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domingo, 26 de dezembro de 2021

CAP. 03/10 - fichamento - livro - NO AR RAREFEITO (escalando o pico Everest em 1996) - Autor e participante: JON KRAKAUER - Ano 1997 (leitura em dezembro de 2021)

Capítulo 3 – Sobre o Norte da Índia   - 29-03-1996.   9.144 m. (no voo)

         No sobrevoo à região Jon foi colado à janela olhando os picos da Cordilheira do Himalaia.   Chegou a avistar o Everest.

         Imaginou que seu voo estaria por rotina numa altitude não muito acima da altura do Everest.    O pouso do seu voo em um Airbus 300 foi no aeroporto de Katmandu no Nepal.

         Em Katmandu, ruas cheias de riquixás puxados por bicicletas, principalmente carregando turistas.   (eu, leitor, andei de riquixá na Índia num dos dez dias de passeio por lá antes da pandemia).

         Nas paredes do hotel Garuda, fotos e assinaturas de famosos alpinistas que por lá passaram ao longo dos tempos.

         Viu a lista fixada no Hotel com a chamada Trilogia do Himalaia – os três mais famosos:   Everest, K2 e o Lhotse.   Pela ordem de altura, a primeira, a segunda e a quarta mais altas do mundo.

         Continua no próximo capítulo.   03/10

        

         O guia de Jon, Rob Hall, da empresa Adventure Consultants, fez a proeza de – em 1994 – em dois meses escalar os três picos famosos do Himalaia:   Everest, K2 e Lhotse.

         O guia Hall, alto e magro e estava com 35 anos em 1996 na escalada de Jon.   Hall é neozelandês e demorou dez anos e três tentativas para chegar ao topo do Everest.   Quando ele se profissionalizou, escalou os sete picos famosos.   Vivia de patrocínios.   Só que há sempre a cobrança de fazer algo espetacular para manter os patrocínios.  É risco constante.

         Com o tempo, mudou para a modalidade de guia de expedição.   Assim sua missão era ser remunerado para tentar chegar ao topo das montanhas com pequenos grupos de montanhistas.   A pressão é menor.

         O neozelandês Hillary, que foi o pioneiro na escalada do Everest, critica as expedições com guias remunerados e uma certa banalização da escalada.   Por outro lado, a procura é sempre grande.

    Hillary é uma celebridade em seu país, Nova Zelândia – e sua foto está estampada nas notas de cinco dólares neozelandeses.   Entre 1990 e 1995, Hall foi responsável por colocar 39 alpinistas no topo do Everest.    Em 1996 Hall estava cobrando 65.000 dolares por alpinista para integrarem sua expedição ao Everest.    O autor deste livro, Jon, foi na oitava expedição de Hall ao Everest, guia este muito experiente e celebrado.

         Capítulo 4 do livro – Phakding – 1996, altitude 2.800 metros

         Na vizinhança do Pico Everest há comunidades tradicionais que lá residem há séculos.    Fizeram ao longo do tempo terraplanagens nas encostas das montanhas para cultivarem e criarem animais domésticos para sobrevivência.   Culturas mais comuns deles:  trigo sarraceno, cevada e batata.   Os iaques (parecidos com búfalos) criados na região já são mestiços do cruzamento dos iaques puros com bovinos domésticos.

         Comum encontrar monges budistas pelas trilhas locais com suas vestes vermelhas típicas.  Os sherpas nativos da região, comumente caminham descalços pelas encostas das montanhas onde vivem.   São aclimatados à altitude e geralmente são contratados para apoio nas expedições, nas quais carregam pesadas cargas de equipamentos e suprimentos aos grupos.

         Cargas comuns nas trilhas das montanhas: querosene, lenha e refrigerantes.     Nas encostas do Everest, uma comunidade de apoio aos alpinistas é Namche, que fica numa altitude de 3.444 m acima do nível do mar.   São mais de cem casas dos moradores locais.

