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quarta-feira, 25 de outubro de 2023

CAP. 8/15 - fichamento do romance HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND

capítulo 8/15

        

         No tempo do Padre Nelson era tudo rigoroso.   ...”até a alegria foi proibida”.

         O padre atual, padre Geraldo  ...”liberava tudo de forma lenta e gradual...”.      O padre rigoroso do passado exigia mil coisas nas confissões e penitências.   Filas quilométricas para confessar.   Já padre Geraldo era mais brando.   Ouvia os pecados e não ficava perguntando.   Ao final da confissão distribuía penitências assim:

         - “Minha filha, dedique um pensamento aos pobres do mundo”.    Um dia uma beata reagiu decepcionada:    “- Deus me perdoe, pelo amor de Deus, mas agora perdeu até a graça de pecar”.

         Um dia as filhas de Maria foram reclamar para o padre o fato do sacristão ser homossexual e o padre respondeu:   “Cada qual como Deus fez”.

         E lembrar que em resposta à beata que fazia campanha para cobrirem a nudez de Adão na igreja, os homens fizeram um abaixo assinado para tirarem a folha de parreira que tapava a nudez de Eva justificando que era para equiparar o homem e a mulher.   Adão nu, então Eva também nua.

         Naqueles anos inocentes

         O jovem jornalista participando de reuniões ocultas do pequeno grupo de comunistas.

         Entre o Sim e o Não, uma cidade dividida   -   O povo se aglomerou em frente à Câmara de Belo Horizonte na noite da votação do projeto de lei que visava tirar a Zona Boêmia do centro da cidade.

         Bruxa ou princesa?       O frei chegando na Câmara já quase lotada e havia uma cadeira vaga ao lado de Hilda Furacão.   Ele ficou confuso, inseguro e foi ficar em pé num local do plenário onde há havia um aglomerado de pessoas também em pé.

         Hilda disse ao jornalista (que é amigo do frei) que ficou muito injuriada com essa desfeita dele não querer se sentar ali do lado dela.

         Ela disse.   Jurei.   Esse santo me paga!

         Hilda olhando firme “com seus olhos cor de fumaça” os olhos dos vereadores indecisos para a votação.

         Vinham dos olhos dela “uma sensação de festa no mundo, dava uma vontade de cantar  ...de rir um riso doido e feliz”.

         O vereador Kalunga, ex goleiro do CAM Clube Atlético Mineiro, ia votar Sim  (para mudar a zona), mas na hora do voto dele, Hilda lhe jogou num aceno, um beijo e acenou com o Não.     Ele votou pelo Não. 

         Em outro momento, o jornalista sentado perto de um gordo, anotou na agenda: “Os gordos são como gatos – ronronam”.

         Empatada em 7x7 a votação na Câmara e o Kalunga desempata com o Não influenciado pelo gesto da Hilda.    Ela que em seguida pediu para o jornalista cumprimenta-la por ter conseguido virar o jogo.   Afinal, ela influenciou o voto do Kalunga.

         Notícias do sapato de Cinderela    (que Hilda perdeu no temporal no dia da passeata pelo Não)

         O frei chama o amigo jornalista ao convento e lhe revela.  Mostrou calo nas mãos pelos cinco dias que trabalhou numa empresa de minérios realizando trabalho bruto para provar que ele conhecia o operário e a vida dele.    Lá atrás Hilda disse que ele era o padre dos ricos e não conhecia nada da vida dos operários.   Ele queria desfazer essa afirmação.

         E que agora ele iria aderir à JOC Juventude Operária Católica que era de tendência de esquerda e vista como comunista.

         O amigo se admirou da mudança do frei, seu amigo de infância.

         O frei continua encantado por Hilda.  Não tem sossego por isso.

         A noite da Fantasia

         O grande baile da fantasia onde todos escondiam o rosto no Montanhês Dancing.   Aramel, o Belo, vem  com sua mercedes buscar o amigo jornalista para irem ao baile.   Aramel fantasiado de Fidel Castro, a namorada Gabriela M. de Cleópatra e o jornalista de Pirata da Perna de Pau.

