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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Cap. 4/6 - fichamento do livro - A FILHA PERDIDA - Autora: ELENA FERRANTE

 capítulo 4/6                            outubro de 2024

 

         As duas filhas de Leda, uma tem seios grandes e a outra os tem pequenos demais e ela reclama disso à mãe.

         Voltando ao caso atual da perda da boneca pela menina Elena na praia.

         A tia de Elena ficou tão irada pela perda da boneca, supondo que alguém achou e não quis devolver à menina.  Jogou uma praga em quem teria encontrado a boneca sem saber de quem se tratava.   “Que essa pessoa tenha um câncer no cérebro”.

         Dias depois do episódio da perda da boneca houve um dia chuvoso e os turistas foram para as lojas.  Numa dessas, Leda acabou encontrando Rosária, Nina e a pequena Elena.   Chegaram a conversar e saiu o episódio do sumiço da boneca.

         Leda se recordando de uma vez que ela estava preparando um artigo para publicar e os afazeres domésticos interferindo no andamento do artigo, além dela ter que dar atenção às duas filhas pequenas.  Num momento uma das filhas querendo a atenção da mãe, ao brincar, deu um tapinha no rosto da mãe que reagiu furiosa, dando um tapa do rosto da filha.   Esta ficou assustada e chorou.  Daí vem o drama da mãe...

         No momento de exaltação, Leda pegou a filha pelo braço dizendo que tinha que trabalhar, arrastou-a pelo corredor e deixou-a em outro cômodo chorando e bateu a porta de vidro com força.  Força demais, que o vidro da porta espatifou.   A mãe vê a criança do outro lado olhando espantada com a atitude da mãe.   

         “Olhei-a estarrecida.  Até que ponto eu podia chegar.  Estava assustada comigo mesma.”

         A cena ficou marcada para sempre em Leda e certamente na filha.

         Na fase em que Leda ainda estava com o marido e as crianças, às vezes se reuniam ou mesmo faziam viagens de passeio com o casal amigo.  Ele, Matteo e ela, Lucilla.   Esta que nas ocasiões brincava muito com as filhas de Leda e as crianças adoravam as brincadeiras.   Motivo de ciúmes de Leda.

         Até Lucilla falar com voz de criança tinha vez nas brincadeiras e conquistava as crianças do casal amigo.

         Leda ficava muito constrangida com essa conquista das crianças dela.

         “Os hábitos de autonomia que eu havia imposto às filhas com tanta dificuldade, necessários para que eu conseguisse ter algum tempo para mim, eram eliminados em poucos minutos assim que ela chegava”.

         “Era só Lucilla aparecer e imediatamente começava a encenar a mãe sensível, fantasiosa, sempre alegre, sempre disponível:  a mãe boa.  Maldita!”

         Leda dirigindo agora e relembrando esse passado e irada com isso.

         “Estava voltando ao meu peito toda a raiva daquela época.”

         Era fácil, pensava Leda, Lucilla dar uma de mãe boazinha por uma ou duas horas e depois voltar ao trabalho dela, sem se preocupar com crianças.  Ter um bom emprego, uma carreira de sucesso e se gabar disso para Leda.

         Depois que a “tia” Lucilla ia embora, era Leda quem tinha que assumir a casa toda e ver as crianças cobrando...  “a tia Lucilla disse, a tia Lucilla nos deixou fazer”.  Maldita, maldita!

         “... O mal que Lucilla fez naquele período foi enorme”.    Leda numa ocasião na praia com o esposo, as filhas e o casal amigo, Matteo e Lucilla.  Por coisas poucas, Leda se destemperou.  Falou alto com as filhas, por nada e falou alto com o marido, tudo na frente do casal amigo.

         Tempos depois, Leda se separou do marido e este chegou a ter um caso com Lucilla.  Talvez ele pensava que ela deixaria o marido para ficar com ele e as duas filhas.  Ela parecia gostar das crianças...      

         Não foi assim.  Ela continuou com o marido.  Os casal se afastou e a amizade se desfez.

        

         Continua no capítulo 5/6

sábado, 2 de novembro de 2024

Cap. 3/6 - fichamento do livro - A FILHA PERDIDA - Autora: ELENA FERRANTE

 

         Elena, a criança de família napolitana, brincando com a boneca.   Num descuido da família, a pequena se perde na praia cheia de gente.  Pânico na família.