         O Nepal tem mais de 20 milhões de habitantes e o povo sherpa do Nepal é uma minoria, algo como 20 mil pessoas.

         Os alpinistas do ocidente muitas vezes tratam os sherpas como inferiores e ignorantes, coisa que obviamente não são.   O Nepal conta com aproximadamente 50 diferentes grupos étnicos.    Há grupos de sherpas que migraram para a Índia há muito tempo.

         A concentração maior do povo sherpa é em Khumbu.   Não há estradas de acesso a esse local que é bem acidentado.    A criação de iaques tem sido importante fonte de renda e subsistência dos sherpas locais.

         Na região dos sherpas, eles sempre viveram adaptados a altitudes entre 2.700 e 4.200 metros acima do nível do mar.   Isto dá a eles um perfil ótimo para ajudar nas escaladas das montanhas desafiadoras.

         Na atualidade, os sherpas tem sido requisitados para expedições num fluxo anual de 15.000 pessoas visitando a região.    Nessa lida, 53 sherpas já morreram ao longo de escaladas no Everest desde 1922 até 1996 (ano que Jon fez a escalada).

         Os sherpas disputam as 12 a 18 vagas em cada expedição.   Em uma expedição (duração ao redor de dois meses) os sherpas experientes ganham entre 1.400 e 2.500 dolares americanos.     É uma pequena fortuna num país onde o povo vive na miséria e a renda per capita é de 160 dolares por ano.

         O dilema: turismo crescente, concentração humana de apoio e a degradação de floresta para obter lenha.    Jovens locais já vão abandonando os trajes típicos da cultura deles e vão adotando hábitos ocidentais.   Inclusive hábito de assistir filmes do ocidente.

         O turismo trouxe infraestrutura que inclui pontes, energia elétrica, escolas e serviço médico.  Nesse aspecto, melhoraram as condições de vida do povo local.

         Na rota  para chegar ao Everest, Jon passou no Tengboche, o maior mosteiro budista  do Khumbu.     A língua sherpa é falada mas não tem correspondente escrito.

                   Segue no capítulo 04/10 

sábado, 25 de dezembro de 2021

CAP. 02/10 - fichamento - livro - NO AR RAREFEITO - (escalando o Everest em 1996) - Autor: JON KRAKAUER (que participou da expedição)

 CAP. 02/10

     Em casos dos pioneiros quando nem sempre se usava todo equipamento, poderia ocorrer a nifablepsia ou cegueira temporária pelo olhar na neve branca e sua reflexão.

         Em 1953 (29-05-1953) o neozelandês Hillary em conjunto com o sherpa Tenzing foram os dois primeiros a escalarem o Everest.    Foi na época da coroação da Rainha Elizabeth II, esta que foi coroada dia 02-06-1953.     Como a Nova Zelândia era parte do império britânico, as comemorações se somaram nesse momento de glória para os britânicos que ainda tinham recente o impacto da Segunda Guerra Mundial que acabou em 1945.

         O pioneiro Hillary era um apicultor que também era adepto do alpinismo.

         Jon quando jovem tinha como sonho um dia escalar o Everest.   Fala um pouco de como era ser montanhista no seu tempo.   “A cultura do montanhismo era caracterizada por uma competição intensa e por um machismo indisfarçável...”.     “... a grande preocupação da maioria dos seus integrantes era impressionar uns aos outros”.

         ....” o prestígio vinha de se atacar a mais  impiedosa das rotas com o mínimo de equipamentos...”    O mais celebrado era o “solista livre” – os que subiam sozinhos, sem cordas nem ferramentas.

         O alpinista Bass foi o primeiro a conseguir escalar os “Sete Cumes” pelo mundo e virou celebridade mundial.   Os sete cumes:

         Everest com 8.848 m.

         Aconcágua (América do Sul) com 6.959 m

         McKinley ou Denale – América do Norte – 6.l93 m

         Kilimanjaro – África – com 5.894 m.