        

         Continua no capítulo 9/15

terça-feira, 24 de outubro de 2023

CAP. 7/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND

 capítulo 7/15

 

         Esperando Gabriela M, a fã.

         Houve o encontro de Aramel com a garota e à distância o gordo e o jornalista ficaram no escuro da praça, entre árvores, num carro espiando.

         Depois do encontro, Aramel passou os dados das conversas para o gordo  apaixonado e este produzia novas crônicas amorosas para o programa de rádio.

         A norma do Aramel com o milionário era não violar as “presas” que ele agenciava para o patrão.   Porém com o gordo ele violou essa norma para a tristeza do apaixonado que chorou muito.

         O gordo depois de espiar os namoros de Aramel com a fã dele, bebeu acima da conta por mágoa e ciúme.   Chegou a cantar, já bêbado, um trechinho de um bolero de Carlos Gardel.    “Esta noche me emborracho...”

         ...   A Câmara Municipal na Rua Bahia e o projeto de mudança da Zona Boêmia e a criação da Cidade das Camélias para ser o novo endereço da prostituição de BH, longe do centro.

         O placar dos votos dos vereadores estaria em 7x7 e havia mais quatro vereadores indecisos.

         Dona Loló, líder das senhoras defensoras da família tradicional mineira, convocou sua turma para orarem na frente da Câmara.   Colocaram inclusive carro de som chamando o povo para a manifestação e oração.

         O frei Malthus (o Santo) depois de se ver frente a frente com Hilda, não deu mais as caras nas atividades pela mudança da zona boêmia.    As beatas foram reclamar dele para o Bispo de BH.    O Bispo destacou que as beatas queriam fazer uma manifestação justo no dia e hora que o CAM Clube Atlético Mineiro iria jogar.     Que a manifestação seria um fiasco e que ele iria ver o jogo em campo.   “Não perco esse jogo por nada”.

         O jogo, ainda por cima, era contra o Santos de Pelé.   Este que fez um gol, mas o Atlético Mineiro venceu o jogo por 3x1 sendo os três gols de um mesmo jogador.

         O jogo teve tanto público que lotou o estádio e ficou outro tanto igual de pessoas do lado de fora do estádio.     A manifestação das beatas foi um fracasso como havia alertado o Bispo.

         A imprensa local destacou que o jogo teve o rei e um príncipe.  O rei Pelé e o Tomazinho do Atlético que marcou os três gols.

         ...   O milionário pediu ao jornal que despedisse o jornalista comunista alegando sua militância e também por ele estar contra a mudança da zona.

         O chefe do jornalista, para não demiti-lo, tirou ele do caso Hilda e colocou o dito cujo para algo pra lá de secundário.   Pesquisar o caso da elevação do preço da melancia, que a esposa do chefe gostava e estava caro.

         ...    Um dia o jornalista sentiu forte dor de dente e viu que era seu dente do siso que ele ia adiando o caso e agora complicou.   Foi no dentista comunista.    Mesmo com anestesia, o dentista destacou que ainda iria doer um bocadinho.    Para amenizar a dor e dar mais coragem ao cliente, o dentista fez o serviço cantando a Internacional Comunista para o paciente.   Assim foi.

         O respeito e um milagre

         Tia Ciana, tia Emerenciana.    O sobrenome Drummond vem do ancestral escocês.    Ela espalhou pela sua cidadezinha de Santana dos Ferros que iria entrar em greve de fome para que tampassem a nudez de Adão da igreja.    Ela que em protesto entrava sempre de costas na igreja para não olhar para Adão nu.      Já um grupo de homens, frequentadores da igreja, complicaram a coisa, fazendo abaixo assinado para equiparar a nudez de Adão, mostrando também Eva sem a folha de parreira.

 

         Continua no capítulo 8/15

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

CAP. 6/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND

 capítulo 6/15

 

         5 – Em que Adão, sumariamente, passa a fazer parte desta narrativa

         Na inauguração da igreja nova na cidadezinha do jornalista, ele não foi convidado por ser comunista.

