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domingo, 3 de maio de 2015

CONTINUAÇÃO - RESENHA 2º SIMPÓSIO INTERN. REUSO ÁGUA


     Quarta Palestra:  “Metodologias & Tecnologias para águas em cidade empregadas na Dinamarca”    - Palestrante:  Alejandro Ernesto Lasarte -   Grupo DHI

     A DHI é um órgão independente, privado, sem fins lucrativos.   Atua em uma ampla gama de áreas.
     No mundo está havendo uma competição pela água.   Na Dinamarca (rica em água), além de outros usos da água, há forte demanda para a suinocultura.     Para destacar o problema da água foi citado até caso de fechamento de fábrica de multinacional de refrigerantes na Ásia em tempo recente.     A DHI atendeu demanda para resolver problema na fábrica de pneus da Madras na Índia.      Atuou em controle da água urbana na cidade de Aarhus – Dinamarca.     Esta é a segunda maior cidade daquele país, com seus 310.000 habitantes.    Eles tem na cidade citada todo um complexo sistema de coleta da água da chuva, que é processada e armazenada de forma programada para não dar inundação, não poluir mananciais, etc.    Até para evitar que a água de chuva arraste poluentes da cidade para o mar, alterando a balneabilidade das praias locais.
     Eles colocam informações sobre a qualidade da água para banhistas, por exemplo, em aplicativo de celular, para as pessoas consultarem em tempo real.

     Quinta Palestra:   “O desafio da implantação de um processo de reuso da água”
     Palestrante:  Renato Rosseto -   empresa SANASA/CAMPINAS – SP
     Em Campinas a água e saneamento é feito pela Sanasa que é municipal.    Em 2008 fizeram um projeto que envolve o reuso da água de esgoto tratado.   Lembrado que esgoto contém matéria orgânica, fósforo, nitrogênio, hormônios, etc.     Em 2001 foi feita uma meta para Campinas:   para até 2004 ter 70% de esgoto tratado no município.  Em 2012 implantaram sistema de tratamento de esgoto por membranas filtrantes (EPAR).    Unidade para tratar 370 l/segundo.    Campinas tem 1,2 milhão de habitantes e na região metropolitana, 3 milhões.
     Ele disse que pela legislação federal atual (obsoleta) no tratamento de esgoto se tem que retirar ao menos 80% da DBO demanda biológica de oxigênio com a redução de matéria orgânica no esgoto.   Ele disse que o que “sobra” de resíduo é muito elevado para retornar esse esgoto tratado nos mananciais.     O sistema de tratamento de esgoto com membranas é mais caro, mas tem algumas vantagens, como usar um espaço físico e instalações menores que o sistema mais usual no setor.    O cheiro emanado do local também é menor.    A manutenção do sistema é menor.     As membranas filtram o esgoto de fora para dentro das mesmas.   Os elementos filtrantes são tão estreitos, que retem bactérias, nematóides e protozoários.   Assim demanda menor uso de reagentes químicos no tratamento do esgoto.     A EPAR Capivari trata esgoto de Campinas em duas unidades de l80 litros/segundo cada.     Paralelamente a estação de tratamento citada tem local para receber esgoto de caminhões fossa.    É uma prestação de serviços a mais e também fonte de renda.    O sistema com uso de membranas é bom, mas requer um razoável uso de energia elétrica, acima do sistema convencional.
     No sistema em pauta, há uma retro lavagem automática das membranas filtrantes a cada 11,5 minutos.    Parando a filtragem, muito do que está aderido na membrana se solta.    Cada dez ciclos de filtragem, vem pressão contrária de retro lavagem que limpa as membranas automaticamente.
     Espera-se que as membranas usem dez anos em uso.  Com certa periodicidade se faz uma limpeza mais geral do sistema todo.    Começou a operar lá em fevereiro de 2012.
     DBO – Portaria do Ministério da Saúde (Portaria 29/14) que estipula parâmetros para o tratamento de esgoto no Brasil.
     Resumo das vantagens do sistema com membranas:
Ø      requer pouca área para instalar os equipamentos da ETE Estação de Trat.Esgotos
Ø      elevada eficiência de tratamento
Ø      geração de efluentes com ausência de protozoários nocivos à saúde pública
Ø      não precisa aplicar produtos químicos no tratamento do esgoto
Ø      menor uso de mão de obra
Ø      menor produção de lodo   (10 a 20% a menos que o sistema convencional)
     Eles tem um projeto de transformar esse esgoto tratado em “água nova” para reuso.  Para isso, estão com um projeto Piloto para tratamento de 700 litros/hora para os ajustes visando a “água nova” para reuso.
     O Sistema da Sanasa para tratamento com membranas custou ao redor de 90 milhões de reais, a obra e equipamentos em si mais obras complementares.   Só a obra especificamente, ao redor de 36 milhões de reais.     Para aprox.tratar 180 l/segundo.   O custo total de operação é de aproximadamente R$.1,00/m3 de esgoto tratado.

     Sexta Palestra:  “Práticas de reuso de água na Alemanha”
     Palestrante:  Professor Uwe Menzel – da Universidade de Sttutgart
     Na Alemanha já contam com mais de cem anos de tratamento de efluentes.    Nos processos, inclusive separam o fósforo que vem no esgoto e recuperam o mesmo para novos usos.    Ele trabalha num dos maiores departamentos da citada Universidade que envolve Engenharia Aplicada na área Ambiental.    Tratam efluentes do campus da universidade e de um bairro de Sttutgart.   Essa cidade é pólo de indústria têxtil e de indústria química e os efluentes do setor se junta aos efluentes domésticos, tornando complexo o tratamento do esgoto.    Junto com os efluentes chegam inclusive compostos organo halogenados que tem propriedades cancerígenas.  É um dos desafios.
     Em certos processos, usam carvão ativado que é bem eficaz.     (Se entendi a tradução, o sistema novo de tratamento de esgotos da cidade de Toledo-PR contaria com um sistema de membranas de origem alemã).

