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sábado, 16 de julho de 2016

RESENHA DE PALESTRA DO SEN. CRISTOVAM BUARQUE 15-07-16

RESENHA DA PALESTRA DO SENADOR CRISTOVAM BUARQUE
Palestra realizada em Curitiba – PR dia 15-07-2016
Local – horário:     Na sede da ACP Associação Comercial do Paraná das 14 as 16 horas.
     Anotações feitas pelo Eng. Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
     Alertando desde já que o texto abaixo é um apanhado do que ele disse e que foi anotado conforme entendi que fosse o mais relevante, sem colocar a minha opinião pessoal sobre cada tema abordado.      O convite a ele tem a ver com o fato do mesmo estar entre os que não firmaram posição na votação do afastamento da presidente e a expectativa do grupo anfitrião (ACP) é de forma cabal pelo afastamento.
     O tema abordado seria cenário atual para o Brasil com algum foco em educação que é a área mais específica do senador que é pernambucano, 70 anos, engenheiro mecânico, professor universitário e publicou mais de três dezenas de livros.   Foi reitor da Universidade de Brasilia, foi governador do Distrito Federal.  Tem mandato de senador até 2018.     Foi do PT, esteve no PDT e está atualmente no PPS.    
     A ACP tem 126 anos e foi fundada pelo Barão do Cerro Azul e o presidente atual é o Sr. Antonio Espolador.   A entidade tem até Conselho Político na diretoria.
   Já nas falas iniciais, a diretoria da ACP entregou uma carta ao senador e pelo que se percebe é no sentido de persuadi-lo a votar no senado pelo afastamento da presidente.
     Ele lembrou que foi o criador do Bolsa Escola e que o programa seria de cunho emancipador dos beneficiários.   Na linha do ensinar a pescar.
     Disse que sua fala seria norteada por quatro pontos sobre o Brasil:
   Onde estamos; como chegamos até aqui; como sair dessa e por último, para onde ir e como ir?   continua....
  (clique para continuar lendo o texto....)

quarta-feira, 13 de julho de 2016

HOJE ESTÁ EM VOTAÇÃO A ESCOLHA DO NOVO PRESIDENTE DA CÂMARA

MESA DIRETORA DA CÂMARA.
(Eng.Agr. Orlando Lisboa Almeida ) 13-07-16
Ao que consta, temos ao todo, 513 nobres deputados federais lá na Câmara Federal. Todos eleitos por nós, dentro da regra do jogo. Um colegiado grande até demais, de baixa qualidade e de idoneidade duvidosa para ser complacente com a maioria dos que já foram chamados de "achacadores". Sei que a política em si é muito importante e a pena é que esta que deveria ter como objetivo servir ao bem comum, tem servido apenas a eles próprios e os seus "patrões", com honrosas exceções que há.
A reflexão é a seguinte: Se temos 513 integrantes da Câmara, por que eles se dão TAMANHO PODER CONCENTRADO NAS MÃOS DA CHAMADA MESA DIRETORA E NO PRESIDENTE DA CASA. Se formos ver bem, é razoável que num colegiado tão grande, tenha uma certa equipe dirigente mais enxuta para que as tarefas sigam com alguma ordem e tudo o mais. Mas colocar poder quase absoluto nas mãos do Presidente da Casa cria uma sucessão de CUNHAS DA VIDA que sempre vão nos causar problemas. Se o presidente NÃO quer algo, mesmo que a grande maioria queira, a coisa não anda. E sabemos que o Executivo depende do aval da Câmara para muitos atos durante um mandato. E é um absurdo que um CABEÇA DE BAGRE na presidência da "Casa" (vamos deixar a mãe Joana em paz!) e seus poucos colegas da famigerada "Mesa" consigam atravancar tanto e tanto num colegiado de 513 "pares".
Então além de um problema conjuntural, de momento, ligado a eleger um novo Famigerado para "reinar" na Câmara, há também o problema ESTRUTURAL representado por esses Super Poderes da chamada Mesa Diretora. E para completar o show de horrores, não é diferente isso no Senado da República, nas Assembléias Legislativas e mesmo nas Câmaras de Vereadores. Tudo contra a Cidadania e a Democracia. É mais algo que teria que mudar URGENTE.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