         A igreja nova e a  encomenda a uma artista plástica.   A tela, no ato solene, coberta por tecido para depois ser descerrada e revelar o conteúdo.  Descerram o pano e a obra mostra um Adão sem folha de parreira, na sua nudez.   E Eva com a folha de parreira.  

         Fieis indignados.   Tia Ciana em protesto entrava de costas na igreja para não ver a tela de Adão pelado.

         ...  Será o Benedito?     Sobre o então Senador Benedito Valadares.  O jornalista um dia encontrou ele por acaso e perguntou o que ele achava da Cidade das Camelias e a mudança da zona.    O esperto Benedito desconversou dizendo que leu o livro A Dama das Camélias de Alexandre Dumas e gostou muito. Mais não disse.

         O gordo e o magro

         O juiz de futebol que apitava o jogo e num momento em que a bola saiu pela lateral e um jogador do time da simpatia do juiz perguntou de quem era a bola e o juiz disse:   bola nossa.    Ficou com apelido de Bola Nossa.

         O gordo      O gordo que pesa 180 kg era colega de redação do jornalista.    Usava uma cadeira especial para poder se acomodar com segurança.

         O gordo, vulgo Emecê era assíduo frequentador do bar Mocó de Iaiá.  Ele tinha desgosto com sua cor de mulato.

         Ele escrevia crônicas melosas, de amor, para uma emissora de rádio de Belo Horizonte.   As crônicas tinham um enorme fã clube feminino que não conhecia foto do autor.   E o gordo mulato fugia das câmeras para não quebrar o encanto.   Recebia grande quantidade de cartas de amor das fãs.

         Ele se sentia muito mal por ser gordo, mulato e pobre.    Não via como fazer sexo com qualquer parceira por causa do seu peso.

         Em que Gabriela M. faz sua primeira aparição

         Uma linda fã do cronista um dia, por carta, marca encontro com o Emecê que ela nunca viu mas era apaixonada pelas crônicas dele.

         O gordo quer contratar o amigo jornalista para se encontrar com a fã se passando pelo cronista.    O jornalista indica seu amigo Aramel, o Belo, que quer ser ator de Hollywood para a tarefa, em comum acordo com o gordo.

         Aramel, o Belo, e o Vilão

         Aramel morava de graça no Hotel Financial, hotel este que pertencia a um milionário que tinha fama de ser garanhão na cidade.   Seria médico que não exercia a profissão.   Se dizia que ele era hipocondríaco e tomava remédio para mais de vinte doenças que achava que tinha.   Fora os afrodisíacos para se manter garanhão.

         Aramel, o Belo, era um agenciador de garotas jovens, pobres e bonitas para o patrão milionário.   Tinha até cartão de visita como “Assessor para assuntos Especiais”.     O milionário seria Antonio Luciano que foi dono do Banco Financial que quebrou em três dias e deixou uma legião de clientes no prejuízo.

         Ele tinha uma onça pintada por nome Teresa na sua mansão.  Foi pobre, estudou medicina, virou agiota e foi comprando imóveis em Belo Horizonte e ficou milionário.  Teve o Banco Financial inclusive.

         Consta que o milionário tinha a meta de ser pai de cem filhos...

         Aramel tinha morada no Hotel por conta do patrão e um carro Karman Guia para rodar e roupas elegantes para trabalhar agenciando garotas.

         Ganhava comissão para cada garota que agenciava.

         Aramel foi procurado pelo jornalista para o encontro com a fã do Emecê conforme combinado com o cronista.    Mediante remuneração.

         Tratando de Negócios

         Reunidos num bar a meia luz, o gordo Emecê, o jornalista e Aramel para acertarem o encontro de Aramel com a fã do gordo.   O encontro seria na Praça Marília de Dirceu.

         Esperando Gabriela M, a fã.

         Houve o encontro de Aramel com a garota e à distância o gordo e o jornalista ficaram no escuro da praça, entre árvores, num carro espiando.

