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sábado, 24 de dezembro de 2016

PARTE VII - SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE MEIO AMBIENTE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS - CURITIBA PR 05 A 07-12-16

Palestra 12ª  - O futuro hídrico da Bacia PCJ (SP e MG):  Mudanças Climáticas e opções de gestão da demanda
     Palestrante:   Professor Msc Daniel Thá -  FGV Fundação Getúlio Vargas

     PCJ Conjunto dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiai que atendem uma importante demanda de grandes centros urbanos.
     É uma região que concentra bastante população e elevado número de indústrias, muitas delas de grande porte e que demandam bastante água como Rhodia, Suzano Papel e Celulose, Ajinomoto, Ambev, etc.   Vai falar um pouco de Oferta de água, qualidade da água e demanda da água.     A citada região perde 40% da água captada, o que é um índice elevado e absurdo numa região de carência desse recurso.
     Problemas com vazamento, gatos, etc.    (gatos – ligações clandestinas)
     Disse que a Ambev da Grande São Paulo já tem cogitado de mudar sua planta industrial para outra região com menor risco de faltar água.
     Ele disse que estamos no Brasil coletando e tratando pouco do esgoto.    Temos problemas semelhantes na questão dos RSU resíduos sólidos urbanos (o lixo) que muito comumente são coletados e jogados em lixões a céu aberto, contra a lei.
     Essa falta de cuidados com a água, esgoto e destinação dos RSU trazem problemas de saúde pública, problemas ambientais, etc.
     Ele atua no Programa de Política e Economia Rural -   FGV.    daniel.tha@fgv.br

     Palestra 13ª  - The importance of communication in environmental policy making
     Palestrante:   Mats Kullberg – da Swedish EPA -    Suécia
    
     Frase em destaque :   Sem comunicação não há participação.
     Na Suécia são 70 diferentes frações do lixo.    Nós no Brasil ainda estamos patinando para separar o “reciclável” do não reciclável.     E no “não reciclável” há bastante material orgânico úmido que poderia virar compostagem e produzir energia e fertilizante.
     Esta palestra foi feita via videoconferência e o palestrante estava em seu local de trabalho na Suécia.   Teve a barreira do idioma e quase não deu para captar nada do que foi dito de mais relevante.
     Na parte de perguntas, a pesquisadora Otero destacou que no Brasil o pessoal da administração pública acha que tudo se resume a coletar o lixo e colocar em um aterro e pronto.   A lei busca a destinação correta mas também busca a inclusão social dos catadores, a redução do lixo, a reutilização, dentre outras.   O aterro deve ser o último caso.

