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sexta-feira, 11 de julho de 2025

Cap. 9/12 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et alli - 2024

 capítulo 9.                        julho de 2025

 

         No dia da insurgência a polícia escoltou os manifestantes até os palácios e nada fez para evitar o quebra quebra que durou cerca de quatro horas.    Depois de duas horas da invasão a polícia começou a agir.

         “Só depois de duas horas de destruição foram iniciadas as movimentações da PM que resultaram em apenas seis feridos entre os manifestantes (estimados em 2.000) e surpreendentes 44 feridos entre os policiais.”

         Quando houve no passado manifestações da esquerda quase não havia feridos entre os policiais que atuavam na repressão, mas havia feridos entre os manifestantes por conta da ação policial.

         Os manifestantes e a camiseta da Seleção Brasileira – CBF que na crítica do jornalista esportivo Juca Kfouri é a Casa Bandida do Futebol.

...     

“A presença ou não de Bolsonaro no cenário eleitoral não significa  derrota da extrema direita: pelo contrário, armou-se a bomba relógio nas últimas décadas, e não somente nos anos bolsonaristas...”

         ...   “poder crescente dos evangélicos na vida cotidiana e mental de parcelas importantes da sociedade”.    (frase do Antropólogo Spyer em livro de 2020).

         Página 119 -   Capítulo -  Depois de janeiro, a paz será total?

         Há citação do protesto aos berros do insurgente, coronel da reserva Adriano Testoni que gravou vídeo com xingamentos contra as Forças Armadas por não terem entrado em cena dando o golpe.   O coronel responde processo por conta dessa descompostura.

         Em 40 ônibus, os detentos da insurgência foram encaminhados para presídios.   Eles na Papuda e elas na Colmeia.   Nessa fase da prisão preventiva eram em torno de duas mil pessoas.   Destes, logo em seguida, 684 foram liberados para responder em liberdade os respectivos processos.  Estes por questões humanitárias como idosos, pessoas com enfermidades, pais com filhos pequenos etc.

         Os presos reclamavam de tudo na prisão, até da falta de wi fi.

         Um deles virou piada ao dizer ao juiz:  “fui preso contra a minha vontade”.  Ao que o juiz respondeu:  “Não sei se o senhor sabe, ma é assim que a prisão funciona”.

         A direita e seu chavão de bandido bom é bandido preso passa a ser agora um constrangimento para ela própria.   “O que fazer agora...  quando os heróis do povo passam a ser vistos como vilões e depredadores do bem público?”

         “Os patriotas, agora patriotários, foram abandonados pelos líderes, pelo messias e generais...”.     “Quem fez quem de Mané?

         ...”Quem de fato era o diretor daquele teatro de fúria consentida?”

         Os insurgentes, fracassados passaram a atacar as forças armadas como traidoras deles mas pouparam o Bolsonaro que na hora H os deixou na mão.

         Na página 123 os autores fazem uma avaliação do cenário nacional ao que me parece depois de impactado com o avanço da direita após a deposição da Dilma, quando vieram governos de direita com Temer e Bolsonaro.

         Segue o livro:   “Nossa economia não agrega quase nenhum valor às cadeias produtivas mundiais e não emprega mais, com mobilidade social decrescente...”      

         “Uma sociedade enfim, produtora de medo e violência cujos membros nunca viveram situações tão desiguais e interesses tão conflitantes”.

         Página 124 (das 170) -  “A esquerda radical – insurgente foi esmagada e isolada pela própria esquerda da ordem, pela mídia e pelas forças conservadoras”.

         (na minha modesta opinião de leitor, vejo que o Congresso é majoritário de centro, direita e ultra direita e assim há bem pouco espaço para a esquerda no Executivo governar como tem potencial.  Sem apoio no Congresso, o Executivo fica no pragmatismo, digamos, de conseguir para o povo o máximo que pode com o limitado poder que tem).

         P. 126 -  “Os vitoriosos do 8 de janeiro ao final, não foram o governo Lula, as forças populares ou a nossa precária e limitada democracia, mas os donos do poder e do dinheiro, que mais uma vez impõem a agenda sem oposição, chantageiam e transferem à esquerda o custo de manter tudo como está”.

