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sábado, 5 de junho de 2021

CAP. 03/10 - fichamento - livro - MI PAÍS INVENTADO - autora - Isabel Allende (chilena)

 CAP. 03/10

          O pai da autora, deu no pé quando a família estava em Lima no Peru e os filhos do casal ainda eram pequenos.   Deixou-nos na mão e endividados.

         Depois disso, voltaram a morar com os avós em Santiago.  Ela quase nada se recorda desse tempo de infância em Lima.   As casas antigas já não existem mais, inclusive a que foi moradia deles no passado.

         O jornalista do Japão que veio para conhecer o casarão dela que aparecia no filme.   O casarão já tinha sido demolido.

         Na ocasião da demolição, retiraram as velhas palmeiras e replantaram em outro lugar.  A autora fez um paralelo entre a mudança das palmeiras e as mudanças dela.   A casa antiga na Calle Cueto.  (cueto – baixo)

         Lema “pela razão ou pela força”.   Coisa dos chilenos.

         Ela diz que nasceu “lá pelos anos 40...”

         Saber a classe social da pessoa pela praia que ela frequenta...

         Após o Golpe Militar de 1973, além de distinguir as classes sociais, tinha-se que detectar de que lado a pessoa ficou no episódio.

         Calor forte no verão e frio danado no inverno.    O Chile, que tem imensa área da Cordilheira dos Andes, tem ao redor de 600 vulcões.  Não citou se algum deles está em atividade.

         Há várias etnias dos povos nativos no Chile e uma delas é a dos Mapuches.

         Destacou as mulheres venezuelanas que são muito de ganhar concurso de beleza.     A autora, jornalista, trabalhou em revista e conheceu muitas modelos.  Altas, claras, anoréxicas, olhos “parados”.  Não eram o padrão da verdadeira chilena.     A autora tem 1,50 m de altura.

         Ao contrário das chilenas que não são de  muita maquiagem, a autora gosta de cabelos coloridos, roupas mais diferentes e sempre maquiada.

         Quanto mais dinheiro tem uma mulher, menos ela come.  A de classe alta se distingue pela magreza.

         As mulheres, no ambiente profissional, não são respeitadas.  Para se destacarem tem que se dedicar em dobro.  Ela diz que o Chile é um país “testosterona”, bem machista.

         Índios araucanos e mapuches eram polígamos.   Os colonizadores espanhóis, nem se fala.   Resultou em muitos filhos mestiços.    Um povo com filhas criadas para servir e filhos para serem servidos.

         As jovens se rebelam, mas ao se casarem e terem filhos, repetem tudo, confundindo amor com serviços.

         Na média elas estudam mais e cuidam melhor da saúde.  Em média são mais honestas no mundo empresarial.

         O homem quando lava um prato já acha que está ajudando a mulher.

         Quando elas se unem numa causa... no tempo socialista, paneleiras de direita foram protestar em frente  aos quarteis para pedir providências.

Já na Ditadura, as mulheres de esquerda foram protestar contra cacetetes, jatos de água dos militares...

         Ao invés de uns se dizerem ateus, que cai muito mal no país católico, os ateus preferem o termo agnóstico.   Mas no leito de morte.... a conversão.

         Continua no capítulo 04/10

sexta-feira, 4 de junho de 2021

CAP. 02/10 - fichamento - livro - MI PAÍS INVENTADO - autora - Isabel Allende (chilena)

 CAP. 02/10    

         Na juventude não se entrosava com a moçada... mais por timidez do que por feiura, pretendo supor...

         Fingia o tudo bem, mas daria a alma ao diabo para ser entrosada, ser integrada ao grupo.

         Mas quando adulta se tornou jornalista e aí podia perguntar coisas sem ser intrometida e conseguiu se expandir bem.

         Tudo truncou com a Ditadura do General Pinochet após o golpe que derrubou Allende.    “Pelo golpe, me tornei uma estrangeira em minha própria pátria”.  Na ditadura...  A curiosidade e o atrevimento estavam proibidos por decreto...

         Quando terminou a ditadura, ela podia voltar ao Chile, mas já estava casada com um norte americano.  Por outro lado, ela visita o Chile com frequência.