         Leda, a observadora, percebeu o pânico e se pôs a ajudar.  Ela conseguiu encontrar Elena e devolve-la à família.

         Agora a menina continua a chorar porque perdeu a boneca.    Leda volta da praia tendo achado a boneca que sabia ser de Elena, mas guarda o brinquedo na bolsa e leva para o apartamento.   Atitude estranha.   Sabia que a menina chorava, agora por falta da boneca.

         Leda foi embora da praia naquele dia apesar de ter salvo a menina, acabou depois levando consigo a boneca de estimação de Elena.

         Tudo isso apesar de ouvir o choro da criança.   Sobre esse fato, Leda reconhece:  “Foi uma reação infantil de minha parte...”

         No passado, quando Leda era criança, a mãe dela não brincava com ela e a jovem mãe de Elena brincava com a filha pequena na praia.

         A mãe de Leda, quando esta era pequena, não se fingia de criança para brincar com a filha.    Isto faz falta para Leda.   Tanto que quando ela tinha as filhas pequenas, deixava as crianças brincarem com ela como se fossem ambas crianças.    A filha fazia de conta que a mãe era sua boneca e então penteava o cabelo da mãe, fingia dar remédios.

         Nessas ocasiões Leda se deixava passar por boneca da filha mas não se sentia bem.    Pensava:   Tantos afazeres e ela ali brincando...

         “No entanto, eu tentava manter a calma, queria ser uma boa mãe”.

         ...”Fui muito infeliz naqueles anos.”

         Leda teve uma boneca na infância e guardou.   Quando Bianca era pequena, Leda deu essa boneca a ela.   Bianca não se entusiasmou com a boneca.  Gostava de outra boneca que era de pano.

         Um dia Leda surpreendeu Bianca sentada em cima da boneca e ficou indignada.  Ralhou com a filha e tomou a boneca.

         Na frente da casa, uma rua de grande trânsito de veículos.   Leda tomou a boneca da mão da filha de três anos com violência e jogou a boneca na rua e os carros passavam em cima.   Tudo aos olhos espantados de Bianca.

         ...    “Ler e escrever sempre foram a minha forma de me acalmar”.

         Leda se lembrando de que no passado, quando ela saia pra rua com as filhas já adolescentes, os olhares masculinos ela ainda achava que eram para ela, mãe.    Mas foi chegando o tempo que a mãe teve que aceitar que os olhares dos rapazes de fato eram para as filhas dela.    Assim Leda percebeu que era o fim de um ciclo.

         Mais adiante, os namorados das filhas entravam com elas nos respectivos quartos após darem um ligeiro oi para a mãe antes de se trancarem no quarto.   Ao saírem, um simples tchau para a mãe das meninas.

         A mãe se conformava porque queria que as filhas se sentissem amadas.

         Na conversa com Gino, de volta à praia...  este que cuida dos guarda sois, Leda ficou sabendo um pouco da família de italianos que ela vinha observando a dias.

         Só teve de Gino menos informação sobre Toni, o marido de Nina.

         Leda relembrando com ciúme, da amiga de uma de suas filhas no passado quando ambas tinham ao redor de 14 anos.   Ficava injuriada de saber que a menina, já mocinha, roubava a cena com sua beleza e facilidade de interagir com as pessoas.

         A mãe julgando as filhas...   “Bianca é antipática, eu pensava às vezes, e sofria com isso.   Depois eu descobria que ela era muito querida, tinha amigas e amigos, e senti que só quem a achava antipática era eu, a mãe dela e aquilo me dava remorso.”

                   Continua no capítulo 4/6

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Cap. 2/7 - fichamento do livro de ficção - A FILHA PERDIDA - autora - ELENA FERRANTE

 

CAP 2

         Vizinhos de guarda sol na praia onde Leda está:  uma família de napolitanos com o sotaque da região dela.

         A família recebeu na praia, amigos que chegaram de barco e mesmo com a praia com os guarda sois ocupados, foi pedindo para os vizinhos de guarda sol trocarem de lugar para a família ampliada caber toda reunida.

         Os vizinhos acabaram colaborando e assim se fez.   “Aquela gente me irritava.   Eu havia nascido em um ambiente igual àquele...”   ...”agiam daquela maneira, com uma cordialidade prepotente”.