        

         Continua no capítulo 7/15

sábado, 21 de outubro de 2023

CAP. 05/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - Autor: ROBERTO DRUMMOND

capítulo 5/15            leitura outubro de 2023

 

         18 – Te esconjuro, Satanás!

         O Santo não conhecia Hilda.   Ela se aproximando toda altiva para encarar o Santo.   Este, vendo Hilda, em pensamento....  “Mais fosse um anjo... o demônio sabe como se fantasiar para nos tentar”.

         O Santo gritou então, o crucifixo erguido apontado no rumo dela frente à multidão:   - Te esconjuro, Satanás!

         Nesse momento, deu um trovão já com a chuva caindo.    Hilda não se abalou e encarou o Santo.   Ela estava com 21 anos de idade incompletos.   Encarou o Santo e recebeu o apoio de uma aglomeração que apoiava ela e era contra mudar a Zona Boêmia do centro de BH.

         Entre os apoiadores de Hilda mais próximos estavam Maria Tomba Homem e o travesti Cintura Fina.

         Hilda fez no ato um desafio ao Santo.   Abaixe esse crucifixo e me responda:  O senhor é santo dos ricos ou dos pobres?

         19 – E se foi Deus que me mandou?

         Ela pergunta ao santo:   “Você que é santo, soube como vive um operário brasileiro?”.  “Pois eu, que você diz que sou o demônio, sei como vive um operário brasileiro”.

         Caiu a chuva.

         O santo ficou calado e só depois de uma cotovelada da beata Loló cobrando uma reação dele, o frei, vendo a chuva cair disse:

         - Esta é uma chuva abençoada porque vem lavar os pecados da Rua Guaicurus e da Zona Boêmia”.     Nisso de chuva, trovões, acaba a energia e ficam todos no escuro.

         20 – O sapato da Cinderela

         Um raio caiu no Restaurante Bagdá provocando um incêndio.  Foi um corre corre geral.    Nisso, Hilda perdeu um pé do sapato no tumulto e o santo achou e colocou furtivamente no bolso do paletó.

         Parte Dois

         1 – O Santo e a pecadora

         A vidente que previu a morte de Getúlio Vargas teria dito a sorte de Hilda.   Que ela iria sofrer como Gata Borralheira e iria perder um pé do sapato que ela amava, do tempo dos bailes no Tenis Clube.  E quem achasse o pé do sapato seria seu Príncipe Encantado.

         Ela anunciou a perda do sapato no rádio e jornais.  Ofereceu dois tipos alternativos de recompensa:  mil dólares em dinheiro ou um beijo dela.

         Houve vários e vários que tentaram a sorte mas o sapato não servia.

         2 – Um diálogo muito estranho

         O repórter foi ao convento para tentar conversar com o frei (amigo de infância...).   O leigo que o atendeu disse que o Frei estava nos fundos, na Casa de  Purgação, o que incluía alto flagelo para se livrar de maus pensamentos.   Disse que há dois dias o frei estava nessa purgação.

         No flagelo, o santo em pensamento vai devolver o sapato para Hilda e ganha os beijos dela.   Correm juntos, descalços pela chuva.  Dançam uma música.   Aí termina o sonho no flagelo.

         O santo abre o olho e promete:   - Eu ainda vou exorciza-la, Hilda Furacão.  Hei de tirar o demônio do seu coração.

         4 – Em que se fala sobre o Mal de Hilda, com base em fatos e boatos.

         A Câmara Municipal de BH e o projeto de lei para criar retirada do centro a Cidade das Camélias e para lá transferir a Zona Boêmia.

         O vereador comunista diz que tem provas que as entidades que apoiam o projeto são financiadas pelo lobby dos imobiliaristas e construtores.

         O vereador de situação trouxe uma pasta que teria “provas” de que o ouro de Moscou estaria financiando o vereador comunista.

         Havia empate de 9x9 entre os vereadores pro e contra a mudança da zona.

         Um coronel do cacau de Ilheus-BA querendo rematar todas as fotos eróticas da Hilda.   Pagaria em dólar.   E pretendia um dia leva-la em definitivo para Ilheus-BA.

