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domingo, 19 de fevereiro de 2023

CAP. 16/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição original 2018

capítulo 16/20

 

         Página 157 -  No governo Obama, republicanos formaram no parlamento o “Partido do Não”.  Tentar barrar iniciativas do governo para Obama não se reeleger.   Uma das técnicas seria a obstrução de projetos no legislativo. 

         Entre 2007 e 2012 foram 385 obstruções.   Um número absurdo e sem precedentes.    Anteriormente, se passaram sete décadas para se ter um número semelhante de obstruções no parlamento.

         Os republicanos também dificultaram a aprovação de cargos indicados pelo presidente e que precisavam do OK do Senado.  No passado, 90% dos indicados eram aprovados.   No governo Obama, caiu para apenas 50% dos indicados serem homologados pelo Senado.

         Para poder destravar as ações de governo, Obama usou com frequência “memorandos executivos” que não precisavam passar pelo legislativo.  Não violou a Constituição, mas feriu o princípio da norma não escrita chamada “reserva institucional”.

         A Suprema Corte dos USA por tradição é de nove juízes.   Democratas e Republicanos, respectivamente campo liberal e campo conservador predominam nas casas legislativas.

         De vinte e cinco anos para cá (até 2018) os eleitores dos dois partidos passaram a ficar divididos “por raça, religião, geografia e mesmo por modo de vida”.

         Pesquisa de 1960 mostrou que de 4 a 5% de eleitores democratas e republicanos ficariam descontentes se seus filhos se casassem com alguém do partido oposto.  Em 2010, 33% dos democratas e 49% dos republicanos ficariam “um pouco ou muito infelizes” no citado quesito.   Já em 2016, 46% dos republicanos e 55% dos democratas dizem que o partido adversário lhes traz “medo”.

         “Entre os norte-americanos politicamente engajados, os números são maiores.    70% dos democratas e 62% dos republicanos dizem que vivem com medo do outro partido”.   (página 162 do livro)

         Cores partidárias.   Vermelho nos republicanos e cor Azul nos democratas.

         Pós 1965 houve um alinhamento ideológico mais definido.  Republicanos sendo conservadores e democratas sendo liberais.

         Polarização...        “empurrando o Partido Republicano mais agudamente para a direita do que empurrou os democratas para a esquerda.”

         Em alguns países há posições ideológicas dividindo o eleitorado...   “mas em nenhum desses países observamos o ódio sectário que hoje vivemos nos USA”.     (página 164)

         Alguns fatores a considerar.  Dos anos 60 para cá houve muita entrada de imigrantes nos USA, primeiro da América Latina e depois, a maioria veio da Ásia.

         Em 1950 os não brancos eram 10% dos norte americanos.  Em 2014, são 38% e há estimativa de que em 2044 os não brancos sejam maioria da população dos USA.

         “Juntamente com a emancipação negra (anos 60), a imigração transformou os partidos políticos americanos”.    Estes dois grupos foram mais que proporcionalmente para o partido Democrata.

         “Já os eleitores republicanos, anos 2000, são quase 90% brancos.”

         Republicano – brancos e evangélicos brancos.

         Os evangélicos aderiram em massa ao republicano nos anos 70 contra a legalização do aborto.    Em 2016, 76% dos evangélicos brancos se identificaram como republicanos.

         Os dois partidos estão divididos em função de raça e religião.   Fatores importantes e de potencial de hostilidade ao oposto.

         Nos anos 2000, transformações na mídia inclusive com incremento na internet.

         Eleitores republicanos acompanham mais a TV favorável a eles.  Em 2010, 69% dos eleitores republicanos eram espectadores da Fox News que é um canal de TV conservador.    Locutores com discursos “incivis” são citados por nome de cada um no livro, sendo de diversas TVs e rádios.

         No governo Obama a mídia conservadora de rádio e TV adotaram a prática de “Sem Concessões” ao presidente e mesmo aos políticos conservadores quando estes adotavam postura de não dificultar o governo.