     Palestra 14ª – Projetos e práticas para a Sustentabilidade no Contexto de Mudanças
     Palestrante:  Professor Dr Eloy Fassi Casagrande -   UTFPr   -   ele é da área de Engenharia de Recursos Naturais e Meio Ambiente
     A palestra dele tem como sub título O Caso do Escritório Verde da UTFPr
     Pegada ecológica.   No ano de 2000 foi feito o cálculo – Dia da Sobrecarga da Terra.  No ano de 2000 esgotamos os recursos naturais em seu poder de se recuperar no mês de outubro.     De outubro em diante, estávamos como se fossemos no cheque especial, gastando acima do que a natureza tem o poder de se regenerar.   Acima do sustentável. Acima do poder de Resiliência do planeta.    No ano de 2014 já em agosto tínhamos atingido essa marca.    Temos piorado de forma acelerada.      Em 2004 houve o  furacão Catarina em SC causador de grandes estragos.   Não havia no Brasil uma classificação para uma catástrofe natural daquele nível.   Ventos de 170 km/h.     Em 2005 uma seca de proporções totalmente atípicas na Amazônia.   Causou grandes problemas ambientais e sociais pois há grande contingente de ribeirinhos que tiram o sustento dos rios e se locomovem através dos mesmos.
     Ele fez o doutorado na Amazônia e vivenciou um tanto a realidade de lá.    Lembrou que o Brasil tem retirado de forma desordenada inclusive muita madeira de lei, de forma não sustentável, e usa esse tipo de madeira nobre até para caixaria de construção, que é um fim não condizente com o material, que poderia ser de menor qualidade.
     Mostrou a chamada “Sopa de Plástico” no Oceano.    Verdadeira e enorme “ilha” no oceano de embalagens plásticas descartadas no mesmo e arrastadas pela maré e que se concentram em determinados lugares.   Problemas ambientais.   
     Disse que o município de Itajai-SC que tem seu porto, tem sido assolado por problemas climáticos que trazem grandes prejuízos à economia e à sociedade regional.
     Destacou que em São Paulo, capital, no ano de 2014 a estiagem fez o estoque de água de abastecimento chegar a um nível crítico, antes não atingido.    Chegou-se ao chamado volume morto dos reservatórios.     
     Já no ano de 2016 estamos vivendo o ano mais quente desde que começamos as medições nos tempos da Revolução Industrial.      Efeito Estufa presente.
     Em termos globais, 122 empresas são responsáveis pela emissão de 80% dos GEE gases de efeito estufa emitidos pelo ser humano na natureza.     4 multinacionais do ramo petroleiro são responsáveis por 10% dos GEE em nível mundial.
     Ainda sobre consequências do aquecimento global, destacou que o centro de poder da cidade de Nova Iorque ficou há pouco tempo sem energia elétrica por horas.
     Disse que ao lado da indústria e do transporte, inclusive nossa forma de construir também não tem levado em conta a questão ambiental, as emissões de GEE, etc.
     Destacou que no mundo tem se elevado inclusive o número de refugiados de catástrofes ambientais  (estiagem, inundações, etc.).    Somos consumidores vorazes e cada vez mais piorando o meio ambiente.
     Indústria de cimento -  responsável por 7% do CO2 emitido.   Uma cada de 40 m2 por aqui gera 9.500 kg de Co2 no ar.    No Brasil 77% das construções são “autogeridas” – feitas pelos próprios donos e colaboradores.   Não há critérios.
     Destacou a falta de planejamento urbano.     Amontoados de construções formando verdadeiras “ilhas de calor” e falta de ventilação, etc.
     O palestrante fez inclusive uma pequena irreverência para mostrar a falta de planejamento:     Mostrou uma foto de uma zona de urbanização recente com um amontoado de casas feitas sem acabamento.     Primeiro mostrou a foto de cabeça para baixo e ninguém tinha percebido isso.   Alertou e depois mostrou de forma correta e havia quase nada de diferença.    Bem caótica a coisa.
     Ele diz que o povo vai se acostumando com isso.
     Disse que está inclusive havendo no mundo aumento do número de suicídios mesmo nos países ricos.    Falou em “Economia Linear”.     Não há visão sistêmica das coisas.
     Sustentabilidade ele vê como a Habilidade de Sustentar.   Disse que somente 6% dos celulares são reciclados no mundo.
     Na concepção dele, novos produtos lançados que não são sustentáveis, não são “novos” em termos de tecnologia, que deveria levar em conta a sustentabilidade também.      Disse que observando a natureza, a ciência demonstrou que o cupim de monturo (aquele de solo que paz um monturo) é o melhor engenheiro.   Faz a obra e dentro sempre conseguem as condições de micro clima interno dentro da faixa adequada para a vida da espécie.     Algo em torno de 24 graus.
     A melhor condição de sol na Alemanha para geração de energia é mais ou menos igual a 50% do potencial da pior região do Brasil nesse mesmo quesito.   Ou seja:  se a Alemanha já vem utilizando bastante a energia solar, em potencial podemos muito mais.
     Falou um pouco de um Projeto Verde que eles implantaram para fins de pesquisa e demonstração no campus de Curitiba da UTFPr.     Busca da sustentabilidade.   Uso de produtos “madeiráveis” com construção a seco.    Telhado verde.   É disponível para visitação pública.
     Ele diz ser absurdo no século XXI estarmos no Brasil jogando água tratada na descarga.
     Falou que Curitiba e região tem grande potencial de uso de energia solar.   Disse que na Bahia por exemplo, há alta incidência de sol, mas costuma dar superaquecimento nas placas solares e perde-se parte da energia por isso.     Curitiba é mais competitiva por ter temperaturas mais amenas e adequadas para uso de placas solares.
     Ele disse que os próprios cursos de Engenharia Elétrica ainda não colocaram na grade curricular as fontes alternativas de energia.   Um descompasso com o mercado e as demandas do clima, etc.
     A UTFPr ministra inclusive cursos de Hortas Urbanas por aqui.    Projeto Crie Curitiba.
     Eles também tem cursos de Especialização em Construções Sustentáveis.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

PARTE VI - SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE MEIO AMBIENTE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS - CURITIBA PR - BRASIL

