítulo 5 –
Comunidade
Iluminismo. Kant e Descartes e a razão como guia do
homem para este não errar. Antes era o
dom divino.
Mas... a menos que
empurrados por... preconceito, superstição,
falta de consciência.
211 - Querelas (tretas)
entre pensadores liberais e comunitários no que diz respeito à política... (O comunitarismo é um conceito político, moral e social que surge no final do século XX (por volta da década de 1980) em oposição a
determinados aspectos do individualismo e em defesa dos fenômenos como a sociedade civil e o bem comum.)
214 – Eric Hobsbawm
cita: “A palavra comunidade nunca foi
utilizada tão indiscriminadamente quanto nas décadas em que as comunidades no
sentido sociológico se tornaram difíceis de se encontrar na vida real”. Homens e mulheres procuram grupos de que
possam fazer parte, com certeza e para sempre, num mundo em que tudo o mais se
desloca e muda em que nada mais é certo”.
Jack Young faz um sumário
sucinto da observação de Hobsbawm: “Exatamente
quando a comunidade entra em colapso, inventa-se a identidade”. O autor do livro cita: ... identidade zelosamente buscada mas
nunca encontrada”.
A casa familiar... outrora
segura... está inteiramente à mercê das marés que açoitam o resto da vida.
Os que estavam presos
dentro de uma casa comum de alvenaria podiam vez ou outra, ser assaltados pela
estranha impressão de estar numa prisão e não num porto seguro. A liberdade da rua acenava de fora, tão
inacessível quanto a sonhada segurança do lar tende a ser hoje.
215 – Nacionalismo, marco
2
Yack e suas conclusões
... “sempre que sentimentos patrióticos
sublimes se elevaram ao nível da paixão feroz, nunca gentil, e que os patriotas
podem ter demonstrado ao longo dos séculos muitas virtudes úteis e memoráveis,
mas a gentileza e a simpatia para com estranhos nunca foram preeminentes entre
elas”. (leitor destaco: imigrantes na Europa e USA tem sido tratados
com repulsa – não só lá...)
220 – Unidade – Pela Semelhança
ou pela Diferença?
221 – “O nacionalismo
tranca as portas, arranca as aldravas (fechaduras) e desliga as campainhas,
declarando que apenas os que estão dentro tem direito de aí estar e acomodar-se
de vez”.
França.. ... dirigente de uma companhia imobiliária de
destaque observou que os franceses estão inquietos, têm medo dos vizinhos, com
exceção do que se parecem com eles.
Jacques Patinggy, da
Associação Nacional de Locadores de Imóveis concorda e vê o futuro no
fechamento periférico e filtro seletivo das áreas residenciais com o uso de
cartões magnéticos e guardas. Em
Toulouse na França, proliferação de zonas residenciais com câmeras, cercas,
guardas 24 horas. O autor fala da
ironia, pois de certa forma estes imitam os guetos que se isolam e tem lá suas
rondas armadas. O rico, preso e o
pobre, preso nos guetos.
“O sentimento de nós, que
expressa o desejo de semelhança, é um modo de evitar olhar mais profundamente
nos olhos dos outros”.
Os grupos de “semelhantes” montam seus
condomínios e o Estado dá algum respaldo legal e policial, mas a segurança de
rotina destes é privada.
Segurança a Um Certo Preço
Na longa e inconclusiva
busca de equilíbrio entre liberdade e segurança, o comunitarismo ficou firme ao
lado da última”.
Por outro lado... “a ampliação e o enraizamento da liberdade
humana podem aumentar a segurança, que a liberdade e a segurança podem crescer
juntas...
A imagem da comunidade é a
de uma ilha de tranquilidade caseira e agradável num mar de turbulência e
hostilidade.
....................
continua no capítulo 11/12
CAP. 09/12 - fichamento - livro - MODERNIDADE LÍQUIDA - Autor: Filósofo e Sociólogo polonês - ZYGMUNT BAUMAN- Editado em 2000
CAP. 09/12 leitura feita em janeiro de 2021
O poder público tenta ter
normas para o capital e para atender os cidadãos mas o capital cada vez mais
tem facilidade para fugir e por isso exige normas as mais leves para si
possíveis, senão migra.
Página 190 – As principais
fontes de lucro... tendem a ser numa escala em expansão, ideias e não objetos
materiais.
