DA BIOGRAFIA DA CLARICE LISPECTOR III
No mês de
fevereiro coloquei duas partes de comentários daquilo que achei mais
interessante na Biografia da Clarice, cuja obra está detalhada no Capítulo I do
tema no blog. Para este capítulo III destaquei mais o lado Brasil
da época focado no livro. Mas antes de entrar no tema Brasil, vou
destacar uma frase lapidar para as pessoas que são chegadas a fazer uns rabiscos.
(página 126) " Uma coisa eu já adivinhava: era preciso tentar
escrever sempre, não esperar por um momento melhor porque este simplesmente não
vinha. Escrever sempre me foi difícil, embora tenha partido de uma
vocação. Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não
ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir".
Agora, sobre o
Brasil da época por conta do biógrafo:
(pag.129)
Antes do ano de 1920 os navios de Cruzeiro que vinham do primeiro mundo se
gabavam de não parar no Brasil. Havia lá fora o medo de doenças
tropicais daqui e outras idéias negativas.
O Brasil em geral
e o Rio de Janeiro (que era a capital federal na época) despontaram para o
Primeiro Mundo como lugar interessante após 1920. Nessa onda, o RJ
inaugura em 1922 o famoso Hotel Glória e em 1923 o Copacabana Palace, outro
hotel que virou ícone do RJ. Getúlio Vargas, o Presidente, fez
uma forte campanha para melhorar a imagem do Rio em particular e do Brasil em
geral no exterior. E era tempo da cantora super star da época
Carmen Miranda estar bombando na mídia. Ela acabou ajudando a melhorar a
imagem do Brasil lá fora. Futebol e Carnaval já eram produtos
fortes do Brasil da época.
(p.140)
Nossa Casa de Detenção, que depois virou o Carandiru já foi um presídio
modelo de tal forma que era aberto a visitantes daqui e do exterior.
Visitantes famosos como o Antropólogo Clode Lévi-Strauss e o escritor judeu
Stefan Zweig visitaram a Casa de Detenção.
(p.142)
Algo para reflexão: Até 1920 o Brasil não tinha nenhuma
Universidade. O que havia era faculdades isoladas com cursos específicos.
Nada de um campus com vários cursos dentro do conceito de
universidade. E o autor destaca que cidades como Lima, Cidade do
México e Santo Domingo já tinham suas universidades desde o século XVI.
(p.198)
Na Segunda Guerra Mundial os americanos fizeram em Natal-RN a maior base
aérea fora do seu território no esforço de guerra usando Natal-RN por ser um
ponto estratégico por ficar no ponto da América do Sul mais próximo da África.
Diz que a Base americana em Natal era tão grande e
sofisticada que tinha até um cinema que recebia os filmes de lançamento, mesmo
antes de chegarem à nossa capital federal que era o Rio de Janeiro.
(p.213) Em
1888 o Brasil decretou o fim da escravidão e passou a incentivar a imigração
para prover mão de obra principalmente nas lavouras, sendo que o café era o
carro-chefe. E que a preferência teria sido para o imigrante
italiano por ser branco, latino e católico. Supunha-se que o povo
brasileiro se adaptaria melhor a esse perfil de imigrante, segundo o autor
comenta.
(p.278) Em
1947, o Brasil em uma fase de estreitamento diplomático com os USA chegou a
importar 27.000 toneladas de bananas dos USA. Parece piada!
(p.300)
Diz que até certa época recente, no Brasil só três escritores conseguiram viver
da literatura e seriam: Érico Veríssimo, Fernando Sabino e Jorge Amado.
(p.314) O
magnata Giuseppe Martinelli fez o primeiro arranha-céu como se chamava um
prédio alto nos tempos dos anos 20. O povo paulistano ficou
abismado com a obra e sua altura mas tinha medo de morar naquela altura.
Para mostrar que o prédio era seguro, o magnata Martinelli se mudou com a
família na cobertura do arranha-céu. Daí as pessoas aderiram à novidade.
(p.395)
Jânio Quadros, que foi presidente do Brasil, visitou Cuba de Fidel.
Jânio condecorou Chê Guevara (em 19-08-61) com a maior comenda nacional -
a Ordem do Cruzeiro do Sul.
(p.427)
Na Ditadura militar os amigos de Clarice, Paulo Francis e Ferreira
Gullar, foram presos logo após a edição do AI 5 Ato Institucional número 5 que
suspendeu as liberdades democráticas no País em 1969.
Em resumo nosso
País é novo e estamos no aprendizado...
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