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sábado, 27 de fevereiro de 2021

CAP. 02/10 - fichamento - livro - CARAVANAS - Um Romance sobre o Afeganistão (ano 1946) - Autor: James Michener - fev/2021

 Segunda parte – Caravanas    02/10     - leitura de fevereiro de 2021 

         O jovem da embaixada, protagonista (Miller) chama os três mulás (líderes religiosos)...”aqueles espantalhos de túnicas longas e barbas esvoaçantes...”.  Isto na terra dos mulás.

         Os mulás partiram para xingar a secretária da Embaixada que saiu pelas ruas de Cabul com trajes ocidentais.    Para o povo local, a moça deveria estar com trajes locais.    Eles se dirigiram a ela gritando e praguejando.

         26 – Bazar... ruas emaranhadas – comércio de quase de tudo... “a maioria das mercadorias roubadas em Delhi, Isfahan e Samarkanda.

         “Eu sentia um prazer perverso ante a certeza que a nova Índia, a Velha Pérsia (Irã) e a Rússia revolucionária eram igualmente impotentes quanto a acabar com os ladrões hereditários da Ásia Central”.    (não custa lembrar que os USA tem uma das maiores populações carcerárias do mundo)

         Diz que quando Dario marchou sobre Cabul, os bazares locais já vendiam os mesmos artigos roubados das mesmas velhas cidades, 500 anos antes de Cristo.

         27 – Rostos que me faziam pensar que eu estava de volta aos dias de Alexandre, o Grande, quando o Afeganistão, por incrível que pudesse parecer agora, era uma satrapia de Atenas, uma terra de grande cultura, muito antes da Inglaterra ser realmente descoberta...

         31 – Ano de 1946 – Cabul era uma cidade com esgoto a céu aberto e sem água encanada.

         32 – Capítulo 2

         Cita a mansão/fortaleza do Chefe político no comando do Afeganistão, Shah Khan.     Sino para ser tocado anunciando visita.  Isto no lugar de campainha.

Moheb Kha, filho de Shah Khan.   Moheb estudou em Oxford.

         37 – Sobre a mansão.   Uma casa com paredes de barro com espessura de mais de setenta centímetros.   Os ingleses atiraram de canhão por lá e as paredes teriam resistido.

         Shah Khan era um hábil aristocrata que servira de conselheiro a três reis sucessivamente.     Falava o persa e francês.  Estudou na França na Universidade de Sorbonne.   Falava também inglês, alemão e pashto, a língua do campo do Afeganistão.

         Shah admirava outros povos mas pelos ingleses tinha relação de paixão e ódio.

         A mansão foi projetada por arquitetos alemães.

         39 – Moheb, tendo estudado no Ocidente, era “diferente”.  Seguia o islã e bebia bebida alcoólica, vedada aos dessa religião.

         O rapaz afegão Narzullah que aos 24 de idade em 1942 foi estudar da faculdade de Wharton, da Universidade da Pensilvânia – USA.   Filho de nobre de Cabul.    Tinha feito Engenharia na Alemanha e foi continuar os estudos nos USA.

         Narzullah vivia como estudante com uma boa mesada e carro conversível para passear.  Um Cadillac vermelho.     Ele como a maior parte dos afegãos, não tem sobrenome.

         A jovem estudante americana Ellen Jaspar conheceu Narzullah talvez no clube de tênis.    Ela também cursava faculdade na mesma cidade.

         Se conheceram, namoraram, mas os pais dela não deixaram ela se casar com o rapaz afegão.

         41 – “No meio da guerra, ela foi para a Inglaterra, arranjou um jeito de ir para a Índia e veio pelo passo de Khyber acima  (trilha de caravanas), numa caravana de burros”.   Ela se casou com Narzullah em Cabul.

         Nas leituras de peças de teatro pelo pessoal das embaixadas, uma das moças leu as falas da personagem Olivia da peça Noite de Reis, de William Shakespeare.