HOJE (11-07-16) NA UFPR DA PRAÇA SANTOS ANDRADE - FOI O LANÇAMENTO DO CIRCO DA DEMOCRACIA


         Aqui em Curitiba, participei pelo Senge Sindicato dos Engenheiros no Paraná, do ato de lançamento do Circo da Democracia. O lançamento foi no prédio da UFPr da Praça Santos Andrade em Curitiba PR.
Muitas entidades dos movimentos populares e acadêmicos articulados para resistência ao Golpe.
O por quê do Circo da Democracia. Em 1987 quando se articulou a Constituinte, a sociedade civil buscava que os Constituintes tivessem um Mandato Popular com essa prerrogativa, mas na prática, os congressistas partiram para as tarefas de constituintes meio que à revelia do povo.
Em 1987 então tiveram a idéia do Circo da Democracia como instância de luta pela participação popular e pela Democracia.
O circo como espaço popular por natureza e as artes circenses como equilíbrio que deve ter o exercício do Poder.
Neste momento de golpe, setores progressistas de Curitiba se articularam e lançamos o Circo da Democracia. Hoje foram palestras e o Circo em si, com lona e tudo, será montado na praça Santos Andrade (em frente ao prédio da UFPr) por DEZ DIAS entre 05-08 e 15-08. Muitas atividades haverá por lá e a luta contra o golpe e a denúncia do golpe são parte do "cardápio". Para ver como as coisas andam, é só olhar o que está em cogitação no Congresso contra os trabalhadores e muito mais.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