     Sétima Palestra:   “Políticas e Regulação do reuso potável nos Estados Unidos”
     Palestrante:  James Krook – Consultor da ESEPA
     Ele é da equipe mas não é diretamente o especialista em reuso potável.   Regulamentos do estado da Califórnia  (região de pouca água).  Muitas regulamentações para reuso de água, inclusive para contemplar com segurança o reuso para fins potáveis.
     O sistema tem que ser muito seguro.  Questão de saúde pública.   Não há nos USA em nível federal, norma para reuso da água.   É descentralizado e fica a cargo de cada estado.
     Focou a fala nos cuidados com agentes biológicos microbianos nocivos à saúde que costumam estar presentes nos esgotos.    Os regulamentos deles estão em aprimoramento pelos pesquisadores e depois são submetidos a um Painel com vários especialistas.  Depois seguem aos legisladores para transformarem em normas.


     Palestra Oitava – “Apresentação de Produtos e Serviços da empresa HIDROMAR”

     Problema na aplicação de cloro pelas ETEs.   Muito comum equipamentos antigos, com avarias, sem regulagem e manutenção precária.   Difícil dosagem correta de produtos químicos.      Inspirados no programa Lata Velha do Luciano Hulk da TV, criaram o Programa ETA Velha com caminhão, apetrechos e técnicos com a meta de fazer num só dia uma “renovação” de toda a ETE de forma que a mesma consiga em seguida trabalhar com  condições adequadas inclusive para dosagem de produtos químicos no tratamento de esgoto.   Lembrando que o cloro requer um manuseio cuidadoso para não oferecer risco às pessoas e ao meio ambiente.      Equipar e treinar os operadores da ETE.   Eles tem equipe e materiais para isso.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

RESENHA – 2 º. SIMPÓSIO INTERNACIONAL REUSO DA ÁGUA

RESENHA – 2 º. SIMPÓSIO INTERNACIONAL REUSO DA ÁGUA –  28-29/4/15

Local:   Curitiba – PR   - Campus da Universidade Positivo
Realização – ABES PR Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
Resenha feita pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida 

     Foram ao todo 21 palestras, sendo 8 internacionais e 13 por palestrantes nacionais.
     Seguem abaixo as resenhas das palestras anotadas da forma que consegui captar, anotar e entender dentro das limitações da minha formação que não tem foco no tema.

     Na abertura, foi formada a mesa de autoridades e dentre estas o anfitrião, Reitor da Universidade Positivo, Sr. José Pio.    Na sua breve fala de boas vindas, para realçar a importância da água no contexto atual pelo Brasil e o mundo, destacou que em 1930 o mundo teria 1 bilhão de pessoas e na atualidade estamos com 6 bilhões e a quantidade de água no planeta é limitada.  O uso racional é a cada dia mais importante.
     Presença inclusive do Sr.Péricles, representando a Sanepar paranaense do setor de água e saneamento.
     O Sr. Renato de Lima (Geólogo), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba, lembrou que esta capital tem desde o ano 2000 lei sobre o Reuso da Água.
     Na fala do representante da ABES, promotora deste Simpósio, foi dito que o Ministério do Meio Ambiente e o CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente foram convidados para este evento mas optaram por não mandar representante.    Foi destacado que no Brasil não temos uma legislação/regulamentação que venha a apoiar as iniciativas de REÚSO DA ÁGUA.   É um gargalo a ser enfrentado.

     Primeira Palestra:    “Aspectos e considerações das políticas e da regulação do reuso de água no contexto mundial”   - Palestrante:  Bianca Elena Jiménez  - UNESCO
     Ela é mexicana e tem vasta formação e traquejo no ramo.    Ela participou do 4º Relatório do IPCC das Mudanças do Clima.
     Cenário para 2025  - estima-se que 38% da população mundial esteja com carência de água – stress hídrico.   Em 2050 – estima-se em 66% da população mundial com o citado problema.
     Pelo mapa apresentado, a maior gravidade fica pelo oriente médio, norte da África e boa parte da Ásia.   Mas a regra é problema pelo mundo todo.
     Reuso da água em geral se refere a usar pela segunda vez a água em outra atividade.

     Segunda Palestra:  “Reuso da água como instrumento da gestão de recursos hídricos”   Palestrante:    Mônica Porto – USP   Universidade de São Paulo.
      O tema é desafiador no mundo todo.  Atualmente ela está atuando na Secretaria de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo.     Destacou que no período chamado “das águas” de SP  - outubro/13 a março/14 – foi atípico e o menos chuvoso desde que o IAC Instituto Agronômico de Campinas começou a medir chuvas há 125 anos.     Em 1926 houve somente 730 mm de chuva nas águas (outubro-março) e em outubro/13 a março/14 teria chovido 550 mm, ou seja, ao redor de 20% a menos que o pior ano até então documentado, que seria em 1926.
     Em abril/2015 as chuvas em SP ainda estão abaixo da média histórica.   A região metropolitana de São Paulo tem ao redor de 20.000.000 habitantes.    A grave crise hídrica criou a hora de agir para implantar soluções técnicas segundo ela.   O reuso da água está no contexto.   A SABESP criou em SP um bônus para quem economiza água.  Na atualidade, 82% dos consumidores teriam economizado ao menos 10% de água e passaram a usar a água com um pouco mais de critério.
     Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei 9.433/97  
     Mostrou um mapa do BR com os graus de carência de água.   Concentram-se mais nas regiões NE e Sudeste.
     Reuso e questão locacional.   Quando as estações de tratamento de esgoto (ETE) foram projetadas, não se pensava em reuso de água.   Foram feitas em regiões afastadas das zonas de demanda.     Agora com a perspectiva de reuso, fica mais onerosa a logística da água de reuso.
     Falou do Projeto Aquapolo – reuso de água.    Projetado para atender o Pólo Petroquímico do ABC paulista.     No caso a estatal Sabesp em parceria com empresa privada está construindo uma adutora de 17 km para trazer água de ETE da região para o reuso da água no Pólo Petroquímico que conta com várias indústrias do setor.    Foi dito em certo momento que para 1 litro de petróleo processado, se gasta ao redor de 1 litro de água, parte desta para resfriar equipamentos.   No processo muita água evapora e se perde.      Foram citados projetos de destaque no setor também em Córdoba na Argentina e dois projetos no México.
     Ela disse que teme que no Brasil, ao se regulamentar o reuso da água, o mesmo seja tão restritivo que inviabilize a atividade, o que cria insegurança aos empreendedores no ramo.    A Academia não tem sido ouvida em muitas regulamentações e isto é problema.
     Em São Paulo, tem sido feito a tempos o reuso de água para lavar ruas.    Ela teria dito que ao monitorar historicamente os parâmetros da água que chega às ETEs de SP, teriam notado que tem aumentado o teor de sódio no esgoto que chega.
     Pela norma de reuso atual em São Paulo, mesmo para lavar ruas, o teor da água tem que ter menos coliformes que em praia considerada ótima para balneabilidade.
     A ETE de Barueri-SP seria a maior da região metropolitana.