         Um dia um fazendeiro, grande criador de gado zebu no Triângulo Mineiro, depois de se contagiar pelo Mal de Hilda, prometeu leva-la para sua terra.   Grana não seria problema para ele.

        

         Continua no capítulo 6/15

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

CAP. 04/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND

 capítulo 04/15                postagem Outubro de 2023

 

         Esse bispo teria sido o mesmo do bafafá na época de inaugurar as obras projetadas pelo renomado Arquiteto Oscar Niemeyer no entorno do Lago da Pampulha em Belo Horizonte.   O conservadorismo de BH se rebelou porque ele projetou a obra da Capela de São Francisco sendo comunista.   Como se isso fosse motivo para protesto.    E no caso, o consagrado artista plástico Candido Portinari foi destacado para decorar a capela, ele também tido como comunista.

         As obras do Niemeyer na Pampulha atraem de forma permanente uma legião de turistas para o local.     (eu mesmo já visitei o local por duas vezes).

         Contra o conservadorismo de BH, os que aderiram à campanha contra a mudança da Zona Boêmia, pegaram carona nas pichações da campanha O Petróleo é nosso e lançaram as pichações Hilda Furacão é Nossa.

         O primo do jornalista destacou o Roberto para entrevistar Hilda Furacão.

         Os coronéis descreviam o andar da Hilda:   - “Ela anda como uma égua campineira solta no pasto”.

         Hilda disse que era alucinada por Geografia.  Aceitou a visita do repórter e disse que na hora decidiria se daria a entrevista ou não.

         Na visita, serviu refresco ao jornalista e ao fotógrafo, mas decidiu não dar entrevista.

         O jornalista acabou entrevistando Maria Tomba Homem.   Resumo das falas:  Ela declarou -  “Mais melhor é eles levar Maria Tomba Homem para a cidade dos pé junto, que daqui da Rua Guaicurus não saio, daqui ninguém me tira”.

         14 – Precisa-se de um Santo

         Dona Loló Ventura, líder da defesa da família tradicional foi convencer o Frei Malthus a participar da campanha para retirar a Zona Boêmia do centro de BH e transferi-la para a periferia na projetada Cidade das Camélias.

         Ele aceitou a empreitada que incluía exorcizar o local atual da zona.

“Ia exorcizar aquela usina do pecado”.

         Manchete no jornal:  “Santo promete exorcizar o demônio Hilda Furacão”.

         15 – Os disfarces do diabo

         Carros de som nas ruas anunciando local, dia e hora do exorcismo.  Houve até  panfletagem de avião sobre BH anunciando o evento.

         “Deus, sim. Diabo, não!”     entre os dizeres dos folhetos e das vozes em coro dos manifestantes nas ruas.

         Manifestantes marchando rumo à Zona Boêmia seguindo o Santo que vai aspergindo água benta pelo caminho.    Seguidores com tocha acessa na mão na noite da manifestação.

         (risco de incendiarem algum estabelecimento...)   ...”entre os manifestantes há fanáticos...”

         A cerimônia do exorcismo vai ser em dois pontos próximos.   O Montanhês Dancing e o Maravilhoso Hotel  (onde Hilda atua)

         No local encontraram um grupo de policiais e populares contra o exorcismo e contra a mudança da Zona Boêmia.   Chuva se formando...

         O Santo brada:   -“Eu te exorcizo, Satanás!”.      Hilda vem descendo a escada para encarar o exorcista e os manifestantes.

         17 – Mais, fosse um anjo

         O Santo não conhecia Hilda.   Ela se aproximando toda altiva para encarar o Santo.   Este, vendo Hilda, em pensamento....  “Mais fosse um anjo... o demônio sabe como se fantasiar para nos tentar”.

        

         Continua no capítulo 5/15

fonte da foto:   Wikipedia



terça-feira, 17 de outubro de 2023

CAP. 03/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND

 

capítulo 03/15  

 

         Havia tretas frequentes de Maria Tomba Homem com o Cintura Fina.   Dava polícia e gás lacrimogênio na parada.   Um dia Hilda Furacão interveio numa briga.   Só a presença de Hilda já cessou a briga.  Ela ralhou dizendo:

Aqui tem lugar para todos, não precisam brigar.    Hilda tomou a navalha do travesti Cintura Fina e a flecha da Maria e levou ambos para os curativos.