         Elbrus – Europa – com 5.641 m

         Maciço Vison – Antártida – 4.897 m.

         Koschiusko na Austrália – 2.175 m

         Em 1996 (ano em que Jon escalou o Everest) havia na ocasião 30 expedições na encosta do Everest.   Muitas destas com fins comerciais.

         O governo do Nepal cobra uma taxa de cada expedição e uma taxa suplementar por pessoa quando a expedição tem mais de nove integrantes.

         Expedição visa chegar ao topo mas nem todas chegam lá.    Comumente os alpinistas americanos processam os guias pelo insucesso, mas os guias destacam que há incerteza no empreendimento.

         Comumente alguém dispende de recursos financeiros e dois meses para participar de uma expedição ao Everest.

         A revista Outside pagou a taxa de 65.000 dolares para Jon ir numa expedição de elite com mais chance dele chegar no topo da montanha.   Ele já há quinze anos escrevia artigos para a citada revista.

         Na escalada do Everest ele já estava com 41 de idade, o que já era uma idade acima do ideal para esse tipo de façanha.   Nesse tempo ele estava casado e “vivendo acima da linha de pobreza” como disse.

         Nas escaladas dele no passado não tinha chegado além de 5.240 m que é abaixo da altura do acampamento base do Everest.

         Até 1996 já eram 130 alpinistas mortos ao tentar escalar o Everest desde 1921.   Proporção de uma morte para cada quatro que conseguiam chegar ao topo.    “Mas descobri que os sonhos de infância custam a morrer”.

         Capítulo 3 – Sobre o Norte da Índia   - 29-03-1996.   9.144 m. (no voo)

         No sobrevoo à região Jon foi colado à janela olhando os picos da Cordilheira do Himalaia.   Chegou a avistar o Everest.

         Imaginou que seu voo estaria por rotina numa altitude não muito acima da altura do Everest.    O pouso do seu voo em um Airbus 300 foi no aeroporto de Katmandu no Nepal.

         Em Katmandu, ruas cheias de riquixás puxados por bicicletas, principalmente carregando turistas.   (eu, leitor, andei de riquixá na Índia num dos dez dias de passeio por lá antes da pandemia).

         Nas paredes do hotel Garuda, fotos e assinaturas de famosos alpinistas que por lá passaram ao longo dos tempos.

         Viu a lista fixada no Hotel com a chamada Trilogia do Himalaia – os três mais famosos:   Everest, K2 e o Lhotse.   Pela ordem de altura, a primeira, a segunda e a quarta mais altas do mundo.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

CAP. 01/10 - fichamento - livro - NO AR RAREFEITO - escalada do Pico Everest em 1998 - Autor: Jon Krakauer (na expedição).

 Cap. 01/10                             novembro de 2021 - leitura

 

         Há na minha biblioteca um livro ganho por uma das filhas há tempos e folheando, descobri que tratava de um jornalista escritor americano narrando aventura nas montanhas com base na realidade.

         O livro anterior a este, do mesmo autor, se chama Na Natureza Selvagem, que li, fiz fichamento e publiquei no Facebook e no blog amador.     Agora, depois de ler outros livros, passei a ler este que comprei recentemente, também baseado na realidade.

         Vamos ao conteúdo resumido:    Este livro em sua edição original foi lançado em 1997 com o nome Into Thin Air.

         Na introdução, cita José Ortega Y Gasset:   “ Os homens encenam tragédias porque não acreditam na realidade da tragédia que de fato está se desenrolando no mundo civilizado”.

         Cume do pico Everest – fica a 8.848 m acima do nível do mar.   O autor trabalhou em 1996 para a Revista Outside.  Em março de 1996 ele foi enviado ao Nepal para participar de uma escalada guiada ao Pico Everest e escrever sobre a expedição.   A expedição da qual participou contava com um guia e oito clientes, fora o pessoal de apoio.    No dia 10-05-1996 eles, a duras penas, chegaram ao topo do Everest, “O topo do Mundo”.

