capítulo 05/25 maio de 2023
“Os presos, infelizmente, estavam incomunicáveis...”. Transportados de São Paulo para Curitiba em
jato da PF, foram o tempo todo algemados.
“O que parecia essencial ali não era a
operação em si, mas torna-la um escândalo público. Era preciso fazer estardalhaço, semear
manchetes para a mídia, chamar a atenção do Brasil”.
Assim foram as demais fases da Lava Jato também. Os da Lava Jato queriam mais do que as
leis, queriam torcida para agirem acima da lei.
Emilio em 2015 já estava afastado da administração da
Odebrecht há mais de dez anos. Era seu
filho Marcelo Baia Odebrecht que exercia a presidência do Grupo. Emilio após deixar o comando executivo ficou
na Presidência do Conselho de
Administração.
Em 2015 Emilio estava com 70 anos de idade. Ficam sequelas emocionais às pessoas detidas
assim como foi descrito.
Sofrimento pelas prisões e pela exposição exagerada do caso
na mídia. Pressão por delações. “Não importava se fossem verdadeiras ou não,
exageradas ou distorcidas. Bastava que
servissem aos objetivos de Moro e sua equipe de procuradores.
Antes das prisões, a Lava Jato já tinha interrogado os
dirigentes da Odebrecht e pedido documentos.
Sempre foram atendidos e os dirigentes se prontificaram a prestar novos
depoimentos. “Ofertas que jamais
receberam sequer uma resposta de Moro”.
O fato é que contra os presos não havia provas e não
há. Prender para pressionar por
delações em busca de eventuais provas é uma inversão no procedimento. “Quer dizer que a Lava Jato fazia prisões
com o objetivo de arrancar confissões- é isso?”
Pelo lado jurídico, teria que ter provas antes e só depois
prender se for o caso.
Naquelas circunstâncias, só uma pessoa tinha como assumir o
comando da defesa: eu. ...”começamos
a nos organizar para suportar o maremoto que desabava sobre nós”. (pessoas e empresas).
Emilio se mudou para São Paulo para tomar providências e a
expectativa era de que as prisões seriam de curta duração até pela fragilidade
das acusações.
...”infelizmente a saída de Marcelo do regime fechado ainda
demoraria dois anos e meio para ocorrer”.
Certas decisões de Emilio chegavam inclusive a desagradar
Marcelo Odebrecht, seu filho.
Emilio... “aprendeu com o pai
.... “converter adversidades e crises em fontes de aprendizados e a
enfrenta-las de maneira estoica.”
Na ocasião das prisões, o grupo Odebrecht tinha 180.000 colaboradores. Na carta de Emilio aos colaboradores no
dia das prisões...
“Não se deixem abater, pois estaremos todos juntos neste
momento de dificuldade”.
Capítulo – A fúria do juiz que julga réus segundo seu humor
do dia.
Na ocasião das prisões, o Grupo Odebrecht tinha 70 anos de
atividades, 15 áreas de negócios e mais de cem empresas. Atuando em 21 países.
A ruidosa estreia da Lava Jato: num só dia, 129 mandados ,
prisões e conduções coercitivas. Início
da Lava Jato dia 17-03-2014.
“A prisão temporária no Brasil, por lei, é um encarceramento
que pode durar cinco dias, prorrogáveis por mais cinco”. Já a prisão preventiva é a constrição máxima
que alguém pode sofrer antes de ser julgado; pode durar meses.
Continua no capítulo 06/25