Classificação por Robert
Reich para pessoas envolvidas em atividades econômicas: Quatro grandes categorias.
1 – Manipuladores de símbolos ... inventam ideias e maneiras de
torna-las desejáveis e vendáveis.
2 – Reprodução do trabalho – educadores, agentes de Estado etc
3 – Serviços pessoais – requerem encontro face a face com os que recebem
o serviço
4 – Operário ou substrato social ou trabalhadores de rotina.
Deste último não se exige
habilidades particulares e nem a arte de interação social com clientes. São os mais fáceis de serem substituídos.
O trabalhador de rotina...
significa que a segurança de longo prazo é a última coisa que se aprende a
associar ao trabalho que realiza.
Os que inventam... na descrição de Jacques Attali não possuem
fábricas, terras, nem ocupam posições administrativas. Sua riqueza vem de um recurso portátil. ... eles adoram criar, jogar e estar em
movimento. Vivem numa sociedade de
valores voláteis, despreocupada com o futuro, egoísta e hedonista. (O hedonismo é uma
corrente da filosofia que compreende o prazer como bem supremo e a finalidade
da vida humana)
No
aeroporto , o autor e esposa observam dois jovens plugados ao celular e
estabelecendo conexões virtuais uma após outra.
“Muitos,
talvez a maioria, são nômades sem abandonar suas cavernas”. Podem ainda buscar refúgio em seus lares,
mas dificilmente acharão lá o isolamento... continuam plugados...
Essas
pessoas são, como a maioria antes delas, dominadas e remotamente controladas;
mas são dominadas e controladas de uma maneira nova.
...
indicadores de acesso à informação... domicílios equipados com (invadidos por?)
aparelhos de TV. (Os parênteses da
frase são do autor)
195
– Digressão: Breve história da
Procrastinação
Procrastinar
é manipular as possibilidades da presença de uma coisa, deixando, atrasando e
adiando seu presente, mantendo-a à distância e transferindo sua imediatez...
Comportamento
Humano - Poupe, pois quanto mais você poupar, mais
você poderá gastar. Trabalhe, pois
quanto mais você trabalhar, mais você consumirá.
Satisfação
dos desejos... o preceito de adia-la,
torna-la o propósito supremo da vida.
...
a ética do trabalho insiste em que o adiamento se estenda indefinidamente.
Página
201 – Os laços humanos no Mundo Fluido
...”conceitos
tentam captar e articular é a experiência combinada da falta de garantias (de posição, títulos e
sobrevivência).
Da
incerteza (em relação à sua continuação e estabilidade futura e de insegurança
(do corpo, do eu e de suas extensões: posses, vizinhança, comunidade).
Essa
sobrevivência já se tornou excessivamente frágil, mas se torna mais e mais
frágil e menos confiável a cada ano que passa. ... o desemprego.... tornou-se
estrutural.... E o progresso tecnológico.... menos empregos.
O
ambiente de desemprego afeta os desempregados, mas de forma oblíqua, também os
que estão empregados.
Flexibilidade é a palavra do dia. Ela anuncia empregos sem segurança,
compromissos ou direitos... laços
humanos... Pessoas inseguras tendem a
ser irritáveis, são também intolerantes com qualquer coisa que funcione como
obstáculo a seus desejos...
...
o consumo é uma atividade solitária... mesmo nos momentos em que se realiza na
companhia de outros.
A
autoperpetuação da falta de confiança.
Página
208 – O capital cruza fronteiras; o operariado mais simples, não consegue
cruzar fronteiras. Será barrado ao tentar cruzar a fronteira.
Capítulo seguinte: 10/12
domingo, 31 de janeiro de 2021
CAP. 08/10 - fichamento - livro - MODEERNIDADE LÍQUIDA - Autor: ZYGMUNT BAUMAN - Edição do ano 2000
CAP. 08/10 leitura em janeiro de 2021
“A vida é uma sequência de
episódios – cada um a ser calculado em separado, pois cada um tem seu próprio
balanço de perdas e ganhos”.
O trabalho não pode mais
oferecer o eixo seguro em torno do qual envolver e fixar autodefinições,
identidades e projetos de vida”.
A pessoa é medida e
avaliada por sua capacidade de entreter e alegrar...
Ascensão e Queda do
Trabalho
Civilizações no auge dos
seus poderes: Roma no século I, China no
século XI, Índia no século XVII, Europa na Revolução Industrial.