         Uma descrição da jovem americana Ellen Jaspar.     Moça loura, magra, bonita.    Moças da região de Ellen Jaspar de então.   “Todas eram  ótimas em inglês, péssimas em matemática e indiferentes em filosofia”.

         A cidade de Ellen – Dorset.  Cidade de arquitetura colonial no estado de Filadélfia.

         Pessoa da embaixada dos USA, junto com Moheb alertaram os pais de Ellen sobre o sistema dos afegãos.    Se ela se casasse com um deles e fosse morar no Afeganistão, o passaporte dela seria retido pelo marido e pelo costume local ela não mais poderia sair de lá sem o consentimento do marido.

 

 continua no capítulo 03/10 amanhã

 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

CAP. 01/10 - Fichamento - livro - CARAVANAS - Um Romance sobre o Afeganistão - autor americano: JAMES MICHENER

         Livro ambientado em 1946 -   (logo após a II Guerra Mundial)  -   leitura/fichamento - fev/21 

         Livro – Caranavas – Um Romance sobre o Afeganistão (década de 40)

         Autor:  James Michener (ganhador de Prêmio Pulitzer)

         Do que trata o livro – Uma obra de ficção que trata da trajetória do jovem protagonista americano a serviço da Embaixada dos USA no Afeganistão.    Ele recebe a missão de procurar pistas de uma jovem americana que conheceu um então universitário afegão e após ele voltar para seu país, ela resolve partir para lá e buscar viver uma vida primitiva junto aos nômades.     Ela com isso busca um mundo alternativo ao mundo vivido por seus pais e seu povo, que ela acha cheio de futilidades.

         Há então ingredientes que eu como leitor acho interessantes no “pano de fundo” da obra, onde se faz menção a informações que tem a ver com o modo de vida do povo afegão das cidades e mesmo dos nômades do deserto e das montanhas.      Isto tudo, bom frisar, no panorama do ano de 1946 quando mesmo nós por aqui vivíamos um mundo “rural” com condições de vida bem básica, por assim dizer.

         Vamos nessa?

         Faremos dez capítulos curtos, e editaremos aqui no Facebook e no meu blog, um por dia corrido.

         Na página inicial, um mapa do Afeganistão que faz divisa com o Irã, Rússia, China, Índia e Paquistão.   

         Cabul é a capital do Afeganistão.     País com 38 milhões de habitantes na atualidade.

         Página 9 – Embaixada dos USA em Cabul, chefiada pelo Comandante Verbruggen   (tudo muito militarizado...)

         10 – A jovem americana inconformada:   Ellen Jaspar.

         O militar americano aborrecido:  “Estou aqui para ajudar uma nação a sair da Idade Média”.

         O narrador/protagonista, Muller, americano judeu.   Jovem que atua na embaixada em Cabul e conhece o idioma local.    Diz que o povo afegão é atrasado.    Diz que Cabul dos anos 50 poderia parecer com a Palestina no tempo de Cristo.

         A embaixada encarrega Muller de partir para o interior do Afeganistão para procurar a jovem Ellen que foi para lá em busca do ex namorado afegão e que deixou a meses de dar notícias para a família.

         Missão por demanda do senador americano atendendo à família da moça.

         O chefe de Muller, adido militar, comandando a Embaixada.    Foi comerciante de carros usados e filiado ao Partido Democrata do estado de Minnesota.

         O jovem Muller, republicano.     O chefe no passado ajudou a instalar duas bases navais em Manus e Samar.    O chefe achava o jovem inteligente e o encaixou no Departamento de Estado dos USA.

         14 – Os mulás  (líderes religiosos islâmicos) invocaram com os americanos (fuzileiros navais) em serviço no Afeganistão.  Sapatos de duas cores, esportivos.     Ao ponto dos mulás quererem mandar os militares embora do país.

         15 –  Lembrado que a II Guerra Mundial se estendeu até 1945 e o romance se passa em 1946.

         O povo afegão não permitia que os estrangeiros se envolvessem com a vida social dele.   Assim os integrantes das embaixadas da França, Itália, Turquia, USA e Inglaterra tinham que se virar entre eles em termos de vida social em Cabul.