     Terceira Palestra:  “Reuso da Água no contexto do Plano Nacional de Recursos Hídricos”   -   Palestrante:   Devanir Garcia dos Santos -   ANA  Ag.Nacional de Águas
     Os Comitês de Bacia Hidrográfica e as Outorgas de uso da água
     Necessidade de gestão da oferta de água e gestão da demanda.
     O desafio é aprimorar a gestão dos recursos hídricos.   No contexto, temos os Comitês de Bacias e a figura das outorgas para uso da água.
     Trabalhar com água é como trabalhar com as economias domésticas.  Usar água com critério.     Na gestão da oferta um dos cuidados é a conservação da água e do solo.
     Gestão da demanda -  promover o uso racional da água.    Esta que é um recurso peculiar e essencial à vida.
     Gestão para harmonizar interesses em ofertar água para:
Ø      Agricultura
Ø      Pecuária
Ø      Consumo humano
Ø      Indústria
Ø      Navegação
Ø      Turismo/lazer
Ø      Hidrelétrica
     Muitos sistemas de irrigação em uso no BR carecem de manutenção e desperdiçam água.    A ANA Ag.Nacional da Água tem em seu site na internet, manual para uso racional da água.
     O setor industrial é o que, por razões econômicas, mais usa água de reuso.    Mostrou foto de uma pia de lavatório doméstico acoplada acima de uma caixa de descarga de banheiro.   A água que cai da pia ajuda a encher a caixa de descarga do WC.  Apenas um exemplo.     Captação de água de chuva pode ser algo interessante, desde que feita com critério até por questão de saúde pública.
     No site da ANA há folhetos com dicas para prédios, etc.    Lembrado que em condomínios geralmente a água é a segunda maior despesa.  Uso racional é economia.
     10% da área de irrigação no mundo é com água de reuso.    Mais ou menos 10% da população mundial consome alimentos produzidos com irrigação usando água de reuso.
     Município com população menor que 50 mil habitantes geralmente não tem escala para a viabilidade econômica de tratamento de esgotos nas condições atuais.   Nestas condições, se retira no tratamento de esgoto, inclusive matéria orgânica e nutrientes que poderiam ser usados em irrigação com água de reuso, após tratamento específico e dentro de padrões técnicos.   É uma potencial alternativa.
     Citou que uma cidade com 20.000 habitantes produz 40 litros/segundo de esgoto.  Em caso de reuso, daria para irrigar 60 há de área de agricultura com ganho de produtividade.    No caso, o processo de tratamento de esgoto poderia ser mais simples (dentro da técnica, sempre) de forma a manter a matéria orgânica e nutrientes que são demandados pela agricultura  (produção de forragens, bosques, etc.)
     Foi dito que na cidade de Lins-SP há uma iniciativa interessante nessa linha.  Outros exemplos seriam em Campina Grande – PB, Viçosa-MG.   A ANA busca incentivar o reuso da água entre suas atribuições.
     A SABESP de SP demandava para a Grande SP  antes da crise hídrica atual, 70 m3/s e no momento vem atuando com 50 m3/s inclusive reduzindo a pressão na rede e contando com o apoio dos usuários.    A água viria dos sistemas Cantareira, Alto Tietê e Guarapiranga.    Este último está com maior volume de água, ao redor de 80% da capacidade.   A Cantareira está no nível crítico.    Atualmente cada um dos três sistemas está fornecendo ao redor de 16 m3/s para a Grande SP.
     A questão dos hormônios na rede de esgoto.   Parte significativa vem do uso de anticoncepcionais.
     Ele lembrou que muitos municípios não tratam a água e jogam o esgoto sem tratamento nos mananciais.    Na sequência, outros municípios captam água contaminada e indiretamente estão fazendo em parte o reuso informal da água.    Diz isso para argumentar que há rejeição a fazer o reuso a partir de ETEs, que poderia ser feito de forma criteriosa e por outro lado se faz o reuso de forma indireta por captar água em mananciais poluídos com esgoto não tratado.
     Ele recomenda que não se tenha preconceito com a agricultura irrigada.  Mudar o sistema em uso requer tecnologia e também tem custo.     A ANA apóia o uso racional de água inclusive na zona rural.
     Capacidade de reservação (estocar água).   Citou que no BR há várias cidades de grande porte, até com mais de 1 milhão de habitantes como Campinas e Manaus que não tem sistema de reservação de água.    Capta de mananciais, mas sem represa para estocagem.
                                      E mail dele:       devanir@ana.gov.br

           (seguem em breve novas etapas da resenha em pauta).