Página 177 – A renda per
capita na Europa Ocidental no século XVIII não era mais que 30% acima da renda
da Índia, África ou China da mesma época.
Em menos de um século,
tudo mudou. Em 1870 a renda per capita
da Europa industrializada era 11 vezes maior que a dos países mais pobres. Já em 1995, o processo se multiplicou por
cinco e a Europa industrializada possuía renda ter capita 50 vezes maior que a
dos países mais pobres.
181 – Na Revolução
Industrial... “Grande era belo, grande
era racional; grande queria dizer poder, ambição e coragem...” ... monumentos que, fossem ou não
indestrutíveis, deveriam parece-lo.
... trilhos pontuados de majestosas estações dedicadas a emular os
antigos templos para a adoração da eternidade e para a gloria dos adoradores.
“A modernidade sólida
era... do engajamento entre capital e
trabalho fortificado pela mutualidade de sua dependência. Os trabalhadores dependiam do emprego para
sua sobrevivência; o capital dependia de emprega-los para sua reprodução e
crescimento”.
184 – Como sugeriu Sennett
em estudo recente, foi só depois da II Guerra Mundial que a desordem original
da era capitalista veio a ser substituída, pelo menos nas economias avançadas,
por sindicatos fortes, garantidores do Estado de bem-estar, e corporações de
larga escala, que se combinaram para produzir uma era de estabilidade relativa.
... ambos os lados
(capital e trabalho) sabiam que sua sobrevivência dependia de encontrar
soluções que todos considerassem aceitáveis.
Sennett conclui: “A rotina pode diminuir, mas pode também
proteger; a rotina pode decompor o trabalho, mas pode também compor uma vida”.
Isso tudo mudou. Hoje é tempo de curto prazo. (O livro é do ano 2000). ...”um jovem americano com nível médio de
educação espera mudar de emprego onze vezes durante a sua vida de trabalho. O termo usual é flexibilidade.
O fim do emprego como
conhecemos. ... posições sem cobertura
previdenciária... A vida de trabalho
está saturada de incertezas.
Sub título: Do Casamento à Coabitação
Se os revezes aos
empregados ocorrem de forma aleatória, sem lógica, não tem como as pessoas se
unirem contra os revezes. “Os medos,
ansiedades e angústias contemporâneos são feitos para serem sofridos em
solidão”.
Dificultam os atos de
solidariedade e de defesa de classe.
Pierre Bordieu fez estudos
nesse tema. “... em face das novas
formas de exploração, notavelmente favorecidas pela desregulação do trabalho e
pelo desenvolvimento do emprego temporário, as formas de ação sindical são
consideradas inadequadas.”
Os fatos recentes quebraram
os fundamentos das solidariedades passadas.
(relembrando que este livro é do ano 2000)
...”e que o resultante
desencantamento vai de mãos dadas com o desaparecimento do espírito de
militância e de participação política”.
Mark Granovetter diz que
os atuais são tempos de laços fracos.
O emprego no sistema
tradicional comparado ao sentido figurado, seria um casamento e o emprego hoje
é um viver junto, transitório, uma coabitação.
Continua
no capítulo 09/10
CAP. 07/10 - fichamento - livro - MODERNIDADE LÍQUIDA - Autor: Filósofo e Sociólogo - ZYGMUNT BAUMAN - Edição 1ª no ano 2000
CAP. 07/10 leitura feita em janeiro de 2021
A mudança em questão é a
nova irrelevância do espaço...
Hoje os dados trafegam
quase na velocidade da luz. O longe e o
perto até perdem o sentido nesse tráfego.
A Sedutora Leveza do Ser –
Vida Instantânea
O Pesquisador Richard
Sennett acompanhou no Forum Econômico Mundial em Davos na Suiça os grandes
empresários. Sobre Bill Gattes, destacou: “Tinha cuidado em não desenvolver apego
(especialmente apego sentimental) ou compromisso duradouro com nada, inclusive
suas próprias criações”. Gattes não
tinha medo de tomar o caminho errado, pois nenhum caminho o manteria na mesma
direção por muito tempo e porque voltar atrás ou para o outro lado eram opções
constante e instantaneamente disponíveis”.
... mas a história é tanto um processo de
esquecer como de aprender, e a memória é famosa por sua seletividade”.