         A mãe de Leda era do tipo daquela gente que se aglomerou na praia.

         Leda tentava ser e agir diferente, mas destemperava vez por outra.   “Eu a observava, surpresa e decepcionada, e planejava não ser como ela...”

         A mãe que ameaçava os filhos, ainda crianças, de abandona-los.   “Como eu sofria por ela..  e por mim...    “Como eu me envergonhava de ter saído da barriga de alguém tão infeliz”.

         Quase todos os casais das barracas próximas cederam seus lugares à família barulhenta.  Houve um casal de estrangeiros, com mulher grávida, que não aceitou mudar de lugar.

         Nisso o rapaz que cuida das barracas vem com Nina para a barraca de Leda, confiantes em convence-la a mudar.   Ela não aceitou mudar de lugar para dar espaço para a aglomeração festiva dos napolitanos barulhentos.

         Na família napolitana a aniversariante do momento era Rosaria e ela trouxe ao final um pratinho de doces para Leda.

         Em outro momento, Leda sentiu uma pancada nas costas, no caminho pelos pinheirais entre a praia e o Hotel.   Caiu uma pinha ou foi atirado por alguém, pelas costas...

         Antes ela pensava na família napolitana.   Agora pensa e reclama da dor nas costas e na dúvida se a pinha caiu ou foi arremessada.

         Depois telefonou para as filhas que residem com o pai no Canadá.

         ...”Mas eu não invento nada, só escuto, o não dito fala mais que o dito... (no telefonema para as filhas).

         Leda na fala com a filha acha que esta gostaria que não fosse filha dela.   Quando Leda desligou o telefone após a fala com a filha Marta, “estava arrependida de ter ligado”.      ...”sentia-me mais agitada do que antes...”

         Restaurantes cheios, Leda foi tomar lanche num bar.   Homens jogando baralho.  Idosos.   Giovanni junto com eles.   O que cuidava das barracas.

         Ele veio falar com ela e ela percebeu que ele tinha intenções inclusive de mostrar para os amigos, que ele tinha alguma proximidade com a turista.

         “Isto numa atitude de macho dominante.”

         Noite mal dormida, barulho na praia, família, Gianni, o ex marido, tudo passa pelos pensamentos dela.

         “Eu havia desejado ter minha filha Bianca; um filho e desejado com uma opacidade animal reforçada pelas crenças populares.”

         Leda tinha 23 anos quando nasceu sua filha Bianca.   Em seguida, “programou” o nascimento de Marta para fazer companhia a Bianca.

         Todo o processo, gravidez, correria, perdas de oportunidade profissional na carreira tentando ser professora na universidade.   O marido conseguiu ser professor na universidade e ela não.

         “O pai das filhas corria mundo afora, uma oportunidade atrás da outra.   Ele tinha pouco tempo para reparar nas filhas.   Gianni acha que as duas filhas se parecem com a mãe.      ...”é um homem gentil e as filhas gostam dele”.      ...”em geral ele agrada as crianças.   Se estivesse aqui, não ficaria como eu na espreguiçadeira; iria brincar com a pequena Elena, se sentiria na obrigação de faze-lo.”.

         ..... continua no capítulo 3/7 

domingo, 27 de outubro de 2024

Cap 1/7 - Fichamento do livro - A FILHA PERDIDA - Ficção - Autora: ELENA FERRANTE

 


         Autora  Elena Ferrante  - Editora Intrínseca -  2016

(outubro de 2024 – leitura)

         Livro traduzido do italiano por Marcello Lino

         A edição italiana foi em 2006 com o nome La Figlia Oscura

         A personagem protagonista do livro se chama Leda.   

         Leda dirigindo à noite, tem um mal súbito, apaga, é internada e se restabelecendo fica confusa sobre o que ocorreu.   “As coisas mais difíceis de falar são as que nós mesmos não conseguimos entender”.

         Leda, mãe se duas filhas jovens, fica só na Itália e as filhas vivem com o pai no Canadá.

         Leda descobriu que essa distância das filhas não a afetou.

         ...”não senti mais aquela ansiedade por ter que tomar conta delas”.

         A mãe, Leda, telefonava com frequência para saber das filhas.

         Uma filha é Bianca e outra é Marta.

         Telefonemas entre mãe e filhas...

         ...”eram quase sempre apressados, às vezes pareciam falsos, como no cinema”.

