DO LIVRO GAROTOS DA FUZARCA - de Ivan Lessa (que foi do Pasquim)
Página 60 (livro do Cículo do Livro) - Vivendo em NY - 1981
"Envergonhado, recolhi-me à minha insignificância. Em matéria de atentado contra a sociedade capitalista, meu povo conseguiu apenas enviar baderneiros desajeitados a NY em fúria aquisitiva, subindo e descendo a Quinta Avenida, perguntando onde fica a Rua 46 (a Pequeno Brasil). Esta, em suma, nossa revolta, nossa vingança."
Sobre a nostalgia do Rio de Janeiro (em 1981)
página 118 - "Como me faz uma certa falta o garçon fanho, as mocinhas com barriguinha de feijão, o operário caindo do andaime, a testa suada do político dando vexame na televisão, os peixes morrendo na Lagoa Rodrigo de Freitas".
(1981!)
Tenho este livro em casa desde a década de 80 e de vez em quando ameaçava ler, achando que continha recordações de infância e da adolescência. Que nada! Ao começar a leitura já deu para ver que a escrita e o tema do autor são como um som eletrônico alto, cheio de mixagem, com luz stroboscópica causando aquele lusco fusco de girar e piscar, misturado com uma montanha russa. Como se diz, tudo junto e misturado. É mais ou menos isso. Mas ele tem ótimo humor, boa cultura e a malandragem carioca, também tudo junto e misturado. Valeu.
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segunda-feira, 13 de abril de 2015
quinta-feira, 19 de março de 2015
RESENHA DE PALESTRA COM O DR.EM ECONOMIA MARCIO POCHMANN - UNICAMP
RESENHA DE PALESTRA COM O DR.EM
ECONOMIA MARCIO POCHMANN
Professor da UNICAMP de
Campinas-SP. Setor Cesit/IE
Anotações pelo Engenheiro
Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
O evento foi nas dependências do
Senge Sindicato dos Eng em Curitiba-PR
13-03-15
Organizador do evento: IDP
Instituto Democracia Popular
O evento contou com lideranças dos
movimentos populares de Curitiba e região metropolitana. O tema do evento foi: ESTRUTURA E MOBILIDADE SOCIAL
O IDP promoverá uma palestra com debate
por mês até o final deste ano, sempre em temas sociais de interesse dos
movimentos populares.
Os eixos do IDP – Direito à Cidade;
Direitos Humanos e Direito ao Trabalho.
O resumo da fala do palestrante Dr.Marcio
Pochmann
Na abertura da fala, ele destacou que no
momento (passeatas/protestos) tudo está
contaminado pelo “curtoprazismo” e o noticiário atual. Lembrou que aqui o plenário é um espaço
alternativo no qual dá para analisar o cenário de forma mais ampla.
No capitalismo há centros dinâmicos e
periféricos. Até os anos 90 os USA eram
o centro dinâmico e de lá para cá o eixo vai se deslocando para a Ásia, com
destaque para a China. Um dos elementos
a destacar é a moeda que até os anos
90 era o dólar e que passou a perder força no contexto mundial. Outro fator é a força militar, esta que os USA tem de sobra.
O Brasil tem uma das maiores zonas
costeiras do mundo e nosso petróleo a explorar está concentrado no mar. Por outro lado, temos pouca força de
segurança para garantir esse patrimônio estratégico. Como também temos pouca força de segurança
para a imensa fronteira seca com os países vizinhos.
Das 500 maiores empresas multinacionais do
mundo, mais de 200 são americanas, se bem que nem todas estão localizadas nos
USA. Os USA, de 2008 a 2014, período de
economia em baixa e em recuperação lenta, teve crescimento em todo esse
período, de 13%, o que daria uma média de menos de 2% ao ano. Nesse mesmo período porém, o mercado de
ações deles cresceu bem acima de 100%.
Por outro lado, a remuneração do trabalho lá caiu nesse período.
Os países emergentes estão tentando “sair”
dessa ordem mundial polarizada pelos USA.
Nesse contexto entra a articulação do BRICS, a busca de nova moeda para
as trocas, à margem do dólar; a busca de se criar nova empresa de Avaliação de
Riscos Países para ter alternativa às viciadas e desacreditadas que estão no
mercado mundial. As mesmas que não
alertaram (passaram batidas) com a bolha da sub prime dos USA.
Nesse contexto também entra a criação de
um Banco de Investimentos do BRICS como fonte de financiamento a países
emergentes.
A presidente Dilma se depara após a
eleição com fraturas em dois pilares.
Falência do sistema político brasileiro, que é ilegítimo. Foi bolado na Ditadura Militar por Golbery
do Couto e Silva e está de longa data superado. Os eleitos não tem sintonia com o povo e
seus anseios.
O sistema político atual permite por
exemplo que menos de 3% do povo (empresários) tenham 42% dos cargos de
deputados federais como representantes dessa categoria – empresários.
Média de gasto para eleger um deputado
federal no sistema vigente: 4 milhões de reais. É mais do que o parlamentar vai ganhar como
salário em todo o mandato. Uma conta que
não fecha.... A questão dos seus
patrocinadores de campanha e a relação entre eles no mandato.
Nossa população é de 52% de não
brancos e menos de 10% dos congressistas não são brancos. Não se sentem representados. O mesmo ocorre em relação à mulher.
Em resumo, o Sistema Político atual não
nos representa.
Segundo pilar com problema. O modelo de capitalismo. Começou com JK nos anos 50 no BR. Incentivo a grandes empresas privadas,
indústria automobilística, rodovias, etc.