         ...”A direita radical, mesmo amalucada, mobiliza mentes e corações e age de forma ousada para transformar a história a seu favor, mantendo, é claro, a ordem desigual”.

                                               Segue no capítulo 10

terça-feira, 8 de julho de 2025

Cap. 8 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et alli - 2024

 capítulo 8                 

 

         Cita o pastor Renato Cardoso, genro do poderoso Edir Macedo, da Igreja Universal e da TV Record.    Este pastor editou um livro sobre o Apocalipse e depois veio uma novela da Record com o mesmo nome.   Em certa cena, meteoros caem sobre Brasília e incendeiam os palácios dos três poderes.

         Passa a ideia de castigo divino e de final dos tempos.    “Essa  iminência do juízo final estimula um senso de urgência nos fieis e intensifica o de missão para que os verdadeiros cristãos estejam crispados e em ‘batalha espiritual’ contra as forças do mal”.

         Essa narrativa esteve bem presente nos bloqueios e nos acampamentos da ultra direita e deu no que deu.

         As distorções misturando política e fé...

         ...”como se quebrar vidraças, objetos, obras de arte e moveis significasse quebrar o próprio modelo político tomado pelo Diabo”.

         Muitos fanáticos do quebra-quebra (insurgentes) comparavam o feito à Queda da Babilônia, que é uma passagem bíblica.   Uma busca de adaptar mensagem bíblica à invasão da Praça dos Três Poderes.

         Os insurgentes, tendo sido derrotados e punidos viram isso como um recado divino.  “Daí que a derrota deles no 8 de janeiro ... deu aos fieis um mau presságio: o de que Deus poderia não estar do lado deles.  Seu messias (Jair) esteve ausente, permaneceu em silêncio, dando mínimos e incompreensíveis sinais...”

         Por fim o Bolsonaro abandonou o barco e foi para os USA e deixou seus mais afoitos seguidores órfãos antes do embate dos insurgentes.

         Antes do dia 8 de janeiro, Bolsonaro ausente, há a liderança do General Heleno ...  “extremista e instigador de ódio a Lula e Alexandre de Moraes.    Heleno cumpre muito dos requisitos encontrados em Bolsonaro: também militar, pai de família, conservador e ‘cidadão de bem’.”

         Frase enigmática do Bolsonaro após a derrota nas urnas:   “Nada está perdido”.

         Derrotados, ante de serem presos, os insurgentes se prostraram em orações tentando reverter a imagem de vândalos, de destruidores etc.

         Frustrados por perderem a batalha, pelo risco de serem presos e ainda pela debandada do mito Bolsonaro na hora H.

         Capítulo -  Um Exército de Brancaleone ou terroristas organizados?

         Os insurgentes ficaram dois meses acampados em frente ao quartel de Brasília.     ...” a invasão dos palácios em ataque de ato único, tem caráter rocambolesco e farsesco – inverossímil, mas cuja trama urdida também nos quarteis, progressivamente é revelada”.   (página 109)

         Só parecia improviso...    “A organização e logística dos insurgentes estão longe do mambembe exército de Brancaleone, o que vimos foi um movimento organizado com estratégia e táticas militares: caravanas de ônibus provenientes de diversas regiões do país com infraestrutura alimentar e alojamento indicam claramente um método de organização, financiamento e ação.”  (página 110)

         Há publicação citada no livro atestando que três dias antes da invasão havia artigos mostrando os trajes e métodos que usariam.  Inclusive se enrolar na bandeira nacional usando-a como escudo contra a repressão policial, isto porque uma lei de 1969 dava essa proteção.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Cap. 7/10 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - autores - PEDRO FIORI ARANTES et alli (2024)

 capítulo  7

 

         No dia da posse do Lula ele sobe a rampa do Planalto acompanhado de representantes das minorias e recebe a faixa presidencial das mãos de uma senhora negra que trabalha junto aos catadores de recicláveis.

         Essa forma de Lula subir a rampa foi inusitada e teve grande cobertura da mídia nacional e internacional.

         Duas pesquisas de opinião mostraram a elevada reprovação do povo ao quebra-quebra do 8/1/23.   Pesquisas feitas dois dias depois do ocorrido.