         Leda é professora universitária.   Tem um relacionamento sexual de vez em quando com um colega professor da mesma universidade.

         Está perto de completar 47 anos.   Leda está se sentindo bem com seu corpo e sua toada de vida.

         Tirou um mês de férias e foi passar férias na praia.    Alugou uma pousada na praia e mantinha as janelas abertas nos dias ensolarados.

         “Eu me sentia leve, e sem culpa por isso”.

         O zelador da pousada se chama Giovanni.

         No passado, todo o tempo de Leda era centrado nas duas filhas.   Quando pequenas, nas preocupações com crianças e depois, quando elas eram jovens, que já  saiam para lazer, passeios, as preocupações eram com essa fase da idade delas.

         “Eu queria estar pronta para lidar com os pedidos repentinos de ajuda, temia que me acusassem de ser como eu de fato era:  distraída e ausente, absorta em mim mesma”.

         Leda vai procurar uma praia com lugar para estacionamento do carro.  Encontra um lugar com pinheirais.   Lembra da infância dela.    A mãe tirando a casca dos pinhões para as irmãs dela comer e as duas eram mais estridentes.   Leda era a mais tímida das irmãs.    A mãe tentava vencer a timidez de Leda quando criança.    “Você é pior que uma pinha verde”.

         Ela levou livros e mais livros para ler e preparar aulas durante as férias.

         Na praia conhece o jovem salva vidas chamado Gino.

         Marta é o nome da segunda filha da protagonista.

         Leda lendo na praia.   Uma grande família italiana por perto.  Avós, pais, filhos, netos.

         Quando criança Leda também era de uma família grande e barulhenta.

         No grupo de italianos na praia, uma jovem mãe e sua filha pequena, uma sempre junto com a outra.   A mãe se chama Nina.   A criança  se chama Elena.

         A mãe de Leda ralhava com ela e as irmãs e ameaçava abandoná-las.

         “Qualquer noite eu vou embora e quando vocês acordarem já não vão me encontrar”.

         As crianças ficavam morrendo de medo de isso acontecer de fato.

         Agora ali na praia, Leda observando a jovem mãe Nina e sua filha pequena.

         “Aquela mulher, Nina, parecia serena, e eu sentia inveja”.

         A posterior chegada do pai da criança e o reboliço da família.   Ele com presentes, sendo cumprimentado pelos familiares e depois chega até Nina, pega a criança no colo, beijos.   Para Nina, que é mais alta do que ele, puxa-a para ela se curvar para receber o beijo.

         ...”e roçou rapidamente os lábios dela, com a discreta autoridade de um proprietário...”

 

         Continua em capítulos de duas laudas.   Estimados em sete capítulos

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Cap. final - fichamento do livro de ficção - O FILHO DE OSUM - Autor: DECIO ZYLBERZTAJN

capítulo final

        

         Capítulo 12 – Morte e fuga

         Deborah de fato viajou com as pedras preciosas e como combinado com Anna, não pagou Jos que ficou em apuros com seus fornecedores traficantes.

         Alaor, sócio de Jos, estava doente e morreu.   A loja dele já estava em apuro financeiro.

         Anna e seu amigo delegado aposentado e suas colaboradoras, ajudaram a liquidar os haveres no Bairro e caíram fora.   Inclusive porque os bordeis do Bairro Bom Retiro em São Paulo estavam sendo obrigados a fechar.

         Jos fugiu para a Guiana holandesa para depois tentar conseguir uma viagem de navio até a Holanda.

         Sirenes na rua e a chegada da polícia no bordel.

         “- Lá vem eles novamente.  Vão entrar de casa em casa roubando o pouco que resta dessas mulheres.   A maior parte delas chegou aqui jovem, perdida, sem um tostão.  Vão sair daqui velhas, perdidas, sem nenhum tostão.

         “Mais sorte teve Diva, que não viveu para ver esta cena”.   Diva foi a gerente do bordel de Anna e morreu de sífilis.

         Capítulo 13 -  Despedidas

         Anna e as mulheres do bordel se despedindo e buscando alguma esperança para um futuro incerto.   Anna diz:    “Eu não tenho concelhos para dar, casas de mulheres mudam de lugar e de clientes, temos que nos adaptar.  Nós deixamos de dar lucro, os meganhas passaram a ganhar mais nos puteiros novos, nas casas noturnas e nas boates”.