Começa lá a relação viciada entre o mercado e o Estado. Assim continuou no Regime Militar. Continua até os dias de hoje. O que tem propiciado as chamadas
Máfias. Máfia na Saúde; Máfia na
Educação; Máfia no Transporte...
Lula e Dilma lutaram para manter o
superávit fiscal do BR. O então
ministro Guido Mantega lutava para que buscássemos em 2015 um superávit fiscal
de 2,5% do PIB. Agora a meta é de 1,2%
do PIB. Disse que a meta da equipe do
Aécio era de 2,5 a
3,5% do PIB (iria impor sacrifícios
aos pobres).
A idéia da Dilma era um superávit menor
para não afetar os mais pobres. No
governo Dilma o pais cresceu pouco, mas o pobre não sentiu muito. No mundo de 2008 a 2013 houve perda de 75 milhões de empregos. No mesmo período no BR houve aumento de 11 milhões de empregos. Para conseguir isso o governo brasileiro fez
concessões como renúncia fiscal, segurou o preço da energia elétrica e
combustíveis, etc. Foi positivo para
manter o emprego e renda do trabalhador, mas não ensejou crescimento à
economia. De 2013 para cá as medidas
tomadas pelo governo já não eram suficientes e terá que haver novas mudanças na
economia. Ele disse que agora é o
momento do País fazer escolhas.
Fez uma pequena retrospectiva de pressões
da esquerda e os poucos resultados no BR ao longo do tempo. Em 1926 a Coluna Prestes fez uma peregrinação e o
resultado concreto foi quase nulo. Em 1935 a esquerda forçou mas
houve golpe logo em
seguida. Em 1964,
idem, com instauração do Regime Militar.
Ele diz que a diferença é quando a esquerda reage.
Nossa sociedade é pouco organizada. Citou Getulio, que governava com pouco
apoio parlamentar e foi buscar força para governar no povo. Disse que o primeiro mandato do Lula foi
morno e no decorrer do mesmo estourou o Mensalão. O governo reagiu e se fez o PAC e
outras ações e o seu segundo governo foi melhor.
Lembrou que a Dilma lá no passado colocou
em risco sua vida na defesa do Brasil.
Poucos brasileiros fazem isso.
Falou que passamos da fase de criticar... agora a fase é de se lançar propostas.
Falou que a inflação aumentou
principalmente por conta dos reajustes de energia elétrica e combustíveis. O BR está com uma previsão de déficit nas contas públicas para 2015 na
casa de 100 bilhões de reais. A presidente lançou um conjunto de medidas ao
Congresso recentemente e estas foram rejeitadas pelo mesmo. É uma questão a ser resolvida entre o
Executivo e o Congresso.
Disse que o empresariado brasileiro, com o
real valorizado, está mais propenso a comprar fora do que fabricar bens
aqui. Assim gastamos divisas e se reduz
os empregos e impostos. Como está a
economia, se formos “crescer” vamos comprar mais lá fora, agravando a
situação. Por isso uma solução é desvalorizar o real em relação ao
dólar. Isto desestimula o empresário a
comprar lá fora e a alternativa é voltar a produzir aqui, gerando emprego,
impostos, divisas, etc. Falou que
seria normal o real desvalorizar até certo ponto em benefício da nossa economia
e evitar redução dos empregos.
Antes de FHC pagávamos ao redor de 1,8% do
PIB em serviço da dívida pública. Com
FHC chegamos a pagar até 12% do PIB, o que era um tremendo sacrifício
principalmente para os trabalhadores.
Do governo Lula pra cá, estamos pagando ao redor de 6% do PIB, que ainda
é alto, mas é a metade do que já se pagou.
Menos sacrifício.
A
Petrobrás é grande e gera ao redor de 13% do PIB atual. A problemática atual do Lava Jato afeta a
empresa e vai até certo ponto afetar nossa economia. Temos que olhar para o futuro. Estamos numa época no BR em que a
credibilidade dos políticos está em baixa, assim como as lideranças dos
trabalhadores, dos estudantes, etc. Fica
desarticulada a ação dos movimentos sociais para a luta, mas cabe o desafio.
Nós não estamos acostumados com a direita nas ruas no BR. Mas lembrou que a direita já foi às ruas em
várias ocasiões na nossa história.
Inclusive quando esta apoiou a Ditadura Militar de 1964. Ele
disse que ao menos dá para ver com mais clareza quem é da direita hoje.
Falou que a corrupção é grave e, claro,
deve receber combate implacável, mas pode não ser a questão central do BR. Precisamos de reforma política, reforma
tributária, etc.
O filho do rico está ficando mais tempo
fora do mercado de trabalho até fazer a faculdade e mesmo a pós/mestrado,
etc. Depois este acaba entrando no
mercado de trabalho com os melhores empregos e salários.
O Lula construiu seu governo apoiado pelos
derrotados (os pobres) dos anos 90.
Trouxe empregos, salários, moradia, etc. Antes do governo Lula, a massa de salários no BR era de 38% do PIB. Ao final do governo Lula, a massa salarial
era de 48% do PIB. O BR distribuiu renda no período, ao
contrário do que ocorreu com países como México e Colômbia que cresceram mais
que nós, mas não distribuíram renda.
Disse que Jango (João Goulart) propôs em
seu governo (1963) as Reformas de Base que eram excelentes para o País, mas
sofreu tamanha reação que resultou no Golpe Militar. Não teve apoio para implantar suas reformas
– necessárias, por sinal.
Temos que superar o medo de ousar. Deixar de ser governados pelos que já
morreram. Ousar.