         O resultado foi reprovação de 76% em uma e 93% em outra.   Ou seja, aqui se inclui a maioria dos que votaram no Bolsonaro nesta eleição. 

         Capítulo -  A direita se vê no espelho trincado.   Cidadão de bem vandaliza? (página 85)

         Após perder a eleição, só no dia 1/11/22 que Bolsonaro veio a público se manifestar e apoiar os que bloqueavam as estradas e acampavam em frente aos quarteis.    Ele usou o argumento de que o processo eleitoral foi uma fraude.   Assim ele animou os manifestantes a continuarem ainda de forma mais acirrada nos bloqueios de rodovias e nos acampamentos.

         No resumo a coisa ficou assim:   a direita que se postava como composta de cidadãos de bem e que sempre acusava a esquerda de baderneiros, agora promove uma baderna sem precedentes e ficam com a imagem chamuscada, no mínimo, pelo povo brasileiro.

         A elite econômica do Brasil após o quebra-quebra ficou embaraçada entre apoiar a direita que causou tudo aquilo ou se afastar do bolsonarismo.

         .... (página 89)

         Como demonstrou o Florestan Fernandes, “historicamente a burguesia nacional articula-se internamente com setores arcaicos, reprime os de baixo e, externamente, submete-se ao imperialismo em servidão voluntária”

         “Aceita facilmente vias autoritárias, intolerância política e ditaduras preventivas”.

         Os do capital “agem no bastidor.   No front agem através dos Ms:  Militares, Milícias, Máfias, Malandros e Manés.”

         Capítulo – Mané e malandro no espelho da (des)ordem

         “Na véspera do 8/1/23, mais de uma centena de ônibus de vários estados do Brasil, patrocinados por indivíduos, empresas ligadas ao agronegócio e igrejas evangélicas, chegavam a Brasília e mantinham contato com o QG Quartel General da rebelião:   o enorme acampamento diante do Quartel de Brasilia.

         Os próprios acampados fizeram o quebra-quebra e produziram filmagem com celular e postaram nas redes sociais.   Produziram provas contra si mesmos.   Achavam que conquistariam o golpe e não seriam punidos.

         Depois de invadirem os Palácios, os acampados ficaram na praça dos três Poderes esperando o que seria o segundo lance na forma da entrada dos militares em ação, concretizando o golpe.   Se isso se consumasse, os manés passariam a ser os malandros, os espertos.

         “Malandro é malandro, mané é mané...    (já dizia um samba do Bezerra da Silva).

         ... “Afinal o bolsonarismo também criou o herói da incorreção política, o hero      i malandro, bombado, tóxico, trollador, xingador, miliciano, conspirador, escroque, sonegador e contrabandista”.

         ...”a defesa da ordem e da hierarquia sociais representa a naturalização da desigualdade social.   Qualquer projeto minimamente reformista logo é acusado de desestabilizador”.

         Página 97 (de 170)

         Capítulo – A Queda da Babilônia e a destruição do Brasil-Gomorra

         Os acampados tinham até uma artista plástica que pintava quadros com os temas deles.  Era a bailarina pintora Lucimary Billhardt.

         Os da extrema direita misturam política com religião e colocam os males que nos afetam como castigo divino e acenam com passagens do Apocalipse.

         Nisso, colocam todos os males do país como castigos pelas ações das pessoas do mal que são os adversários das ideias deles.

 

                   Continua no capítulo 8                     (gratidão aos leitores)

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Cap.6/10 - fichamento do livro : 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et alli. (2024)

  capitulo 6/10                             julho de 2025    (grato aos leitores)

 

         A diferença entre os invasores do Capitólio (Congresso dos USA) e os invasores daqui do Brasil é que aqui teve o “dedo” dos militares “como alertou Piero Leirner.”  Piero é Antropólogo Doutor na área e professor da UFSCar Universidade Federal de São Carlos – SP.   Estudou o Exército por duas décadas e escreveu livro sobre o tema.

         (Li do Piero Leirner o livro O Brasil no Espectro de uma guerra híbrida).    Contém muitos esclarecimentos com bases documentais sobre o tema.