         Entre os cinco clientes da expedição de oito, cinco morreram após atingirem o topo da montanha em decorrência de uma tempestade.

         A expedição deixou o autor muito abalado e foi difícil escrever sobre a mesma.

         ...” as lembranças dos sobreviventes estavam muito distorcidas pela exaustão, falta de oxigênio e choque”.

         “A escalada do Everest abalou até o âmago da minha vida”.   Só o artigo para a Revista não foi suficiente para ter o espaço a tudo que tinha a dizer e então veio o livro, após a publicação do artigo.

         ...”Havia muitas e ótimas razões para não ir, mas tentar escalar o Everest é um ato intrinsecamente irracional – um triunfo do desejo sobre a sensatez”.

         ...” acompanhei de perto a morte de pessoas boas...”

         Cita da sua expedição, Macgillivray Freeman dentre outros, David Breashears, americano e diretor do filme “Índia” e Jamling Norgay, estrela do mesmo filme.

         Chegaram ao cume do Everest no dia 10 de maio de 1996.    O pico fica na cordilheira do Himalaia, na divisa da China com o Nepal.

         Vindos de uma longa escalada, no ataque final ao topo, ficaram 57 horas sem dormir.   “Ar rarefeito, pouco oxigênio.   A mente da pessoa fica bem confusa.

         No topo – “tirei quatro fotos rápidas dos dois fazendo pose no topo, em seguida virei as costas e comecei a descer”.   “Tudo somado, eu passara menos de cinco minutos no teto do mundo”.    Na descida o tempo ficou ruim.   Houve vários mortos.  Um dos colegas de expedição dele teve gangrena e teve que amputar uma mão.

         O risco enorme e há turista que paga até 65.000 dolares (em 1996) para fazer a escalada.  (sem garantia de que chegarão ao topo).

         Jon ao descer, percebeu que tinha pouco oxigênio no cilindro.   Jon é de Seattle nos USA.

         Capítulo 2 – Dehra Dun, Índia.  Ano de 1852 – altitude 680 metros.

         O nome Everest foi dado em homenagem ao topógrafo George Everest.   Contrariaram uma norma não escrita da topografia segundo a qual se um local já tem um nome, que não se mude esse nome.    Tradicionalmente os tibetanos chamavam o monte (Everest) de Chomolungma ou “Deusa do Mundo”.

         Os desafios aos seres humanos pelo mundo.   O Polo Norte foi atingido em 1909 por um americano.   Em 1911 noruegueses chegaram ao Polo Sul.   Faltava chegar ao pico mais alto do mundo.

 

         Continua no capítulo 02/10

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

CAP. 35/35 (FINAL) - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - História de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Ed. Voo - ano 2020

CAP.35/35 – FINAL

 

         Fala  de Ricardo Guimarães – Presidente da Thymus Upframing Consultoria

         Diz que tem vigorado o modelo antropocêntrico que é o de domínio e arrogância  (o humano como centro de tudo na terra).     Tende a dar lugar ao modelo biocêntrico, da parceria e humildade.    A tese é:    “Se os humanos abandonarem o modelo de domínio da natureza e se reconhecerem como parte dela, a natureza cuidará de nós e nosso futuro estará garantido”.

         Ele encerra a fala com os dizeres:   “Encerro com um pensamento em que você pode entender Deus como quiser, inclusive como natureza:   trabalhe como se tudo dependesse de você e confie como se tudo dependesse de Deus”.

         O autor deste livro trabalhou no Banco Real no passado.   Declara:   “Nos anos de banco, curiosamente, aprendi sobre valores, crenças e princípios”.

“Estas páginas são o resultado de uma busca por valores éticos e ética nos negócios”.   Ele tem uma empresa que é a ProfilePR.

         Cita as sócias da Editora Voo que publicou seu livro:  Claudia Kubrusly, Joana Mello e Priscila Seixas.