PARTE VI  SIMPÓSIO DE MEIO AMBIENTE E MUDANÇAS DO CLIMA     dezembro 2016
   
Fala 10ª   Turning City Waste into City Resource
     Palestrantes -  Nina Avdagic Lam e Elisabet Kock  -   da entidade EPA – Suécia

     Nina -  Lá eles tem ação forte inclusive na questão de destinação ao que chamam de desperdício de alimentos, etc.      Na Suécia cada pessoa gera em média 500 kg de lixo por ano.      Comumente eles separam de 10 a 15 diferentes frações do lixo para fins de reciclagem.      Já completaram 40 anos de ações mais inovadoras na destinação do lixo incluindo ter menos aterros e mais reciclagem.
     Na Suécia, por lei, a partir de 2002 eles não admitem mais resíduos de combustíveis em aterros.   Tem toda uma regulamentação de destinação correta.
     De todo resíduo sólido gerado no país, menos de 1% vai para os aterros sanitários.  Buscam inclusive fazer recuperação energética a partir dos resíduos sólidos.
     (Elas falaram em inglês mas trouxeram as apresentações em português e isto facilitou no meu caso)
     Eles produzem por ano em torno de 900.000 t de resíduos sólidos urbanos.
     No caso dos resíduos de alimentos, eles destinam a reação biológica.    Meta para 2018 é tratar de forma biológica 50% dos resíduos de alimentos, sendo 10% por compostagem e 40% por digestão anaeróbica que libera energia (biogás) que é utilizada em seguida.
     Eles vem incentivando de forma piloto a compostagem doméstica de forma educativa.  Por enquanto são 50.000 t por ano, mas a busca é de ir expandindo.
     Na Suécia, 73% dos municípios tem sistema de coleta separada de resíduos alimentares para tratamento adequado.     A maioria dos municípios taxa de forma mais cara quem não separa os resíduos sólidos urbanos e isto dá uma força para a reciclagem e destinação correta.
     Eles separam inclusive resíduos sólidos específicos de manutenção de jardins como poda de grama, de arbustos e árvores, etc.
     80% do biogás gerado a partir de resíduos é usado para abastecer veículos.   2.000 ônibus urbanos naquele país usam biogás.   21% do combustível dos caminhões de coleta de lixo é movida a biogás.
     O próximo desafio a ser enfrentado por eles é evitar que alimentos se transformem em resíduos.   (por lá o descarte de sobras parece ser elevado)
     Fala da Elisabet  -   Para até o ano de 2030 -  Há objetivos globais -  Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.    Prevenção na Suécia, do desperdício de alimentos.
     No caso da Suécia, estudo revela que reduzir em 20% o desperdício de alimentos dá uma economia de 900.000.000 de euros por ano.      Também a economia gerará menos gás de efeito estufa que é danoso ao meio ambiente.
     Roupas -  Lá descartam bastante roupa em boas condições de uso.   Estudos revelam que 60% do que descartam neste item poderiam ser reutilizados.   Descartam a média de 7,6 kg de roupas por pessoa por ano.     Em geral essa roupa descartada é incinerada para recuperação energética.
     Objetivos de qualidade ambiental -  Produção Sustentável; Consumo Sustentável.