         O Chile é um país geograficamente estreito e comprido.  São 4.300 km de norte a sul.    Ao Norte, o deserto de Atacama, o mais seco do mundo ao menos no que diz o povo.     O jornal mais importante:  El Mercurio.   Tem um suplemento agrícola lido com avidez até pelo povo da cidade que não planta nada nem cria animais.

         Cidade de Antofagasta que em língua quíchua quer dizer “povoado do salar grande”.  É uma cidade portuária na costa do Pacífico.

         Essa cidade chilena surgiu no século XIX com as minas de salitre. (que entre outras aplicações é um fertilizante agrícola nitrogenado)

         Quando o produto natural começou a ser substituído por nitrato sintético, já o cobre girava a economia e o porto local.   A decadência da mineração do salitre deixou na região uma porção de cidades fantasmas.

         No deserto de Atacama, seco e frio durante a noite.

         Como tem o ditado de que agora nada adianta porque Inês é morta, a autora diz.   A oposição argumenta enquanto Inês é viva...

         Já nos anos 80 por aí ela falava dos conflitos entre agricultura e meio ambiente.

         Ela diz que o povo chileno se julga uma ilha e pensa europeu.  Seriam na época que ela cita, ao todo 15 milhões de chilenos.

         Terra do renomado poeta Pablo Neruda.    A cidade de Santiago (capital) tem na sua época 5,5 milhões de habitantes.    Capital com belos parques, porém o ar muito poluído.

         Quando chove, limpa o ar e se enxergam os picos da Cordilheira.

         Ela citou Caracas (na Venezuela) e Cidade do México onde pobres e ricos se mesclam mais em moradia, em bairros.  Isto não ocorre muito na capital chilena.

         Dos tempos mais antigos, ela se lembra das estradas ruins para ir até as praias no Chile.   Hoje as estradas são esplêndidas.     Se recorda do constrangimento dos ricos com os farofeiros das praias.

         Fala de recordações como doces caseiros em potes.   Doce de leite na versão dela.  Leite, açúcar, vanila e casca de limão.  Lamenta:  hoje se compra tudo pronto.

         O padrasto dela foi diplomata.    Viajaram bastante em família.

         Na página 39 da edição que eu li ela cita onde ela se espelhou para criar a ficção A Casa dos Espíritos.

         Conta que tinha doze tios excêntricos, mas nenhum “loco de atar”...

         Expressões que ouvia:  mulher de “meio pelo” como sinônimo de classe baixa.   Pelo – cabelo.

         Um antepassado da família fracassou nos negócios e se suicidou.

Isto nos tempos em que a pessoa que cometesse suicídio não era aceito que fosse sepultada em cemitério católico.

         Nesse tempo mais antigo, viúva só saía de casa para assistir missas diárias.   Essa parente viúva virou uma baleia e é representada no filme A Casa dos Espíritos.

         Rapazes dançarem a polca.  Disse que os chilenos não são muito de dança.   Já os venezuelanos são mais chegados à dança.    Ela diz que no tempo dela “nossas festas parecem funerais”.   Os homens num canto falando de negócios e em outro as mulheres, que se virem como puderem.

         Jovens dançam músicas americanas e após se casarem se comportam como seus pais.  Negócios pra cá, mulheres que se virem. (e cuidem das crias)

         Continua no capítulo 3/10

quinta-feira, 3 de junho de 2021

CAP. 01/10 - fichamento - livro - MI PAÍS INVENTADO - autora - Isabel Allende (chilena)

CAP. 01/10

         Eu tomei conhecimento há anos, do livro A Casa dos Espíritos que tem sido muito comentado, mas não cheguei a ler.   Um dia me chegou às mãos o livro dela chamado Cuentos de Eva Luna.   Li e gostei bastante, mesmo com alguma dificuldade por estar em castelhano.     Deu para perceber que ela é uma escritora de primeira linha.

         Certo dia, peguei para ler dela o livro Mi País Inventado, também em castelhano.   Li em novembro de 2018 e fiz o fichamento.   Resolvi agora revisitar o texto do fichamento que está em manuscrito e colocar no word e publicar no Face e depois no blog, em dez capítulos diários.