     

segunda-feira, 13 de abril de 2015

LIVRO - GAROTOS DA FUZARCA - Ivan Lessa (que foi do Jornal O Pasquim)

DO LIVRO GAROTOS DA FUZARCA - de Ivan Lessa (que foi do Pasquim)

Página 60 (livro do Cículo do Livro) - Vivendo em NY - 1981
"Envergonhado, recolhi-me à minha insignificância. Em matéria de atentado contra a sociedade capitalista, meu povo conseguiu apenas enviar baderneiros desajeitados a NY em fúria aquisitiva, subindo e descendo a Quinta Avenida, perguntando onde fica a Rua 46 (a Pequeno Brasil). Esta, em suma, nossa revolta, nossa vingança."
Sobre a nostalgia do Rio de Janeiro (em 1981)
página 118 - "Como me faz uma certa falta o garçon fanho, as mocinhas com barriguinha de feijão, o operário caindo do andaime, a testa suada do político dando vexame na televisão, os peixes morrendo na Lagoa Rodrigo de Freitas".
(1981!)



Tenho este livro em casa desde a década de 80 e de vez em quando ameaçava ler, achando que continha recordações de infância e da adolescência.    Que nada!   Ao começar a leitura já deu para ver que a escrita e o tema do autor são como um som eletrônico alto, cheio de mixagem, com luz stroboscópica causando aquele lusco fusco de girar e piscar, misturado com uma montanha russa.  Como se diz, tudo junto e misturado.   É mais ou menos isso.   Mas ele tem ótimo humor, boa cultura e a malandragem carioca, também tudo junto e misturado.   Valeu.

quinta-feira, 19 de março de 2015

RESENHA DE PALESTRA COM O DR.EM ECONOMIA MARCIO POCHMANN - UNICAMP

RESENHA DE PALESTRA COM O DR.EM ECONOMIA MARCIO POCHMANN
                                   Professor da UNICAMP de Campinas-SP.   Setor Cesit/IE

Anotações pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
O evento foi nas dependências do Senge Sindicato dos Eng em Curitiba-PR   13-03-15
Organizador do evento:   IDP  Instituto Democracia Popular

     O evento contou com lideranças dos movimentos populares de Curitiba e região metropolitana.     O tema do evento foi:  ESTRUTURA E MOBILIDADE SOCIAL
     O IDP promoverá uma palestra com debate por mês até o final deste ano, sempre em temas sociais de interesse dos movimentos populares.   
     Os eixos do IDP – Direito à Cidade; Direitos Humanos e Direito ao Trabalho.