         Ele quando menino morava em Cachoeira do Sul – RS.  Jornalista, filho e neto de jornalista.    A avó dele morreu aos 93 anos de idade em 2019.   Ela cuidava dos livros da biblioteca da cidade e contava muitas histórias para crianças.

         Quando ele tinha 16 anos, o pai dele teve uma conversa com ele.   Estimulou ele a ler desde já, pois mais tarde se casaria, iria trabalhar e teria menos tempo para leituras.    Assim ele fez.

         Ele tem dois filhos do primeiro relacionamento e uma filha do segundo relacionamento.

         Parte da renda dos livros editados pela Editora Voo é carreada para Ong que apoia a leitura de menores infratores que estão em regime interno.

         www.editoravoo.com.br               fim da leitura dia 27-11-2021


  (Se gostou das postagens e quiser deixar algum recado, pode ser aqui ou no Facebook onde também posto os capítulos misturados com outras matérias - Feliz Natal a todos s um Ano Novo profícuo)     Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida - Curitiba - PR.       dezembro 2021 

CAP. 34/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo. Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - Ano 2020

 CAP. 34/35

          Continuação das falas do Humano de Negócios Charles Eisenstein

 

         O ambiente geral é de polarização nestes tempos.   Eisenstein aposta na contracultura generosa, com uma boa dose de empatia, para acalmar a disputa e resgatar a convivência.    “A empatia gera a criatividade e dá origem a uma comunicação hábil”.    “Eu posso usar o humor ou apreciação ou contar verdades duras com amor”.   “Não é fácil o tempo todo”.

         “Quando as pessoas sentem que você não está atacando, que você não está julgando, elas se tornam mais abertas a ouvir.  E uma maneira de atacar o julgamento é tentar sobrecarregar alguém com força intelectual.   Tentamos destruir a sua existência com mais evidência, mais lógica, que muitas vezes só acionam no outro, mecanismos de defesa”.

         “O que faz as pessoas se sentirem conectadas é quando elas experimentam generosidade ou testemunhar generosidade, porque na economia normal todo mundo está preocupado apenas consigo”.

         “Todo mundo está tentando conseguir o melhor negócio”.

         ...”quando alguém é generoso com você, isso lhe dá um ponto de vista que não se encaixa neste mundo”.    ...”quando você experimenta a generosidade ou mesmo vê alguém sendo generoso, você se sente mais à vontade, mais seguro”.   E sente vontade de ser também mais generoso.

        

         Bate papo com Charles Eisenstein

         Propósito numa empresa.      Geralmente na missão das empresas tem enunciados que vão além de falar em busca do lucro em si.   Mas no dia-a-dia, a missão é meio que deixada de lado.

         Por que as pessoas buscam uma riqueza que objetivamente nem precisam?

         “Acho que estamos todos muito pobres.    Fomos privados de coisas que tornam a vida rica, por exemplo, conexões íntimas com a comunidade e com a natureza, um sentimento de pertencer ao mundo”.

         “No Brasil, notei como todas as casas ricas tem portões de arame farpado e sistemas de segurança ao seu redor”.   Isso não é riqueza.   Riqueza é você se sentir seguro.    E, ironicamente, em algumas favelas, as pessoas tem mais riqueza.   As crianças corriam por toda parte – seu território em toda a favela.

         “Consumismo e posses são uma tentativa de compensar as conexões que perdemos”. É por isso que quando alguém vive uma forte experiência religiosa ou espiritual, geralmente abandona sua ambição simplesmente por redescobrir essa conexão que foi perdida.    Aí já não é necessário compensar mais”.

         “No futuro, teremos incentivos, vai custar muito caro poluir e quem hoje polui menos vai ter muita vantagem, por exemplo.

         Isso ainda não aconteceu, mas, se existe um futuro, terá que ser assim.   A alternativa a isso é um planeta morto.