         Vamos à obra:

         Livro editado na Argentina em 2009 (a edição que li) pela editora Debolsillo.   São 220 páginas.

         Ela (sobrinha do presidente Salvador Allende) nasceu em Santiago do Chile no tempo da II Guerra Mundial.  Ela é santiaguina como diz.

         Frase citada por ela sobre a cidade de Santiago:   “Camarão que dorme, a onda leva”.  Já ouvi também essa frase por um sambista carioca.

         Consulta com psicólogos em Buenos Aires e nos USA.  Ela alega que no Chile tem tabu nisso e só loucos usam visitar psicólogos pelo que diz o imaginário popular.

         Até os anos setenta no Chile, os problemas iam aos ouvidos do padre ou das tias...

         Escreve sendo avó.    O neto olhando para ela com rugas e diz: Não se preocupe, velha, vai viver uns anos mais...

         Nessa ela levou um tranco.

         Ela não é de viajar e ficar em alojamento desconfortável.  Prefere uma cadeira no guarda-sol do quintal e boa leitura.

         Terceiro Mundo – O dela.   Qual o segundo, ela se pergunta...

         Mesmo assim ela teve que viajar pelos cinco continentes, inclusive exilada, em auto exílio após a deposição do tio presidente Salvador Allende, socialista.    Peregrinou por mais caminhos do que se pode recordar.

         Tem cidadania americana e morou na Califórnia.

         Dia onze de setembro de 1973 foi o Golpe Militar no Chile.  Orquestrado pela CIA, diz ela.   (O órgão de inteligência americano)

         Depuseram Salvador Allende da presidência, ele que exercia o mandato num regime democrático.

         Ela diz:   Nesse dia perdi o meu país.    O livro foi escrito não muito depois de 2001, quando também num 11de setembro, foram derrubadas as Torres gêmeas em NY.

         A infância feliz é um mito.   Nos tempos da infância dela “não havia os abusos infantis”.   Se supunha que educar as crianças era com a correia numa mão e a cruz na outra.  

         E nesse tempo “se dava o direito” de bater na mulher se esta servisse uma sopa fria.

         “O escrever... é um intento de compreender as circunstâncias próprias e clarear a confusão da existência”

         ... ocorrem aos escritores, que se tornam tais depois de terem fracassado em outros ofícios...

         ... pacificou ela.  Não sou um monstro.  Há outros como eu. (escritores).

         Na juventude não se entrosava com a moçada... mais por timidez do que por feiura, pretendo supor...

         Fingia o tudo bem, mas daria a alma ao diabo para ser entrosada.

                   Continua no capítulo 02/10 

domingo, 30 de maio de 2021

CAP. 08/08 - fichamento - livro - A GEOGRAFIA DA PELE - Autor: Engenheiro Agrônomo Evaristo Miranda - vivência como pesquisador no Niger (África - anos 70)

 CAPÍTULO FINAL 08/08

          Nome do chefe Tuaregue local:  Tambari Agali.    A ordem do guia era para não apertar a mão do Chefe.  Questões rituais.

         Açucar em pedras e não em pó.

         No Ramadã, acordar antes do sol, comer e beber.  Durante o dia, nem comer, nem beber água.    Só se alimentar e beber após o sol se por.

         Tenda bem baixa.    Os anfitriões pastores no acampamento cederam uma tendinha pro pesquisador se hospedar.   Mudavam sempre essa tendinha de lugar sem avisa-lo.   Se esta fosse posicionada para o Sul, seria considera-lo persona non grata.   Pastor, sempre no rumo Norte.  (busca de pastagem para o rebanho)

         Ibrahim, o filho do chefe, com machadinha cortando árvores.    O povo deles tem mais familiaridade com o deserto.    Arvores para eles atrapalha a visão de eventuais ataques inimigos.    E andar a cavalo com menos obstáculos.

         Banhos de caneca.  Água bem rara.    No deserto o caminho comumente é mais reto.    A escravidão é milenar em muitas regiões da África.     Consomem leite de camela os nômades da região.   Bem rico em vitamina C em relação ao leite de vaca.

         Escravos buzus.

         O chefe acertando casamentos para seu povo.   E também ajustando migrações.     Na página 332 o autor conta um pouco da história no Níger.