         “Para putas velhas, em São Paulo, tudo acabou”.

         Anna abriu umas garrafas de champanhe que restavam e brindou com as mulheres da casa como despedida.

         Destacou que estava planejando ser professora de idiomas e literatura numa escola n interior de Minas Gerais, a convite da dona da escola.

         As crianças da escola que ganhavam livros de Anna souberam que ela iria embora e vieram trazer flores e se despedir.  Se posicionaram em frente ao bordel e leram poesias, trechos de poesias na verdade, de diversos autores e que diziam algo que se encaixasse ao momento.

         Muita emoção e lágrimas de Anna.   Nisso chegaram os policiais e dispersarem as crianças com alguma truculência.  Ralhando com as crianças por estarem na frente de um bordel.

         Capítulo 14 -   Os caminhos

         A viagem de Jos foi de navio até Belém do Pará.   Lá ele alugou um pequeno avião de propriedade de um holandês que era também o piloto.   Chegaram em Paramaribo, capital da Guiana Holandesa.   Ficou três meses lá até haver um navio que desse certo para leva-lo até a Europa.

         O caminho de Deborah

         Deborah voltou para sua terra natal na Bélgica e se articulou com comerciantes e lapidadores de pedras preciosas.

         Ela conseguiu quitar o imóvel que foi dos pais dela.   Depois restaurou e reabriu a loja que era da família.

         Viagem de Jos

         Ele foi de navio até o porto de Rottherdam.  Depois foi de trem até a cidade onde moraram seus pais.   Passou inclusive por Utrecht.

         Debora encaminhou as pedras para lapidadores da Antuerpia na Bélgica.   Mantém correspondência com a amiga Anna que continua no Brasil.   Remeteu à amiga a parte que cabia a ela na venda das pedras, como forma desta recuperar a perda que Jos lhe causou no passado.

         Deborah visita com frequência seu amigo Cornelius que tem problemas mentais decorrentes da guerra, da prisão em campo de concentração e do trabalho forçado.    Ele passou a lidar catando sucatas, levando para um galpão ao lado da casa e ir montando coisas sem nexo mas que para ele poderia ser um barco.    Sobe no barco fechado no galpão, lê em voz alta, faz discurso para ninguém.

         Capítulo 15 -   Coisas desimportantes

         Em resumo, Jos, para desencargo de consciência, resolveu se acertar diante dos erros do passado.

         Enviou duas caixas de pedras.  Uma para Preta Lina e outra para o amigo Cornelius, agora doente mental.

         Preta Lina colocou a caixa de pedras num barquinho com ajuda do carroceiro que trouxe a caixa e remaram até o lugar do rio que ela indicou.  Nisso Preta Lina passa a ir soltando as pedras na água do rio como oferenda a Osum para este perdoar Jos pelos pecados cometidos e tentar mudar a sorte dele.

         A caixa que chegou a Cornelius, este colocou a caixa de pedras preciosas num barquinho, foi para o lugar que achou melhor no rio e foi soltando as pedras na água até completar a tarefa.

         Assim ele se sentiu mais leve, aliviado. 

         Capítulo 16 -  Encontro no Galpão de Cornelius

         Deborah indo de barco encontrar mais uma vez o velho amigo Cornelius.    Não dialogaram, já que ele está demente.

         Ele lê no galpão e faz discursos entre altos brados.  Conversa aos quatro ventos.

         O barqueiro que está trazendo Deborah para mais uma visita ao demente pergunta a ela:   “Por que a senhora insiste em visitar seu amigo?  Ela responde   -“eu não sei responder.  Me sinto em paz quando ouço ele declamar.   Acho que precisamos dos loucos para aliviar um pouco da nossa demência.”

         Deborah assistindo e Cornelius declamando de forma teatral, trechos de livros.

         Lê inclusive uma fala atribuída a Jean Cocteau  (1889 – 1963)

         “- E quando estiverem no meu enterro, finjam chorar, meus amigos, pois os poetas fingem morrer”.

                   FIM                                          final da leitura 12-10-24


terça-feira, 15 de outubro de 2024

Cap.4 - fichamento do livro - O FILHO DE OSUM - Autor: DECIO ZYLBERZTAJN

 capítulo 4                            outubro de 2024

        

         Jos fazia ponto para realizar negócios na loja do amigo Alaor na Rua José Paulino no Bairro Bom Retiro que fica perto da estação da Luz.      

