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sexta-feira, 22 de julho de 2022

CAP. 16/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO

CAP. 16/22

 

.......     Bibi tornou-se membro do Partido do Congresso e participa de suas ações.   Defender o povo indiano.  Faz as perguntas:   “Como ser indianos britânicos sem ter os mesmos direitos que os ingleses?”

         Como viver a vida toda entre o luxo e a miséria?

         Dalima, a babá do filho de Anita sumiu quando ela estava em viagem.  Ninguém soube explicar.   Anita convidou Bibi para irem ao povoado onde Dalima morava.   Recebidas pela sogra da babá que diz.   O marido de Dalima morreu e ela foi incendiada.   Restos de cinza de um incêndio no quarto dela.  E uma criança dela com a sogra.  Bibi explica que há um costume de muitos na Índia, quando o marido morre e é cremado, a mulher se juntar a ele e morre queimada.   Ideia de união para sempre e outra versão de um “empurrão” por pressão da família para que a viúva não herde os bens do casal.

         O sati é o caso da mulher se atirar no fogo e morrer no ato da cremação do marido.    Dalima não morreu das queimaduras e Anita e Bibi mudaram ela de um hospital precário para um mais adequado ao tratamento.   Ela sofreu queimadura em sessenta por cento do corpo.

         O problema no caso foi que a família dela, muito pobre, não conseguia pagar o dote combinado no casamento dela.  Em represália, incendiaram a casa com ela dentro.

         Anita queria levar o caso à justiça mas isso causaria um reboliço no reinado do marajá marido dela.    Este deu ordem a ela para cuidar de Dalima e não mexer com a justiça para não terem dor de cabeça.

         Anita, sem consentimento do marido, pede ao chefe da guarda e dois soldados para irem buscar a filha de Dalima para ficar com a mãe.  A família fica achando que iria presa e devolve a criança.   Assim a enferma Dalima, ainda hospitalizada, consegue receber a visita da filha pequena, o que era um sonho dela.

         Anita é diagnosticada com um cisto no ovário e suas relações sexuais passam a ser de muita dor.   Tenta esconder o problema.  O marajá um dia deixa de procura-la e lhe explica.   O médico dela tinha dito que o ideal era ela não ter relação sexual por uns tempos em função da dor.   Assim ela ficou livre do sofrimento.

         (dados levantados sobre a região que fica perto da Cordilheira do Himalaia).    Kapurthala fica num lugar baixo e quente.  Apenas 225 metros acima do nível do mar.   Temperatura em julho-22, 32 graus.  Já a cidade de Mussoorie, estância na montanha, fica a 2.005 metros e nesta época, 19 graus de temperatura.    Lugar dos nobres se refugiarem na época de mais calor.

         O marajá de Kapurthala mantem o Castelo Kapurthala em Mussoorie.

Desse local se avista vários picos do Himalaia cobertos de neve eterna nas partes mais altas.

         Naquela cidade de lazer dos nobres, costumam fazer festas à fantasia e nestas rola muita coisa entre eles.   Nesse verão o marajá arranjou lá uma amante com a qual ficou por longo tempo se relacionando às escondidas.   “Desde então, foram amantes por muitos verões”.

         O filho de Anita está com cinco anos.      O marajá avisou que neste ano preferiria que ela não fosse à cerimônia da puja, rito da família dele.

         Ela ficou de escanteio.  Ficou mais deprimida ainda.

         Anita se encoraja de organizar os detalhes para o casamento de outro filho do marajá.   “Ela vive em uma espécie de limbo social”.

         Vão a uma festa no reino mais rico da Índia, Hyderabad.  O marajá local que ela já conhecia e era encantado por Anita, a encheu de presentes e a colocou ao seu lado direito na mesa de honra.   A autoestima dela foi para o alto.   Ela conseguiu despertar ciúme no marido, ganhou joias que a tornou rica e sua autoestima em alta.

         O marajá rico mandou um telegrama ao marido de Anita, depois de uns tempos, mostrando interesse em visita-los, mas o marido de Anita respondeu que estariam viajando e que não era possível recebe-lo.   Assim ficaram daí em diante de relações cortadas os dois marajás.