         Os nativos mentindo para os soldados dos colonizadores.        

         Povos nômades se guiam pelas estrelas.    O Reino de Daomé no passado.   Tempo de muita escravização.

         O Islã se expandindo na região e esta religião impede a escravidão entre povos da mesma religião.

         A Mauritânia foi o último país do mundo a decretar o final da escravidão em 1988, portanto um século após o Brasil.

         Ao partir do Níger no fim da missão, o autor ganhou um cavalo de presente.   Depois ganhou uma “esposa” e terra de cultivo e também uma escrava parideira.   O autor  alegou questão religiosa para não aceitar.    Por ele não ter aceito os presentes, ao se despedir, sentiu frieza dos nativos.

         Volta com um veículo de tração nas quatro rodas Land Rover e mesmo assim encalhando vez ou outra.    Atolar em brejo, perder parte dos herbários – coleção de ervas das pesquisas de campo.   Também perdeu parte das anotações da jornada.

         Chegou andar de dromedário.   Voltou da África dez por cento mais magro e 50% menos bagagem, por desapego.

         Depois que ele andou por lá no Níger, aumentou o islamismo na região  e aparecerem guerrilheiros do Boko Haram  “O Ocidente é Impuro”.    Conversões e passando a adotarem a lei da charia.  Calcada nos princípios do Corão, do livro sagrado do Islã.      Fim

                                      29-maio-2021

      

CAP. 07/08 - fichamento - livro - A GEOGRAFIA DA PELE - Autor: Engenheiro Agrônomo Evaristo Miranda - vivência como pesquisador no Niger (África - anos 70)

 CAP. 07/08

         A vaca caída no poço.    O menino (seguidor do Islã) que desceu no poço para providências diz que a vaca não aceita morrer.  Negocia com ela.  Antes de um acordo não pode fazer o resgate.   Finalmente a vaca foi içada, ferida do acidente.  Os Hauçás felizes com o poço salvo e os Peuls super tristes por terem que sacrificar a vaca que tinha quebrado as pernas e estava prenha.

         Além da vaca, constataram e tiraram do poço que abastecia a aldeia: um cão morto, roupa e o corpo da pastora sem braços, Yakei, que era amiga do pesquisador.

         Ele chegou a ver um sepultamento dentro do rito da aldeia.    O rito muçulmano de enterrar seus mortos sempre no sentido orientado para Meca.  Três punhados de terra...

         Viu nuvem de gafanhotos atacando a região.

         O governador da província que ficou indignado porque a ONU tirou o Niger da última colocação em desenvolvimento.    Assim teria menos atenção do mundo para ajuda comunitária.    E o governador de relógio Rolex no braço.

         O autor citou Nelson Rodrigues:   “Subdesenvolvimento não se improvisa, é obra de séculos”.     E o governador feliz com a praga de gafanhotos porque assim voltariam ao último lugar...

         Lá perto do fim da fila do desenvolvimento, o Mali e o Chade.

         Três anos de estiagem.   O autor se instalou em Dan Kulu.   Nessa região os pastores Peuls pouco usam cães no pastoreio.

         Pastores em vida nômade com seus rebanhos.   Solitários ou com suas famílias no trecho.    Como já destacou anteriormente, a população do país tem aumentado e assim ocupa-se mais área em agricultura e fica menos pasto e cada vez mais distante.

         Por lá apesar da extrema pobreza é raro haver roubos.

         Há lugares ao lado do deserto que já tiveram árvores e água no passado.     Devastação da flora e fauna e o deserto avança.

         Cita outras regiões da África onde há clima tropical e grandes florestas como no Congo e no Zaire.   Terras dos pigmeus.  

         Cita a cidade de Dan Kerlu na fronteira norte da parte agricultável do Niger e começo do Saara.     Casebres de palha por lá até por não haver madeira na região.     ...”longe de tudo e vizinho da fome”.

         Mês do Ramadã, do jejum dos muçulmanos.    Nem fumar é permitido.    Nas épocas de fome, comida aos que trabalham.   Velhos e crianças ficam fora da prioridade.     Água de lavagem de cereais, aproveitada...