         Fala de um senador de direita.  “Se você se afasta minimamente da extrema direita, você é atacado pela mídia conservadora”.  (página 166)

         Grupos poderosos financiando campanhas políticas e por trás, a busca de pagarem menos impostos.  Um exemplo:   Família bilionária Kock participando do financiamento do partido republicano.  Só em 2012 no governo Obama, os Kock alocaram mais de 400 milhões de dólares na campanha dos republicanos.     O fato novo é que esse mecanismo faz o poder do dinheiro deixar para trás candidatos mais preparados para a política e abrir espaço para aventureiros com patrocínio, enfraquecendo a democracia e pondo a mesma em risco maior.

        

         Continua no capítulo 17/20 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

cap. 15/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - Autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - edição 2018 nos USA e 2021 no BR

 

capítulo   15/20                                          FEVEREIRO DE 2023

 

         Houve esforço para tentar ligar Obama ao terrorismo.   Políticos republicanos de grande expressão embarcaram nesse tipo de discurso carregado de intolerância.

         “Tom DeLay, por exemplo, declarou que a não ser que Obama prove que eu estou errado, ele é um marxista”.

         O republicano que concorreu com Obama foi John McCain.  Este não usava muito a retórica da intolerância, mas sua correligionária colega de chapa dele atacava direto o democrata Barack Obama.  Se referindo à fala dessa correligionária chamada Sarah Palin, esta... “em seus discursos racialmente codificados induziam gritos de ´traidor´, ´terrorista´ e até ´acabem com ele!´ nas multidões.

         Ano de 2008, Obama eleito e a esperança de redução da intolerância.   “Na noite da eleição... Obama  “falou generosamente, congratulando McCain por sua carreira heroica de contribuições à nação.”  Mais cedo, McCain tinha feito discurso reconhecendo a vitória de Obama.

         A turma do grupo conservador da política reunido no Tea Party, conspiravam contra Obama.   “O Tea Party questionava o próprio direito do presidente ser presidente”.

         Um opositor que ganhou a eleição para o Senado, Joni Ernst, tuitou... afirmou... “que o presidente Obama tinha se tornado um ditador”.

         Fared Zakaria, apresentador de TV na CNN escreveu um livro chamado O Mundo Pós Americano”.    A oposição montou foto de Obama segurando o livro e dizendo que ele está lendo esse livro.

         Em fevereiro de 2015 o ex prefeito de Nova Iorque, Rudy Giuliani  “questionou abertamente o patriotismo de Obama declarando:  Eu não acredito, e eu sei que esta é uma coisa horrível de dizer, mas eu não acredito que Obama ame a América”.

         Página 154 -   Setores da oposição a Obama...  “foi ainda mais longe, pondo em dúvida se Obama havia nascido nos USA – e consequentemente, questionando seu direito constitucional de ocupar a presidência.

         Muitos senadores e deputados endossaram essa dúvida caluniosa sobre Obama.

         Em 2011 quando Donald Trump queria concorrer à presidência, também declarou em público que duvidava que Obama fosse americano nato.   Trump, nessa eleição, não concorreu mas suas falas mentirosas deram mais popularidade a ele.

         “A intolerância se mostrava politicamente útil”.    Muitos eleitores republicanos acreditavam nas mentiras sobre a nacionalidade de Obama.

         “Uma pesquisa de 2011 da Fox News  (conservadora) mostrou que 37% dos republicanos acreditavam que Obama não nasceu nos USA”.

         Uma importante diferença em relação ao passado.   No passado muitos políticos atacavam o adversário com mentiras, mas essas mentiras não eram apoiadas pela cúpula dos partidos.   Já nos casos contra Hillary Clinton e Obama, os que atacavam tinham apoio até da cúpula do partido republicano.   O que veio ser o fato novo e ruim.