Isto foi o que consegui anotar da fala
dele que deverá estar já no Youtube, ligada ao evento do IDP.
(março/2015). Eventuais falhas
aqui ficam por minha conta como anotador.
quinta-feira, 5 de março de 2015
RESENHA DO LIVRO – CHATÔ O REI DO BRASIL (final)
RESENHA DO LIVRO – CHATÔ O REI DO BRASIL (final)
Autor do Livro: Fernando Morais
- resenha por Orlando Lisboa de
Almeida
Página 574 - Juscelino (JK)
ganhou a eleição para presidente e seu vice foi João Goulart, que era de outro
grupo político. Na época não era por
chapas.
616 – A revista O Cruzeiro estava perdendo leitores e Adolpho Block
lança a revista Manchete. (início dos
anos 60)
633 – Em 1962 se suicida Péricles de Andrade Maranhão (cartunista) , o
criador do personagem Amigo da Onça, que foi sucesso por décadas na revista O
Cruzeiro.
635 - Quando um dos filhos de
Chatô, ainda jovem, quebrou uma perna esquiando, o pai lhe mandou dinheiro. O filho respondeu ao pai com um
telegrama: “Não quero dinheiro, quero um
pai”.
637 – Chatô já tetraplégico (teve trombose cerebral dupla), em 1963, se
reúne com as raposas da política nacional para apoiar o Golpe Militar de
1964. Ainda era muito influente.
639 - Comenda da Ordem do
Cruzeiro do Sul. Deve ser a maior que o
BR costumava dar a pessoas de relevância.
O presidente Janio Quadros tinha dado a Fidel Castro e Guevara a Ordem
do Cruzeiro do Sul. Mais adiante, já
na Ditadura, foi oferecida essa comenda a Chatô e ele se recusou a receber por
causa do tempo do Janio e a condecoração a Fidel.
646 – Em SP, reuniões na Casa Amarela com altas patentes militares e
políticos influentes para preparar o golpe militar de 1964. Jantares oferecidos pelo Chatô para agregar
o “povo” golpista.
647 - Quando foi aprovada lei com jornada de cinco horas para
jornalista, Chatô ficou fulo da vida.
“Dentro do seu ofício... não pode se sujeitar ao relógio, porque a
notícia não acontece com hora marcada.”
647 – Lima Duarte, da TV Tupi, lia vários dos discursos do Chatô para os
convivas (pré Ditadura) nos jantares conspiratórios na Casa Amarela (do Chatô).
650 – Chatô, se reconciliando com seus desafetos. Sempre iniciativa dele.
653 – Campanha do tempo da Ditadura Militar (Dê Ouro para o Bem do Brasil). (observação do resenhista: Eu me lembro disso e tinha uns 16 anos na
época).
Segundo o livro, que fizesse doação, recebia o anelzinho da campanha e
era considerado membro da “Legião Democrática”. (me lembro de ter visto o anelzinho).
664 – Em Moscou, Chatô visitou no museu
Hermitage, inclusive obras da Expedição do Barão de Langsdorff ao Brasil.
667 - A Globo do Roberto Marinho e os contratos escondidos com a
Time-Life que passaria a deter 49% do capital da Globo. Pela lei empresa estrangeira não podia e não
pode ser dona no setor de imprensa no Brasil.
668 - Edmundo Monteiro, diretor
dos Diários Associados depois entregou o ouro ao afirmar que essa empresa quase
fez uma parceria na época com a TV ABC dos USA.
O que seria também ilegal. E
isso foi antes da Globo fazer de fato a parceria com a Time-Life, da qual o
Chatô desceu a lenha através dos Diários Associados.
670 – Essa “parceria” da Globo com a Time-Life teria sido com o dedo do
político Roberto Campos que tinha o apoio dos USA para suceder Castello
Branco. No BR o pessoal da esquerda
chamava o Roberto Campos de Bob Field, por ele ser ativista pró americano. Na refrega, Chatô chama Roberto Campos de
Casca de Ferida.
671 - A briga entre os dois
Robertos, o Marinho e o Campos, pela mesma causa (o $ dos USA para a
Globo). Chatô se referia a eles como
Roberto Africano (o Marinho) e Roberto Americano ao Campos.
672 – Em 1966 o Grupo Abril lança a Revista Realidade para ocupar o
espaço que era de O Cruzeiro (esta, dos Diários Associados).
674 – Decreto do final do governo
do Castello Branco limitando a cada grupo de comunicação – máximo de cinco
estações de TV por grupo. Começou aí a
derrocada dos Diários Associados.
677 - O prédio da Vila Normanda
(que foi a mansão de Chatô no RJ) foi vendido, demolido e no local fizeram um
prédio com o nome de Vila Normanda.
677 - Chatô (Diários Associados)
vendeu a TV Cultura de SP ao governo do estado com cláusula de que esta não
exibiria comerciais em toda sua existência.
678 - Ministro Carlos Medeiros da
Silva, da Justiça, que redigiu o AI 1.
Ato Institucional – da Ditadura de 1964.
683 - Cita discurso no RS de
General que se opunha aos rumos da “Revolução de 1964” e a chamava de
Ditadura. Muito interessantes os seus
argumentos.
685 – Paulo Pimentel (foi político no PR) fez festa para batizar uma
cidade com o nome do Chatô. A cidade de
Assis Chateaubriand. Na ocasião
Pimentel era governador do estado.
689 - Chatô chegou a usar os
serviços do então renomado Zé Arigó, mineiro de Congonhas do Campo, que fazia
inclusive cirurgias em ritual mediúnico.
693 – Chatô morre no dia 04-04-1968.