         Volta ao livro da pauta:   “Até certo ponto, os Manés foram também marionetes de alas do Exército que estimularam sua revolta nas ruas”.

         “O planejamento do golpe ou autogolpe já estava em andamento desde 2018,   Foram quatro anos de ataques sistemáticos às instituições para desestabilizar a democracia e criar um clima de paranoia, revolta e insurgência de massas.  Governo e parcela significativa dos militares, incluindo generais, autorizavam e insuflavam as ações das ruas no sete de setembro e depois, na escalada de 2022 que levou ao 8 de janeiro de 2023.”

         São citados no livro  (página 79) provas em vídeos nos quais o guru Olavo de Carvalho orientava e animava o povo a insurgir, cercar palácios e provocar um estado de sítio ou uma GLO Garantia da Lei e da Ordem, a ser executada por militares.   Assim instituíam um regime de força, acabando com a democracia.   

         Os autores citam mais um trechinho do livro do Piero Leirner:   ...”explica que associação e indefinição entre os meios militares e não militares, e sua particular combinação entre política, ideologia e operações bélicas vem sendo estudadas há décadas pelas Forças Armadas do Brasil com inspiração em métodos do exterior, com destaque para a França.”

         ...”O agora conhecido Coronel Laward, supervisor do Programa Estratégico ASTROS, do Escritório de Projetos do Exército brasileiro, em comunicação com Mauro Cid (ajudante de ordens do Bolsonaro), reclama que o alto comando não estava fazendo nada para ‘salvar’ o país, agora entregue ‘aos bandidos’ e conclui:   então ferrou, vai ter que ser pelo povo mesmo”.      Falas que constam da CPI de 27-06-2023.   (pág. 77)

         Os militares não se opuseram aos acampamentos dos golpistas e trocavam ideias com os chamados “kids pretos”, este que é o apelido das forças especiais do Exército altamente treinadas, entre outras técnicas, em ações de sabotagem e incentivo à insurgência popular, as chamadas operações de guerra irregular.”   (cita fontes de cada passagem como esta).

         Capítulo -   Uma imagem insuportável  -  Lula sobe a rampa.

         A direita não se conforma com a derrota nas urnas.  Bolsonaro declarou que não entregaria a faixa ao sucessor e viajou para os USA na época da posse do Lula.

         Perguntado se o Lula subiria a rampa do Planalto, o General Heleno respondeu que não.  Não subiria.

         Imputaram tantas narrativas fantasiosas contra o Lula, demonizando-o.   Até o fato de ele ter nove dedos (perdeu um no torno num acidente do trabalho numa metalúrgica).

         ...”O efeito da recusa do resultado das eleições é central.  Tal nível de negação vinha sendo preparado havia anos, com ataque às urnas, ao STF e ao TSE Tribunal Superior Eleitoral.   Resultou no processo que tornou o Bolsonaro inelegível por oito anos no julgamento de 30-06-2023.

         90,1% dos manifestantes da extrema direita acreditavam que houve fraude na eleição ganha por Lula.

         “É o mecanismo freudiano da ‘denegação’, ou autodefesa do indivíduo que, mesmo ciente do resultado, decide agir como se ele não tivesse ocorrido”.

         “Daí o caminho para a dissonância cognitiva que leva o bolsonarista a fechar-se no seu círculo de crenças e pseudoverdades para não ampliar o sofrimento da confrontação com a realidade”.

 

         Continua no capítulo  7

domingo, 29 de junho de 2025

Cap.5/10 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et alli

 capítulo 5/10                    junho de 2025     2025

 

         A extrema direita, não  conseguindo todos os objetivos,  ...”criou circuitos paralelos de comunicação e (des)informação, fermentando grupos vociferantes, conspiracionistas e delirantes”.

         Logo desandou para o quebra-quebra do dia 8/01/2023.

         Olavo de Carvalho, o guru e mentor da direita radical morreu  de covid-19 em janeiro de 2022.   Não chegou a ver o estrago feito na invasão dos Palácios em Brasília na tentativa de golpe.    Olavo era um ferrenho crítico das vacinas.

         Capítulo – Não vai ter golpe.       Os radicais da direita sequestrando para si táticas e repertório da esquerda.

