CAP. 02/10
Na
juventude não se entrosava com a moçada... mais por timidez do que por feiura,
pretendo supor...
Fingia o
tudo bem, mas daria a alma ao diabo para ser entrosada, ser integrada ao grupo.
Mas
quando adulta se tornou jornalista e aí podia perguntar coisas sem ser
intrometida e conseguiu se expandir bem.
Tudo
truncou com a Ditadura do General Pinochet após o golpe que derrubou
Allende. “Pelo golpe, me tornei uma
estrangeira em minha própria pátria”. Na
ditadura... A curiosidade e o
atrevimento estavam proibidos por decreto...
Quando
terminou a ditadura, ela podia voltar ao Chile, mas já estava casada com um
norte americano. Por outro lado, ela
visita o Chile com frequência.
O Chile
é um país geograficamente estreito e comprido.
São 4.300 km de norte a sul. Ao
Norte, o deserto de Atacama, o mais seco do mundo ao menos no que diz o
povo. O jornal mais importante: El Mercurio.
Tem um suplemento agrícola lido com avidez até pelo povo da cidade que
não planta nada nem cria animais.
Cidade
de Antofagasta que em língua quíchua quer dizer “povoado do salar grande”. É uma cidade portuária na costa do Pacífico.
Essa
cidade chilena surgiu no século XIX com as minas de salitre. (que entre outras
aplicações é um fertilizante agrícola nitrogenado)
Quando o
produto natural começou a ser substituído por nitrato sintético, já o cobre
girava a economia e o porto local. A
decadência da mineração do salitre deixou na região uma porção de cidades
fantasmas.
No
deserto de Atacama, seco e frio durante a noite.
Como tem
o ditado de que agora nada adianta porque Inês é morta, a autora diz. A oposição argumenta enquanto Inês é viva...
Já nos
anos 80 por aí ela falava dos conflitos entre agricultura e meio ambiente.
Ela diz
que o povo chileno se julga uma ilha e pensa europeu. Seriam na época que ela cita, ao todo 15 milhões
de chilenos.
Terra do
renomado poeta Pablo Neruda. A cidade
de Santiago (capital) tem na sua época 5,5 milhões de habitantes. Capital com belos parques, porém o ar muito
poluído.
Quando
chove, limpa o ar e se enxergam os picos da Cordilheira.
Ela
citou Caracas (na Venezuela) e Cidade do México onde pobres e ricos se mesclam
mais em moradia, em bairros. Isto não
ocorre muito na capital chilena.
Dos
tempos mais antigos, ela se lembra das estradas ruins para ir até as praias no
Chile. Hoje as estradas são
esplêndidas. Se recorda do
constrangimento dos ricos com os farofeiros das praias.
Fala de
recordações como doces caseiros em potes.
Doce de leite na versão dela.
Leite, açúcar, vanila e casca de limão.
Lamenta: hoje se compra tudo
pronto.
O
padrasto dela foi diplomata. Viajaram
bastante em família.
Na
página 39 da edição que eu li ela cita onde ela se espelhou para criar a ficção
A Casa dos Espíritos.
Conta
que tinha doze tios excêntricos, mas nenhum “loco de atar”...
Expressões
que ouvia: mulher de “meio pelo” como
sinônimo de classe baixa. Pelo –
cabelo.
Um
antepassado da família fracassou nos negócios e se suicidou.
Isto nos tempos em que a pessoa que cometesse suicídio
não era aceito que fosse sepultada em cemitério católico.
Nesse
tempo mais antigo, viúva só saía de casa para assistir missas diárias. Essa parente viúva virou uma baleia e é
representada no filme A Casa dos Espíritos.
Rapazes
dançarem a polca. Disse que os chilenos
não são muito de dança. Já os venezuelanos
são mais chegados à dança. Ela diz que
no tempo dela “nossas festas parecem funerais”. Os homens num canto falando de negócios e em
outro as mulheres, que se virem como puderem.
Jovens
dançam músicas americanas e após se casarem se comportam como seus pais. Negócios pra cá, mulheres que se virem. (e
cuidem das crias)
Continua
no capítulo 3/10