Mudanças... “Na famosa frase de Guy Debord, `os homens
se parecem mais com seus tempos que com seus pais`”
E os homens e mulheres do
presente se distinguem dos seus pais vivendo num presente que quer esquecer o
passado e não parece mais acreditar no futuro.”
Mas a maioria do passado e
a confiança no futuro foram até aqui os dois pilares em que se apoiavam as
pontes culturais e morais entre a transitoriedade e a durabilidade, a
mortalidade humana e a imortalidade das realizações humanas, e também entre
assumir a responsabilidade e viver o momento”.
Página 164 – Capítulo 4 –
Trabalho
O autor viveu por trinta
anos na cidade inglesa de Leeds que é do século XIX e tem uma câmara num prédio
majestoso e sólido.
Frase de Ambrose Bierce de
1906 em seu Devil´s Dictionary: “o
tempo quando nossos negócios prosperam, nossos amigos são verdadeiros e nossa
felicidade está assegurada.” (como
leitor faço um modesto contraponto com uma trova nordestina cujo autor não me
ocorre, mas que me parece ter bastante sabedoria popular: “Tem amigos que se parecem // com aves de
arribação // faz tempo bom, eles vem // faz tempo mau eles vão”
(na verdade essas aves permanecem numa região quando tem água e
alimentos e quando seca tudo, elas migram para sobreviver)
Autoconfiança moderna ...
sobre o futuro.
... expressões de fé em
que o que se desejava podia e devia ser realizado. O futuro era a criação do trabalho, e o
trabalho era a fonte de toda criação...
Pierre Bordieu notou recentemente com tristeza:
“Para dominar o futuro é
preciso estar com os pés firmemente plantados no presente”.
Sub Título – Progresso e
fé na História
Henry Ford sobre o
exercício: “Exercício é bobagem. Se você for saudável, não precisa dele; se
for doente não o fará”. (há
controvérsia, claro!)
“Cada forma de projeto
social mostrou-se capaz de produzir tanto tristeza quanto felicidade, senão
mais. Isso se aplica em igual medida
aos dois principais antagonistas – o hoje falido marxismo e o hoje esperançoso
liberalismo econômico”.
(como leitor, fica mais um modesto
contraponto. Na pandemia tem sido notado
que países de orientação marxista como China, Cuba e Vietnã socorreram com mais
eficácia seus povos e também a China tem exportado vacinas, respiradores e
demais equipamentos que tem ajudado salvar vidas. A rica Europa Ocidental e USA não
demonstraram a mesma eficácia. Na parte
econômica, lembrar que a China é a maior exportadora para os USA e seu
superavit propiciou à China ser credora de mais de 1 trilhão de dólares da
dívida pública americana)
Observação de Peter
Drucker de 1989 – defensor do estado liberal.
... não procuramos uma boa
sociedade nem estamos muito certos sobre o que na sociedade em que vivemos nos
faz inquietos e prontos para correr”
O veredito de Peter
Drucker: “Não mais salvação pela
sociedade”.
171 – “Vivemos num mundo
de flexibilidade universal. São poucos
os portos seguros da fé, que se situam a grandes intervalos, e a maior parte do
tempo a fé flutua sem âncora, buscando em vão enseadas protegidas das
tempestades”.
Antes a fé e acreditar, no
resumo de leitor, que com fé tudo se resolvia.
Volta o autor... .... a ciência contemporânea voltou-se para o
reconhecimento da natureza endemicamente indeterminística do mundo, do enorme
papel desempenhado pelo azar e para a excepcionalidade, não à normalidade da
ordem e do equilíbrio”.
... para o mundo das
questões humanas e da ação humana. “A
continuidade não é mais marca de aperfeiçoamento”. Incertezas. “O labirinto como alegoria da condição
humana foi mensagem transmitida pelos nômades aos sedentários. O azar e a surpresa mandam no labirinto, o
que sinaliza a derrota da Razão Pura.
Capítulo 08/10
sábado, 30 de janeiro de 2021
CAP. 06/10 - fichamento - livro - MODERNIDADE LÍQUIDA - Autor: ZYGMUNT BAUMAN - Edição oridinal ano 2000
CAP. 06/10 - leitura em janeiro de 2021
Página 129 – “Claude Lévi-Strauss, o maior Antropólogo
cultural do nosso tempo (que já esteve no BR por algum tempo)... reação de repulsa aos estranhos... êmica
... separação espacial (tipo guetos)... reação de “ingerir”. ... fazer dos corpos
algo igual ao do corpo que os ingeriu...