 

NOTA – este foi o depoimento do último Humano de Negócios a participar deste livro que tem suas 420 páginas de puro conteúdo ao meu ver.    Seguirá o capítulo final com mais uns comentários de um colaborador e o desfecho do autor.         (o próximo livro dos fichamentos será sobre a escalada do pico Everest – livro No Ar Rarefeito – autor – montanhista, jornalista e escritor Jon Krakauer).

domingo, 19 de dezembro de 2021

CAP. 33/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - Ano 2020

 33/35

          Outro dos Humanos de Negócios:   Charles Eisenstein

         Licença para amar

 

         Publicou em 2016 no SESC Vila Mariana em São Paulo um livro:  “O mundo mais bonito que nossos corações sabem ser possível”

         Ele nasceu em 1967 nos USA.  Formado em matemática e filosofia em Yale – USA.   Quando criança, sofreu bullying na escola e começou cedo a buscar propósito de vida e o propósito do ser humano.

         Um dos livros que ele leu no passado e mexeu com ele:   “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson  (é um clássico dos ecologistas).

         No tempo usual, ao invés de buscar estágios, se mandou para Taiwan e lá se dedicou a traduções.   Leu muito por lá, inclusive sobre as tradições espirituais orientais.

         “Aos poucos entende que a humanidade embarcou num caminho de separação.” Separação da natureza; separação um do outro; separação da verdade.    Gera crise na humanidade.   Crise de finanças, econômicas, médicas, educacionais, ecológicas...

         Ele acredita que é como um parto.   “que vai nos levar para fora deste mundo de separação e nos empurra a uma nova história de reunião e encontro”.

         Uma das separações – os ricos cada vez mais ricos.   Segundo a Ong Oxfam, em 2018, 26 bilionários concentravam a riqueza de 3,8 bilhões de pessoas mais pobres no mundo da base da pirâmide social.

         ...”o modelo atual não é benéfico”.

         “Não podemos ter crescimento infinito num planeta finito”.

         “Um dia nosso sistema vai simplesmente parar de funcionar”.   “O problema é que somos inteligentes, criativos e produtivos.   O problema é que fizemos isso violando as leis da natureza.   Nós fizemos isso de uma forma que não é ecológica, mas certamente é possível administrar uma sociedade ecologicamente”.

         “Se tem um conselho que ele dá é não desistir dos questionamentos internos”.   Foi aos 36 de idade que as coisas começaram a clarear para ele”.

         Seu primeiro livro:  “A ascensão da humanidade”.   The Ascent of Humanity.

         “Hoje noto que não estou tão fora do mainstream como eu costumava estar, porque eu acho que o mainstream está mudando”.

         Para ele o mundo já está em transição...   ... governanças colaborativas...   “Precisamos de pessoas que façam coisas alternativas e holísticas, que pareçam completamente loucas a partir da lógica do sistema”.     (Os produtores de agricultura orgânica... poderiam ser um exemplo, penso como leitor)

         Ele já lançou cinco livros, tem canal no YouTube e usa Twitter.   “Nada cobra pelo compartilhamento de ideias”.

         “Quando resolvemos decidir com base no coração e não no bolso, começamos a construir algo do qual nos orgulhamos”.       ...teremos a quebra de paradigma...    ...”já que o sistema atual promove mais a escassez, a alienação e a competição”.

         O rolo compressor de hoje em dia no mundo corporativo:  “metas perseguidas a todo custo.   Se for necessário subir a voz em uma discussão, pagar uma propina ou demitir em massa em nome da produtividade, tudo bem, afinal do objetivo é entregar valor ao acionista – aquele que ninguém conhece ou em sabe quem é”.     ... “nós transformamos a natureza em produto e os relacionamentos em serviços”.

         Ele se intitula um teórico do decrescimento que fomenta uma economia movida por uma força intrínseca (como a paixão e a generosidade) e não extrínseca (como o dinheiro e o lucro).

         ...”capitalismo consciente: estar a serviço”.