         16 – Cabul -  Há neve no inverno e calor elevado no verão.

         Os ingleses da embaixada bolaram um passatempo para a comunidade diplomática local.   Lerem peças teatrais.   Cada um, texto na mão, lia sua parte para os demais.   Tempos de escrever o texto em máquina de escrever e cópias em papel carbono.

         O jovem protagonista Muller tinha em seu apoio o jovem afegão Nur Muhammad.      Lá o tratamento: sahib quer dizer Mestre.

         Uma condecoração destacada nos USA:  Estrela de combate.

         Ramadã – nono mês do ano muçulmano, consagrado ao jejum.

         19 – Ferangi – estrangeiro – é na verdade uma corruptela do termo em inglês.

         Na época em Cabul o taxi era carroça puxada por cavalos. (em 1946)

         A cidade de Cabul fica numa milenar rota na interseção de trilhas de 3.000 anos para caravanas.    A cidade é banhada pelo Rio Cabul.

         Uma das cordilheiras do país:   Kor-i-Baba com picos de até 5.000 metros de altitude.   Em outro lado, o Hindu Kush com um dos maiores maciços montanhosos da Ásia.

         O protagonista diz que o povo afegão da capital se parece com judeus na feição.    Seriam arianos.

         Consta que o primeiro nome do Afeganistão era Aryana.   Que Hitler na década de 1930 tinha  os considerado os autênticos guardiões da raça ariana.    Usam roupas estilo árabe inclusive turbante.    Na época (1946) os homens das colinas andavam pela cidade carregando seus rifles.

         Por questão cultural de longa data, mulher não aparecia na rua e então era comum se ver casal homoafetivo, ambos de mãos dadas pelas ruas, sendo que o parceiro, todo durão e de arma a tiracolo e a parceira no andar suave e maquiagem no rosto, lenço na mão e flor silvestre entre os dentes.    Já as mulheres não davam as caras nas ruas da capital.

         24 – Falavam duas línguas, a persa e a pashto.

         Xador – aquele roupão feminino que cobre inclusive o rosto dela, havendo uma telinha para ela enxergar “o necessário”.   Roupa indispensável para sair em público.

         Toda mulher a partir dos treze anos passa a usar o xador.

 

         Continua no capítulo 02/10  (um por dia corrido)   

