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quarta-feira, 20 de março de 2024

Fichamento 13/20 - do livro - O BRASIL NO ESPECTRO DE UMA GUERRA HÍBRIDA - autor Professor Dr Antropólogo - PIERO C. LEIRNER (UFSCar)

 capítulo 13/20

 

         Na Argentina, depois do Regime militar e a derrota na Guerra das Malvinas, os militares saíram humilhados e foram punidos com rigor.

         Aqui no Brasil, após o regime militar, restaram punidos os da esquerda que atuaram e foram presos, mas os militares que agiram de forma ilegal foram beneficiados pela anistia.

         Os militares radicais passaram a ter menos promoções mas ao irem para a reserva, continuaram formando células radicais ativas.    “Nesse sentido,  a anistia civil foi um contracheque político para a anistia militar.  Aliás, é bem possível que após passarem para a reserva, muitos desses agentes começaram a atuar em PM Polícia Militar, segurança privada e esquadrões da morte.”

         “Não me surpreenderia se um esquadrinhamento das atuais milícias do Rio de Janeiro chegasse a nomes que participaram da repressão durante os anos de chumbo”.  (página 197)

         Entre os militares com os quais o autor tem contato, percebeu que classificaram até o governo Collor como de esquerda.   (também classificaram como de esquerda os governos de Tancredo, Sarney, FHC).

         Mais recente...   “Sendo que hoje as designações de esquerda chegam até mesmo à Rede Globo, ao jornal O Estado de SP e os grandes conglomerados internacionais”.

         ...amazonia.      ....”a fala do então senador e depois vice presidente americano Al Gore, em 1999, dizendo que, “ao contrário do que os brasileiros acreditam, a Amazonia não é propriedade deles, ela pertence a todos nós”.

         Na época da ditadura militar de 1964, era punição aos militares, transferi-los para a Amazonia.

         Essa nova onda de se considerar uma ameaça de internacionalização da Amazonia trouxe aos nossos militares interesse de servir na região   ...”e estar na Amazonia representa também uma espécie de rito de passagem em que todo militar tem a chance de chancelar o discurso de ´sacrifício´ pelo bem do Brasil”.

         Agora nossas FFAA colocam o discurso de luta contra a cobiça internacional sobre a Amazônia e, a “recente doutrina da resistência” desenvolvida pelo Exército.

         Por outro lado nas FFAA sempre há referência do anti-comunismo.

         ...”quando Collor trouxe para o Brasil a ECO 92 no Rio de Janeiro – Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente, o Exército conseguiu emplacar que se decretasse uma GLO Garantia da Lei e da Ordem no RJ.  Era um balão de ensaio para novos projetos militares...   “A porta para a intervenção militar estava aberta”.

         As FFAA criam novos procedimentos mas não abandonam os mais antigos.   

         Em 1996 numa publicação do Coronel Sillas Bueno no jornal Ombro a Ombro, do meio militar reclama contra o Bispo de SP Dom Paulo Evaristo Arns e a campanha Tortura Nunca Mais.    O coronel cita no artigo que depois dessa campanha ele começou a colocar no envelope das correspondências o seu slogan Terrorismo Nunca Mais numa resposta à campanha de Dom Paulo.

         Os militares mais radicais tinham o Teruma (Terrorismo Nunca Mais) como elo de agregação de ideias.   Há outros grupos como o Inconfidência e o Guararapes.

         Cita tempos de Olavo de Carvalho levando suas ideias conservadoras para dentro dos quarteis.   Ele inclusive vinha com o papo do Foro de São Paulo e o fantasma da ameaça comunista.

 

Continua no capítulo 14/20

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