     O resumo da fala do palestrante Dr.Marcio Pochmann
     Na abertura da fala, ele destacou que no momento (passeatas/protestos) tudo está  contaminado pelo “curtoprazismo” e o noticiário atual.    Lembrou que aqui o plenário é um espaço alternativo no qual dá para analisar o cenário de forma mais ampla.
     No capitalismo há centros dinâmicos e periféricos.   Até os anos 90 os USA eram o centro dinâmico e de lá para cá o eixo vai se deslocando para a Ásia, com destaque para a China.   Um dos elementos a destacar é a moeda que até os anos 90 era o dólar e que passou a perder força no contexto mundial.   Outro fator é a força militar, esta que os USA tem de sobra.
     O Brasil tem uma das maiores zonas costeiras do mundo e nosso petróleo a explorar está concentrado no mar.   Por outro lado, temos pouca força de segurança para garantir esse patrimônio estratégico.    Como também temos pouca força de segurança para a imensa fronteira seca com os países vizinhos.
     Das 500 maiores empresas multinacionais do mundo, mais de 200 são americanas, se bem que nem todas estão localizadas nos USA.      Os USA, de 2008 a 2014, período de economia em baixa e em recuperação lenta, teve crescimento em todo esse período, de 13%, o que daria uma média de menos de 2% ao ano.   Nesse mesmo período porém, o mercado de ações deles cresceu bem acima de 100%.  Por outro lado, a remuneração do trabalho lá caiu nesse período.
     Os países emergentes estão tentando “sair” dessa ordem mundial polarizada pelos USA.   Nesse contexto entra a articulação do BRICS, a busca de nova moeda para as trocas, à margem do dólar; a busca de se criar nova empresa de Avaliação de Riscos Países para ter alternativa às viciadas e desacreditadas que estão no mercado mundial.  As mesmas que não alertaram (passaram batidas) com a bolha da sub prime dos USA.
     Nesse contexto também entra a criação de um Banco de Investimentos do BRICS como fonte de financiamento a países emergentes.
     A presidente Dilma se depara após a eleição com fraturas em dois pilares.   Falência do sistema político brasileiro, que é ilegítimo.   Foi bolado na Ditadura Militar por Golbery do Couto e Silva e está de longa data superado.   Os eleitos não tem sintonia com o povo e seus anseios.
     O sistema político atual permite por exemplo que menos de 3% do povo (empresários) tenham 42% dos cargos de deputados federais como representantes dessa categoria – empresários.
     Média de gasto para eleger um deputado federal no sistema vigente:  4 milhões de reais.    É mais do que o parlamentar vai ganhar como salário em todo o mandato.  Uma conta que não fecha....   A questão dos seus patrocinadores de campanha e a relação entre eles no mandato.
Nossa população é de 52% de não brancos e menos de 10% dos congressistas não são brancos.   Não se sentem representados.    O mesmo ocorre em relação à mulher.
     Em resumo, o Sistema Político atual não nos representa.
     Segundo pilar com problema.   O modelo de capitalismo.    Começou com JK nos anos 50 no BR.   Incentivo a grandes empresas privadas, indústria automobilística, rodovias, etc.   Começa lá a relação viciada entre o mercado e o Estado.    Assim continuou no Regime Militar.   Continua até os dias de hoje.    O que tem propiciado as chamadas Máfias.    Máfia na Saúde; Máfia na Educação; Máfia no Transporte...
     Lula e Dilma lutaram para manter o superávit fiscal do BR.   O então ministro Guido Mantega lutava para que buscássemos em 2015 um superávit fiscal de 2,5% do PIB.  Agora a meta é de 1,2% do PIB.    Disse que a meta da equipe do Aécio era de 2,5 a 3,5% do PIB    (iria impor sacrifícios aos pobres).
     A idéia da Dilma era um superávit menor para não afetar os mais pobres.   No governo Dilma o pais cresceu pouco, mas o pobre não sentiu muito.    No mundo de 2008 a 2013 houve perda de 75 milhões de empregos.     No mesmo período no BR houve aumento de 11 milhões de empregos.      Para conseguir isso o governo brasileiro fez concessões como renúncia fiscal, segurou o preço da energia elétrica e combustíveis, etc.    Foi positivo para manter o emprego e renda do trabalhador, mas não ensejou crescimento à economia.   De 2013 para cá as medidas tomadas pelo governo já não eram suficientes e terá que haver novas mudanças na economia.    Ele disse que agora é o momento do País fazer escolhas.
     Fez uma pequena retrospectiva de pressões da esquerda e os poucos resultados no BR ao longo do tempo.   Em 1926 a Coluna Prestes fez uma peregrinação e o resultado concreto foi quase nulo.   Em 1935 a esquerda forçou mas houve golpe logo em seguida.  Em 1964, idem, com instauração do Regime Militar.   Ele diz que a diferença é quando a esquerda reage.
     Nossa sociedade é pouco organizada.    Citou Getulio, que governava com pouco apoio parlamentar e foi buscar força para governar no povo.    Disse que o primeiro mandato do Lula foi morno e no decorrer do mesmo estourou o Mensalão.   O governo reagiu  e se fez o PAC e outras ações e o seu segundo governo foi melhor.
     Lembrou que a Dilma lá no passado colocou em risco sua vida na defesa do Brasil.  Poucos brasileiros fazem isso.    Falou que passamos da fase de criticar... agora a fase é de se lançar propostas. 
     Falou que a inflação aumentou principalmente por conta dos reajustes de energia elétrica e combustíveis.    O BR está com uma previsão de déficit nas contas públicas para 2015 na casa de 100 bilhões de reais.     A presidente lançou um conjunto de medidas ao Congresso recentemente e estas foram rejeitadas pelo mesmo.   É uma questão a ser resolvida entre o Executivo e o Congresso.
     Disse que o empresariado brasileiro, com o real valorizado, está mais propenso a comprar fora do que fabricar bens aqui.   Assim gastamos divisas e se reduz os empregos e impostos.   Como está a economia, se formos “crescer” vamos comprar mais lá fora, agravando a situação.     Por isso uma solução é desvalorizar o real em relação ao dólar.    Isto desestimula o empresário a comprar lá fora e a alternativa é voltar a produzir aqui, gerando emprego, impostos, divisas, etc.    Falou que seria normal o real desvalorizar até certo ponto em benefício da nossa economia e evitar redução dos empregos.
     Antes de FHC pagávamos ao redor de 1,8% do PIB em serviço da dívida pública.   Com FHC chegamos a pagar até 12% do PIB, o que era um tremendo sacrifício principalmente para os trabalhadores.   Do governo Lula pra cá, estamos pagando ao redor de 6% do PIB, que ainda é alto, mas é a metade do que já se pagou.  Menos sacrifício.
     A Petrobrás é grande e gera ao redor de 13% do PIB atual.   A problemática atual do Lava Jato afeta a empresa e vai até certo ponto afetar nossa economia.     Temos que olhar para o futuro.   Estamos numa época no BR em que a credibilidade dos políticos está em baixa, assim como as lideranças dos trabalhadores, dos estudantes, etc.  Fica desarticulada a ação dos movimentos sociais para a luta, mas cabe o desafio.
     Nós não estamos acostumados com a direita  nas ruas no BR.   Mas lembrou que a direita já foi às ruas em várias ocasiões na nossa história.   Inclusive quando esta apoiou a Ditadura Militar de 1964.    Ele disse que ao menos dá para ver com mais clareza quem é da direita hoje. 
     Falou que a corrupção é grave e, claro, deve receber combate implacável, mas pode não ser a questão central do BR.   Precisamos de reforma política, reforma tributária, etc.  
     O filho do rico está ficando mais tempo fora do mercado de trabalho até fazer a faculdade e mesmo a pós/mestrado, etc.    Depois este acaba entrando no mercado de trabalho com os melhores empregos e salários.
     O Lula construiu seu governo apoiado pelos derrotados (os pobres) dos anos 90.  Trouxe empregos, salários, moradia, etc.     Antes do governo Lula, a massa de salários no BR era de 38% do PIB.    Ao final do governo Lula, a massa salarial era de 48% do PIB.   O BR distribuiu renda no período, ao contrário do que ocorreu com países como México e Colômbia que cresceram mais que nós, mas não distribuíram renda.
     Disse que Jango (João Goulart) propôs em seu governo (1963) as Reformas de Base que eram excelentes para o País, mas sofreu tamanha reação que resultou no Golpe Militar.   Não teve apoio para implantar suas reformas – necessárias, por sinal.
     Temos que superar o medo de ousar.   Deixar de ser governados pelos que já morreram.   Ousar.

     Isto foi o que consegui anotar da fala dele que deverá estar já no Youtube, ligada ao evento do  IDP.    (março/2015).    Eventuais falhas aqui ficam por minha conta como anotador.