         Em 1914 a Inglaterra, aliada à França e Russia, entraram em guerra contra a Alemanha.   Isso uniu muito o povo indiano em apoio ao império britânico, como nunca antes.    O marajá de Kapurthala é o primeiro a oferecer um regimento de 1.600 combatentes e um donativo de 100.000 libras para a Inglaterra no esforço de guerra.    “Em apenas dois meses, a Índia consegue por um milhão de soltados em prontidão para a guerra”.

         Uma parte bem menor que isso realmente foi à Europa para os combates que duraram de 1914 a 1918 (Primeira Guerra Mundial).

 

                   Continua no capítulo 17/22 

segunda-feira, 18 de julho de 2022

CAP. 15/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO

 CAP. 15/22                     leitura em maio/junho de 2022

 

...  “Comunicamos meu sogro de que a partir de então nos negávamos a nos relacionar com Anita e que não estaríamos presentes aos eventos e recepções que soubéssemos que ela estaria”.

         O rajá tomou isso como injusto porque se afastou das outras esposas mas não as abandonou em termos de amparo, até por conta da tradição.

         Achou que nisso tinha a influência da nora Brinda, mais que de seu filho herdeiro do trono.     Princesas siques (religião) geralmente por origem nobre se sentem superiores às demais pessoas, se achando com dons divinos, desprezando inclusive preceito dos siques que prega igualdade entre as pessoas.

         Nova Delhi em 1908 tinha 250.000 habitantes.  (hoje em dia tem ao redor de 20 milhões).   Em 1911 houve o Durbar, evento com a presença do Rei da Inglaterra Jorge V e a Rainha Maria.   O evento ocorreu no dia 12-12-1911 e reuniu na capital Nova Delhi um milhão de pessoas entre reis, príncipes e o povo e geral.  Muito ouro, joias e ostentação.

         Na cerimônia, cada rajá, segundo a ordem de importância, sobe a escada até o trono do rei e trocam presentes.

         Os principais rajás são os de Hyderabad, Caxemira, Mysore,  Gwalior e Baroda.    Todos com direito ao máximo de tiros de canhão (21 tiros) de festim para comemorar.   O rajá de Kapurthala tem direito a 13 tiros.   Os de menor importância tem direito no mínimo a nove tiros.

         Única mulher, no comando de Bhopal, do pequeno estado muçulmano no centro da Índia, presente.    O cargo dela se chama begum.   Ela era justa e progressista e transformou Bhopal num dos estados mais avançados da Índia.

         O rajá de Kapurthala ficou de escanteio nesse evento por conta do seu casamento com Anita, o que contrariava as normas dos ingleses.

         Anita foi convidada para se colocar na comitiva do marajá da Caxemira e assim ela ficou mais em destaque no evento do que se representasse sua Kapurthala.

         No evento, a novidade do Império:   A mudança da capital da Índia que era Calcutá, para Nova Delhi.   “Voltará a ser como nos tempos dos grandes imperadores mongóis”.

         No preparo da nova capital, os ingleses contratam arquiteto renomado para, ao lado da histórica Delhi, construírem a Nova Delhi.

         Nessa viagem do rei Jorge V à Índia ele inclusive vai participar de uma caça.  Abate tigres, ursos e dezoito rinocerontes.

         “Hoje (1911) para os jovens aristocratas, matar o primeiro tigre constitui um rito de iniciação à vida adulta”.

         Anita gostou das caçadas pela vida simples nos acampamentos e o maior equilíbrio entre as pessoas independente da posição social.

         Após o grande Durbar com a presença do rei, o povo de Kapurthala passa a chamar o rajá de marajá.   Seria algo como um grande rajá.

         Anita tem correspondência com seu professor de declamação em Málaga (na Espanha).    Assina seu nome de casada como Prem Kaur de Kapurthala.   Recebe más notícias da família.   Sua irmã tem dois filhos e o marido é um mulherengo.

         Além do mais, ela ficou sabendo que o Bispo de Málaga não deixou colocar o manto que ela doou à Virgem da Vitória (era promessa dela à Virgem por ter corrido bem o parto difícil que teve).   O Bispo alegou que o manto pode ter sido antes usado em algum rito impuro e mundano e manda jogarem a peça ricamente decorada com pedraria, ao mar.     Alguém guardou o manto na igreja e Anita ficou sabendo de tudo e ficou muito injuriada.

         “Mas apesar de tudo, são tempos felizes”.    ....”tem o apoio e o amor do marido”.