FICHAMENTO DO “CADERNO FISENGE”***- SÍNTESE DO SANEAMENTO NO BRASIL


Autor do Caderno: Eng. Clovis Francisco do Nascimento Filho
Fichamento pelo Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida – conselheiro consultivo Senge Sindicato dos Engenheiros no Paraná
***  (Fisenge – Federação de Sindicatos dos Engenheiros)
Data do fichamento – julho de 2016
Tenho ao longo do tempo, como cidadão, acompanhado entre outros temas, a questão ambiental de forma geral e a questão dos resíduos sólidos urbanos. Há o Forum Lixo & Cidadania capitaneado pelo MP do Trabalho (9ª Região) que promove a mais de uma década reunião mensal sobre o tema dos resíduos sólidos e a busca de cidadania aos Catadores de Recicláveis. Acompanho esse trabalho desde Maringá há mais de uma década. De 2003 para cá o governo federal tem apoiado bastante essa causa dos resíduos sólidos urbanos no viés inclusivo em relação ao catador, dentro da lei que dá suporte para esta visão.
Além dos resíduos sólidos, tenho acompanhado também de forma interdisciplinar, vários eventos na área de saneamento básico e tenho inclusive elaborado resenhas de palestras e visitas técnicas nesse contexto, sendo uma delas, visita a uma ETE Estação de Tratamento de Esgotos da Sanepar em Curitiba, próxima à divisa com São José dos Pinhais.
Nesse contexto, encontrei no Senge o Caderno cujo fichamento segue abaixo e os pontos mais relevantes ao meu ver são: (o Caderno é de 2007 mas é um histórico interessante do Saneamento em mais de quatro décadas no Brasil e entendo que as constatações ainda são muito atuais. São 24 páginas que compõem o caderno).
Página 4 - “Finalmente, no ano em curso (2007) foi sancionada a lei 11.445/07 institucionalizando a Política Nacional de Saneamento Básico no País.”
Histórico:
P.7 – Nos anos 20 que começaram importações de itens para o saneamento básico no Brasil. Começo pelo RJ, SP e Recife. Eram iniciativas do setor privado. As cidades cresceram e o jeito foi passar em seguida para o poder público essa tarefa do saneamento.
P.7 – Curiosidade histórica: Na Segunda Guerra Mundial a demanda por matérias-primas e o Brasil fornecia parte desta, mas havia problemas como malária e outras doenças. Os USA assinaram um acordo de cooperação com o Brasil para ações de saneamento básico para garantir suprimento de matérias-primas. Surge o SESP Serviço Especial de Saúde Pública.
P.8 - Outro marco, em plena Ditadura Militar (anos 60), surge o Planasa Plano Nacional de Saneamento Ambiental. Nesse bojo são criadas as companhias estaduais de saneamento. Ensejou também a criação de vários cursos de Engenharia Sanitária no Brasil.
Surge a ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.
No ano de 1985, já no início da fase pós Ditadura (fase da redemocratização do Brasil), extinguiram o BNH Banco Nacional de Habitação que tinha foco em construção de casas populares e saneamento básico. Com a extinção do BNH em 1985, o saneamento ficou sem rumo.
Só agora em 2007 com a nossa lei do Saneamento se criou (ou recriou) uma política pública para o setor.
P.8 – Fala do projeto de lei PL 199 de 1994 do grupo que queria privatizar todo o sistema de saneamento. Só que a lei não foi aprovada pelo Congresso. O autor deste caderno destaca que não se aprovou a lei, mas conseguiram nessa época (1995 por aí) a privatização de setores como :
> Telecomunicações;
> Energia Elétrica
> Gás canalizado