     Fala 11ª  - Gerenciamento de Resíduos e Mudanças Climáticas
     Palestrante – Ms Gabriela Otero -   da equipe da ABRELPE Assoc. Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
     Estima-se que o mundo terá 10 bilhões de pessoas no ano 2050.   O crescimento é mais acelerado nos países em desenvolvimento.   Os resíduos sólidos são produzidos em maior quantidade por pessoa nos países ricos.       O Brasil produz em torno de 390 kg de resíduos sólidos per capita por ano.      RSU Resíduos Sólidos Urbanos.
     Destino dos RSU.      Coleta-se aproximadamente 80.000.000 t de RSU por ano no Brasil.     58% tem destino adequado.   41% tem destino inadequado.
     Um aterro sanitário que mereça esse nome é uma obra de engenharia e mesmo após o aterro estar com carga completa e não receber mais resíduo, fica mais 20 anos tendo que receber acompanhamento e manutenção para evitar contaminação do meio ambiente.
     Há muitos “aterros controlados” que é um termo para dourar a pílula em casos nos quais se deposita o lixo em lixões e apenas cobrem com terra.   O chorume vai para o lençol freático contaminando a água; o metano não é recuperado para produção de energia, etc.    Danos ambientais e sociais.
     Os aterros sanitários e os lixões respondem pela 3ª colocação no ranking das emissões antrópicas (pelo ser humano) de GEE gases do efeito estufa no ambiente causando aquecimento global.
     O gás metano é 20 vezes mais danoso como GEE e a razão principal estaria no maior tempo de permanência causando o efeito estufa.   O C02 fica bem menos tempo e por isso é relativamente menos danoso comparado ao metano.       Por isso, quando se produz metano sob controle, se queima o mesmo para recuperar energia e da queima resulta CO2 que vai para a atmosfera como um mal menor.
     O CO – carbono negro – costuma ser mais danoso como resíduo particulado em suspensão no ar que respiramos, afetando nossa saúde e qualidade de vida.
     O que se deve fazer –
     Reduzir a geração de RSU;
     Eliminar queimadas inclusive a queima de lixo;
     Aprimorar o sistema de coleta e seus equipamentos;
     Promover programas de separação na fonte e tratamento de resíduos orgânicos;
     O Brasil tem na atualidade (2016) 2.000 lixões ativos – crime ambiental.
     Uma das alternativas envolve compostagem.  Há também, dentre outras, a alternativa de digestão anaeróbica de resíduos orgânicos.
     Ela sugere para o Brasil que se faça planta piloto por região  e se incentive inclusive a compostagem.   Podem ser em pequena escala e trazem efeito educativo.   Em São Paulo, capital, há um projeto que envolve 58 feiras livres que geram bastante resíduo orgânico.    O povo que frequenta tais feiras tem aprovado muito a iniciativa dos feirantes.     Iniciativa que pode ser feita em escolas.   
     Curitiba neste mês de dezembro/16 ganhou um prêmio internacional no chamado C 40 na Cidade do México com um programa que envolve agricultura urbana nos bairros.
     Curitiba é a terceira cidade do Brasil a se juntar ao Projeto CCAC/ABRELPE.    Uma parte do projeto se desenvolveu de novembro de 2016 a novembro/17 e foi renovado.
     Atividade 1 – Gestão de resíduos orgânicos com mitigação das emissões de SLCPs
     Atividade 2 – Aprimoramento da Comunicação na gestão dos RSU.

     ..........................  haverá outra(s) etapas.... uma ou duas para finalizar.

     

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

PARTE V - SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE MEIO AMBIENTE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS - CURITIBA - PR 5 A 7-12-16

     7ª Fala -  Sustentabilidade, Arquitetura e Uso do Solo
     Palestrante:  Profª Drª Maria da Graça Rodrigues Santos – da Universidade Positivo
    
     Edificações e a demanda por recursos ambientais
     Materiais – 60% - capital ambiental
     Energia – 50%
     Água – 50%
     Madeira – 60 a 90%
     Algumas práticas que são adequadas para minimizar o impacto ambiental nas edificações:
Ø  Captação de águas pluviais
Ø  Reúso de águas servidas
Ø  Processamento de resíduos
Ø  Captação de energia solar
     Capital Social / Capital Econômico / Capital Natural / Capital Cultural
     Citou um dos problemas da humanidade sobre os quais não se tinha foco até pouco temo atrás:    As imensas levas de refugiados de guerras e de catástrofes naturais.
     Citou de passagem um livro de referência no setor:    Rogers, edição de 2001.   “Cidades como pequeno planeta” – sobre cidades sustentáveis.
     Mostrou foto do edifício novo da prefeitura de Londres; o prédio Aqua Tower – em Chicago; o Studio Gang, etc.
     Mostrou também imagem do Museu do Amanhã, inaugurado no RJ, do arquiteto espanhol Calatrava.   (a concepção da obra lembra um esqueleto)
     Falou algo de preocupações com gabarito (altura do prédio), mobilidade urbana, densidade de obras num certo espaço, etc.
    
     8ª Fala -  Urban SIS – a climate servisse for European cities   -  palestrente pela Suécia
      Palestra pelo português Jorge Humberto Amorim – vinculado ao Meteorological and Hydrological Institute – SMHI – da Suécia
     Ele falou em português mas apresentou o PPT power point todo em inglês e o meu é pra lá de básico...
     Mostrou algumas realizações do Urban SIS   -  Tem a ver com acompanhamento de dados climáticos de interesse de cidades europeias.
     Copernicus Climate – Change Services -   Mostrou dados de um determinado micro clima de uma cidade.    No centro desta, temperatura de 32 graus Celsius, na periferia média, 31 graus e na mais afastada, mais perto da zona com vegetação natural, 30 graus no mesmo momento.