Um tipo de reação ao estranho é de exilar ou aniquilar. A outra, ao contrário é de “digerir” e suprimir
a alteridade do outro.
( A alteridade é o reconhecimento de que existem pessoas e culturas
singulares e subjetivas que pensam, agem e entendem o mundo de suas próprias
maneiras. Reconhecer a alteridade é o primeiro passo para a formação de uma
sociedade justa, equilibrada, democrática e tolerante, onde todas e todos possam
expressar-se, desde que respeitem também a alteridade alheia.)
133 – Item – Não fale com
Estranhos
“Torna-se cada vez mais
fácil misturar a visão dos estranhos com os medos difusos da insegurança”... Como resumiu Sharon Zukin: “Ninguém mais sabe falar com ninguém”.
...”mas no uso
norte-americano comum, a cultura é, antes de tudo, a etnicidade que por sua vez
é um modo legítimo de escavar um nicho na sociedade”. ... implica acima de tudo separação territorial,
o direito a um espaço defensável, espaço que precisa de defesa e é digno de
defesa precisamente por ser separado”.
...”já que há os espaços
onde ninguém sabe falar com ninguém, a meta é estar no nicho seguro onde todos
são parecidos com todos... onde... há
pouco a se falar e a fala é fácil.
...queiram tirar sua
lasquinha da etnicidade e inventem cuidadosamente suas próprias raízes,
tradições, história compartilhada e futuro comum...
... sua cultura separada e
singular... um valor em si mesma...
Cada formação social
promove seu próprio tipo de racionalidade, investe seu próprio significado na
ideia de uma estratégia racional de vida.
Sennett há vinte anos já
citava: ...”as pessoas se tornarem
espectadores passivos de uma personagem política que lhes oferece para o consumo
suas intenções e sentimentos em lugar de seus atos”.
139 – Ao longo dos tempos
as pessoas sempre tiveram dificuldade de lidar com estranhos e o problema
aumenta se os estranhos são estrangeiros.
Isso... “pode muito bem levar a unir o difuso
amontoado de indivíduos atemorizados e desorientados em alguma coisa vagamente
assemelhada a uma “comunidade nacional; e essa é uma das poucas tarefas que os
governos de nosso tempo são capazes de fazer e tem feito.”
A Modernidade como História
do tempo
.......................................................................
144 – Da Modernidade
Pesada à Modernidade Leve
A modernidade pesada foi a
era da conquista territorial. Na versão
pesada da modernidade, o progresso significava
tamanho crescente e expansão espacial.
No tempo das grandes fábricas e da mão de obra por muito tempo no
emprego, o autor compara a um casamento por conveniência entre o capital e a
mão de obra.
Era a conveniência e a
necessidade – raramente de amor... deveriam
permanecer unidas: uma não poderia
sobreviver sem a outra. Quem começava
uma carreira na Ford tinha boa chance de encerra-la na mesma. Já quem inicia uma carreira na Microsoft já
não tem essa tendência. Nas empresas de
tecnologia da atualidade gerentes se ocupam de implementar formas organizacionais
mais soltas e por isso mais adequadas ao fluxo...
...tentativa permanente,
não conclusiva, de formar uma ilha de adaptabilidade superior.... num mundo
percebido como múltiplo, complexo e rápido e, portanto, como ambíguo, vago ou
plástico (maleável...)”.
Em tais condições a ideia
de uma carreira parece nebulosa e inteiramente fora de lugar.
A mudança em questão é a
nova irrelevância do espaço...
Hoje os dados trafegam
quase na velocidade da luz. O longe e o
perto até perdem o sentido nesse tráfego.
Continua
no capítulo 7/10
sexta-feira, 29 de janeiro de 2021
CAP. 05/10 - fichamento - livro - MODERNIDADE LÍQUIDA - Autor: Filósofo e Sociólogo ZYGMUNT BAUMAN - Edição em 2000.
CAP. 05/10 leitura em janeiro de 2021
Propagandas na TV:
“Imagens poderosas, mais reais que a realidade”.
“Estabelecem os padrões da realidade e de sua avaliação, e
também a necessidade de tornar mais palatável a realidade vivida. A vida desejada tende a ser a vida vista na
TV”.