> Mineração (a Vale do Rio Doce, etc)
> O Sistema bancário, etc.
P.9 – O Senador José Serra e o PL 266 que tentava privatizar o Saneamento. Não conseguiu aprovação. Houve reação de setores do movimento social, incluindo os ligados à Igreja Católica.
P.9 – Houve ainda o PL 4147 do FHC com a mesma proposta de privatizar o setor de saneamento. Também não teve êxito por pressão popular.
P.9 – Com a eleição do Presidente Lula foi criado o Ministério das Cidades e entre outras tarefas, colocou-se o foco no Saneamento como serviço público. Nesse novo ministério foi criada a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental.
A União volta a investir no setor de Saneamento, o qual estava parado na gestão FHC.
No Governo Lula houve onze seminários regionais e um nacional para ouvir o povo visando adotar medidas no Saneamento. Inclusive Conselhos de Saúde.
P.10 – A luta para aprovar no Congresso a lei de 2007 que deu novo marco para a política de saneamento. O PL 5296 recebeu mais de 800 emendas dos parlamentares, incluindo a bancada das privatizações – os que defendiam os interesses privados no setor. Ao fim e ao cabo, foi aprovada a Lei voltada ao interesse público com o esforço do Governo Federal.
O autor deste caderno dá N explicações das virtudes da Lei 11.445/07 na qual pressupõe participação popular via Conselhos, controle social, exigência das companhias de saneamento informar dados técnicos, econômicos, etc ao povo. É um marco legal Cidadão.
Entre outras coisas, a lei exige que todo projeto a ser elaborado para Saneamento tenha que estar compatível com o respectivo Plano de Saneamento Básico. (Eu, Eng. Orlando, me lembro aqui o caso do engenheiro prefeito de Maringá que queria queimar lixo de forma terceirizada e um dos trunfos contra isso encontrado pela população, com apoio da UEM e a engenharia foi que além de ferir a lei que é inclusiva (tem que levar em conta os catadores) também tem que estar condizente com o Plano Municipal de Saneamento Básico.
… inclusive há lei federal que dispensa de licitação para contratação de cooperativas de catadores de materiais recicláveis para apoiar na questão de resíduos sólidos urbanos. Dentro do princípio da postura inclusiva destes, que prestam um serviço de interesse social e ambiental.
P.12 – O autor dá um panorama dos números do Saneamento no Brasil. Envolve água potável, coleta de esgoto, tratamento de esgoto, drenagem urbana, coleta de lixo, etc.
P.14 – Fala das companhias estaduais de Saneamento e seus problemas de gestão. Inclusive as que não conseguem Certidões para tentar novos financiamentos para obras.
P.19 – Fala do PAC Programa de Aceleração do Crescimento. Este destinava entre 2004 e 2010 40 bilhões para saneamento. Verbas do Orçamento Geral da União, do FGTS, do FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador, etc.
P.20 - Fala da situação atual (2007) das empresas públicas e privadas de saneamento.
P.21 - Fala dos Consórcios do setor. Vários municípios se unem para atuar em conjunto em alguns setores como aterro sanitário, etc. Estariam previstos na Constituição Federal, art. 241.
P.22 – Propostas. O autor é um estudioso do setor e foi por anos e anos gestor na área e faz uma série de propostas e emite uma conclusão. É um texto que merece ser lido por quem tem interesse nessa importante área que tem desdobramentos na saúde pública e muito mais.