O governo de SP dá o seu nome ao MASP, inclusive porque Chatô era
apreciador das artes plásticas. (final)
sábado, 28 de fevereiro de 2015
RESENHA DO LIVRO – CHATÔ O REI DO BRASIL (Parte IV)
Elaborada por : Orlando Lisboa de Almeida
Página 466 - Chatô ficou p da
vida ao saber que fizeram um jantar de desagravo para um jornalista demitido
por ele. Mandou espionar o jantar e
conseguiu uma lista negra dos participantes.
Decorrente disso, como retaliação, um dia demitiu o jornalista mais
velho do seu staff (Alceu de Amoroso Lima), um dos colunistas que também tinha
outros empregos no ramo. Ao fazer o
acerto de contas, descobriu que o salário do jornalista no seu jornal era uma
merreca e fazia 17 anos que os salários não estavam sendo pagos.... (acho que é um record ao menos
Sulamericano)
468 – A frase da jornalista americana Eileen Mackenzie sobre Chatô:
“ O pequeno Hearst brasileiro, um homem que tem faro para a notícia, inclinação para mexer em
casas de marimbondos e um dedo em quase todas as negociatas do Brasil.”
Ainda ela sobre Chatô: “Sem ser
um idealista, é anticomunista e antinazista e, de um modo geral, favorável aos
USA e às grandes empresas”.
475 – Ele contando palitos de fósforos porque os anunciantes não
anunciavam em seus meios de comunicação (Os Diários Associados)
480 – Plano Marshall - Destinar
90 bilhões de dólares para a recuperação da Europa após o término da Segunda
Guerra Mundial.
483/84 – Ele vai falando das obras de arte que Chatô comprou para o
acervo do MASP com dinheiro que conseguiu de doações de gente da alta
sociedade.
488 – Comprou de uma vez uma coleção de bailarinas (esculturas) de
Degas. Umas cinqüenta peças.
492 – Comprou em leilão para o MASP uma tela de W.Churchill. Quando Chatô era embaixador do BR em
Londres, um dia na casa de campo de Churchill, “condecorou” o eminente político
com a Ordem do Jagunço, algo que Chatô inventou. Colocou no ombro do “homenageado” uma capa de
couro de vaqueiro, um chapéu de couro e depois, com o homenageado ajoelhado,
botou uma espada sobre o ombro do tal e leu (em português) o juramento da Ordem
do Jagunço que ele criou.
496 – Comprou em 1950 nos USA os equipamentos para a TV Tupi, a primeira
emissora de TV da América Latina.
Depois foi à fábrica dos equipamentos e lhe apresentaram imagens a
cores. Rasgou o contrato e disse que queria
equipamentos para transmissão a cores para o Brasil. O industrial americano argumentou que em
1950 nem os USA tinham TV em cores em série para o grande público. Era experimental.
Mesmo lá nos USA só a partir de 1966 começou a ser vendida TV a
cores. No BR teria sido no ano da Copa
de 1970 (Copa no México)
498 – Em 1950 só tinha TV nos USA, França e Inglaterra.
499 – TV no BR inaugurada em 1950 e tudo era ao vivo e só 20 anos depois
se criaram fitas de gravar em vídeo para reprisar.
505 – Ele tinha os pés pequenos.
A secretária Vera abastecia e controlava tudo, incluindo comprar roupas
e calçados para ele. Sapatos novos, ela
tinha que usar uns dias até amaciar para depois ele começar a usar. Calçava 36.
520 – Chatô resolveu ser Senador.
Para isso, sem ser época de eleição, tinha que haver uma vaga da Paraíba
e o suplente não assumir. O governo de
Getulio deu cargos no executivo para o senador e o suplente da Paraíba. Nova eleição específica para a nova
vaga. Ele vai entrar na campanha mas
tem um “probleminha”. Ele não tinha o
título de eleitor. Não tinha e nunca
teve. Deu-se um jeito.
527 – Já senador, foi a Paris e comprou várias telas para o MASP. Não comprou “Dama com Rosa”, um nu de
Picasso (preço acessível) e seus colaboradores perguntaram o por que? Ele disse:
Vocês estão doidos? Aqueles
quatrocentões atrasados de São Paulo (que nos dão o dinheiro para as telas) não
vão dar mais um tostão!
542 - Chatô, um dos três da
espartana delegação do BR à posse (em 1953) da Rainha Elizabeth. Deu pane em sua próstata e tinha que ir ao
WC a cada duas horas. Foi de sobretudo e
a calça cortada e duas garrafas vazias de coca cola ... se virou assim durante
a cerimônia.
556 – Aparece no governo Getulio a
expressão do “mar de lama” na política.
Na véspera da morte de Vargas tinha havido um atentado com morte que,
após investigação, se chegou ao Gabinete de Vargas. A Revista O Cruzeiro vendeu 720 mil
exemplares na edição logo após a morte de Vargas.
558 – Atribuiu-se à imprensa a pressão e a morte de Vargas. O Povo foi às ruas e destruíram rádios e
jornais dos Diários Associados no Rio Grande do Sul.
559 – Chatô ao saber da morte de Vargas ele disse: Vou para a cadeira dele na ABL Academia
Brasileira de Letras. E foi, no voto. Indignado Gustavo Corção desabafou pela
imprensa sobre a ABL: De Casa de um
Amarelo Sujo, virou a Casa Suja, de Amarelo.
De Casa de Machado de Assis, virou casa de Mãe Joana. Antes da entrada de Chatô para a ABL por lá
já tinham entrado banqueiros, etc.