         ....   A receita exótica do camelo assado.  Ela pediu a um Chef a receita de um prato que a agradou muito num castelo.   Este repassou:    “Prepare um camelo inteiro, sem pele e limpo; coloque uma cabra dentro; dentro da cabra, um peru e dentro do peru, um frango.  Recheie o frango com um faisão e dentro deste, coloque uma codorna e finalmente, um pardal.   Depois tempere bem, ponha o camelo em um buraco no chão e asse”.

.......     Bibi tornou-se membro do Partido do Congresso e participa de suas ações.   Defender o povo indiano.  Faz as perguntas:   “Como ser indianos britânicos sem ter os mesmos direitos que os ingleses?”

 

         Continua no capítulo 16/22

sábado, 2 de julho de 2022

CAP. 14/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

CAP. 14/22

        

         Água mineral e bebidas alcoólicas vindas da Europa em grande quantidade para os festejos do casamento do filho do rajá.

         Paco, o experiente cozinheiro assessorando Anita inclusive no Cerimonial.   Indica para ela ir a Calcutá (que já foi capital da Índia) em busca de ingredientes.

         Em 1911 Calcutá ainda era a capital da Índia colonial sob comando britânico.    Estava próxima a mudança da capital para Delhi.   “A vida em Calcutá é a mais parecida à de Londres sem estar na Inglaterra”.

         Todos os preparos do casamento e vem a notícia de que a noiva Brinda não embarcou no navio previsto para traze-la à Índia.

         A noiva e seu namorado na Europa.  Ela indiana e ele europeu católico.   Brinda tentando terminar o namoro com o jovem militar.   – Você esquece a diferença que há entre nós.  Ele: - Não existem diferenças entre duas pessoas que se amam.

         - Sua família é católica e eu sou hindu.   Ela para si:   “Como deixa-lo se o amo tanto”.  Se referindo ao namorado militar europeu.

         Ela ficou agitada e nem comia direito.   Acabou ficando doente.

         Brinda tem apenas dezesseis anos.    A governanta de Anita tentando convencer Brinda.   “Não poderão ser felizes se causarem infelicidade a seu redor”.

         Brinda acaba embarcando no navio rumo à Índia e decide pelo casamento com o filho do rajá.  (cujo rajá pagou seus estudos na Europa)

         A noiva sendo preparada pelas esposas do rajá, incluindo no preparo, relembrar os costumes do seu povo.   A noiva, atarefada diz:  “Estive tão ocupada que consegui me manter em um estado nem feliz nem infeliz.”

         Até o governador britânico do Punjab e esposa estiveram presentes no casamento.   Jantar para oitocentos comensais e servido no parque do palácio.

         Houve as treze salvas de canhão para celebrar o evento.

         Para o casamento fizeram primeiro uma festa ocidental com menos convidados e depois uma festa Oriental para muitos convidados, mais de dois mil.

         A noiva, segundo a tradição, vem sobre um elefante, trancada num pequeno compartimento.   Não pode ser mostrada antes do rito do casamento.

         Evento de destaque histórico na Índia de 1911 foi a visita do Rei Jorge V e a rainha Maria.   Para o evento  (nada a ver com o casamento do filho do rajá), foi construído um Portal no porto em Bombaim e o portal foi batizado de Porta da Índia.   (local que visitei em 2019 quando cheguei na Índia por Bombaim, hoje, Mombai).

         Os reis lá chegaram dia 02-12-1911.   Na época da visita do rei, o príncipe mais rico da Índia era o Nizan de Hyderabad.

         O filho do rajá que se casou com Brinda tem um apelido de Karan.   Após o casamento ele e esposa voltaram à Inglaterra para ele continuar os estudos de Engenharia Agronômica.

         Nome do filho de Anita com o rajá:  Agit.

         O ambiente no palácio vai ficando cada vez pior para Anita.  Ela passa a ter insônia.

         O filho do rajá com a primeira esposa vem um dia cobrar do pai o que manda a tradição.   Que o pai passe a respeitar sua primeira esposa e siga os costumes do seu povo.   Isso irritou muito o rajá.

         O filho e herdeiro do trono, após casado, resolveu enfrentar o pai pelo tratamento dado por ele à sua mãe, a primeira esposa do rajá.

         Brinda, nora do rajá, depois disso tudo, também adere ao apoio à primeira esposa do rajá e decide.   Ela e família...  “Comunicamos meu sogro de que a partir de então nos negávamos a nos relacionar com Anita e que não estaríamos presentes aos eventos e recepções que soubéssemos que ela estaria”.