         Ali Jos comprava ouro, emprestava dinheiro a juro.     Um dia ele viu pela janela, Anna chegar na frente do Clube Progresso com uma sacola.   Logo os alunos de um colégio próximo cercaram ela para ganhar livros.  Depois as crianças subiam as escadas do Clube para irem ler os livros.

         O amigo disse para Jos que Anna fazia isso há anos.   Distribuir livros uma vez por semana.   E ela se reunia com as crianças leitoras uma vez por semana para discutirem sobre o que foi lido.

         O amigo de Jos disse que o Clube Progresso  era mantido por judeus comunistas, muitos que fugiram da perseguição nazista na Europa.   Esses judeus se reuniam no clube para defender suas causas.

         Capítulo 8 -   Bom Retiro e a Carioca

         Joan Fontaine (1949)     Em São Paulo o ramo da prostituição no bairro estava em baixa e a ordem era fechar as casas.

         A arrecadação de Jos com os bodéus estava em baixa.  Ele incrementava a compra ilegal de pedras semi preciosas para contrabandear com a Europa.  (Antuérpia, na Bélgica).

         Capítulo 9 – Os negócios de Jos  (1950)

         Carta de Cornélius ao amigo Jos depois do trauma da guerra e o nazismo.

         “Não é possível que o homem possa ter feito o que fez.   Percebo que as ideologias causam cegueira primeiro, seguidas por radicalismos que depois se autojustificam”.

         “Também percebo que os radicais demoram para compreender a natureza de seus desvios morais”.

         Cornélius, no fim da carta, se prontifica a ajudar Jos no comércio das pedras, achando que o negócio está dentro da legalidade.

         Cornélius é um humanista de ação e formação.  Sempre foi um leitor.

         Nos anos cinquenta o Bairro Bom Retiro ainda usava o sistema de queima semanal do lixo e isto poluía muito o ar.  Fumaça com cheiro ruim.

         Preta Lina, umbandista, se decepciona com o comércio das pedras e a ganância, ambição e vaidade ostentadas por Jos.

         “Osum gosta de azul, das pedras preciosas, de alegria.  Ela é filha da rainha das Águas, de Iemanjá.    Gosta de espelhos, das cachoeiras e de tudo que brilha na natureza.”

         “Ela gosta de usar e não de mostrar.  A beleza das pedras é coisa de Deus, os homens é que se matam por conta dela.   Acho que seu Jos se desencaminhou”.

         Capítulo 10 -  Nuvens Negras

         O Rio Tietê foi “retificado” na capital paulista e perdeu suas áreas de várzea que protegiam a cidade nos casos de enchentes.   E as várzeas mantinham a natureza com suas plantas e animais.

         O povo pobre e miserável, por falta de alternativa, foi ocupando as áreas na beira do rio e ficou vítima frequente das enchentes.

         Osum é mulher de Xangô.   No terreiro de umbanda onde Jos foi após pedir isso para Preta Lina.

         Ele viu as pessoas com roupas de cores amarela, azul e rosa.   As cores de Oxum.

         A mãe de santo do terreiro avisou Preta Lina:   “- O menino é filho de Osum”.   Disse isso apontando para Jos.

         Capítulo 11 -  O encontro

         Jos no trambique do contrabando de pedras precisava de alguém de confiança na Bélgica e que falasse o idioma local.

          Anna tem uma amiga no Rio de Janeiro, que foi refugiada da guerra, batalhou muito ao migrar para o Brasil e é empresária no RJ.   Usa o nome de Joana.   Ela criou a Ong que apoia no RJ e uma Ong em São Paulo, que acolhe velhas prostitutas que são vítimas da guerra e não tem mais renda.

         No passado, elas, jovens, ao migrarem, caíram nas mãos de traficantes humanos e foram forçadas a entrar na prostituição.

         Joana na verdade é Deborah, que no passado Jos agenciou para encaminha-la ao Brasil e fugir do nazismo.           Encaminhou ela para a Italia, violentou ela e reteve as joias que ela trazia como reserva de capital para recomeçar a vida no Brasil.   Jos ficou com as joias dizendo que elas seriam roubadas na viagem de navio.   Que ele depois mandaria as joias para ela e não cumpriu esse trato. 