quinta-feira, 19 de maio de 2016

FICHAMENTO DO LIVRO – O FILHO ETERNO - de Cristovão Tezza

FICHAMENTO DO LIVRO – O FILHO ETERNO

Autor:  Cristóvão Tezza – Ed.Record – 12ª edição - 2012

Fichamento feito pelo leitor:  Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida        orlando_lisboa@terra.com.br

O nascimento do filho com síndrome de Down -  03-11-1980
Página 23 -  O protagonista, jovem, gosta de engenhocas – conserto de relógios inclusive.    No hospital maternidade antes do nascimento do filho, mexendo com a cama hospitalar, cheia de manivelas/alavancas.
     23 – Narra a sensação no primeiro contato com a mulher após o parto.    “Ele prefere a suavidade do humor ao ridículo do amor, mas disso não sabe ainda...”
     24 – Escolha de nomes para o rebento a chegar:  Alice ou Felipe.
     25 – Afobamento ao telefonar para as famílias num telefone fora do hospital...  “e tenta mais uma vez organizar o dia, o mês, o ano e a vida.”
     25 -  Chegou usar psicotrópicos e deixou aos 15, de medo.
     27 – O pai está desempregado quando primeiro filho nasceu.
     31 – A morte tem sete dias de luto, e a vida continua.    No caso do filho que nasceu com síndrome de Down, o peso disso, transcende.
     32 – Passa pelo pensamento – não preciso desse filho; não preciso dessa mulher...
     34 – Faz um perfil da criança com a síndrome. (nos anos 80 – eram os “mongolóides”)
     37 – Penso que sou um escritor, mas ainda não escrevi nada.
     93 – Neste mundo...   “Você está aqui por uma soma errática de acasos e de escolhas”.
     97 -  Na juventude, morou na Alemanha -  Frankfurt.   Leu entre outros, Goethe, Thomas Mann, Günter Grass e outros.
     98 -  Continua a busca de ser escritor.   ...”o eterno observador de si mesmo e dos outros.  Alguém que vê, não alguém que vive”.
     98 – Volta ao momento após o parto do filho -  já (conformado um pouco), tentando criar frases para uma canção para o filho.
     105 – Nos intervalos dos exercícios fisioterápicos do filho bebê, ler, escrever e fumar como fuga e prazer.
     105 – Voltando aos tempos da Alemanha – trabalhando como clandestino na faxina em um hospital e o colega brasileiro que embolsa uma calculadora e o protagonista faz o colega devolve-la.  Medo de passar um aperto maior.   “A denúncia é o último grau da indignidade.”
     121 – O filho aos dois anos e dois meses dando os primeiros passos.
     131 -  Trabalhando aos 23 anos de relojoeiro em Antonina-PR.
     133 – Pai pensativo.   Dois livros por ele escritos estão na gaveta e dois filhos no mundo real.
     138 – O filho especial buzinando o carro sem parar.
     140 -  Manual de guerrilha urbana do Marighela depois vira manual do crime organizado.
     141 -  Estudando em Coimbra com dinheiro desviado do MR8 pelo primo dentista de Medianeira-PR.
      Fica irritado com os chavões da esquerda, com os chavões da direita...
     142 – No Brasil, assume aos 34 de idade como professor concursado.   Se entrega ao sistema.
     144 – Ler e escrever como uma fuga também.
     148 – A explosão de nervos com o velho que buzinou o carro atrás do seu.  Xingou.
     148 – O filho especial, Felipe, aprende com o xingo do pai:   ... puta!
     149 – O menino sem noção do ontem e do amanhã sempre vive o hoje.
     152 – Ele, o protagonista...   “ele oculto na confortável solidão curitibana...”
          ...” é mais inseguro que o filho...”
     153 -  ...” que bicho sou seu?   E o Felipe, quem é ele e como eu posso chegar nele?”
     155 – “Para manter a alegria, entretanto, é preciso desenvolver algumas técnicas de ocultação da realidade, ou morreríamos todos”
     157 – O filho aos seis de idade, o desafio de mudar de escola.  Ruptura de ter que ir para outro território.   Ir para uma escola especial.
     159 – A sensação de que na primeira infância, inseguro e dividido com a literatura, não tivesse feito o suficiente pelo seu filho que requeria cuidados específicos...
     161 – O desespero na primeira vez que o filho desapareceu...
     163 – Procurando o filho na rua, desolado.    “ ... a simples vergonha masculina de perguntar...”
     165 – No desespero na rua procurando o filho.  Imagina:   e se entra em alguma casa, ele não sabe dizer quem é e nem o pai sabe que é ele próprio.
     165 – A primeira coisa que o filho leu:     “coca cola”
     167 – Um especial numa escola para aluno especial, argumenta-se aqui:  a criança é sobrecarregada de não, bem acima do que ocorreria em escolas para alunos “normais”.
     167 – Acessos de teimosia inexpugnável ou de total alheamento...
     176 -  O pai no tempo de jovem, de teatro, na delegacia por um entrevero, junto com sua turminha.   Ele branco, segundo grau completo, leu filósofos – alguém do “andar de cima”.
     211 – O Filho Eterno – a eterna criança.  
     212 -  O filho que aprende pintar do seu jeito, inclusive indo em escola do ramo.   Não tem preocupação com autoria nos seus quadros.
     212 – Ser artista é um ato de rebeldia.    Algo como forçar a porta com cotovelos e joelhos para entrar no mundo dos artistas.  
     213 – O pai escritor...   “escreve umas coisinhas...”.    “O álibi de quem se desculpa, de quem quer entrar no salão mas não recebeu convite.”      Uma década e meia com um “buraco” para se dizer escritor sem ter publicado seus escritos.    Seu sucesso foi o gesto de resistir bravamente convencido de que é escritor.
     214 – Professor – esta atividade, sim, defensável perante os outros... ele enfim era alguém e alguém de uma certa importância.    Foi um jovem que não acreditava em Deus.
     Recomendo  a leitura do livro.    OLA.