A vida na telinha diminui e tira o charme da vida
vivida: é a vida vivida que parece
irreal...
Mundo atual - “A produção de mercadorias como um todo
substitui hoje o mundo dos objetos duráveis pelos produtos perecíveis
projetados para a obsolescência imediata.”
(um exemplo bem prosaico: No
tempo do meu pai, fazer barba era ter um porta lâminas “gilete” com cabo e só
se trocava a lâmina. Hoje em dia quem
usa lâmina compra o kit descartável total).
Jeremy Seabrook afirma:
“O capitalismo não entregou os bens às pessoas; as pessoas foram crescentemente entregues aos bens... cuja venda é o que dá forma e significado a
suas vidas”.
Página 110 – “A obediência aos padrões... tende a ser alcançada hoje em dia pela tentação
e pela sedução e não mais pela coerção – e aparece sob o disfarce do livre arbítrio,
em vez de revelar-se como força externa”.
113 – Cita um provérbio:
“Viajar com esperança é melhor do que chegar”. ... os pobres nunca vivem numa cultura
separada da dos ricos... mesmo mundo
que foi planejado em proveito daqueles que tem dinheiro.
“Numa sociedade sinóptica de viciados em comprar/assistir,
os pobres não podem desviar os olhos, não há mais para onde olhar”.
114 - ... o pobre
.... o desejo de experimentar, ainda que por um momento fugaz, o êxtase da
escolha”.
“Quanto mais escolha parecem ter os ricos, tanto mais a vida
sem escolha parece insuportável para todos”.
Sub Título:
Separados, Compramos.
115 – Separação e filhos...
ruptura de certos vínculos... os
que estão do lado que sofre nunca são consultados, e menos ainda tem chance de
exercitar sua liberdade de escolha.
Capítulo 3 – Tempo/Espaço.
O
arquiteto George Hazeldon projetou para
perto da Cidade do Cabo na África do Sul um verdadeiro mundinho à parte com
luxo, conforto e segurança. (o país
tem certo paralelo com o Brasil com poucos ricos muito ricos e muito pobre dolorosamente
pobres).
“Uma cidade sob medida para indivíduos que querem
administrar e monitorar seu bem estar juntos”.
(eu diria ao invés de querem, o podem...)
Nome dado ao ambiente projetado: Heritage Park. Grande, cercado com cerca elétrica de alta
voltagem e guarnecida por guardas armados.
O autor do projeto vende o sentido de “comunidade” em que
viveu em Londres quando criança onde os vizinhos interagiam e o local era
seguro...
“Nunca e em nenhum lugar faltaram pessoas prontas a
encontrar uma lógica para sua infelicidade, frustrações e derrotas humilhantes
atribuindo a culpa a intenções malévolas alheias.”
Injustiça social e a criminalidade. “Endurecer contra o crime construindo mais prisões... militarização do espaço público – fazendo das
ruas, parques e mesmo lojas lugares mais seguros mas menos livres... enclaves defensáveis com acesso seletivo;
separação no lugar de vida em comum – essas são as principais dimensões da evolução
corrente da vida urbana”.
(lembrar que shopping é um local público e
hipoteticamente de livre acesso como em lojas, mas tem lá os seguranças para
tentar evitar que gente “miúda” entre lá...
Uma vez em Curitiba foi dito que as vigilâncias dos Shopping iriam
apertar o cerco para evitar que os jovens da perifa, os carçudos, entrassem nos
estabelecimentos)
121 – Sub Título – Quando estranhos se encontram
Na rotina das cidades há convívio entre estranhos. “O encontro de estranhos é um evento sem
passado”. Os cafés e outros ambientes
para “ação”, ir lá e tomar café, mas não de “interação” com outros clientes que
de passagem lá estão no momento”.
125 – Lugares êmicos, lugares fágicos, não lugares, espaços
vazios.
127 – “Os lugares de compra/consumo oferecem o que nenhuma
realidade real externa pode dar: o
equilíbrio quase perfeito entre liberdade e segurança.”
“Dentro de seus “templos (de consumo), os
compradores/consumidores podem entrar, além disso, o que zelosamente e em vão
procuram fora deles: o sentimento reconfortante de pertencer – a impressão de
fazer parte de uma comunidade.
Próximo capítulo – 06/10