     9ª Fala -  (primeira da quarta feira, último dia do evento)
     Vulnerabilidade à Mudança do Clima
     Professora Dra. Manyu Chang – da Fundação Osvaldo Cruz  - ela é graduada em Economia pela USP e doutora em Meio Ambiente pela UFPr
     O trabalho de pesquisa dela pela Fiocruz é dentro do Plano Nacional para enfrentar as mudanças do clima.    O centro da pesquisa é focado no ser humano.    Uma das definições de Vulnerabilidade :   É a propensão a sofrer danos.   A mesma é usada pelo IPCC 2014.
     O projeto no qual ela trabalha pela Fiocruz mapeia locais de risco em áreas urbanas para que as prefeituras tenham ferramentas para evitar/amenizar riscos de deslizamentos com perdas de vidas humanas.     Há mapas município por município acessíveis pela internet.      O projeto cobriu seis estados, dos quais consegui anotar quatro:  PR, MS, AM e MA.
     Um dos parâmetros importantes é o grau de cobertura vegetal do município.    Ela disse que no Brasil até o ano de 2012 não se registrava de forma adequada e integrada os dados de ocorrências climáticas como enchentes e deslizamentos que ocorriam nos municípios, os chamados desastres naturais.      A partir de 2012 o governo federal passou a fazer esse controle (registro de dados) a partir de base em São José dos Campos-SP.
     Ela citou o exemplo da cidade litorânea de Guaratuba-PR cuja área urbana fica 75% em área de até 10 m acima do nível do mar.   Alto risco.     Citou mapa da CPRMN   da área federal de Produção Mineral que já vinha fazendo estudos de tipos de solos e riscos de deslizamentos, etc.      No BR são mais de mil municípios com certo grau de risco de catástrofes climáticas.     Bom é conhecer e ter estratégia para não ser pego de surpresa sobre algo que já é objeto de estudos e de alertas.
     Geralmente a Defesa Civil do município é que comunica ao órgão federal ocorrência do gênero.     Fomenta dados para o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais  
     IS Índice de Sustentabilidade.    Envolve outros parâmetros como índice de doenças associadas ao clima  (dengue, etc.); índice de pobreza.      Mostrou que Londrina é uma cidade com muitos problemas na questão de doenças associadas ao clima interagindo com cinturões de pobreza.
     Os mais elevados índices de pobreza no Paraná estão concentrados no Centro do estado.        Aqui no leste do Paraná, tendendo para o rumo do Vale do Ribeira, temos Adrianópolis-PR que é um município com grande problema de população muito pobre e carência de infraestrutura.
     ICA Índice de Capacidade Adaptativa.       Destacou como exemplos extremos, caso de terremoto de uma mesma intensidade que mata milhares de pessoas na pobre Haiti e mata poucas pessoas no rico Japão.
     Citou o Índice Firjan   (Federação das Indústrias do RJ) de Desenvolvimento Municipal.  Tem para muitos e muitos municípios do Brasil.
     Projeção para os anos 2041 a 2070 -   No PR, as regiões que tendem a sofrer mais por falta de chuva são das da Região Metropolitana e do nosso Litoral.    Altas concentrações urbanas e poucos mananciais nas proximidades.
     Robustez da Metodologia inclui abrangência.    Ela diz que há o Programa e o modelo que deve ser abastecido com Dados enviados pelos Estados de forma a manter tudo sempre atualizado.   Assim haverá instrumentos para planejamento de ações.
     Ela atua/atuou numa dependência na Fiocruz em MG.   Projeto Vulnerabilidade
     changmanyu@gmail.com                  41- 999677170

    
    
    

    
    

     

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

PARTE IV - SIMPÓSIO DE MEIO AMBIENTE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS - CURITIBA PR - 05 A 07-12-2016