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

O CENÁRIO CONSTRUIDO SOBRE VACINAS - GOVERNO BRASILEIRO INEFICAZ - fevereiro de 2021

 O CENÁRIO CONSTRUIDO SOBRE VACINAS - GOVERNO BRASILEIRO INEFICAZ

Nem todas as pessoas acompanham os detalhes do tabuleiro da política global. Tem alguma complexidade e envolve um bom tanto de olhar para a história mais antiga e mais recente. Nesse contexto, o Brasil num passado recente sem atritar com os parceiros comerciais de sempre, buscou uma aproximação com os chamados BRICS, um bloco de interesses comuns por países em desenvolvimento como Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul. Antes disso, eramos segunda classe do Primeiro Mundo e no bloco dos BRICS, sem perder as parcerias com o Primeiro Mundo, passamos a ser atores de relevância internacional do Terceiro Mundo na base da cooperação e intensificação de comércio e serviços.
O governo atual detonou tudo isso e hoje estamos em atrito com os USA do Biden e da China das vacinas, incluindo a Índia, também das vacinas. Para que se tenha uma ideia, China e Índia são detentoras de 74% do mercado mundial de IFA ingrediente Farmacológico ativo que é a base de medicamentos e em especial, das vacinas.
Vou colocar nossa postura diante da Índia. Eramos dentro do BRICS parceiros com a Índia, mas agora estamos em atrito pelo seguinte: Nos anos 90, os USA forçaram o mundo a assinar Leis de Patente de medicamentos, que encareciam muito o acesso aos mesmos pelos países que não fossem ricos. Saúde é vida. Pois nessa, o Brasil correu e assinou a lei conforme os USA queria e isso fez com que nossa indústria do setor minguasse e ficássemos nas mãos de terceiros países. Nessa, a Índia, que tem lá seus 1,3 bilhões de pessoas, pediu dez anos para se enquadrar e nesse tempo acelerou o processo de garantir Soberania e tecnologia para não depender dos outros. Agora na pandemia, ela tem vacinas para si e para exportar. Optou por exportar para países vizinhos pobres. Ela de certa forma nos deixou de fora pela seguinte razão: Havia uma votação na ONU sobre as patentes e o Brasil votou contra a Índia e contra a soberania sobre medicamentos. Agora temos que dar um sorriso amarelo e estender o pires para ela que fez o dever de casa e de cidadania.
Quanto à China, nossa parceira no BRICS, ocorreu algo mais absurdo e inusitado. Um filho de um presidente do Brasil, com essa mania de falar pelos cotovelos, andou postando nas redes sociais ofensas abertas ao povo chines no contexto da covid. Como reação, o Embaixador da China no Brasil deu uma resposta à altura. Quando se pensava que as coisas tinham se acalmado, me vem o famigerado Ernesto Araujo, que do alto da sua imaturidade e falta de traquejo, resolveu entrar o bate boca e fez uma manifestação pública contra a China e, segundo consta na Folha de SP de hoje, 15-02-2021, por duas vezes o Ministro das Relações Exteriores Ernesto Araujo, de forma não usual em diplomacia, pediu à China, a cabeça do seu Ministro no Brasil e esta ignorou os pedidos numa posição soberana. Foram dois pedidos do nosso Ministro em ocasiões diferentes e as duas vezes, não foi atendido, até porque a China deixou claro que seu Ministro é de alto gabarito e tem todo o apoio do seu país.
Em resumo: Volto a lembrar que até das vacinas do Primeiro Mundo, uma parte grande dos insumos (74%) estão nas mãos da China e Índia. Elas eram parceiras nossas e agora semearam discórdia entre nós e eles num momento em que para nós a vacina é questão de vida ou morte. Fica claro que não é por acaso que estamos vendo as mortes e as vacinas pingam a conta gotas para o desespero do nosso povo e para o estrangulamento da nossa economia. Há culpados nisso. Não é fruto do acaso.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

USA - ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA FICA NA POEIRA NA CORRIDA DA TECNOLOGIA G5 DE TELEFONIA E CORRELATOS

USA FICA NA POEIRA NA CORRIDA 5 G (telefonia móvel etc) 10-02-2021
Saiu hoje na Folha de SP (10-2-21), página A17 um artigo de opinião de ninguém menos que Eric Schmidt, Ex-presidente executivo do Google e um dos fundadores da Schmidt Futures.
O nome do artigo: Leilão 5G nos USA é modelo de fracasso.
Trocando em miudos, foi feito um leilão para concessão ao setor privado pelo sistema do melhor preço e o Estado arrecadou 81 bi de dolares, mas praticamente não se exigiu contrapartida da concessionária que ficará descapitalizada e não tem maiores compromissos de investimentos na infraestrutura. Sem uma sólida rede de torres e demais aparatos, não atenderá de forma adequada a demanda cada vez maior do setor e o futuro passa por aí, cada vez mais. O Estado leiloou no caso 280 MHz de frequência e o articulista defende que isso é uma merreca, exemplificando que o Canadá, Japão, China e Reino Unido vão destinar 660 MHz para o setor de 5G.
E tem o lado seguinte: Ou o Estado aplica a quantia arrecadada que em termos de orçamento o autor considera uma merreca (81 bi de dolares) em torres e infraestrutura para garantir cobertura maior dentro do país, ou o serviço não atingirá muitos lugares e será carente e caro.
O articulista termina seu artigo com uma frase de efeito que dá o tom da relevância da matéria na corrida pela 5G e para o futuro: "O leilão número 107 colocou o que pode ser o penúltimo prego no caixão da liderança mundial dos USA. As autoridades precisam procurar todos os meios de reforçar a infraestrutura digital, em lugar de se concentrarem em encher os cofres do governo"