         A figura do magro de fome.   Barrigudo pelo aumento do fígado.

         O pesquisador usando o trado (instrumento de retirar amostra do solo, de rosca) furando o solo e é repreendido.   Ali era local de sepultar pessoas.

         Familia na fome iria entregar a filha de dez a doze anos para um agiota que se propunha a cuidar dela (e te-la como escrava sexual).

         Quase todo santo dia havia um enterro.

         Alguns confrontos entre os pastores nômades Tuaregues com pastores Peuls.

         Como já foi citado, os Tuaregues tem uma escrita milenar chamada Tifinagh.

         Vale de Tarka e Afagag, frequentados pelos Tuaregues, dentre outros lugares.

         Para rodar de carro na areia do deserto tem que murchar um pouco os pneus.

         O sentido do aniversário.   O guia local dele não conhece nada de especial na data em si.   Só comemoram o que a pessoa cresceu, em termos de realização, maturidade.

                   Continua no capítulo final 08/08

CAP. 06/08 - fichamento - livro - A GEOGRAFIA DA PELE - Autor: Engenheiro Agrônomo Evaristo Miranda - vivência como pesquisador no Niger (África - anos 70)

 CAP. 06/08

         Episódio da história do Brasil.   Grupo de escravizados do Benin que estiveram no Brasil e voltaram à terra natal constuiram as mesquitas de Cotonu e Porto Novo no Benin usando o estilo barroco de Minas Gerais.

         Cada dia mais Huaçá, eu apenas dizia e repetia: - Quem sabe o futuro?

         O caqui veio de Macau na China, trazido pelos portugueses no tempo das colônias.   Fala também de erva do gênero Momordica que alivia dores de picada de escorpião.   (parente botânica da abobrinha).

         Ervas venenosas.  Dica dos nativos: Ver se os pássaros comeram os frutos.  Não comeriam de plantas tóxicas.

         Os ventos, as aves e seus sinais.      Se falo a eles que vou para o Norte, eles retrucam:   Você não é pastor...  E nem cachorro tem.

         O povo local queria que ele ficasse por lá.        Experiência de vida que confere com a técnica do setor:   Gado pastando capim novo (rebrota etc) dá diarreia.   Os pastores pela experiência sabem disso.

         Aves indicando mudança de estação.  Aves em revoada, bandos de ibis, gruas, marabus.  Cegonhas voam solitárias.

         Mais povo, mais agricultura e menos pasto para os rebanhos.  Maiores distâncias os pastores tem que percorrer para apascentar seus rebanhos.      A etnia dos Peuls não tem território definido.   Nomades com direito milenar de passagem pelas regiões com seus rebanhos.  Desconhecem nações e fronteiras.    Em certos lugares há conflito com as populações locais.

         Os nômades Peuls sofrem uma profunda solidão étnica, ética e estética.    Pastores em missão, sempre rumo ao Norte.    Quanto mais para o Norte, menos agricultura e mais pasto.  Menos vegetação e mais areia.  Mais silêncio.   Mais sol e menos sombra.

         O autor terminou as pesquisas e vai seguir ao Norte com os Peuls e os rebanhos.

         Peuls não comem carne bovina, pois acreditam ser originários de um boi mítico.

         Presenciou o episódio complicado em que uma vaca caiu no único poço que abastece uma aldeia.   Criou uma comoção o caso.   Chamaram os Peuls para tentar solução.   O resgate foi cercado de negociação, rituais e mitos.

         O ferreiro de resguardo após “parir” uma liga de metal.

         Os patuás.

         Pedir ajuda aos Peuls e chegar à noite.  O rito de pegar na palma das mãos.   O comando da conversa por quem recebe a visita.

         O anfitrião que exerce o comando da conversa, se chega alguém alterado, o anfitrião vai perguntando muitas coisas dispersas até o visitante se acalmar.  Até piada vale.   Serenado o que chega, o anfitrião entra no assunto da visita.     Pode eventualmente ser um pedido de socorro com alguma urgência, mas passa sempre pelo processo de acalmar o que chega para ele expor a situação de forma mais equilibrada.

         O idioma Hauçá é falado por mais de 50 milhões de africanos no Sul do Saara, ao Sudão ao Mali.