         A esquerda encarou o impeachment da Dilma como um golpe inclusive por não ter fundamentos jurídicos nos motivos alegados para tirarem ela do poder.   Tanto ela não cometeu crime no mandato que não conseguiram retirar os direitos políticos dela.

         ...”ela acabou sendo absolvida das alegadas pedaladas fiscais em agosto de 2023”.   (pg. 62)

         Em 2019 na guerra de narrativas puxada pela direita tendo à frente o MBL Movimento Brasil Livre liderado pelo jovem Kim Kataguiri, movimento colocado na mídia como o lado do bem e o pessoal da esquerda como o mal.

         O MBL chegou a fazer uma marcha de São Paulo a Brasilia para lá entrar solene no Congresso com assinaturas coletadas e pedido de impeachment da presidente Dilma.

         Nesse gesto da marcha, de propósito copiaram alguns elementos do MST de marchar a Brasília com pautas para reivindicar junto ao Governo.  

         ... MBL na marcha...  “feita por uma trupe mambembe, sem multidões, sem base popular”.

         O acampamento dos 300, onde uma das líderes era a Sara Winter  (Sara Giacomini).  Ela era ex integrante de um grupo da Europa chamado grupo FEMEM de ultra direita.    Ela e seu grupo era ferrenha defensora de Bolsonaro.     Foi inclusive assessora da então Ministra Damares Alves, até que se desentendeu com a deputada bolsonarista Carla Zambelli e deixou o cargo.

         O grupo dos 300 tinha inspiração no grupo dos 300 de Esparta que guerreava com um exército muito grande de Leônidas, nos tempos remotos.

         O filme baseado no caso dessa guerra contra os poderosos Persas virou ícone da direita radical.   Rodou o mundo e foi criticado por ter estética fascista.

         O grupo dos 300 da Sara também se dizia inspirado no Gideão do Velho Testamento e o confronto militar de poucos do Gideão com apoio divino contra exército muito maior.

         Neste livro os autores citam que a Sara Winter era uma ex prostituta na Europa que já em 2014 andou inclusive pela Ucrânia e tinha relação com grupos neonazistas daquele país.    Depois veio liderar o grupo de direita aqui no Brasil que desaguou nos protestos, marcha, acampamento e no 8/1.

         Antes o MBL liderado pelos jovens radicais de direita agitaram e usaram bastante as redes sociais.    Já o grupo da Sara Winter deu um passo à frente tendo feito treinamento militar, aulas on line com as ideias de Olavo de Carvalho e tinham armas.     Numa ocasião, fizeram um foguetório sobre o STF Supremo Tribunal Federal num ato de hostilidade ao STF e às instituições.

         Em 2022, o STF conseguiu que fossem enquadrados os agressores e Sara foi presa por algum tempo e depois liberada com tornozeleira eletrônica.

         Ela em seguida foi mãe e se mudou para o México e não chegou a participar da campanha para a eleição de 2022.

         Capítulo -  Ataque ao Capitólio nos USA – O roteiro importado (e superado).

         A invasão ao Capitólio que abriga o Congresso americano foi feita no dia 6 de janeiro de 2021.    ...  “foi uma insurreição de massa de partidários de Donald Trump que perdeu a eleição para Joe Biden.”.

         Invadiram o Congresso, os da ultra direita.   Visavam impedir que o Congresso emitisse a Certificação da vitória de Joe Biden.

         “Saldo da invasão:  5 mortos, 140 policiais feridos, 700 condenados por invasão, agressão e conspiração...”    Ainda corre processo nos USA para punir os financiadores e instigadores da invasão.

         No caso da invasão do Capitólio havia uma mistura de política com religião.  Pentecostais e neopentecostais ajudaram a criar narrativas de cunho messiânico que indicavam que o ungido para o cargo era o Trump, deixando de lado o fato consumado de que o vencedor da eleição foi o Joe Biden.

        

         Continua no                          capitulo 6/10

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Cap. 4/10 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - Coautores: PEDRO FIORI ARANTES et alli (2024)

 

Os autores citam o guru da direita, Olavo de Carvalho que se autoproclamava filósofo em ter graduação na área.   Era um intelectual que lançou vários livros, deu muitas palestras e cursos para militantes da direita. Não acreditava na vacina e consta que morreu de covid 19 em janeiro de 2021.