domingo, 15 de maio de 2016

UMA MODESTA OPINIÃO SOBRE ELEIÇÃO DA PREVI - MAIO/2016

Vou dar minha modesta opinião sobre a chapa que acho menos pior para a Previ. Lembrando que estamos renovando parte do time que está administrando a mesma. Depois de ler um bocadinho de propostas das chapas e trocas de acusações, resolvi optar pela chapa 3 e a razão fundamental para mim foi o seguinte raciocínio. A chapa 3 tem o apoio (o que pode ser para uns positivo e para outros negativo) de N entidades sindicais. As entidades sindicais, bem ou mal, tem seus representantes eleitos pela Base. E esses candidatos no poder, em princípio, serão mais cobrados pela base e também terão mais respaldo da base para tentar se opor a eventuais políticas de governo (e temos governo novo na área!) que possam querer Achacar nossa Previ e outros Fundos. Sem querer ser o dono da verdade, modestamente defendo essa linha para o meu voto e cada um terá lá suas idéias e expô-las vai tornar o processo mais rico e efetivo. Fraterno abraço a todos.

outro blog meu :   orlandolisboa.blogspot.com.br    

terça-feira, 10 de maio de 2016

PALESTRA - COLETA SELETIVA DO LIXO – UNIÃO DA VITÓRIA – PR

RESENHA DE PALESTRA SOBRE DESTINAÇÃO DO LIXO – UNIÃO DA VITÓRIA – PR

Anotações da palestra feitas pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
06-05-2016 orlando_lisboa@terra.com.br (41) 9917.2552
A palestra foi proferida pelo Sr. Sidney que é Secretário do Meio Ambiente da prefeitura de União da Vitória-PR e Chefe de Gabinete do prefeito local. O evento ocorreu no Forum Lixo & Cidadania, cujas reuniões são abertas ao público, toda primeira quinta feira (das 9:30 as 11:30 h) do mês no auditório do 9º TRT Procuradoria do Trabalho no centro de Curitiba.
Ele compartilhou a palestra com a Engenheira Ambiental que atua na prefeitura local e faz parte da equipe que implantou a coleta e destinação do lixo urbano na cidade nos moldes atuais.
Antes das ações atuais, havia na cidade uma “coopergato”, um pequeno grupo de catadores, que trabalhavam na prática para um dono que ficava com a maior parte do que arrecadavam com reciclagem.
A prefeitura, na gestão atual, resolveu estruturar a coleta seletiva de forma inclusiva, respeitando a atividade dos catadores de recicláveis que atuam na cidade e isto está dentro do que prevê lei federal sobre o tema. A busca da sustentabilidade plena (ambiental, social e econômica).
Uma das ações da prefeitura foi mobilizar a comunidade para formação de uma Cooperativa nos moldes da lei e integrar à mesma os catadores. Com essa formatação, a prefeitura pode repassar recursos financeiros à cooperativa por ser esta formada por pessoas de baixa renda.
O projeto se chama Eco Cidade. São atualmente 64 catadores cooperados que trabalham na coleta e reciclagem do lixo, munidos de EPI Equipamento de Proteção Individual (luvas, macacão, etc), recebem alimentação em espaço adequado no galpão de trabalho. O galpão foi cedido pelo governo do estado, já que no local funcionou no passado um terminal de calcário para distribuição para correção de solos dos pequenos agricultores. O galpão fica em terreno de 50.000 m2 e a edificação tem 1.750 m2, munida de balança rodoviária com capacidade para 50 toneladas. Cada catador recebe atualmente ao redor de R$.1.000,00 por mês e todos pagam INSS e estão em dia com a previdência oficial.
A prefeitura repassa por mês R$.70.000,00 à cooperativa pelos serviços prestados, sendo que há por outro lado uma economia na medida em que vai muito menos volume de lixo para o aterro sanitário e a despesa de manutenção do mesmo caiu significativamente, assim como aumentou a vida útil do aterro sanitário, com ganho econômico e ambiental.
Já fizeram dois cursos com verba do Pronatec para os recicladores. Com isso os mesmos aprendem sobre os detalhes de cada material reciclável e a separação fica mais adequada e os materiais coletados e separados corretamente conseguem maior preço no mercado. Também na hora de negociar a venda dos recicláveis, os cooperados sabem quanto vale efetivamente cada material. (O curso é de curta duração e foi feito numa quinta feira à noite e num sábado pela manhã).
A cooperativa deles (64 cooperados) tem 3 diretores (Presidente, Financeiro e Secretário), sendo que pelo regimento interno ganham 3 salários mínimos por mês cada um, mais parte no rateio dos recicláveis coletados no mês.
Há um regimento interno da cooperativa para que a disciplina seja adequada, evitando bebida alcoólica, atrasos, faltas, conflitos, etc. Tudo que é comercializado é feito com emissão de Nota Fiscal eletrônica. A discriminação do valor que cada cooperado recebe por mês vai para um mural para que todos acompanhem o andamento dos negócios. O que foi produzido por mês, idem. Há contador para manter tudo em ordem.