         No final do governo Obama, a oposição republicana tinha a posição de achar que os democratas “eram antiamericanos e representavam uma ameaça ao modo de vida americano”.    Os autores completam:   Este é um território perigoso.

 

                            Continua no capítulo 16/20

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

cap. 14/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL (2018)

 capítulo      14/20

        

         Obama indicou uma pessoa moderada e qualificada para o cargo.    “Porém, pela primeira vez na história, o Senado se recusou até mesmo a considerar a indicação feita para ocupar a Suprema Corte” que partiu de Obama.

          Pagina 142 -   Passou um ano e assumiu a presidência o republicano Donald Trump e ele indicou um juiz conservador para a Suprema Corte.

         “O partido republicano pisoteara uma norma democrática básica ao manobrar para indicar o juiz após o mandato do Obama”.

         “As tradições que sustentam as instituições democráticas americanas estão de desintegrando...”.

         ...” nós nos tornamos cada vez mais vulneráveis a líderes autocratas”.

         “Donald Trump, um violador em série de normas...”

         Voltam os autores aos anos 90 e um novo político republicano resolve fazer guerra na forma de fazer política.  Fez escola.   Mobilizou jovens.   Passou a recomendar expressamente aos congressistas republicanos a chamarem seus rivais democratas de adjetivos negativos como “patético, doente, grotesco, deslealdade, contra a bandeira, contra a família e traidores”.

         Este foi o começo da mudança para pior na política dos USA.    O mentor dessa “guerra” de agressões foi Gingrich que em 1995 chegou à Presidência da Câmara e continuou com as expressões de ódio aos adversários.

         Ele deu impulso à “política como guerra”.    Gingrich e seus seguidores   ....”tratam aqueles de quem discordam como maus e imorais.

         Agora esse pessoal implanta.... “a busca pela vitória por quaisquer meios necessários”.

         Gingrich deixou o Congresso em 1999 mas a linha dura que ele usava foi ainda mais praticada.    Teve um político do  “se não for ilegal, faça”.

         O político DeLay rompeu a cerca invisível que contém outros sectários.   Trouxe a violação costumeira da norma para o século XXI.

         Bush fez dois mandatos como presidente e se propôs a ser “unificador”.   DeLay, segundo fontes, rebateu Bush.   “Nós não trabalhamos com democratas.  Não vai haver nada desse negócio de unificador”.

         Os democratas no Senado também abandonando regras como a norma constitucional de respeitar indicações de nomes para juízes, deixaram de votar os nomes indicados pelo presidente no Senado.     Os democratas abandonaram a regra para prejudicar o presidente republicano Bush e por outro lado, os republicanos abandonaram a regra contra os democratas, protegendo o presidente.

         Guerra contra o Iraque no governo Bush.  Chegam ao Congresso acusações de violência na prisão de Abu Ghraib sob controle das forças americanas.

         No livro, página 150, se refere também a Senado Estadual nos USA.

         Rompendo outra norma não escrita, nos anos 2000, após o atentado de 11 de setembro de 2001, os republicanos começaram a atacar os democratas dizendo que eles não eram patriotas e que apoiavam os terroristas da Al Qaeda.

         Ano de 2008, divisor de águas na questão da intolerância partidária.

         Midia de direita com destaque para a “TV Fox News, a TV a cabo mais assistida dos USA”.   “O candidato Barack Obama foi pintado como marxista, antiamericano e secretamente muçulmano”.

 

                   Próximo capítulo   15/20

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

cap. 13/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL

cap  13/20

 

         Página 128 (de 220)

         Os autores falam dos presidentes quando escolhem juízes “lealistas” – leais a quem os indicou.

         Mudar a suprema Corte para fins políticos:    “... a Suprema Corte dos USA mudou de tamanho sete vezes entre 1800 e 1869 – todas ela por razões políticas”.

         Tentando romper com o costume, Roosevelt, em 1937, após reeleito por ampla maioria e tendo maioria na Câmara e no Senado, tentou alterar a Suprema Corte.   Foi enorme a reação contrária a isso pelas instituições, pela imprensa.   Tanto que a proposta dele morreu no Senado.