         O rajá tomou isso como injusto porque se afastou das outras esposas mas não as abandonou em termos de amparo, até por conta da tradição.

        

         Continua no capítulo 15/22

sexta-feira, 1 de julho de 2022

CAP. 13/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 13/22

 

         Os franceses no tempo colonial quando teve o Camboja como um dos seus domínios na Ásia, chegou a desmontar templos históricos e reconstruí-los em Paris.    O autor aqui cita templos famosos descobertos como o Templo de Angkor no Camboja.

         O rajá acredita, depois de rodar pelo mundo, que seria possível maior entendimento entre o Oriente e o Ocidente.

         Viagem do casal para a Espanha.   Lola odeia a Índia e está encantada com o retorno sonhado à Espanha.

         Anita conseguiu incluir a babá Dalima na comitiva de 35 pessoas que irá à Espanha.

         Anita em Bombaim onde tomará o navio para a Europa.   Já está mais entrosada com esta cidade da Índia.   Cidade grande.

         Bombaim  (hoje, Mumbai) é a verdadeira porta de entrada da Índia, a apenas vinte dias de navegação da Europa.    Desembarcam no porto de Marselha na França.    Muitos repórteres querendo entrevista-la.     A família de Anita tinha viajado da Espanha até Paris para lá se encontrarem.

         Em Paris, são presença em jantares badalados, inclusive com presença de escritores como Marcel Proust, Émile Zola e Paul Bourget.

         O rajá tem já acertado o casamento do seu filho Paramjit, o herdeiro de Kapurthala, com a princesa Brinda “que agora termina os estudos em Paris”.

         Fazem compras na loja Cartier e relógio da moda para seu filho, o modelo Santos Dumont, assim chamado em homenagem ao aviador brasileiro.   O rajá conheceu Santos Dumont na viagem anterior a Paris.

         Quer a festa de casamento do filho em alto estilo e na ocasião inaugurará o castelo novo que construiu para morar com Anita.

         Sobre a noiva Brinda...   “As indianas estão acostumadas desde a infância a seguir o caminho determinado por seus pais sem opor-se a isso, nem questioná-los.”

         Brinda no tempo de estudo em Paris se apaixonou por um oficial do exército francês.   Ela está dividida entre retornar à Índia contrariada e a insegurança de partir para seu amor com o jovem francês.

         A avó ficou apavorada quando soube do batizado do netinho e que para ela não valia por não ser no rito cristão.   Numa escapada, ela levou o netinho para a Catedral de Notre Dame em Paris e batizou o netinho de forma meio improvisada, mas do gosto dela.

         A avó deu ao neto o nome de Angel.

         Anita entrega à mãe o manto que mandou fazer para nossa senhora da Vitória, padroeira de Málaga, por sua promessa no parto difícil que teve.

         A mãe conta a Anita que o pintor Anselmo, por quem ela foi apaixonada, se casou.

         Quarta Parte

         A roda do karma gira para todos.

         Jardim do palácio do rajá cuidado por quinhentos jardineiros.   Do reino do rajá se avista a Cordilheira do Himalaia em cujos picos mais elevados tem gelo eterno.

         O rajá sobre seu novo palácio:   “Consegui transplantar um pedaço da França para os pés do Himalaia”.

         O luxuoso castelo mais perto da cidade e mais longe do seu povo.

         O castelo foi feito em nove anos por seiscentos trabalhadores.   A quase totalidade dos 108 quartos com banheiro do castelo levam nomes de cidades da França.

         Anita já no novo palácio, fica sem a companhia da governanta e da criada Lola.

         O rajá quis fazer a zanana (onde ficam as outras esposas e concubinas) para o novo palácio.   Sua primeira esposa negou com base na tradição.

         ...”cada um tem o seu lugar.  – Nosso mundo afundará se as tradições não forem mantidas” – diz a sua primeira esposa.

         Para mais afrontar as outras esposas, o rajá determina que Anita vai organizar os detalhes do casamento do príncipe herdeiro, que é filho do rajá com a primeira esposa.    Tarefa que deveria ser, por honra, da mãe do herdeiro.

         O rajá decidiu gastar a metade da receita anual do seu estado para celebrar o casamento do filho.   Em 1911, o rajá decide que o ensino fundamental será gratuito aos meninos e meninas no seu reino.   Os muçulmanos locais ficaram em pé de guerra.  Não aceitam o estudo das meninas.