         Capítulo 8  Go home, Hilda Furacão

         Hilda, menos nas segundas feiras, fazia os programas no Maravilhoso Hotel, quarto 304.   Foi criada a noite dos Coronéis nas sextas feiras e o sucesso foi tanto que ampliaram para sextas e sábados.

         A mulherada de BH detestava Hilda Furacão.      ...”mas os homens, ah, os homens a amavam, ela os fazia subir pelas paredes e conhecer o paraíso”.

         Alta cotação.   Ela era o mito sexual de BH.   O povo chamava as damas do grupo dos Bons Costumes de mulheres mal-amadas.

         Desfilavam pelas ruas com placas contra Hilda:  Go home, Hilda Furacão.

         No passado Hilda frequentava os salões de baile e era conhecida no Minas Tenis Clube como a Garota do Maiô Dourado.

         9 – O mistério da Garota do Maiô Dourado

         Hilda...  “ era bela, inesquecível moça...”    Eram os tempos  que o escritor Fernando Sabino era atleta de destaque na natação do Minas Tenis Clube.   Também outras pessoas célebres frequentavam o clube na época como o cirurgião plástico Ivo Pitanguy, o poeta Paulo Mendes Campos, o escritor Otto Lara Rezende.

         “Na verdade, a bela Hilda Gualtieri Von Echveger, filha de mãe italiana e pai alemão...”    era atração na beira da piscina  “sempre com seu maiô dourado”.

         Hilda já abalava os corações dos homens também ao cantar Ave Maria de Schubert em alemão no coral do Minas Tenis Clube.

         Dia 01 de abril de 1959 o boato que a garota do maiô dourado estava fazendo ponto no Maravilhoso Hotel.     Nessa época os pais dela sumiram de Belo Horizonte.

         “Ela enlouquecia os homens desde os 15 anos, quando o primeiro namorado dela suicidou-se por sua causa”.

         Ela chegou a passar pelo psiquiatra Helio Pelegrino.    No clube, dançava o carnaval sozinha, fantasiada de havaiana, em cima de uma mesa no salão de baile.

         “Nas missas dançantes escolhia só os rapazes feios para par e dizia: - Eu amo os deserdados do mundo”.

         10 – Um desafio aos Sherloques – Uma pergunta na cabeça das pessoas.   “Por que a Garota do Maiô Dourado trocou o Minas Tenis Clube pela Zona Boêmia?”

         Ela tinha um padre confessor.   Ele sabia...

         11 – O jogo dos sete erros.    O autor dá sete pistas entre falsas e verdadeiras sobre os motivos para ela debandar para a Zona Boêmia.

         12 – O feitiço contra o feiticeiro

         O narrador, atuando como jornalista de plantão na Zona Boêmia.  Constata que os protestos contra a Zona acabaram animando ainda mais a noite no local.

         “Tudo lá é encantado”.    Fila no Hotel, no apartamento de Hilda.

         13 – Bolívia, capital Lima

         A turma conservadora marcou um protesto contra a Zona Boêmia “no próprio coração do pecado, a Rua Guaicurus”.

         O grupo conservador em protesto com reforço do Bispo Dom Cabral.

 

         Segue no capítulo 04/15

domingo, 15 de outubro de 2023

CAP. 02/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND

 capítulo      02/15            leitura em outubro de 2023

 

         O pai de Robert era Francisco Alvarenga Drummond e tinha o apelido de Francis.   Incorporou o apelido de Francis no nome dos filhos.

         No tempo de colégio, Roberto morou em BH perto da Biblioteca Municipal e do célebre Grande Hotel.    Ia sempre à Biblioteca ler os autores nacionais.  Leu entre outros, Jorge Amado e Graciliano Ramos  “e virei simpatizante comunista”.

         Foi muito a passeatas pela nacionalização do petróleo (campanha O Petróleo é Nosso) e nacionalização das multinacionais.