         Fazer a liga do bronze.

         A vaca caída no poço.    O menino que desceu no poço para providências diz que a vaca não aceita morrer.  Negocia com ela.  Antes de um acordo não pode fazer o resgate.   Finalmente a vaca foi içada, ferida do acidente.  Os Hauçás felizes com o posso salvo e os Peuls super tristes por terem que sacrificar a vaca que tinha quebrado as pernas e estava prenha.

         Continua no capítulo 07/08

CAP. 05/08 - fichamento - livro - A GEOGRAFIA DA PELE - Autor: Engenheiro Agrônomo Evaristo Miranda - vivência como pesquisador no Niger (África - anos 70)

 CAP. 05/08

         Uma constatação particularmente interessante sobre um tipo de planta daquela região que, ao contrário da estação, consegue se manter enfolhada na época da longa seca do ano e com isso gera alimentos para o rebanho.

         É um tipo de cássia.  (Detalhada na página 166 da edição que eu li – Editora Record, 1ª edição, 2015)

         Lá eles chamam a planta de gao.   Produz folhas na seca e perde as folhas nas águas.     Quem sabe poderia ter potencial nas regiões mais áridas do Brasil...

         O gao com essa peculiaridade é considerado um vegetal sagrado e venerado pelo povo local cujo rebanho é fonte primordial de sustento deles.

         Cita também uma espécie de pássaro tecelão africano e seus ninhos.  Eles também tem o famoso baobá, cujas árvores costumam ser enormes e em muitos casos são usados como arvore da palavra.    Na aldeia, se sentam embaixo da árvore da palavra para trocar ideias e tomar decisões. 

         O baobá por lá se chama kuka e chega a ter o tronco com até sete metros de diâmetro.    Essa planta é parente botânica das nossas paineiras e também produz frutos com paina.

         Nas aldeias, os griots são contadores de histórias.   Quando morrem, são “enxertados” nos baobás.    Os griots eram os que cantavam a memória dos ancestrais quando não havia escrita.   Inventavam também histórias e fatos.   Estão em extinção por lá.   Sobram uns cegos e surdos. (anos 70)

         Caiu um velho baobá.   Todos correm para lá com as sandálias nas mãos para matar os insetos que saem da árvore.    Alguém alerta:  protejam os celeiros para os insetos não irem para lá.

         No Sahel, a natureza e os homens tem muito tempo para pensar.  Período seco anual de nove meses.

         Todos falando simultaneamente de muitos assuntos.  Quase um jogo de habilidade para ver quem acompanha vários temas ao mesmo tempo.   Habilidoso era alguém que conseguia fazer uma colocação que se ajustava a vários temas em discussão ao mesmo tempo.

         Os Hauçás são grandes jogadores de dama e até de xadrez.   O pesquisador ensinou eles a jogarem palito ou “porrinha”.  Eles gostaram muito.

         Cada povo tem seus pontos fortes e seus pontos fracos.   Incas e Astecas formaram grandes civilizações mas não conheciam a roda.   Nenhum povo nas Américas conhecia a roda até a chegada dos colonizadores.

         O autor diz que aprendeu muito com os povos locais.   No caminho, alguém pergunta até quando durará a independência.   O Níger foi colônia francesa de 1922 a 1960.   (o autor esteve lá na década de 70)

         Vários indivíduos locais demonstravam vontade de ir para a França, isto em 1978.   Tempos em que o presidente da França era Valery Giscard d´Estaing.    O pesquisador um dia fez uma dinâmica lúdica de “levar” os interessados à França e o pessoal que participou da dinâmica gostou muito.

         Ele como Engenheiro Agrônomo constatou que o solo da região vem empobrecendo pelo uso contínuo sem reposição de nutrientes e a população aumentando.  Projeta-se um cenário desconfortável para o futuro deles.

         Cita a falésia de Tiguidit.  (numa busca rápida no Google não achei imagem).  Cita também a cidade de Agadez que é grande para o padrão local.

         Fala do Tifinagh, a escrita milenar dos tuaregues.

         A luz vem do Oriente e o progresso vem do Ocidente.

         Continua no capítulo 06/08