     

quinta-feira, 5 de março de 2015

RESENHA DO LIVRO – CHATÔ O REI DO BRASIL (final)

     RESENHA DO LIVRO – CHATÔ O REI DO BRASIL   (final)
     Autor do Livro:  Fernando Morais -    resenha por Orlando Lisboa de Almeida

     Página 574 -  Juscelino (JK) ganhou a eleição para presidente e seu vice foi João Goulart, que era de outro grupo político.   Na época não era por chapas.
     616 – A revista O Cruzeiro estava perdendo leitores e Adolpho Block lança a revista Manchete.   (início dos anos 60)
     633 – Em 1962 se suicida Péricles de Andrade Maranhão (cartunista) , o criador do personagem Amigo da Onça, que foi sucesso por décadas na revista O Cruzeiro.
     635 -  Quando um dos filhos de Chatô, ainda jovem, quebrou uma perna esquiando, o pai lhe mandou dinheiro.  O filho respondeu ao pai com um telegrama:  “Não quero dinheiro, quero um pai”.
     637 – Chatô já tetraplégico (teve trombose cerebral dupla), em 1963, se reúne com as raposas da política nacional para apoiar o Golpe Militar de 1964.   Ainda era muito influente.
     639 -  Comenda da Ordem do Cruzeiro do Sul.   Deve ser a maior que o BR costumava dar a pessoas de relevância.   O presidente Janio Quadros tinha dado a Fidel Castro e Guevara a Ordem do Cruzeiro do Sul.    Mais adiante, já na Ditadura, foi oferecida essa comenda a Chatô e ele se recusou a receber por causa do tempo do Janio e a condecoração a Fidel.
     646 – Em SP, reuniões na Casa Amarela com altas patentes militares e políticos influentes para preparar o golpe militar de 1964.    Jantares oferecidos pelo Chatô para agregar o “povo” golpista.
     647 -  Quando foi aprovada  lei com jornada de cinco horas para jornalista, Chatô ficou fulo da vida.   “Dentro do seu ofício... não pode se sujeitar ao relógio, porque a notícia não acontece com hora marcada.”
     647 – Lima Duarte, da TV Tupi, lia vários dos discursos do Chatô para os convivas (pré Ditadura) nos jantares conspiratórios na Casa Amarela  (do Chatô).
     650 – Chatô, se reconciliando com seus desafetos.   Sempre iniciativa dele.
     653 – Campanha do tempo da Ditadura Militar  (Dê Ouro para o Bem do Brasil).  (observação do resenhista:   Eu me lembro disso e tinha uns 16 anos na época).
     Segundo o livro, que fizesse doação, recebia o anelzinho da campanha e era considerado membro da “Legião Democrática”.    (me lembro de ter visto o anelzinho).
      664 – Em Moscou, Chatô visitou no museu Hermitage, inclusive obras da Expedição do Barão de Langsdorff ao Brasil.
     667 -  A Globo do Roberto Marinho e os contratos escondidos com a Time-Life que passaria a deter 49% do capital da Globo.   Pela lei empresa estrangeira não podia e não pode ser dona no setor de imprensa no Brasil. 
     668 -  Edmundo Monteiro, diretor dos Diários Associados depois entregou o ouro ao afirmar que essa empresa quase fez uma parceria na época com a TV ABC dos USA.  O que seria também ilegal.    E isso foi antes da Globo fazer de fato a parceria com a Time-Life, da qual o Chatô desceu a lenha através dos Diários Associados.
     670 – Essa “parceria” da Globo com a Time-Life teria sido com o dedo do político Roberto Campos que tinha o apoio dos USA para suceder Castello Branco.   No BR o pessoal da esquerda chamava o Roberto Campos de Bob Field, por ele ser ativista pró americano.    Na refrega, Chatô chama Roberto Campos de Casca de Ferida.
     671 -  A briga entre os dois Robertos, o Marinho e o Campos, pela mesma causa (o $ dos USA para a Globo).   Chatô se referia a eles como Roberto Africano (o Marinho) e Roberto Americano ao Campos.
     672 – Em 1966 o Grupo Abril lança a Revista Realidade para ocupar o espaço que era de O Cruzeiro (esta, dos Diários Associados).
     674 – Decreto do final do governo do Castello Branco limitando a cada grupo de comunicação – máximo de cinco estações de TV por grupo.   Começou aí a derrocada dos Diários Associados.
     677 -  O prédio da Vila Normanda (que foi a mansão de Chatô no RJ) foi vendido, demolido e no local fizeram um prédio com o nome de Vila Normanda.
     677 -  Chatô (Diários Associados) vendeu a TV Cultura de SP ao governo do estado com cláusula de que esta não exibiria comerciais em toda sua existência.
     678 -  Ministro Carlos Medeiros da Silva, da Justiça, que redigiu o AI 1.  Ato Institucional – da Ditadura de 1964.
     683 -  Cita discurso no RS de General que se opunha aos rumos da “Revolução de 1964” e a chamava de Ditadura.  Muito interessantes os seus argumentos.
     685 – Paulo Pimentel (foi político no PR) fez festa para batizar uma cidade com o nome do Chatô.   A cidade de Assis Chateaubriand.     Na ocasião Pimentel era governador do estado.
     689 -  Chatô chegou a usar os serviços do então renomado Zé Arigó, mineiro de Congonhas do Campo, que fazia inclusive cirurgias em ritual mediúnico.
     693 – Chatô morre no dia 04-04-1968.   O governo de SP dá o seu nome ao MASP, inclusive porque Chatô era apreciador das artes plásticas.              (final)


sábado, 28 de fevereiro de 2015

RESENHA DO LIVRO – CHATÔ O REI DO BRASIL (Parte IV)