         Nunca mais um presidente dos USA tentou forçar a barra contra a Suprema Corte.    Os autores chamam essas travas informais que são respeitadas, mesmo não estando na letra da lei, de Norma de Reserva Institucional.   Os três poderes políticos dos USA costumam respeitar essa norma.

         No legislativo deles, a cortesia:   “A regra primordial... era não permitir que desacordos políticos influenciassem sentimentos pessoais”.

         “Isso era difícil, pois, como disse um senador, é difícil não chamar um homem de mentiroso quando você sabe que ele é um mentiroso”.

         Por outro lado, um político declarou:   “Meus inimigos em determinada questão podem ser meus amigos na seguinte”.

         No legislativo eles percebem que se forçarem a barra para aprovar algo, como reação, os outros passam a não cooperar e a retaliar.

         No legislativo deles a obstrução da pauta de votações era em último caso.   No século XIX inteiro, só houve 23 obstruções de pauta.

         Sobre indicações do presidente para juízes da Suprema Corte a serem apreciadas pelo Senado.   Geralmente o Senado aprova.  Do ano 1800 a 2005 somente nove indicações de presidentes foram rejeitadas pelo Senado.

         Há  o poder do Congresso de destituir o presidente através do impeachment.  Foram raras as ocasiões que isso ocorreu nos USA.

         Anos 40 e a URSS como potência nuclear causou medo no povo norte-americano.

         “A histeria anticomunista podia ser usada para fins partidários.   Políticos podiam fustigar ou perseguir pessoas suspeitas de comunistas ou angariar votos dizendo que seus oponentes eram comunistas ou simpatizantes de comunistas”.    (página 136 do livro)

         “Fustigar ou perseguir comunistas ou pessoas suspeitas de comunismo se tornou uma tática comum dos candidatos republicanos dos anos 1950”.

         Cita caso de adversários disputando o senado, um colocando o outro como vermelho, comunista.

         1952 -Campanha presidencial.   Acusar o adversário de comunista ...  “era um porrete útil com o qual derrotar democratas”.

         O mais estridente nos ataques usando o mote do comunismo nos anos 1950 foi o senador Joseph McCarthy.   Usando essa cantilena, percorreu o país em campanha.

         Ele mais adiante foi desmoralizado...  “a derrocada de McCarthy veio nos confrontos dele com o conselheiro chefe do Exército, Joseph Welch em 1954.”  Welch diz:  “o senhor não tem senso de decência” e denunciou a farsa que era o discurso sobre o comunismo nos USA.

         Richard Nixon era um presidente autoritário e serviu de teste ao sistema de freios e contrapesos.    Ele perseguiu adversários democratas.   Chegou a encomendar lista de “traidores” que atuavam na esfera pública.  Perseguiu a imprensa.    Se deu mal no caso de ter encomendado espionagem no que se chamou Caso Watergate.   Foi descoberto, tendo que renunciar diante de um processo para impeachment contra ele.

         Um resumo da ópera:    “A proximidade ideológica dos democratas sulistas com os republicanos conservadores reduziu a polarização e facilitou a concertação bipartidária, mas ao grande custo de manter os direitos civis – e a democratização plena do país – fora da agenda política”.

         As normas da política nos USA nasceram em contexto de exclusão.

         Lá o processo de inclusão social começou depois da Segunda Guerra (pós 1945, portanto).   Culminou em 1964 com a Lei dos Direitos Civis e em 1965 com a Lei do Direito de Voto.   Enfim, democratizaram plenamente a Nação.   “Mas também irá polariza-la ...  intolerância....