A prefeitura articulou tudo, fez reuniões (onze) com a comunidade para que esta se integrasse no projeto separando o lixo reciclável e facilitasse as coletas. O prefeito sempre esteve presente nas reuniões para destacar a relevância do assunto e demonstrar o apoio ao projeto.
A atual presidente da Cooperativa é a Helena, que estava presente e usou a palavra. Ela atuou por dez anos como catadora, tem 27 de idade, é mãe e fez inclusive curso de informática, além dos cursos sobre recicláveis antes de assumir a presidência da cooperativa.
O Secretário da prefeitura diz que no começo (início 13-01-2013) o poder público tinha que acompanhar mais de perto as ações na reciclagem, mas na medida que a cooperativa passou a caminhar com suas próprias pernas, a prefeitura foi se afastando um pouco no sentido de consolidar a auto gestão do projeto pelos cooperados.
O material reciclável costuma vir limpo para a cooperativa, num trabalho da comunidade que separa o reciclável de forma adequada. Optaram pelo saco plástico de cor laranja (bem visível) para o material reciclável visando favorecer a coleta domiciliar. Alguém lembrou que há norma do Conama Conselho Nacional de Meio Ambiente que preconiza outras cores, mas o pessoal achou que no momento o mais relevante é consolidar o processo por lá e se mais à frente resolverem colocar nos ditames da norma do Conama, não causará trauma na comunidade.
No contexto do projeto, a prefeitura conseguiu aprovar uma lei municipal segundo a qual os comerciantes que distribuem sacolinhas plasticas junto com as compras, tem que distribuir 50% destas da cor laranja para apoiar a coleta seletiva local. Houve alguma resistência, mas no geral o povo apoiou e apoia o projeto.
Na lei está prevista uma multa de R$.50,00 a R$.500,00 para os domicílios/comércio que não separarem o lixo reciclável. Há um selo que é carregado pelos que fazem a coleta. Na primeira vez que a pessoa não separou, deixam um selo de advertência. Em reincidência, multa.
O aterro sanitário deles está licenciado para o período que vai até 2021.
No projeto, fizeram um trabalho de conscientização inclusive nas escolas. Crianças da quinta série fizeram trabalhos sobre o tema e participaram de concurso.
Apesar de tudo, sempre há uma ou outra manifestação contrária em rádio, TV ou jornal, inclusive nestes tempos em que se aproximam novas eleições municipais, o que já era esperado.
Deve estar na internet (Youtube, suponho) vídeo do Projeto Eco Cidade. Foi mostrado o filme de curta duração que explica o projeto deles.
Lidam com 800 t de lixo por mês. Coletores (cooperados) que acompanham o caminhão usam macacão, luvas, faixas refletivas para evitar atropelamento. A coleta dos recicláveis é em dias diferentes da coleta do lixo não reciclável lá.
Há transporte em ônibus, cedido pela prefeitura, para os cooperados se deslocarem até o galpão de trabalho. Há também café da manhã e refeição por conta da prefeitura. Afinal, os cooperados estão fazendo um serviço que é de interesse público.
Na reunião estavam presentes pessoas do poder público da cidade vizinha – Porto União-SC que é contígua com União da Vitória-PR e ambas são governadas por prefeitos do mesmo partido. Tentaram no começo fazer as ações de forma conjunta, mas não houve toda a sintonia necessária e Porto União acabou não acompanhando o projeto, mas estava presente nesta reunião e se mostram interessados na implantação também naquele município.
No município de União da Vitória era uma fração mínima (ao redor de 2%) do lixo que era reciclado antes do projeto. Depois o nível de reciclagem aumentou muito com a coleta seletiva. Isto gera renda para os recicladores e menos lixo no aterro sanitário, diminuindo despesa e afetando menos o meio ambiente.
Alguém dos presentes parabenizou o Projeto de União da Vitória e destacou que o sucesso tem tudo a ver com a Vontade Política de Fazer a Coisa Certa. Tem que a prefeitura abraçar a ideia e implementá-la. Há no mercado gente especializada no setor, inclusive engenheiros/as ambientais para que as ações sejam feitas de forma racional e dentro da lei. A comunidade sendo convocada costuma responder de forma muito positiva, já que o apelo ambiental é muito atual e relevante.
O Secretário municipal lembrou que em seu município, antes da administração atual não havia nem a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Passou a haver porque a administração colocou foco no tema e decidiu apoiar a causa.

A Dra.Margaret perguntou sobre os resíduos orgânicos. O palestrante disse que eles tem o terreno grande (50.000 m2) que é mais que suficiente para fazer compostagem, mas a prefeitura suspeita que terá problema com o órgão ambiental estadual (IAP) por alguma questão de cheiro e consequente reclamação de vizinhos. A Dra. Margaret sugeriu que se a compostagem for feita de forma técnica e logo que o material chega, muito provavelmente não haverá problema ambiental e poderá haver mais uma alternativa de renda e menos material indo ao aterro sanitário. (End)