         Sobre Olavo, o livro aqui diz:     “Como provocou Olavo de Carvalho, a direita precisa aprender a insurgir-se:     Me diga o seguinte:  quantos grêmios de faculdade vocês tomaram?  Nenhum.  Quantas redações de jornal vocês tomaram?  Nenhuma.  Quantos sindicatos vocês tomaram?  Nenhum.  Quantas igrejas da teologia da libertação vocês tomaram?  Nenhuma.   Em suma, vocês deixaram tudo nas mãos dos ‘comunistas’, e tudo está nas mãos deles.   E eles fazem o que querem.  Deu para entender?

         Volta o autor deste livro:   “Em geral, as tomadas de poder pelas forças reacionárias e fascistas ocorreram por movimentação de bastidores, conchavos e chantagens, tentativas de golpe e pela ação nas ruas de forças militares ou milicianas no combate dos revolucionários, antecipando-se às supostas ameaças comunistas – “...

         Os autores citam vários golpes e tentativas de golpes no Brasil, sempre perpetrados pela direita.   (página 54)

         ...  golpes...   “Quase todos contavam com milícias para assumir o poder e intimidar a população.   Um exemplo vem da Ditadura de 1964 que tinha o temido DOPS.   Departamento de Ordem Política e Social.  Era o órgão de repressão do governo militar instaurado em 1964.

         Vários estudiosos dessa Ditadura Militar de 1964 a 1985 buscam explicar a mesma pelo fato da esquerda ser massacrada por ela, mas a mesma esquerda saiu vitoriosa na sequencia, a saber.

         Conclusão de estudiosos, entre eles, vários Generais   ...”vinham estudando desde o final dos anos 1980 o fato da esquerda, mesmo derrotada militarmente pela ditadura, ter sido vitoriosa do ponto de vista político, moral e simbólico”.   (página 55)

         Após a Ditadura Militar no Brasil, a esquerda, também chamada Campo Progressista... “teria mudado de estratégia, mudando da luta armada para guerra de posição que consistia na construção de liderança não pela força das armas, mas por meio do controle progressivo dos aparelhos de reprodução cultural e ideológica da sociedade.  

         Nesse contexto os teóricos da direita entendem o que enxergam como o caminho trilhado pela esquerda para chegar ao poder e ter à frente o PT.

         Os teóricos da direita atribuem em parte isso à obra de Antonio Gramsci que teria sido lido por círculos restritos no Brasil, essa estratégia de “construção de hegemonia com conquista de coração e mentes antes de um processo revolucionário insurrecional...”

         Os teóricos da direita chamam a estratégia do campo  progressista de “Gramscismo ou marxismo cultural”.    Deram tanta ênfase a essa narrativa que a transformaram em uma “teoria da conspiração”.  Algo imaginário mas que levou muita gente a acreditar nisso.

         Incomodou muito a direita radical o fato dos governos após os vinte e um anos da ditadura (64-85) ter durado menos do que o período seguinte do “socialista” Professor da USP, sociólogo, Fernando Henrique Cardoso em dois mandatos e depois o PT em sucessivos mandados até o impeachment da Dilma.

         Os autores avaliam que os governos do PT tem praticado a chamada social democracia.

         Olavo de Carvalho e alguns pares da direita propunham o uso do método de conquistar as pessoas de forma gradativa para levar o mando político para a direita.

         Os teóricos da direita pelo mundo afora, incentivou adeptos a formarem grupos de leitura de Gramsci para aplicarem “no sentido contrário”.   Ir ocupando espaços na área acadêmica, cultural, de comunicação etc para implantar suas deias usando assim uma caricatura do método de Gramsci.

         “Se o tempo histórico brasileiro seguiu acelerado, a estratégia olavista do ‘gramscismo de direita’, sem freios e sem ética, prosperou enormemente como disputa de hegemonia por meio do pânico moral, fundamentalismo religioso e discurso de ódio”.

         “Assim, logo transitou para a polarização e a radicalização...”.

         Fica aqui expresso o movimento que trouxe a polarização e o ódio...