         Página 141 – Capítulo 7 – A desintegração

         Em 2016 morreu um juiz da Suprema Corte no tempo do mandato de Barak Obama e causou alvoroço nos partidos e ruídos nas redes sociais.   Uns queriam que a indicação do novo juiz fosse pelo próximo presidente.   Obama indicou uma pessoa moderada e qualificada para o cargo.    “Porém, pela primeira vez na história, o Senado se recusou até mesmo a considerar a indicação feita para ocupar a Suprema Corte” que partiu de Obama.

        

         Continua no capítulo      14/20 

sábado, 11 de fevereiro de 2023

CAP. 12/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Profs.de Harvard - STEVEN & DANIEL - edição 2018 e no BR 2021

capítulo 12/20

         Capítulo 6 do livro – As Regras Não Escritas da Política dos USA

         Ano de 1933, um dos anos da Grande Depressão.  Ano da posse do presidente Roosevelt.   Ele assumiu pedindo regime de enfrentamento de guerras para ter mais poder para enfrentar a crise doméstica.

         Os juízes da Suprema Corte tiveram que agir para frear os exageros dele.     Ele lançou o New Deal, um plano para recuperar a economia do país, mas a Suprema Corte considerou inconstitucionais muitos dos dispositivos.

         A Constituição não definia o número de juízes.  Roosevelt em início do segundo mandato mudou a composição da Suprema Corte, aumentando os integrantes com pessoas por ele indicadas.

         Criou uma regra no caso.   Para cada juiz de mais de 70 anos, se autorizou a colocação de mais um juiz “até um tamanho máximo de quinze membros”.   Isto permitiu a ele nomear seis novos juízes.

         A consequência desse gesto heterodoxo, a reação foi a politização da Suprema Corte, o que não é adequado.

         ...”um presidente não deve minar outro poder coigual”.

         Muitos setores da sociedade se levantaram e até os integrantes do partido dele, o Democrata, agiram e derrubaram essas mudanças.     Assim funcionou o sistema de freios e contrapesos contra excessos do Executivo.

         No início da democracia norte americana, um partido queria liquidar o adversário como partido.    Depois de anos de embates, as coisas foram mudando para melhor.

         “A política de oposição total tinha se tornado a política de tolerância mútua”.   Mudança radical para melhor.

         Mais adiante, os USA se veem diante do desafio de acabar com a escravidão e novos embates políticos surgem.

         A década dos anos 1850 foi de intensos embates.    “Para os agricultores brancos do sul e seus aliados Democratas, o abolicionismo – uma causa associada ao novo Partido Republicano – significava uma ameaça existencial.”

         “A polarização sobre a escravidão despedaçou a ainda frágil tolerância mútua”.

         Permeou até no Congresso o embate e a violência.   “...foram 125 episódios de violência – incluindo facadas, surras e pistolas sacadas – no plenário da Câmara e do Senado entre 1830 e 1860.

         “A Guerra Civil despedaçou a democracia nos USA”.   Em 1864, um terço do país não praticou eleições.  Das 50 cadeiras no Senado, 32  ficaram vagas.    “Nessa guerra foram mortos mais de 600.000 norte americanos.”

         Foi lento o processo dos partidos voltarem a se aceitarem.

         “Só com muita relutância democratas e republicanos se aceitaram como rivais legítimos”.

         Em 1866, quando um democrata assumiu a presidência, o Congresso republicano reduziu o número de juízes da Suprema Corte de dez para sete membros, de modo a tirar poder do democrata.

         Após a Guerra Civil, precisou passar uma geração para os grupos políticos e o povo voltassem a se entender de forma razoável.

         Partidos se aceitando, seguiu a agenda econômica.   Em 1913 os USA conseguiram  aprovar a cobrança do Imposto de Renda Federal.  Em 1919 eles instituíram o direito de voto às mulheres.

         Participar em guerras fez crescer nos USA do pós guerra o poder da presidência.

         “Os presidentes dos USA do pós guerra controlavam a maior força militar do mundo”.   O país na atualidade tem meios do Executivo emitir vários tipos de normas com força de lei sem passar pelo Congresso.

