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quarta-feira, 27 de março de 2024

Fichamento 14/20 - do livro - O BRASIL NO ESPECTRO DE UMA GUERRA HÍBRIDA - autor Professor Dr Antropólogo - PIERO C. LEIRNER (UFSCar)

capítulo 14/20

..."pelo que pude reparar, com base em uma intuição etnográfica, é que durante dois governos Lula seguiu-se um padrão muito parecido com o que havia se instalado com Fernando Henrique Cardoso: institucionalmente o Exército estava 'recolhido', mas internamente os poros estavam bem abertos para a política."

"A maior novidade, talvez, foi algo que comecei a detectar mais recentemente, uma intensa formação de 'grupos de estudos', 'turmas' e 'sinergias' entre militares, desembargadores, juízes, procuradores e delegados de polícia".

Cita o site muito usado pelos militares: www.defesanet.com.br

Aceleraram a partir de 2012 inclusive. "Fui verificar os formandos de um dos principais cursos da ESG Escola Superior de Guerra, o CAEP Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia... "a lista inclui títulos e nomes dos formandos. "A grande maioria militares... mas dos nomes de desembargadores, juízes e procuradores que vi, percebi que quase todos são oriundos dos TRF 1, 2 e 4, respectivamente Brasília, RJ e RS.

"Mas gostaria de deixar registrado o fato de que tal sinergia começou a adquirir feições de formação de um bloco histórico - no sentido gramsciano - mais consistente ainda durante os governos Dilma."

b) - Dilma e a Ressonância: Cismogênese, mode on

"Com Dilma essas forças latentes vão explodir. Como se sabe, ela é uma ex-guerrilheira e do polo civil dos anistiados. Dilma eleita e o governo cria a CNV Comissão Nacional da Verdade. O autor cita os generais da ativa batendo de frente contra o presidente e ministros nos tempos de Lula e Dilma. Contra Dilma no caso da Comissão da Verdade, General Maynard Rosa e no caso da demarcação da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol no governo Lula, pelo General Augusto Heleno.

"De certa maneira essas manifestações/manifestos inauguraram este padrão, de generais da ativa batendo de frente com presidentes e ministros. Hoje em dia fica clara a posição do General Augusto Heleno, às vezes bem explícita, de homem forte do governo Bolsonaro, se colocando como a última voz em reuniões e solenidades."

A partir dos anos 80, terminado o regime militar, houve uma certa "limpeza" envolvendo os militares mais radicais. Por outro lado há no Exército elevado nível de endogamia. Filhos de militares entrando na carreira militar e "herdam" um ranço de radicalismo da comunidade repressiva do passado.

..."comunidades repressivas ... além de efetivamente estar presente nas associações e clubes militares".

Ano de 2012 - Reação forte dos militares da ativa e reserva à Comissão da Verdade. O clube militar espalhou manifesto contra a Comissão da Verdade.

O governo pediu a retirada do manifesto dos clubes militares e estes são entidades privadas. Azedou mais ainda o clima. Os militares fizeram ainda um segundo manifesto. O autor deste livro contou desse manifesto com o nome "A Verdade Sufocada". "Foi assinado maciçamente: "fiz contagem em março de 2018: só de generais foram 130 assinaturas; de coronéis, 868. Isto é muito".

"O general Heleno tem uma carreira notável. Ele conquistou a chamada Medalha Marechal Hermes... significando ter sido 1º da turma na AMAN Academia Militar de Agulhas Negras, ESAO e ECEME. Mais adiante ficou meio chamuscado por suas ações no comando das tropas da ONU enviadas ao Haiti e depois por sua ação no comando da GLO Garantia da Lei e da Ordem na segurança pública no Rio de Janeiro e também da sua atuação no Comando Militar na Amazônia por discordar da criação da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol.

 

Continua no capítulo 15/20 

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