(desacreditada)
563 – Após vencer seus dois anos de mandato de senador, tempo que não
pisou na sua Paraíba, foi lá para pedir voto para reeleição. Deu em nada. De
tantos comícios, uma vez foi parar até em
Currais Novos , estado vizinho (RN) sem perceber.
....................
próxima etapa - Final – em breve
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
RESENHA DO LIVRO - CHATÔ - O REI DO BRASIL (PARTE III)
(resenha sem perfil acadêmico - por Orlando Lisboa Almeida)
Página 219 - A morte de João Pessoa. Foi crime passional ocorrido lá na Paraíba, mas a Aliança Liberal fez um bafafá para dar contornos políticos ao caso. Embalsamaram o corpo e trouxeram para o Rio de Janeiro (capital Federal) para levantar o povo contra o governo federal, culpando este pela morte, e tentando dar um golpe para não assumir Julio Prestes que ganhou a eleição.
248 - Os revolucionários gaúchos prometeram amarrar seus cavalos no obelisco da Avenida Rio Branco no Rio de Janeiro e três semanas depois, conseguiram o feito.
249 – Chatô dizia que queria aprender a ser um caudilho. (Vargas foi um)
250 - A pequena cidade de Senges-PR, vizinha da fronteira com São Paulo – 5 km perto de Itararé-SP. Em Senges, estacionadas tropas revolucionárias e em São Paulo, tropas legalistas.
258 – Chatô pergunta ao “ditador” Vargas se ele não deixa um pouco dos seus tenentes que estão sempre do seu lado. Vargas responde: “Prefiro conviver com estes tenentes a ouvir os políticos da Aliança Liberal e suas questiúnculas pessoais”.
261 – Nasce de uma expressão o nome do grupo empresarial do Chatô. “Diários Associados”. (Consta que das poucas empresas que restaram do grupo, a de maior destaque na atualidade – 2015 – seria o jornal Correio Brasiliense)
262 – A Revolução de 30 fechou o Congresso Nacional.
270 - Fala um pouco das obras de infraestrutura feitas no BR pela canadense Light: obras como Ferrovias (incluindo a polêmica Madeira-Mamoré) , portos diversos, colonização do Vale do Rio do Peixe (SC), etc. Levou Osvaldo Cruz, nosso grande médico-cientista sanitarista para sanear Guajará-Mirim – AM.
292 - Chatô, brigado com o governo Vargas, sendo deportado no navio japonês e o bafafá que apronta para abortar a viagem. Consegue abortar a viagem.
301 – Chatô ficou preso político no RJ por um mês e meio.
301 – A Revolução Paulista foi de 09-07 a 02-10.
301 – Nas refregas que Chatô teve por razões políticas, saquearam sua mansão no RJ e de tudo o que ele mais lamentou foi o saque de telas de vários pintores.
322 – Prisões em São Paulo - ele destaca o paradoxo dos nomes das prisões, que levam os nomes dos respectivos bairros. Paraíso e Liberdade.
322 – Chatô ajudou a fundar em 1933 a Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
326 – Fala de empresários chegados da Europa por via aérea pelo Dirigível Zeppelin. Este que fazia vôos regulares entre Europa, USA e BR inclusive.
337 – O jornalista e cronista capixaba Rubem Braga era irreverente e anticlerical. No dia de S.Sra.de Lourdes, padroeira de BH, ele escreveu artigo que foi considerado desrespeitoso à padroeira.
352 – Anos 30. Coqueluche da publicidade no BR. Indústria lança o Toddy no BR e na propaganda tem que explicar o que é o produto. Na época também o lançamento dos cheques bancários no BR. Em 1935 foi inaugurada a Radio Tupi no RJ. Chatô trouxe para o ato inaugural da Radio Tupi nada menos que o inventor Gugliermo Marconi.
367 – Fala dos anos 60 e progressos na agropecuária. Irrigação, produção de cafés finos, inseminação artificial em bovinos, algodão de fibra longa. Centro de pesquisa na Fazenda Queluz, município de Capirari-SP.
377 – Os Integralistas planejavam “empastelar” o jornal de Chatô. Era invadir, quebrar tudo. Houve vários episódios desse tipo com jornais dele e de outros por questões políticas.
381 – Rotisserie Americana, estabelecimento comercial famoso na época, no RJ, Rua do Ouvidor.
394 – Chatô com sua influência, consegue a doação de 100 aviões pequenos para treinamento de pilotos, tudo num prazo de dois meses. Ele na verdade chantageava os empresários (que sempre tinham rabo preso) e conseguia os aviões para doação a clubes de pilotagem pelo país afora. Tudo com inaugurações, festas e discursos.
396 – Entra na briga a feminista Berta Lutz no RJ.
408 – Chatô conseguiu duas leis do Getulio Vargas só para resolver seu caso de família. A primeira foi para legalizar sua filha Tereza e para retirá-la da mãe. A segunda lei para ele conseguir o pátrio poder sobre a filha em detrimento da mãe. Na sequencia, tentou a expulsão da mãe da sua filha do Brasil, sendo que ela era argentina. Este intento ele não conseguiu.
412 – Chatô demitiu o seu Diretor Dário e teve que pagar uma indenização a ele. Por birra, publicou no jornal que o Dário recebeu uma grande herança e que iria distribuí-la aos pobres. Notícia com endereço e telefone do Dário. Imagina o barraco.
421 – A Segunda Guerra Mundial (década de 40) e os carros passam a ser movidos por gasogênio. À base de carvão. (Meus pais lembram disso)
426 – Os pesos pesados da imprensa despontando na revista O Cruzeiro (dele). Personagens como Millor e outras feras.