         No passado o então presidente Washington com zelo, respeito aos demais poderes. Em oito anos de mandato, só vetou dois  projetos de lei do Congresso.   Ele também usou a prerrogativa de emitir decretos poucas vezes, sendo só oito vezes em oito anos.

         “Ao longo de sua vida, Washington observou que ganhou poder em função de sua prontidão a abrir mão dele”.

 

                   Continua no       cap  13/20 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

CAP. 11/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição no BR em 2021

11/20

 

         “...as constituições escritas são fortalecidas por suas próprias regras não escritas...”    “E essas regras ou normas servem como grades flexíveis de proteção da democracia, impedindo que o dia-a-dia da competição política se transforme em luta livre”.

         “Os políticos que não respeitam as normas pagam o preço”.

         Uma norma nos USA: tolerância mútua:   “Enquanto nossos rivais jogarem pelas regras institucionais, nós aceitaremos que eles tenham direito igual de existir, competir pelo poder e governar”.

         “Podemos divergir, mas os aceitamos como legítimos”.

         “Tampouco os tratamos como traidores, subversivos ou desqualificados”.

         Outra forma de definir tolerância mútua:   “Disposição dos políticos de concordarem em discordar”.     ...”ser rivais em vez de inimigos”

         “Se encararmos nossos rivais como uma ameaça perigosa, temos muito a temer se eles forem eleitos”.

         Outra ferramenta para proteger a democracia:   “Reserva institucional”.     Comedimento no uso de ir buscar tudo nos tribunais.

         ...”pois tal ação pode pôr em risco o sistema existente.”

         Citou algo lá do passado medieval.  Reis tinham poder divino, praticamente sem limite.  Porém se exorbitassem, poderia até ser “legal”, mas seria visto como tirano e o povo repele isso.

         Os reis da Inglaterra legalmente (até a atualidade) podem escolher o primeiro ministro sem consultar ninguém.  Por outro lado, se formou uma tradição do Parlamento indicar um político escolhido e submeter à homologação do rei.

         Os americanos por muito tempo tinham presidentes que no máximo exerciam dois mandatos.  Isso virou norma não escrita e respeitada.    Só muito tempo depois isso mudou e se tornou algo da lei.

         “Em 1940, Roosevelt rompeu essa regra e em decorrência, os USA colocaram a trava de só dois mandatos consecutivos na constituição.”

         Exemplo de executivo não comedido.    Na Argentina, era raro o uso de decretos pelos presidentes.   De 1853 até 1989 ao todo foram 25 decretos.

         Já o presidente Carlos Menen não teve nada de comedido.   Num mandato emitiu 336 decretos do Executivo.

         Página 114 -   Nos anos 60, o chileno Salvador Allende, de tendência marxista é eleito e causou reação da direita, inclusive do Partido Nacional financiado pela CIA americana.

         “Durante a presidência de Allende houve uma erosão continuada  das normas democráticas”.    Desprovido de maioria legislativa, seu governo foi incapaz de implementar plenamente um programa socialista”.

         “A polarização pode destruir as normas democráticas.   Quando diferenças socioeconômicas, raciais e religiosas dão lugar ao sectarismo extremo, situação em que as sociedades se dividem em campos políticos cujas visões de mundo são não apenas diferentes, mas mutuamente excludentes, torna-se difícil sustentar a tolerância”.

         ...”as rivalidades partidárias estáveis dão lugar a percepções de ameaça mútua”.     Na intolerância...   “tentar vencer a qualquer custo”.

         “Isto pode estimular a ascensão de grupos antissistema com rejeição total às regras democráticas”.

         Voltando ao caso de Allende.   Neste, operários fizeram greves e ocuparam fábricas.   O governo decretou a desapropriação de quarenta fábricas e isso foi a gota d´água.   Um mês depois, foi deposto num golpe militar com ajuda dissimulada dos USA.