 

                            Continua no capítulo 14/22

quarta-feira, 29 de junho de 2022

CAP. 12/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 12/22

 

         O rajá vai fazer aniversário e cumprir um rito, a puja em família e desta vez pediu para Anita acompanha-lo nas orações.  Ela destaca:   - “Uma vez você me disse que preferia que eu não fosse a essa puja, lembra?”  Para não ferir a sensibilidade das ranis...  (outras esposas do rajá).    – Tem razão, mas mudei de opinião.  Quero que você vá à puja para deixar claro que não pretendo tolerar que a ignorem.   Você estará lá, na primeira fila.   Como a nova marani de Kapurthala.   Se você quiser, é claro.

         No começo do século XX um terço da Índia era governada por 562 marajás.   “Em mil anos de história, nem um único marajá foi assassinado por seus súditos”.    (muito comumente são tidos como possuidores de  poderes divinos)

         As maiores diversões dos príncipes indianos eram as mulheres, o esporte e a caça.   Um dos tipos de caçada:  A cavalo, caçar javali com lança, o que é um esporte perigoso.

         O livro Kamasutra era a base da educação sexual dos marajás.   O livro data do século IV dC.

         Em 1890 o rajá tomou posse ao completar 18 anos.  No rito, um representante inglês citou frase de um poeta do Punjab:

         “Só a memoria dos justos deixa uma doce fragrância no mundo e floresce no pó”.

         O rajá esposo de Anita foi obeso, mas aos vinte anos perdeu peso e seguiu daí em diante com peso normal.

         Anita participar da puja será um confronto com três mil anos de tradição.    Anita sempre recebendo joias do marido.   Um dia ela vê a “meia lua de esmeralda” na testa de um elefante.  Algo de enorme significado junto ao povo e à tradição local.    Ela pediu essa joia e o rajá teve que enfrentar a comoção do povo por conta desse capricho de Anita.

         Deu a joia e causou reboliço no reino.

         “Mais que um presente, foi um ato político”.

         Indianos mais conservadores, os de perto do deserto do Rajastão.   Já onde Anita mora é no vale do Kangra (um rio).    Ela, jovem, linda.

         “O contrário de uma indiana à moda antiga como Harbans Kaur, que é proibida pela lei purdah de se misturar socialmente com homens que não sejam seu esposo.”

         “A lei do purdah alude ao costume de origem muçulmana de usar o veu”.

         O nababo em outro evento comendo carne e bebendo champanhe, proibidos pela tradição do seu povo.  Anita do lado, pergunta sobre isso.  Ele brinca dizendo que usa seus poderes e batiza o que consome com nomes do que pode consumir.

         “O que significam as restrições religiosas para alguns soberanos que julgam ter origem divina?   Os ritos e as proibições são para os homens, não para os deuses”.

         O palácio do rajá de Patiala é muito maior e mais rico que o do rajá de Anita.

      Pensamento de Anita:  “Se esse mundo desmoronar, tem outro no qual se apoiar:  o de sua família e amigos na Espanha”.

         O chefe dos cozinheiros comanda uma equipe de 95 cozinheiros do palácio de Anita.  Cuidam da comida de mais de mil pessoas entre os da casa e convidados.   Os hindus (a religião predominante na Índia) são vegetarianos.

         ...”A Índia não era a América.   Vinham a um país que arrastava uma civilização de milhares de anos, fruto de uma intensa miscigenação de culturas, religiões e etnias.  Uma civilização com alto grau de refinamento e tolerante nos costumes”.

         Os europeus do passado aprenderam o uso do banho diário com os indianos.   A palavra xampu vem do idioma hindi e significa massagem.   Mesmo no fazer sexo, os europeus aprenderam muito com os indianos.

         O rito de comer com a mão.   “O arroz só com a mão direita, reservando a mão esquerda para a higiene pessoal, como os hindus e os muçulmanos”.

         O inglês costumava mascar tabaco que deixava os dentes escuros.  Os indianos usam mascar noz-de-areca que deixa a boca avermelhada.

         Cita-se o grande poeta do passado, Omar Khayyan nascido em 1.048 na Persia (atual Irã).

         Por longo tempo os britânicos não fizeram objeção aos costumes indianos e a mistura com os europeus era tolerada.   Bem mais adiante, os britânicos perceberam que surgiriam mestiços europeus indianos que poderiam ter poder para enfrentar o Império Britânico.