OBS: O Brasil também está por questão de meses de fazer seu leilão de 5G. O caso acima pode ajudar numa reflexão: Ver que se receba um preço razoável pela concessão, mas que se exija metas bem definidas de infraestrutura da concessionária ao longo da concessão com cronograma de metas e acompanhamento da qualidade do serviço e preço. Vamos ver e ficar de olho. 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

CAP. 12/12 (FINAL) - fichamento - livro - MODERNIDADE LÍQUIDA - Autor: Filósofo/Sociólogo ZYGMUNT BAUMAN

 CAP. 12/12

          Página 253 – “Alfred de Musset sugeriu a quase dois séculos que os grandes artistas não tem pátria.   Há dois séculos, estas palavras eram militantes, uma espécie de grito de guerra.   Foram escritas em meio às ensurdecedoras fanfarras do patriotismo juvenil e crédulo, e por isso mesmo belicoso e arrogante. 

 Muitos políticos estavam descobrindo sua vocação para a construção de Estados-nação com uma só lei, uma só língua, uma só visão de mundo, uma só história e um só futuro”.

         Poetas, pintores...   missão...    algo a compartilhar, amar e guardar em comum e assim elevar o mero viver juntos ao nível de pertencer à mesma coisa...

         ... leva-los a lembrar e venerar seus mortos e a alegrar-se por cultivar seu legado.    O tempo mostrou que essa de tentar agregar em torno de certos referenciais também trazia o potencial de reforçar o nós e eles e criar animosidade com os que não pertencem a “nós”.

         254 – “Juan Goytisolo, provavelmente o maior entre os escritores espanhóis vivos, assume mais a questão.     Juan, espanhol, viveu também em Paris, USA e mora em Marrocos.    Seria o escritor espanhol mais traduzido para o mundo árabe.   Ele não duvida da razão.  E explica:  “A intimidade e a  distância criam uma situação privilegiada.  Ambas são necessárias”.

         257 – George Steiner considerava como os maiores escritores contemporâneos: Samuel Beckett, Jorge Luis Borges e Vladimir Nabokov.

         “É preciso viver, visitar, conhecer intimamente mais de um desses universos para descobrir a invenção humana...

         258 -   ... “imigrantes...   mas também lhes permite trazer para todos os países envolvidos dons de que  eles muito precisam e que não poderiam receber de outras fontes”.

         260 – A vida atual é mais corrida.   “A velocidade, no entanto, não é propícia ao pensamento, pelo menos ao pensamento de longo prazo”  

         Pensar tira a nossa mente da tarefa em curso, que requer sempre a corrida e a manutenção da velocidade.    Ter tempo... tempo para pensar e distanciamento para uma visão de conjunto.

         A liberdade de falar e reunir-se para discutir questões de interesse comum jamais foi tão completa e incondicional como agora.

         Importante também saber o que discutir e como implementar ações.

         Ele diz que hoje essa de discutir está nas mãos de especialistas e longe do alcance do cidadão comum.

         A fome não pode ser aliviada pela negação da fome.

         Todos os especialistas lidam com problemas práticos e todo conhecimento especializado se dedica à solução; e a sociologia é um ramo do conhecimento especializado cujo problema prático é o “esclarecimento que tem por objetivo a compreensão humana”.

         Para se operar no mundo (por contraste a ser operado por ele) é preciso entender como o mundo opera.

         ... é reabrir o caso supostamente fechado da explicação e promover a compreensão.

         A Sociologia ortodoxa do passado... se preocupava com as condições da obediência e conformidade humanas...     .... a primeira ocupação da Sociologia feita sob medida para a modernidade líquida deve ser a promoção da autonomia e da liberdade.

         Envolve focar:  autoconsciência, a compreensão e a responsabilidade individuais.

         Tocqueville:  “o egoísmo... seca as sementes de todas as virtudes”.

         “O atual individualismo.... aflição nova e tipicamente moderna, seca apenas a fonte das virtudes públicas; os indivíduos afetados estão ocupados criando pequenos grupos para seu próprio desfrute e deixando a sociedade maior de lado.