    
     Elaborada por :   Orlando Lisboa de Almeida

     Página 466 -  Chatô ficou p da vida ao saber que fizeram um jantar de desagravo para um jornalista demitido por ele.   Mandou espionar o jantar e conseguiu uma lista negra dos participantes.   Decorrente disso, como retaliação, um dia demitiu o jornalista mais velho do seu staff (Alceu de Amoroso Lima), um dos colunistas que também tinha outros empregos no ramo.    Ao fazer o acerto de contas, descobriu que o salário do jornalista no seu jornal era uma merreca e fazia 17 anos que os salários não estavam sendo pagos....     (acho que é um record ao menos Sulamericano)
     468 – A frase da jornalista americana Eileen Mackenzie sobre Chatô:
     “ O pequeno Hearst brasileiro, um homem que tem  faro para a notícia, inclinação para mexer em casas de marimbondos e um dedo em quase todas as negociatas do Brasil.”
     Ainda ela sobre Chatô:   “Sem ser um idealista, é anticomunista e antinazista e, de um modo geral, favorável aos USA e às grandes empresas”.
     475 – Ele contando palitos de fósforos porque os anunciantes não anunciavam em seus meios de comunicação (Os Diários Associados)
     480 – Plano Marshall -  Destinar 90 bilhões de dólares para a recuperação da Europa após o término da Segunda Guerra Mundial.
     483/84 – Ele vai falando das obras de arte que Chatô comprou para o acervo do MASP com dinheiro que conseguiu de doações de gente da alta sociedade.
     488 – Comprou de uma vez uma coleção de bailarinas (esculturas) de Degas.  Umas cinqüenta peças.
     492 – Comprou em leilão para o MASP uma tela de W.Churchill.   Quando Chatô era embaixador do BR em Londres, um dia na casa de campo de Churchill, “condecorou” o eminente político com a Ordem do Jagunço, algo que Chatô inventou.  Colocou no ombro do “homenageado” uma capa de couro de vaqueiro, um chapéu de couro e depois, com o homenageado ajoelhado, botou uma espada sobre o ombro do tal e leu (em português) o juramento da Ordem do Jagunço que ele criou.
     496 – Comprou em 1950 nos USA os equipamentos para a TV Tupi, a primeira emissora de TV da América Latina.   Depois foi à fábrica dos equipamentos e lhe apresentaram imagens a cores.   Rasgou o contrato e disse que queria equipamentos para transmissão a cores para o Brasil.   O industrial americano argumentou que em 1950 nem os USA tinham TV em cores em série para o grande público.   Era experimental.
    Mesmo lá nos USA só a partir de 1966 começou a ser vendida TV a cores.    No BR teria sido no ano da Copa de 1970    (Copa no México)
     498 – Em 1950 só tinha TV nos USA, França e Inglaterra.
     499 – TV no BR inaugurada em 1950 e tudo era ao vivo e só 20 anos depois se criaram fitas de gravar em vídeo para reprisar.
     505 – Ele tinha os pés pequenos.   A secretária Vera abastecia e controlava tudo, incluindo comprar roupas e calçados para ele.   Sapatos novos, ela tinha que usar uns dias até amaciar para depois ele começar a usar.  Calçava 36.
     520 – Chatô resolveu ser Senador.   Para isso, sem ser época de eleição, tinha que haver uma vaga da Paraíba e o suplente não assumir.  O governo de Getulio deu cargos no executivo para o senador e o suplente da Paraíba.  Nova eleição específica para a nova vaga.   Ele vai entrar na campanha mas tem um “probleminha”.  Ele não tinha o título de eleitor.  Não tinha e nunca teve.   Deu-se um jeito.
     527 – Já senador, foi a Paris e comprou várias telas para o MASP.   Não comprou “Dama com Rosa”, um nu de Picasso (preço acessível) e seus colaboradores perguntaram o por que?  Ele disse:   Vocês estão doidos?   Aqueles quatrocentões atrasados de São Paulo (que nos dão o dinheiro para as telas) não vão dar mais um tostão!
     542 -   Chatô, um dos três da espartana delegação do BR à posse (em 1953) da Rainha Elizabeth.    Deu pane em sua próstata e tinha que ir ao WC a cada duas horas.  Foi de sobretudo e a calça cortada e duas garrafas vazias de coca cola ... se virou assim durante a cerimônia.
     556 – Aparece no governo Getulio a expressão do “mar de lama” na política. 
     Na véspera da morte de Vargas tinha havido um atentado com morte que, após investigação, se chegou ao Gabinete de Vargas.    A Revista O Cruzeiro vendeu 720 mil exemplares na edição logo após a morte de Vargas.
     558 – Atribuiu-se à imprensa a pressão e a morte de Vargas.  O Povo foi às ruas e destruíram rádios e jornais dos Diários Associados no Rio Grande do Sul.
     559 – Chatô ao saber da morte de Vargas ele disse:  Vou para a cadeira dele na ABL Academia Brasileira de Letras.   E foi, no voto.   Indignado Gustavo Corção desabafou pela imprensa sobre a ABL:   De Casa de um Amarelo Sujo, virou a Casa Suja, de Amarelo.    De Casa de Machado de Assis, virou casa de Mãe Joana.   Antes da entrada de Chatô para a ABL por lá já tinham entrado banqueiros, etc.  (desacreditada)
     563 – Após vencer seus dois anos de mandato de senador, tempo que não pisou na sua Paraíba, foi lá para pedir voto para reeleição.  Deu em nada.   De tantos comícios, uma vez foi parar até em  Currais Novos, estado vizinho (RN) sem perceber.



                         .................... próxima etapa -   Final – em breve

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

RESENHA DO LIVRO - CHATÔ - O REI DO BRASIL (PARTE III)