 

                   Continua no capítulo 13/22     

domingo, 26 de junho de 2022

CAP. 11/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 11/20

 

         O autor descreve como é o rito do batizado dos siques.   Inclui os dizeres...  “amarás o homem sem restrição de casta ou crença...”

         No período mais quente do ano, na região do Punjab onde Anita reside, na hora mais quente do dia pode a temperatura chegar aos 42 graus Celsius.

         A ama de leite do filho de Anita.   Jovem mãe indiana.  Usa o tilar, o ponto vermelho na testa.  O tilar invoca o terceiro olho, que vê para além das aparências.  O nome da ama de leite no caso é Dalima.  

         Após tempos secos e de extremo calor, as chuvas chegam e a alegria é geral.   Chuva abundante, colheitas abundantes e afasta risco de fome.

         Os filhos do rajá estudando na Inglaterra e um deles na França.  Os da Inglaterra estudaram no tempo em que também lá estudava um indiano que mais adiante entraria para a história, Jawaharlal Nehru.

         Por lá se planta bastante arroz e muitas outras culturas e dentre muitas outras, a cultura de manga que é originária do continente asiático.

         Kirpan é o tradicional punhal sique de defesa pessoal.    Anita faz amizade com Bibi, uma parente do rajá, um ano mais velha que ela.  Bibi estudou na Europa e é extrovertida.  É presbiteriana e faz algo que é totalmente reprovável na sua região: é fumante.

         A Bibi (apelido dela) fala inglês e francês fluentes.  Seus pais são pela Índia independente, ao contrário do rajá que é fiel ao império britânico.

         Bibi se torna amiga de Anita e o rajá fica contente porque assim sua esposa tende a ser mais acolhida na Índia.

         Bibi saía rotineiramente  passear a cavalo com Anita e expunha suas ideias contrárias às tradições da Índia, aí incluídos a família escolher os noivos para os filhos e tudo o mais.

         Ela também explicava a Anita como é a Índia com sua cultura e suas tradições.  Bibi levou a amiga para conhecer uma ex nobre que vive numa casa de barro com o marido ex militar britânico.  A ex nobre teve um caso com o então militar e se tornaram amantes no passado e foram descobertos.  Ela foi deserdada e teve que abandonar o palácio.

         Vive com o marido numa pequena propriedade do casal.   Ela pagou caro pela própria liberdade e escolha.

         Anita...   “Ela está pensativa, porque a história da Kaur não a deixa indiferente”.    “Ela está vendo uma mulher que pagou muito caro por sua liberdade”.

         As perguntas que passam pela cabeça de Anita.   – E se você se apaixonar por outro homem?   - Você realmente é apaixonada por seu marido?

         Anita vai com o rajá em todas as festividades e eventos sociais para os quais são convidados.

         A capital Lahore, da província do Punjab fica há três horas de carro do palácio dela.   Lahore é considerada a Paris do Oriente.

         A cidade mais aberta e tolerante da Índia, nisso supera a capital nacional Delhi.

         Exceção em Lahore é o Punjab Club, o preferido dos ingleses, onde na entrada tem o cartaz:  “Só para Europeus”.

         Em Lahore  (1908) os ingleses que comandam o Punjab são instalados num antigo castelo mongol.

         Anita e o rajá semanalmente vão à cosmopolita Lhore.  Vão ambos de Rools Royce.   Ele deixa ela com sua dama de companhia e criadas  no comércio para compras e vai tratar de assuntos dele pela cidade.

         Na audiência do rajá com o governador, este informa que Anita não tem o direito de ser chamada de Alteza fora da jurisdição do rajá.

         “O governo da Índia não reconheceu e não reconhecerá o casamento de Sua Alteza com a  senhora espanhola”.

         O rajá era simpático aos britânicos e estudou na Inglaterra, ficou ofendido com as diretrizes dos britânicos sobre sua esposa.

         “Seu papel não é lutar, mas reinar sem ter que dar explicações a ninguém”.   É o que fez a vida toda.

        

         Continua no capítulo 12/20

quinta-feira, 23 de junho de 2022

CAP. 10/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 10/20

 

         Lua de mel do rajá no estado da Caxemira.   A Caxemira era na época um estado com quatro milhões de habitantes e tão grande como a Espanha em termos de território.    Um vale verde cheio de rios e tem vista para a Cordilheira do Himalaia com sua neve eterna.