         Continua o livro....   “basta ver a guerra aberta contra universidades, professores, estudantes, jornalistas, religiosos de esquerda, minorias etc.

        

         Continua no capítulo 5/10

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Cap. 3/10 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et alli (2024)

 capítulo 3/10                        junho de 2025

             ( autor Pedro Fiori Arantes é Professor da UNIFESP - Campus Guarulhos SP)

         Já em 2018 o Eduardo Bolsonaro na bravata já falava em fechar o STF "com um jipe, um soldado e um cabo".     Ameaçava uma Ditadura.

         O povo viu tanto pela mídia os votos dos ministros do STF que ficou conhecendo mais o nome dos ministros do que os dos jogadores da nossa seleção de futebol.

         O PT no governo ficou encurralado nesse embate que ficou mais entre a direita raivosa e o Supremo – STF.

         “O Supremo ficou como o último baluarte do Estado de Direito no caso”.    Só que esse protagonismo do STF nas crises de 2013 para cá marcou posições muito controversas como nos casos:  Em 2014, o alinhamento em muitas posições da Lava Jato.     Também sobre admitir prisão em segunda instância que não tem respaldo constitucional.    Mais as ratificações das delações premiadas.    Soma-se a restrição do foro privilegiado em certos casos para políticos.

         Homologações das delações como o da Odebrecht.   Aplicação da teoria do domínio do fato.   Se alguém da hierarquia cometeu delito, o chefe máximo também é solidário no delito (mesmo que por delegação o subalterno agiu sem o conhecimento do chefe).   Para punir líder do PT.    Essa teoria foi escavada no passado da Alemanha e quase nunca tinha sido colocada em prática.

         Ainda exemplo sobre passar por cima das leis.    Cita o presidente de Israel Benjamin Netanyahu que, mesmo com ampla oposição das ruas, conseguiu aprovar uma lei que permite à maioria do Congresso reverter decisões da Suprema Corte.   (O que fere a Democracia).

         Os autores do livro Como as Democracias Morrem, da autoria de dois Professores da Universidade de Harvard já alertavam sobre essa prática.  (eu li e resenhei também este livro fundamental):   “...que o ataque ao Judiciário costuma ser o primeiro passo dos autocratas para se perpetuar no poder.”.

         Sobre os acampados de Brasilia que depois invadiram a Praça dos três poderes:  Havia lá um chamado “Grupo Selva” entre os acampados e o nome se liga a uma frase de um grito rebelde de militares.

         Os acampados criaram nas vésperas do 8 de janeiro uma senha para o que viria a ser o quebra-quebra (buscando conseguirem a GLO e um golpe militar).  A senha era Festa da Selma para disfarçar Selva.

         Página 47 – Capítulo:   História e Imaginário da tomada de poder

         Os autores citam casos de revoluções onde o povo oprimido toma o poder dos representantes dos abastados.   Isto no caso da Revolução Francesa (1789), Revolução Russa (1917), Revolução Cubana (1959).    Contrariamente, no caso do 8 de janeiro era a direita radical que tem ligação com o capital e as elites que teria insuflado os acampados.

         A fotografia documentando revoluções

         “Nas imagens, a revolução não é abstrata, mas material, não é um mero conceito, mas o retrato da ação das massas alterando seu destino”.

         ...”Susan Sontag no livro Sobre Fotografia (1977)...  “A fotografia não é apenas uma representação passiva da realidade mas interpretação ativa, que seleciona e interpreta o mundo”.    “Ela pode distorcer, omitir e ficcionar a realidade, ainda que pareça seu registro fiel”.

         Eu, leitor, destaco algo que me parece tanger essa colocação da Sontag:

         Um exemplo recente nas passeatas em tempo de eleição no Brasil.  Direita e Esquerda se alternando em passeatas.   Alguém interessado em mostrar pouca adesão, ia e fotografava o evento na fase em que estava no apronto antes de começar a passeata em si e aparentava pouca gente.     Em situação contrária, uns pegavam foto de uma passeata da sua turma e maquiava a multidão de forma a parecer que esta era muito maior.   Tornam assim a foto um embuste.

        

         Continua no capítulo 4 de 10 previstos.     (grato aos leitores.   Se puderem replicar, sempre é interessante).