         Continua no capítulo 12/20 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

CAP. 10/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Editado em 2018 e no BR em 2021

 capítulo 10/20

 

         “Guerras e ataques terroristas produzem um efeito de reagrupamento em torno da bandeira no qual o apoio público ao governo aumenta...”

         Bush e o ataque de 11 de setembro que derrubou as torres gêmeas.   A aprovação dele saltou de 53% para 90%.  

         Comumente as constituições dos países toleram que o presidente aumente seu poder em casos como guerras.   Isto se torna uma ameaça às democracias.

         Página 96    ...”autoritários em potencial estão sempre prontos a explorar crises para justificar a tomada do poder”.     “Uma crise de segurança facilitou a virada autocrata de Vladimir Putin.   Em setembro de 1999, pouco depois dele assumir como novo primeiro-ministro, uma série de atentados a bomba em Moscou e outras cidades – presumivelmente de autoria de terroristas chechenos – matou quase trezentas pessoas.  Putin respondeu fazendo guerra contra a Chechênia e seu poder e prestígio aumentou.   Há controvérsia se os atentados foram mesmo por chechenos ou pelo próprio regime de Putin...”

         Ano de 2015 -  Erdogan na Turquia ameaçada pelo EI Estado Islâmico, endureceu o regime.  Repressão maciça.    ...”incluiu o expurgo de cem mil mandatários e funcionários públicos, o fechamento de vários jornais e houve mais de cinquenta mil prisões”...

         ...”prisões inclusive de centenas de juízes e promotores públicos, 144 jornalistas e até mesmo dois membros da Corte Constitucional”.

         “As crises permitem aos autocratas expandir seu espaço de manobra e se proteger de inimigos aparentes”.

         Página 99 – Capítulo 5 – As grades de proteção da Democracia

         Os USA e seu povo acreditavam na Constituição...    “...e que eram uma nação escolhida, providencialmente guiada – um farol de esperança e possibilidade para o mundo”.      Essa de farol eles já não estão mais na certeza, mas continuam cultuando a Constituição.   Esta que ajudou o país a se ver defendido contra aspirantes de autocratas no governo.

         Richard Nixon e o caso Watergate em 1972.   Ele fez gravações ilegais e foi descoberto.  O caso foi pra justiça e ele viu que perderia o mandato e resolveu renunciar e assim o fez.

         Em 1919 a Alemanha tinha uma excelente constituição, mas esta não resistiu à investida de Hitler em 1933.   Os países da América Latina ao conquistarem a independência, montaram uma estrutura de governo inspirada na dos USA.   Presidencialismo, sistema de Senado e Câmara Federal (sistema bicameral).

         O sistema na América Latina não ajudou muito.  Houve golpes de estado, governos ditatoriais.   As Filipinas (na Ásia) tinham uma constituição muito semelhante à dos USA.   Previa no máximo dois mandatos consecutivos ao presidente.  Ferdinand Marcos peitou isso e foi adiante com mais mandatos.

         No Brasil, Getúlio Vargas passou por cima da constituição.

         “Regras constitucionais também estão sempre sujeitas a interpretações conflitantes”.      O autor destaca que tudo que for levado ao pé da letra trava o processo, não funciona.   Cita como exemplo na área do trabalho, quando operários resolvem fazer uma operação padrão.   Nela, eles seguem com rigor o que  está escrito como atribuição e nada além disso.    O sistema trava.

         Algo semelhante vale para a Constituição e sua intepretação.

         Nos USA a constituição original tinha apenas quatro páginas.   Foi sendo alterada ao longo dos anos.

         Salvaguardas dos USA  ...”grande parte da resposta está também no desenvolvimento de normas democráticas fortes”.

         Todas as democracias tem também normas informais que são respeitadas por todos e ajudam a nação em termos de governo.     Ele até faz uma comparação com uma modalidade amadora de futebol de rua.   Praticamente não tem norma escrita, mas tem seus regulamentos informais aceitos por todos.   Assim a coisa flui sem problemas.

        

         Continua no capítulo 11/20