         “Como bem disse Cornelius Castorialis:  “está doente a sociedade que deixa de se questionar.    Recomeçar um questionamento significa dar um grande passo para a cura.

         ... permitir que aqueles que sofrem descubram a possibilidade de relacionar seus sofrimentos a causas sociais;

         Bordieu confronta o termo laissez-faire (deixar fazer...):  Observar a miséria humana com equanimidade, aplacando a dor da consciência com o encantamento ritual do credo “não há alternativa”, implica cumplicidade.

         Não enxergar, não procurar e assim suprimir essa possibilidade é parte da miséria humana e fator importante em sua perpetuação.

         A revelação é o começo e não o fim da guerra contra a miséria humana.

         A sociologia descomprometida é uma impossibilidade.

                                           FIM.      03-02-2021

CAP. 11/12 - fichamento - livro - MODERNIDADE LÍQUIDA - autor: Filósofo/Sociólogo - ZYGMUNT BAUMAN - Edição em 2000

CAPITULO 11/12 – fichamento - livro - MODERNIDADE LIQUIDA - autor: Filósofo/Sociólogo polonês ZYGMUNT BAUMAN - Editado em 2000
Página 230 – “Uma mudança no conjunto e, contudo, de particular importância: adiamento ou abandono, pelo Estado, de todas as principais responsabilidades em seu papel como maior provedor (talvez mesmo monopolístico) de certeza, segurança e garantias... de seus cidadãos”
Depois do Estado-Nação - A nação construir Estado buscando construir a certeza e segurança dos cidadãos...
Parece haver pouca esperança de resgatar os serviços de certeza, segurança e garantias do Estado: “A liberdade política do Estado é incansavelmente erodida pelos novos poderes globais providos das terríveis armas da extraterritorialidade, velocidade de movimento e capacidade de fuga. (capital pode fugir via internet para qualquer lugar do planeta).
País que tenta se proteger, se fechar, se isolar da globalização... “o país é isolado por sanções econômicas e passa a ser tratado por parceiros comerciais passados e futuros como um pária global.
234 – Antes os povos eram dominados pela força por assim dizer. Hoje em dia ocupar o território dos mais fracos não é o essencial. Hoje é entre o mais rápido contra o mais lento em assimilar mudanças.
O autor usa a explicação dele da guerra do Kosovo como conflitos entre comunidades, etnias etc. Guerra dos Balcãs.
239 – Preencher o Vazio - O Estado ainda tem o poder de coerção (obrigar) e evita males maiores como violência das pessoas, e mantém um nível tolerável de convivência.
O Estado perdendo força até pelo mercado globalizado, perde essa força e ameaça o comportamento mais adequado das pessoas.
246 – Guerra na Sérvia e a tentativa de limpeza étnica contra os albaneses que lá vivem. A OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte entra no conflito para tentar solução.
“Os sérvios queriam expulsar do seu território uma minoria albanesa recalcitrante e embaraçosa, enquanto os países da OTAN, por assim dizer, respondiam à altura: sua campanha militar foi deslanchada pelo desejo dos outros europeus de manterem os albaneses na Sérvia, matando assim no ninho a ameaça de sua reencarnação como imigrantes constrangedores e indesejados.”
248 – Cloakroom Communities
Grupos que se reúnem e deixam seus casacos no cabide na entrada do Teatro, em sessões que os tornam um coletivo só naquela sessão. O autor faz um paralelo com blocos de carnaval. As pessoas se identificam com um bloco, aderem, brincam o carnaval e só lá se sentem em algo coletivo e ao sair de lá tudo volta ao individualismo de sempre.
251 – Postfácio - Escrever; Escrever Sociologia
Frase de Theodor W. Adorno: “A necessidade de pensar é o que nos faz pensar”.
Sobre o ofício de sociólogo: ... devemos nos aproximar tanto quanto os verdadeiros poetas das possibilidades humanas ainda ocultas; e por essa razão devemos perfurar as muralhas do obvio e do evidente...”