         De volta da lua de mel, ambos na rotina da casa, cada um faz suas preces, de manhã dentro da fé de cada um e se dão bem assim.

         No seu reino vários outros palácios.

         O rajá sugeriu a Anita que aprendesse o idioma urdu para ela se comunicar mais com as pessoas.

         Incenso para afugentar insetos.   Músicas.   Inclui os ghazales, “poemas em urdu cantados como baladas de amor.   São emocionantes porque todos evocam destinos trágicos que o amor acaba por redimir”.

         Malária era comum por lá naquele tempo (1908).   Eram muitas doenças, inclusive em crianças.   Malária, febre tifóide, varíola.

         Depois de um parto sofrido e complicado,  Anita dá a luz um menino.   Houve treze salvas de canhão para comemorar.   Distribuição de alimentos nas igrejas, homens montados em elefantes distribuindo balas para as crianças pelas ruas.  Soltaram, como se faz por tradição, os poucos presos que haviam no reino.   Tudo no contexto das celebrações do nascimento do filho do rajá.

         Capítulo 22

         O filho de Anita não é o primeiro na linha de sucessão ao trono, havendo dois à sua frente.   Filhos de outras esposas do rajá.    Anita não foi morar na “zenana” que é o local onde vivem as outras esposas do rajá.   Isso causou muita raiva nas outras esposas, além do fato de Anita ser estrangeira.

         Nada material falta às mulheres do harém, mas há meses o rajá não se relaciona com as outras esposas e concubinas.   Por isso o harém definha.

         Anita não foi visita-las nem uma única vez.   É o que mais fere as mulheres do harém, mais do que qualquer outro motivo.

         “Negando-se a fazer parte do harém, Anita fechou as portas da amizade com as outras mulheres do rajá...”

         ...”quem garante que o rajá não vai nomear o filho de Anita como seu sucessor?”.

         O rajá com Anita tem a desaprovação da família, do harém, do seu povo e da coroa britânica.

         Por outro lado, há convites e mais convites de outros reinos vizinhos para o casal, até pela curiosidade de conhecer a bela jovem espanhola.

         Até pensando na segurança do filho, Anita quer ve-lo batizado o mais breve possível.   Que seja no ritual sique para aproxima-lo da cultura local.

         “Anita é suficientemente inteligente para saber que para seu filho a religião é a melhor proteção, e até a garantia de futuro”.

         O batismo.   Após quarenta dias do nascimento, em comitiva por 60 km de rodovia até Amritsar, a cidade santa dos siques e a segunda maior cidade do Punjab, depois de Lahore, que é a capital.

         O Templo de Ouro em Amritsar.   Nesse templo fica a edição original do primeiro livro sagrado, o Granth Sahib.   Usam uma escova de pena de pavão para espanar o livro sagrado.

         Circundar, no pátio do templo, o lago sempre no sentido horário como parte do rito.  Eles usam um tipo de rosário sique.

         O fundador da religião sique, o hindu chamado Nanak.   Ele aos doze anos negou os ritos dos hindus com seus mil deuses e criou um misto com o islamismo que é monoteísta.   Proclamou:

         “Não há hindus, não há muçulmanos, não há nada além de Deus, a Verdade Suprema”.

         Isto tudo na mesma época em que Lutero e Calvino fundavam novas religiões na Europa.  (pelos anos 1500)

         “Nanak condenava a idolatria e, em vez do dogma e da doutrina, defendia a crença básica na Verdade.”

         “É religioso quem considera todos os homens como seus iguais”.   Começou a ter Shishyas que no vocábulo sânscrito significa discípulos de onde deriva a palavra sique que dá o nome à religião deles.

         (Na atualidade apenas uns 2 por cento do povo da Índia segue a religião sique.   A grande maioria segue o hinduismo e em escala bem menor, o islamismo e muitas outras religiões).   Guru significa Mestre.

         “Ele (Nanak) e seus sucessores lutaram contra o ritualismo excessivo, contra a desigualdade e contra a discriminação e maus tratos às mulheres”.

         Foram perseguidos pelos mongóis ao longo dos tempos.

         Os siques passaram a chamar por sobrenome Shing (leão)...   “povo que teve que lutar heroicamente por sua identidade e suas crenças ao longo de séculos”.

 

         Continua no capítulo 11/20