         Não conseguiu nacionalizar nada e nacionalizou o próprio nome de Robert Francis Drummond para Roberto.   Ficou Roberto Drummond.

         Foi membro da UJC União da Juventude Comunista com carteirinha e tudo.    Portar a carteirinha era um risco de ser preso pela polícia da repressão política.

         4 – Comendo criancinha assada.

         Os contra espalhavam o boato de que os comunistas comiam criancinhas...

         ...”fumo um cigarro atrás do outro  ... cigarro Continental.”    Andando pelas ruas boêmias à caça de mulheres.

         Rua Mauá, um perigoso antro de mulheres e desfalques nos clientes.

         Casa da luz vermelha da Rua Mauá na Zona Boêmia.

         5 – Ganhando meu pão, aliás, meu cigarro...

         Trabalhando na Folha de Minas, um jornal conservador.   Antes de trabalhar no jornal, como integrante do comando de greve dos estudantes, ele levava notícias direto à redação do jornal.   Mais adiante, passou a trabalhar no jornal Folha de Minas.   O jornal estava quebrado, atrasava os salários e pertencia ao governo de MG.

         Estudante, numa greve, foi à redação do jornal com colegas do comando de greve e lá encontrou o repórter, também Drummond que descobriu que ambos eram primos.   Recebeu convite do primo para trabalhar no jornal e aceitou.

         6 – Um flash sobre o Santo

         O amigo dele, candidato a Santo, no convento dos Dominicanos, criou um coral:  “Os Meninos Cantores de Deus”.   Buscava converter pessoas através da música.

         7 – A Cidade das Camélias    (das prostitutas).

         O novo repórter no início da carreira saia à pé fazer reportagens.   Ia de calça social, gravata e cabelo curto.  Nesse tempo não se exigia diploma na área de Comunicação para ser jornalista.  Era aprender praticando.

         Eu sonhava cobrir uma guerra ou guerrilha como fez meu ídolo Ernest Hemingway.

         A imprensa de BH (Belo Horizonte) se engajou na luta para tirar a zona boêmia do centro da cidade.  A ideia era criar a “Cidade das Camélias” e transferir a prostituição para lá numa periferia.

         O primo Felipe Drummond, já veterano em reportagens, via essa campanha com entusiasmo.   Ambos os primos eram parte da campanha.

         Tinha pesquisa de opinião favorável à mudança da zona; tinha maquete da Cidade das Camélias; tinha coleta de assinaturas pedindo para os vereadores aprovarem lei nesse sentido.

         Um dos vereadores, comunista, Orlando Bomfim Junior, desvendou um dos segredos dessa mudança.   Era coisa da especulação imobiliária, onde poucos ganhariam muito com a mudança e os simpatizantes da causa serviam de massa de manobra para os especuladores.

         O autor do projeto de lei favorável a mudar a zona era um padre e na tribuna ele atacou o vereador comunista:   “Tirar a zona do centro da cidade é uma obra de Deus e de Deus você não entende nada”.

         Em ação a Liga de Defesa da Moral e dos Bons Costumes.

         Todos opinavam.  “Todos, menos a parte mais interessada: as prostitutas”.     E eram os tempos do esplendor da zona boêmia da cidade de BH.

         Casa de destaque era o Montanhês Dancing.   “O folclore da zona boêmia corria por conta de Maria Tomba Homem e do travesti Cintura Fina.

         Som da música interpretada por Emilinha Borba e Luiz Gonzaga:  Paraíba masculina / mulher macho, sim sinhô.     Era um furor no salão do Montanhês Dancing.

         Perto do Montanhês, o Maravilhoso Hotel.

         Cintura Fina era oriundo de Recife.  Nesse tempo estava fazendo sucesso com Luiz Gonzaga também a música que tem o refrão: Vem cá cintura fina / cintura de pilão / vem cá minha menina / vem cá meu coração. A galera delirava no salão.

         Passeatas de estudantes na Praça Sete em BH.

 

         Continua no capítulo 03/15  (ou mais...)