Continua no capítulo 12/12 (final) 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

CAP. 10/12 - fichamento - livro - MODERNIDADE LÍQUIDA - autor: Filósofo/Sociólogo - ZYGMUNT BAUMAN - Livro editado em 2000

 CAP. 10/12

         Página 210 – Capítulo 5 – Comunidade

         Iluminismo.   Kant e Descartes e a razão como guia do homem para este não errar.   Antes era o dom divino.  

         Mas... a menos que empurrados por...    preconceito, superstição, falta de consciência.

         211 - Querelas (tretas) entre pensadores liberais e comunitários no que diz respeito         à política...  (O comunitarismo é um conceito políticomoral e social que surge no final do século XX (por volta da década de 1980) em oposição a determinados aspectos do individualismo e em defesa dos fenômenos como a sociedade civil e o bem comum.)

         214 – Eric Hobsbawm cita:   “A palavra comunidade nunca foi utilizada tão indiscriminadamente quanto nas décadas em que as comunidades no sentido sociológico se tornaram difíceis de se encontrar na vida real”.    Homens e mulheres procuram grupos de que possam fazer parte, com certeza e para sempre, num mundo em que tudo o mais se desloca e muda em que nada mais é certo”.

         Jack Young faz um sumário sucinto da observação de Hobsbawm:  “Exatamente quando a comunidade entra em colapso, inventa-se a identidade”.   O autor do livro cita:    ... identidade zelosamente buscada mas nunca encontrada”.

         A casa familiar... outrora segura... está inteiramente à mercê das marés que açoitam o resto da vida.

         Os que estavam presos dentro de uma casa comum de alvenaria podiam vez ou outra, ser assaltados pela estranha impressão de estar numa prisão e não num porto seguro.    A liberdade da rua acenava de fora, tão inacessível quanto a sonhada segurança do lar tende a ser hoje.

         215 – Nacionalismo, marco 2

         Yack e suas conclusões ...  “sempre que sentimentos patrióticos sublimes se elevaram ao nível da paixão feroz, nunca gentil, e que os patriotas podem ter demonstrado ao longo dos séculos muitas virtudes úteis e memoráveis, mas a gentileza e a simpatia para com estranhos nunca foram preeminentes entre elas”.   (leitor destaco:   imigrantes na Europa e USA tem sido tratados com repulsa – não só lá...)

         220 – Unidade – Pela Semelhança ou pela Diferença?

         221 – “O nacionalismo tranca as portas, arranca as aldravas (fechaduras) e desliga as campainhas, declarando que apenas os que estão dentro tem direito de aí estar e acomodar-se de vez”.

         França..    ... dirigente de uma companhia imobiliária de destaque observou que os franceses estão inquietos, têm medo dos vizinhos, com exceção do que se parecem com eles.

         Jacques Patinggy, da Associação Nacional de Locadores de Imóveis concorda e vê o futuro no fechamento periférico e filtro seletivo das áreas residenciais com o uso de cartões magnéticos e guardas.     Em Toulouse na França, proliferação de zonas residenciais com câmeras, cercas, guardas 24 horas.    O autor fala da ironia, pois de certa forma estes imitam os guetos que se isolam e tem lá suas rondas armadas.    O rico, preso e o pobre, preso nos guetos.

         “O sentimento de nós, que expressa o desejo de semelhança, é um modo de evitar olhar mais profundamente nos olhos dos outros”.

          Os grupos de “semelhantes” montam seus condomínios e o Estado dá algum respaldo legal e policial, mas a segurança de rotina destes é privada.

         Segurança a Um Certo Preço

         Na longa e inconclusiva busca de equilíbrio entre liberdade e segurança, o comunitarismo ficou firme ao lado da última”.

         Por outro lado...   “a ampliação e o enraizamento da liberdade humana podem aumentar a segurança, que a liberdade e a segurança podem crescer juntas...

         A imagem da comunidade é a de uma ilha de tranquilidade caseira e agradável num mar de turbulência e hostilidade.

         .................... continua no capítulo 11/12