427 – O BR rodava a imprensa com papel jornal importado, principalmente da Finlândia. Na primeira semana da Guerra, o papel subiu 40%.
428 – No período da Guerra, Getulio viu que precisava incentivar no BR a siderurgia e criou a estatal CSN Companhia Siderúrgica Nacional. Apoiou a indústria do papel via iniciativa privada. Por dica de Chatô, Getulio apoiou o empresário Klabin para a indústria de papel, já que este tinha grandes áreas com reflorestamentos no Paraná. Município de Tibagi e outros.
431 - Getulio manda no aniversário de Hitler, em guerra, votos de parabéns. Depois, em 1942, o BR declara guerra à Itália e Alemanha. Declara mas não manda soldados para as batalhas....
435 – Getúlio cria a FEB Força Expedicionária Brasileira em 1944 e expropria os bens de imigrantes oriundos dos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) que moravam no BR. Era o Eixo contra os Aliados.
444 – O início da fortuna dos Matarazzo foi com a indústria de banha de porco. Os Matarazzo tinham mais de 30.000 empregados.
446 – Chiquinho Matarazzo em seu gabinete ficava só ele sentado e todos os seus interlocutores ficavam o tempo todo em pé.
460 – O autor deste livro faz a comparação entre o Chatô com o jornalista dos USA cuja vida inspirou o filme Cidadão Kane.
.........................................em breve...........trecho final da resenha deste livro.............. OLA
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
RESENHA - CHATÔ O REI DO BRASIL - Fernando Morais ( Parte II)
(resenha sem método da academia) por Eng.Agr.Orlando Lisboa Almeida - PARTE II
106 - Anos 20, os barões do café paulistas patrocinaram a montagem da peça de teatro “O Contratador de Diamantes”. Perto do dia da estréia, as costureiras que estavam fazendo os trajes dos atores fizeram greve por salários inspiradas em movimentos grevistas da Europa. O prefeito de SP teve que intervir no movimento grevista, atender as reivindicações das costureiras e então a peça estreou dentro do programado.
106 – Entre as atrizes amadoras da peça (gente da Alta Sociedade Paulistana) estava Iolanda, 16 anos. Chatô se encantou por ela, entrou em contato e no primeiro encontro pediu Iolanda em casamento e ela não aceitou. Depois ele voltou a pedir umas dez vezes em outras ocasiões, sempre em vão. Um dia Santos Dumont falou ao Chatô: Pensei que era pela diferença de idade no meu caso, que levei um não dela, mas você é jovem. “Acho que ela não gosta de quem anda com a cabeça nas nuvens”.
109 – Na época (anos 20...) SP teve inclusive um jornal editado em alemão. Deutsche Zietung.
115 – Chatô entrevistando o sucessor de Engels na Europa – Kautsky. O marxista quis saber pelo Chatô como era o nosso Parlamento. Se era de esquerda, de direita, de centro, marxista, etc. Chatô disse: “O Poder legislativo no meu país é quase sempre um seio onde todos os deputados só aspiram a um objetivo: a bem querença do Poder Executivo”. (eu, resenhista digo: não mudou nadinha...)
120 – O Conde Francisco Matarazzo – o homem mais rico do Brasil na época.
122 – A Light tinha negócios na Russia desde os tempos dos Czares. Eletricidade e ferrovias. Aqui no BR, nos anos 20 por aí, na capital federal do BR – Rio de Janeiro, o representante maior da Light era o americano Farquhar. Chatô tinha contato com esse cidadão.
Farquhar quis contratar o Chatô (que já era influente na capital federal com suas empresas de comunicação) para o departamento jurídico da Light com a grande tarefa de conseguir Concessão para a empresa explorar minério de ferro em MG onde a empresa já tinha área de 3.000 alqueires.
Nessa época (anos 20) já havia no BR em geral e em MG em particular (em MG, com liderança de Artur Bernardes) um movimento nacionalista para evitar empresas estrangeiras explorando e espoliando como se fez no passado com o nosso ouro de MG, esgotando nosso ouro e depois dando no pé e nos deixando mais pobres.
126 – A Acesita (siderúrgica) e a Vale do Rio Doce foram do grupo da Light. No período da Segunda Guerra Mundial o BR nacionalizou essas empresas estratégicas.
126 – Chatô, empresário de sucesso no ramo da imprensa, tinha sua “frota” de carros de luxo. Rolls Royce, etc.
128 – Ele se recusou a participar da SEMANA DA ARTE MODERNA preparada por seus amigos intelectuais. Disse que a coisa era contra o capitalismo e assim não lhe interessava. Seu foco era no capital e nos seus jornais – e o poder.
129 – Em março de 1922 cria-se no Brasil o Partido Comunista. Em julho de 1922 ocorre a Revolta do Forte de Copacabana.
134 – Chatô morou no Hotel Copacabana Palace, que era um ícone da época na capital federal RJ. O Copa foi feito com cimento alemão, mármore italiano, cristais tchecos e talheres franceses. Inaugurado pelo rei Alberto – da Bélgica.
144 – Lindolfo Collor – deputado gaucho.
145 – Vargas sempre de charuto fedorento na boca.
150 – Luis Carlos Prestes estaria com 26 anos de idade quando comandou a Coluna.
152 – Irineu Marinho fez uma enquete para os leitores criarem um nome para o seu jornal que seria vespertino. O primeiro nome escolhido já tinha registro de terceiros e o segundo nome era O Globo. E assim surgiu o começo do plim plim.