 

         Continua no próximo capítulo

 

 

 

CAP. 32/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - ano 2020

 CAP. 32/35

          Outro Humano de Negócios -  PEDRO FRIEDRICH

         Sempre em marcha

 

         Ele é argentino.   O episódio dele há tempos, quando tinha 25 de idade, ao tentar escalar com um amigo o pico perto da divisa Argentina e Chile.   Já tinha anos e anos de experiência em escaladas.   Passou apuro no Pico Fitz Roy.    O desafio não é da altura (3.359 m) mas os paredões quase verticais e bem escorregadios.   Isto além de neve e muitos ventos.

         No caso do acidente na escalada desse pico ele já era pai de cinco filhos.

         Pedro tem graduação de Engenheiro Agrônomo   (como eu, leitor).   Ele comandou a  Metalúrgica Tonka.   A empresa tem 48 anos e a cultura de não demitir empregados por falta de trabalho.    Isso gera nos empregados uma motivação extra.   Isso na Argentina que, semelhante ao que ocorre no Brasil, enfrenta ao longo do tempo, altos e baixos na economia e na política.

         O foco da Tonka é gerar produtos para adequar a combustão a gás.  A Argentina tem em sua matriz energética, aproximadamente a metade representada por energia vinda da queima de gas de origem fóssil.

         Daí ele faz a pergunta:   Como fica o planeta?  

         Resolveram criar um setor voltado a produtos com base em energias renováveis.

         Em 2014 a Tonka foi uma das primeiras da Argentina a se certificar como empresa B, isto é, com um modelo de negócio que gera valor para todos os públicos de maneira intencional e não apenas para os acionistas.

         A empresa adotou para si a sustentabilidade profunda com cinco pilares:

1 – eliminar o desperdício (reduzir no que puder o lixo)

2 – aumentar o uso da energia limpa dentro de casa

3 – neutralizar a pegada ambiental.  (compensar o que tira do ambiente)

4 – contribuir para a felicidade dos empregados

5 – agir com propósito

         Pedro passou também a  investir numa plataforma (via internet) de turismo, a Pueblos Originales, experiências turísticas de cunho social.

         O autor cita o Banco de Bosques, onde ativistas ambientais arrecadam fundos, compram áreas de florestas particulares e transformam em Parques Nacionais.   Florestas para preservação do ecossistema.   Dessa forma que nasceu o Parque Nacional Impenetrable que conta com 128.000 hectares (cada 1 há tem 10.000 m2).

         Cita o IBERÁ, iniciativa de regenerar áreas e reintroduzir flora e fauna originais daquele ecossistema.   No caso inclui onças.  O IBERÁ tem atualmente mais de 1 milhão de hectares.

         Em relação aos problemas grandes...   “dar um passo”.   “Aprendemos que nunca devemos desistir”.

 

         Bate papo com Pedro Friedrich

         “... muito mais tem que ser feito.  E é por isso que nós ainda procuramos o que falta para sermos mais felizes com nós mesmos e criar um modelo de alto impacto positivo para o planeta”.

         Reduzir o lixo no que puder.  Reciclar o máximo que puder e ajudar as pessoas que são catadores de recicláveis, geralmente pessoas carentes.

         Sobre mensurar o grau de felicidade, eles trouxeram o sistema em uso no Butão (pequeno país asiático) e implantaram junto ao seu público.

         No diagnóstico constataram que algumas pessoas declararam que em algum apuro, não tinham a quem recorrer.   Articulando entre si, cada um escolheu seu par e por anotação do telefone entre si, ficaram em acordo para socorro mútuo em eventual necessidade.

         As ameaças da ação humana afetarem o clima são reais e o IPCC vem mostrando isso.   Temos que fazer alguma coisa para proteger o planeta.    “Mas o bem cresce exponencialmente e o mal está desacelerando, dando-nos uma chance real”.

         Ele vê os jovens cada vez mais se engajando em Ongs e ações para proteger o planeta.   Também tem havido novas tecnologias que são mais ecológicas.    “... nós precisamos ter consciência disso e garantir que os nossos filhos saibam”.

 

         Final deste caso.    Há outros...