         Agora Anna montou com Deborah um plano para darem o troco em Jos que as roubou e as entregou a traficantes humanos no passado.

         Deborah se dispõe, no plano, a ser a intermediária e seguir com o carregamento  de pedras preciosas de Jos e seus comparsas.   A missão era entregar o carregamento na Bélgica, receber a grana e repassar a Jos.   Este que recebeu recado de que se falhasse, pagaria com a própria vida.

        

         Continua no capítulo final

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Cap. 3 - fichamento do livro de ficção - O FILHO DE OSUM - Autor: DECIO ZYLBERZTAJN

 capítulo 3                        outubro de 2024

 

         Depoimento de Bela – Reminiscências da libertação

         ... “antes do fim da guerra, o grupo da resistência foi capturado.   Cornelius foi enviado para um campo de concentração.

         Jos comprou a liberdade na base do suborno aos soldados alemães, usando dinheiro das joias que tinha em seu poder.   Escapou e embarcou em navio para a América do Sul.

         “Todos pagaram um preço, menos Jos”.    “Entre os resistentes, Jos que fora herói, virou um traidor”.

         Capítulo 7 – Adeus rio Schelde, maio de 1945

         Porto de Santos, novembro de 1945.      Jos chega ao Brasil e tendo marcado com Anna, ela estava lá para recebe-lo.

         Anna criticando o tipo de “amigos” que Jos dizia ter no Brasil.    Os que articulavam para trazer garotas refugiadas da guerra na Europa para coloca-las como garotas de programa no Brasil sem elas saberem que estavam nas mãos do tráfego humano.

         Anna em referência aos amigos de Jos:    “Ah, sim, você nem imagina como eles facilitaram a minha vida.  Pois saiba que entre os seus amigos, aqueles que não foram mortos, estão presos”.

         Uma das residentes no bordeu mostrou a casa para Jos.  Depois ele sentou com Anna para uma conversa e ela narrou que ao chegar ao Brasil de navio, desceu em Santos.

         Foi levada diretamente pelo contato de Jos para um bordeu em São Paulo e lá o traficante ficou de posse dos documentos dela.

         Anna ficou sem alternativas e teve que se integrar ao grupo de prostitutas do bordeu.

         Jos quis saber de Anna por que ela aceitou ajuda-lo depois que ele a jogou, indiretamente,  nessa vida de prostituição, colocando-a nas mãos de traficantes de mulheres.

         Ela respondeu:  “Resolvi te acolher quando li a carta que me mandou há meses.   Não faço isso por caridade, faço pelos seus pais e porque preciso de uma pessoa para administrar um projeto que acolhe as velhas prostitutas judias, algumas que sobreviveram a filhos da puta como você”.

         Projeto

         Como há na Argentina e no Rio de Janeiro, para acolher as idosas doentes que foram trazidas ao país pelas mãos dos integrantes do tráfico humano.

         Anna está convocando Jos para ajudar uma líder do Rio de Janeiro que toca o projeto de acolhimento às velhas doentes vítimas do tráfico.   E Anna justifica:

         No projeto...  “vamos ter que arrecadar dinheiro e você sabe bem como fazer essas coisas”.

         Preta Lina, favelada, é durante o dia a cozinheira do bordel e vai à noite para casa na favela na margem do Rio Tietê.

         Preta Lina explicando as coisas para Jos.   “Os rios são o reino de Osum”.    Jos pergunta à Preta Lina quem é Osum.

         Ela explica:   “Osum, filha de Orumilá e Iemanjá, foi criada pelo pai que lhe fez todas as vontades.  Sou filha de Osum e ela me protege”.

         Dina, a ajudante de Anna no bordeu disse a Jos:

         - “Vá se acostumando, Jos.  Preta Lina fala de coisas que a gente só vai entender depois de algum tempo”.

         Havia pelo bairro Bom Retiro em São Paulo, muito imigrante chegando da Europa, fugindo da Guerra.

         Uns traziam ouro e joias para vender e poder ter algum dinheiro para recomeçar a vida.

         Jos logo entrou nesse negócio e também na agiotagem.   Em pouco tempo ficou bem conhecido no bairro.    Jos fazia ponto na loja de tecidos do Alaor na Rua José Paulino que fica no Bairro Bom Retiro.

         Continua no capítulo 4