161 – Chatô, em lua de mel em Campos de Jordão-SP, levou um calhamaço de papel para escrever artigos e dez lápis. O trabalho não podia parar, segundo ele. Teria escrito durante a lua de mel o livro Terra Desumana contra o presidente Artur Bernardes que governou o BR em Estado de Sítio.
164 – Diz que o mineiro Artur Bernardes, que não gostava do RJ, gostaria que a capital federal fosse em Goiás. (isto nos anos 20)
168 – Em fevereiro de 1927, depois da Coluna Prestes derrotar 18 generais no BR, entra na Bolívia e lá entrega as armas.
169 – Juarez Távora foi ex-comandante da Coluna Prestes. Prisão na Ilha de Trindade.
183 – Chatô não era muito “família”. Um dia sai pela orla do RJ para navegar com o filho pequeno e alguns amiguinhos deste. Algo dava errado e ele ficava p da vida. “Adoro ser professor, mas detesto ensinar.”
183 – Por volta do ano de 1927 Chatô compra o direito da revista O Cruzeiro e quer fazê-la de circulação nacional. Quer a revista em cores, grande tiragem, semanal. Na época gráfica para esse padrão, só na vizinha Argentina. Bancou isso.
187 - Para o lançamento da revista O Cruzeiro (sob nova direção), tendo a população do RJ (dezembro-1928) ao redor de 1,3 milhão pessoas, mandou imprimir 4 milhões de panfletos que foram jogados de aviões em vôos pela capital. Era época das compras para o Natal.
187 – Em cada artigo da revista O Cruzeiro tinha uma anotação do tempo que o leitor gastaria para ler, citando minutos e segundos.
A versão para o NEGO da bandeira da Paraíba, terra de João Pessoa. Teriam perguntado se ele apoiaria a tradição do café com leite (SP e MG) na campanha para a presidência do BR e ele teria respondido: NEGO. Na chapa de Getúlio Vargas (RS), João Pessoa saiu como candidato a vice. (João Pessoa era sobrinho de Epitácio Pessoa)
203 – Chatô surfa na vitória do seu conterrâneo João Pessoa (vice presidente) e consegue grana alta do governo para comprar jornais em locais estratégicos para a campanha da Aliança Liberal (grupo de Vargas). Jornais no RJ, RS, MG, fora os que Chatô já tinha no RJ, capital federal.
207 – Palavras de Chatô sobre os comunistas no RJ no ano de 1929, ano da grande crise. “O comunismo no RJ é uma aspiração de meia dúzia de iluminados. Não duvido da sinceridade desses líderes. Mas a perseguição cria o martírio e o martírio cria a dedicação, o fanatismo, a lenda.”
208 – Vargas – Criar uma legislação trabalhista para tocar a campanha da Aliança Liberal e mobilizar o povo.
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
RESENHA LIVRO - CHATÔ - O REI DO BRASIL
RESENHA DO LIVRO – CHATÔ – O REI
DO BRASIL (Parte I)
Autor: Jornalista e escritor – Fernando Morais
Editora – Companhia das Letras –
2ª edição – 1994 - 731 páginas
Resenha (sem rigor acadêmico)
pelo Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida
Nome do Chatô - Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de
Mello. Francisco de Assis porque nasceu
no dia do Santo (04-10), Chateuabriand porque seu pai resolveu homenagear um
escritor Frances e Bandeira de Mello, sobrenome de família. Nasceu na cidade de Umbuzeiro, interior da
Paraíba e era gago quando criança. Foi
alfabetizado em idade próxima dos dez anos.
Ao longo da vida estudou até fazer a Faculdade de Direito e muitos dos
seus estudos foram como autodidata, principalmente em idiomas como francês e
alemão.
Página 16 – O autor faz uma
citação dos bens do Chatô, quando este já tinha empresas jornalísticas,
revistas e emissoras de TV.
Chatô era um mulherengo assumido.
17 – “Não preciso de médicos, nem de
conselhos. ... quem pode atestar minha boa saúde são as mulheres.”
17 – Em 1957, foi embaixador do BR em
Londres por indicação de JK Juscelino.
18 – A cidade de Brasília foi construída
por determinação do presidente JK em três anos.
18 – Chatô, já influente na política,
criticava JK pela construção de Brasília, chamando-o de Faraó Kubitchek.
18 – Tática do Chatô com seus veículos de
comunicação (jornais, revistas, TV, rádios) – acender uma vela para cada santo
e ter sempre as portas abertas...
18 – Ao jornalista David Nasser, repórter
e amigo. Sendo o David Nasser contra
a construção de Brasília, Chatô lhe perguntou por que ele não mudava de
idéia. A resposta: - Por que eu tenho a minha opinião.
- Opinião? Se você quer ter a sua opinião, compre uma
revista.
19 – Quando foi nomeado para
Embaixador em Londres, era senador pelo Maranhão.
20 – Chatô era inimigo do jornalista
Samuel Wainer do jornal Ultima Hora.
48 -
Chatô busca aprender alemão e ganha uma biblioteca do ramo. Recebe ajuda dos padres franciscanos nas
traduções.
49 -
A potência econômica que eram os Lundgren (Casas Pernambucanas). Família de origem escandinava radicada no
Recife.
55 – Chatô lia em francês e alemão
fluente.
56 – Na época do seu curso de direito em
Recife os alunos desse curso andavam de fraque, cartola, polainas e até de
luvas em pleno nordeste.
59 – Chatô era raquítico e quis entrar no
exército para praticar exercício e aprender a nadar. Foi reprovado no exame de admissão e ao
contrário do senso comum, acionou um pistolão para ser aprovado. E ralou muito no exército.
