Reedição deste blog. O original é de setembro de 2014
No mês de fevereiro coloquei duas partes de
comentários daquilo que achei mais interessante na Biografia da Clarice, cuja
obra está detalhada no Capítulo I do tema no blog. Para este
capítulo III destaquei mais o lado Brasil da época focado no livro.
Mas antes de entrar no tema Brasil, vou destacar uma frase lapidar para
as pessoas que são chegadas a fazer uns rabiscos. (página 126)
" Uma coisa eu já adivinhava: era preciso tentar escrever sempre,
não esperar por um momento melhor porque este simplesmente não vinha.
Escrever sempre me foi difícil, embora tenha partido de uma vocação.
Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter
talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir".
Agora,
sobre o Brasil da época por conta do biógrafo:
(pag.129) Antes do ano de 1920 os navios de Cruzeiro que vinham do
primeiro mundo se gabavam de não parar no Brasil. Havia lá fora o medo
de doenças tropicais daqui e outras idéias negativas.
O
Brasil em geral e o Rio de Janeiro (que era a capital federal na época)
despontaram para o Primeiro Mundo como lugar interessante após 1920.
Nessa onda, o RJ inaugura em 1922 o famoso Hotel Glória e em 1923 o
Copacabana Palace, outro hotel que virou ícone do RJ. Getúlio
Vargas, o Presidente, fez uma forte campanha para melhorar a imagem do Rio em
particular e do Brasil em geral no exterior. E era tempo da
cantora super star da época Carmen Miranda estar bombando na mídia. Ela
acabou ajudando a melhorar a imagem do Brasil lá fora. Futebol e
Carnaval já eram produtos fortes do Brasil da época.
(p.140)
Nossa Casa de Detenção, que depois virou o Carandiru já foi um
presídio modelo de tal forma que era aberto a visitantes daqui e do exterior.
Visitantes famosos como o Antropólogo Clode Lévi-Strauss e o escritor
judeu Stefan Zweig visitaram a Casa de Detenção.
(p.142)
Algo para reflexão: Até 1920 o Brasil não tinha nenhuma
Universidade. O que havia era faculdades isoladas com cursos específicos.
Nada de um campus com vários cursos dentro do conceito de
universidade. E o autor destaca que cidades como Lima, Cidade do
México e Santo Domingo já tinham suas universidades desde o século XVI.
(p.198)
Na Segunda Guerra Mundial os americanos fizeram em Natal-RN a
maior base aérea fora do seu território no esforço de guerra usando Natal-RN
por ser um ponto estratégico por ficar no ponto da América do Sul mais próximo
da África. Diz que a Base americana em Natal era tão grande
e sofisticada que tinha até um cinema que recebia os filmes de lançamento,
mesmo antes de chegarem à nossa capital federal que era o Rio de Janeiro.
(p.213)
Em 1888 o Brasil decretou o fim da escravidão e passou a incentivar a
imigração para prover mão de obra principalmente nas lavouras, sendo que o café
era o carro-chefe. E que a preferência teria sido para o imigrante
italiano por ser branco, latino e católico. Supunha-se que o povo
brasileiro se adaptaria melhor a esse perfil de imigrante, segundo o autor
comenta.
(p.278)
Em 1947, o Brasil em uma fase de estreitamento diplomático com os USA
chegou a importar 27.000 toneladas de bananas dos USA. Parece
piada!
(p.300)
Diz que até certa época recente, no Brasil só três escritores
conseguiram viver da literatura e seriam: Érico Veríssimo, Fernando Sabino e
Jorge Amado.
(p.314)
O magnata Giuseppe Martinelli fez o primeiro arranha-céu como se chamava
um prédio alto nos tempos dos anos 20. O povo paulistano ficou
abismado com a obra e sua altura mas tinha medo de morar naquela altura.
Para mostrar que o prédio era seguro, o magnata Martinelli se mudou com a
família na cobertura do arranha-céu. Daí as pessoas aderiram à novidade.
(p.395)
Jânio Quadros, que foi presidente do Brasil, visitou Cuba de Fidel.
Jânio condecorou Chê Guevara (em 19-08-61) com a maior comenda
nacional - a Ordem do Cruzeiro do Sul.
(p.427)
Na Ditadura militar os amigos de Clarice, Paulo Francis e
Ferreira Gullar, foram presos logo após a edição do AI 5 Ato Institucional
número 5 que suspendeu as liberdades democráticas no País em 1969.
Em
resumo nosso País é novo e estamos no aprendizado...