(resenha sem perfil acadêmico - por Orlando Lisboa Almeida)
Página 219 - A morte de João Pessoa. Foi crime passional ocorrido lá na Paraíba, mas a Aliança Liberal fez um bafafá para dar contornos políticos ao caso. Embalsamaram o corpo e trouxeram para o Rio de Janeiro (capital Federal) para levantar o povo contra o governo federal, culpando este pela morte, e tentando dar um golpe para não assumir Julio Prestes que ganhou a eleição.
248 - Os revolucionários gaúchos prometeram amarrar seus cavalos no obelisco da Avenida Rio Branco no Rio de Janeiro e três semanas depois, conseguiram o feito. 
249 – Chatô dizia que queria aprender a ser um caudilho. (Vargas foi um)
250 - A pequena cidade de Senges-PR, vizinha da fronteira com São Paulo – 5 km perto de Itararé-SP. Em Senges, estacionadas tropas revolucionárias e em São Paulo, tropas legalistas.
258 – Chatô pergunta ao “ditador” Vargas se ele não deixa um pouco dos seus tenentes que estão sempre do seu lado. Vargas responde: “Prefiro conviver com estes tenentes a ouvir os políticos da Aliança Liberal e suas questiúnculas pessoais”.
261 – Nasce de uma expressão o nome do grupo empresarial do Chatô. “Diários Associados”. (Consta que das poucas empresas que restaram do grupo, a de maior destaque na atualidade – 2015 – seria o jornal Correio Brasiliense)
262 – A Revolução de 30 fechou o Congresso Nacional.
270 - Fala um pouco das obras de infraestrutura feitas no BR pela canadense Light: obras como Ferrovias (incluindo a polêmica Madeira-Mamoré) , portos diversos, colonização do Vale do Rio do Peixe (SC), etc. Levou Osvaldo Cruz, nosso grande médico-cientista sanitarista para sanear Guajará-Mirim – AM.
292 - Chatô, brigado com o governo Vargas, sendo deportado no navio japonês e o bafafá que apronta para abortar a viagem. Consegue abortar a viagem.
301 – Chatô ficou preso político no RJ por um mês e meio.
301 – A Revolução Paulista foi de 09-07 a 02-10.
301 – Nas refregas que Chatô teve por razões políticas, saquearam sua mansão no RJ e de tudo o que ele mais lamentou foi o saque de telas de vários pintores.
322 – Prisões em São Paulo - ele destaca o paradoxo dos nomes das prisões, que levam os nomes dos respectivos bairros. Paraíso e Liberdade.
322 – Chatô ajudou a fundar em 1933 a Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
326 – Fala de empresários chegados da Europa por via aérea pelo Dirigível Zeppelin. Este que fazia vôos regulares entre Europa, USA e BR inclusive.
337 – O jornalista e cronista capixaba Rubem Braga era irreverente e anticlerical. No dia de S.Sra.de Lourdes, padroeira de BH, ele escreveu artigo que foi considerado desrespeitoso à padroeira.
352 – Anos 30. Coqueluche da publicidade no BR. Indústria lança o Toddy no BR e na propaganda tem que explicar o que é o produto. Na época também o lançamento dos cheques bancários no BR. Em 1935 foi inaugurada a Radio Tupi no RJ. Chatô trouxe para o ato inaugural da Radio Tupi nada menos que o inventor Gugliermo Marconi.
367 – Fala dos anos 60 e progressos na agropecuária. Irrigação, produção de cafés finos, inseminação artificial em bovinos, algodão de fibra longa. Centro de pesquisa na Fazenda Queluz, município de Capirari-SP.
377 – Os Integralistas planejavam “empastelar” o jornal de Chatô. Era invadir, quebrar tudo. Houve vários episódios desse tipo com jornais dele e de outros por questões políticas.
381 – Rotisserie Americana, estabelecimento comercial famoso na época, no RJ, Rua do Ouvidor.
394 – Chatô com sua influência, consegue a doação de 100 aviões pequenos para treinamento de pilotos, tudo num prazo de dois meses. Ele na verdade chantageava os empresários (que sempre tinham rabo preso) e conseguia os aviões para doação a clubes de pilotagem pelo país afora. Tudo com inaugurações, festas e discursos.
396 – Entra na briga a feminista Berta Lutz no RJ.
408 – Chatô conseguiu duas leis do Getulio Vargas só para resolver seu caso de família. A primeira foi para legalizar sua filha Tereza e para retirá-la da mãe. A segunda lei para ele conseguir o pátrio poder sobre a filha em detrimento da mãe. Na sequencia, tentou a expulsão da mãe da sua filha do Brasil, sendo que ela era argentina. Este intento ele não conseguiu.
412 – Chatô demitiu o seu Diretor Dário e teve que pagar uma indenização a ele. Por birra, publicou no jornal que o Dário recebeu uma grande herança e que iria distribuí-la aos pobres. Notícia com endereço e telefone do Dário. Imagina o barraco.
421 – A Segunda Guerra Mundial (década de 40) e os carros passam a ser movidos por gasogênio. À base de carvão. (Meus pais lembram disso)
426 – Os pesos pesados da imprensa despontando na revista O Cruzeiro (dele). Personagens como Millor e outras feras.
427 – O BR rodava a imprensa com papel jornal importado, principalmente da Finlândia. Na primeira semana da Guerra, o papel subiu 40%.
428 – No período da Guerra, Getulio viu que precisava incentivar no BR a siderurgia e criou a estatal CSN Companhia Siderúrgica Nacional. Apoiou a indústria do papel via iniciativa privada. Por dica de Chatô, Getulio apoiou o empresário Klabin para a indústria de papel, já que este tinha grandes áreas com reflorestamentos no Paraná. Município de Tibagi e outros.
431 - Getulio manda no aniversário de Hitler, em guerra, votos de parabéns. Depois, em 1942, o BR declara guerra à Itália e Alemanha. Declara mas não manda soldados para as batalhas....
435 – Getúlio cria a FEB Força Expedicionária Brasileira em 1944 e expropria os bens de imigrantes oriundos dos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) que moravam no BR. Era o Eixo contra os Aliados.
444 – O início da fortuna dos Matarazzo foi com a indústria de banha de porco. Os Matarazzo tinham mais de 30.000 empregados.
446 – Chiquinho Matarazzo em seu gabinete ficava só ele sentado e todos os seus interlocutores ficavam o tempo todo em pé. 
460 – O autor deste livro faz a comparação entre o Chatô com o jornalista dos USA cuja vida inspirou o filme Cidadão Kane.
.........................................em breve...........trecho final da resenha deste livro..............   OLA