60 – Ser jornalista “Polemista” dava um
prestígio enorme pelo ano de 1900 e adjacentes.
64 – Silvio Romero, sergipano, na época o
maior crítico literário do Brasil.
64 – O paraense José Veríssimo
“disputava” o topo como intelectual com
Silvio Romero na época. Geralmente via
artigos de jornais.
66 – Num embate entre os polemistas, Silvio
Romero chamou José Veríssimo de mulato e outros adjetivos tentando denegrir a
imagem do adversário.
66 – Chatô resolveu (jovem que era) entrar
na polêmica. “Vou responder esse
fdp...” Pegou tiras de aparas do
jornal da redação para usar como rascunho no seu manuscrito. Usava fazer seus textos originais à lápis em
sobra de papel jornal.
Chatô saiu com esta sobre Silvio
Romero. Estudando um livro do Romero,
viu que as citações deste em alemão, na verdade vinham de tradução para o
francês. Provou que o Romero não manjava
assim de alemão e enganava o povo em seus escritos.
69 – “ O senhor Romero estrangulou a
metafísica, supliciou o romantismo, matou a polidez”.
69 – Chatô também desancou o poeta e
jornalista Osório Duque Estrada, autor do nosso hino. Era um abusado, desde jovem.
67 – No tempo do seu embate com o
polemista Silvio Romero, Chatô estava no terceiro ano do curso de Direito. Quando Romero descobriu isso fez uma
crítica tipo: Não vou polemizar com um pirralho.
68 – Alvarenga – um tipo de barquinho para
se abordar um navio na costa. Quando
algum navio de passageiros chegava no porto do Recife, comumente o Chatô era
escalado (por dominar vários idiomas) para ir de Alvarenga até o navio para
entrevistar autoridades quando era o caso.
Entrevistador e cicerone dessas pessoas.
Conhecia assim muitos ilustres do Brasil e do exterior. Inclusive o empresário Delmiro Gouveia, que
teve tecelagem na região da cachoeira de Paulo Afonso. (95)
Delmiro Gouveia foi assassinado, supostamente, a mando do lobby têxtil
britânico.
70 – Sobre o poder do “Conselheiro” Rosa e
Silva. Nos anos 1890 havia câmara e
senado estadual. Rosa e Silva “fazia”
os governadores e senadores do Pernambuco.
Corria a prosa: Quem tem Rosa
tem o Norte do Brasil – sem Rosa ninguém se elege e contra Rosa, ninguém
governa.
72 – O Rosa e Silva era dono do mais
antigo jornal da América Latina. O
“Diário de Pernambuco”. No ano de
1911 ele já tinha 86 anos de idade.
Seu hobby era assistir brigas de galo.
76 – O empresário Arthur Lundgren (Casas
Pernambucanas) era um dos maiores galistas do BR. Galos de briga.
80 – Em 1913, Chatô foi o primeiro
brasileiro a voar num avião de um francês Lucien Deneau) que atravessou o Atlântico com uma pequena
aeronave experimental.
A chegada do avião foi um furor em Recife e
um jornalista graduado (e parrudo) teria sido destacado para fazer um vôo com o
piloto francês. Um vôo histórico. O Chatô buscou um meio de puxar o tapete do
jornalista concorrente. Soube que o
avião comportava digamos o piloto mais um passageiro de até 56 kg . Deu um jeitinho de avisar o piloto que o
outro candidato ao vôo pesava uma arroba a mais. E o Chatô fez o vôo histórico, mesmo tendo
que puxar o tapete.
95 – Aos 25 de idade, no Rio de Janeiro, a
estratégia do Chatô era se aproximar das pessoas influentes. Montou escritório na Rua do Ouvidor.
97 – Fala do grande agiota da época que
cobrava juro “excorchante” de 8% a.a.
Chatô emprestou dinheiro a juro para
comprar um carro de luxo e faz sua explicação ao seu avalista sobre a
importância de marcar presença num carro de luxo.
“A fortuna não anda à pé...” (faz uma argumentação bem curiosa)
100 – No Rio de Janeiro, pela década de
1910, havia Casas para fumar ópio.
100– No RJ da época, só se ia à praia para
tomar banho por conselho médico.
102 – Em 1918 o navio britânico Demerara
trouxe a gripe espanhola para o
Brasil. Nessa época na Europa morreram
ao redor de 20 milhões de pessoas da gripe espanhola. No RJ e SP em pouco tempo a gripe matou ao
redor de 25 mil pessoas. No Brasil
todo, foram ao redor de 300 mil mortes da gripe espanhola.
104 – Rui Barbosa, septuagenário, sai
candidato a presidente da república.
Foi o primeiro no Brasil, inspirado nos USA, a falar da “questão
social”. Colocar o ser humano num
patamar mais importante que o capital
(ao menos no discurso). Rui
saiu candidato contra Epitácio Pessoa.
Desta vez, o estado de SP não se uniu com o RJ que apoiava Rui Barbosa e
este perdeu para Epitácio Pessoa, um paraibano da terra natal de Chatô –
Umbuzeiro.
Epitácio Pessoa durante toda a campanha
permaneceu na França e mesmo assim ganhou a eleição para presidente do
Brasil. Com isso rompeu-se uma
tradição de quase três décadas de presidentes mineiros (3) e paulistas (3), na
chamada política do café com leite.
105 – Com seu conterrâneo Epitácio Pessoa
presidente, Chatô já há tempos com jornal no RJ (capital federal) indicou o nome para Ministro de Viação e Obras
Públicas do Brasil.
.................................................................... continua em
breve.................................
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