     5ª fala -  Metabolismo das Cidades e Planejamento sob a ótica da Sustentabilidade
     Palestrante:   Profª Drª Cristina de Araujo Lima – UFPr (tem doutorado em Meio Ambiente)
     Graduada em Arquitetura e Urbanismo – estudos inclusive em Bordeaux – França
     O Brasil teria ao redor de 85% da população residindo na zona urbana.   Numa mesma
cidade poderemos ter um mosaico de situações como parte antiga, parte com comércio, etc.
     O planejamento é limitado.  Ela enfatiza bastante a importância da Gestão.     Destaca que na Europa as cidades tem ritmo menor de expansão urbana do que o Brasil de hoje, onde as cidades de médio e grande porte crescem de forma acelerada.    Soluções por lá podem ser diferentes das soluções para nossas cidades na atualidade.
     Atualmente adquirimos produtos que vem de longe, com destaque para a China.   Não sabemos se esses produtos são feitos de forma sustentável.      Citou também a cidade de Dubai, que é muito bela, luxuosa e toda brilhante, por outro lado às custas de um exagerado gasto de energia, na contramão da sustentabilidade.
     Fala da busca de cidades mais resilientes numa visão holística.   Um equilíbrio entre uso de energia e desenvolvimento.
      Citou o desafio da cidade de Bordeaux na França, que sempre se destacou pela produção de vinhos há séculos.   A expansão urbana tem ocupado terras que antes eram parreirais de uvas.    Preocupa o povo local, pois afetaria até o turismo.
     Ela diz que as pessoas de cada cidade deveriam saber (ter acesso aos dados) quanto está a sua cidade emitindo do CO2 no ar; quanto está gastando de energia; quanto está aquecendo o meio ambiente, etc.     cristinaaraujolima@gmail.com

     6ª fala -   Mudanças Climáticas e Saneamento Básico
     Professor Dr. Eng.Agrônomo Cleverson Andreoli     (ABES/ESAE) FGV    Ele tem doutorado em Meio Ambiente.
     Um grupo de cientistas fez um estudo sobre os maiores problemas ambientais.    Colocaram como primeiro, a questão da perda de biodiversidade no planeta.   Colocaram em segundo lugar a poluição por resíduos de adubos usados em lavouras, poluindo solo e água com Nitrogênio e Fósforo. Em terceiro, a questão do Efeito Estufa e o Aquecimento Global decorrente.
     Ele disse que é comum tentarmos nos colocar do lado do mocinho nisso tudo mas na prática muitas vezes somos os vilões.
     Cita como um dos desafios, a descarbonização do saneamento.
     Inventário das Emissões de Gases do Efeito Estufa.   (GEE)
     Disse que no Brasil a primeira empresa que fez esse tipo de inventário foi a Sanepar.    Emissão de gas metano nas estações de tratamento de esgoto pelo sistema anaeróbico.  O sistema anaeróbico não gasta energia e produz energia.     Queima do metano transformando-o em CO2 com aproveitamento da energia liberada.
     A Sanepar opera por enquanto só um aterro sanitário por enquanto.
     Eficientização energética.
     Ele disse que o Brasil tinha até não muito tempo atrás uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo com destaque em hidrelétricas e etanol.     De uns tempos para cá aumentou o consumo inclusive de gás e outros derivados de petróleo (nas termoelétricas) , sujando nossa matriz energética.
     Há parques eólicos instalados e parados no Brasil há dois anos por falta de licença ambiental para a instalação das redes de distribuição.    Enquanto isso, acionamos termoelétricas altamente poluentes para suprir a demanda com danos ambientais.
     No caso da Sanepar e o tratamento de esgotos, em geral pelo sistema anaeróbico, produzem GEE nos seguintes percentuais:    75% dos GEE no caso são pelo metano e 10% por óxido nitroso.
     Falou do gasto de energia para elevar e transportar água para Curitiba e região metropolitana que se localizam em local alto e que é cabeceira de nascentes e tem pouca água disponível.   Parte da água (grande parte) tem que vir de longe e de lugares mais baixos.   Gasto de energia para fazer a água chegar até aqui.    Citou um dos pontos de captação no Rio da Várzea que requer uma elevação de quase 800 m.
     Lembrou que geograficamente o Sul e Sudeste do BR ficam numa faixa que é bem propensa a extensões de desertos.     No nosso caso isso não ocorre porque muita água é evaporada na amazonia e viram verdadeiros rios aéreos que seguem no rumo do Pacífico, mas encontram a barreira da Cordilheira dos Andes e se desviam para o Sul e Sudeste do Brasil, tornando-o rico em biodiversidade.
      Falou dos povos mais pobres que moram em encostas de morros em locais de risco.  Disse que ficamos indignados com mortos em um acidente aéreo, mas ficamos bem menos indignados com as mortes evitáveis e até previsíveis nos sucessivos deslizamentos que ocorrem nas nossas cidades matando tanta gente.        A engenharia tem as soluções para os deslizamentos, mas depende da vontade política do executivo.
     Sobre a devolução dos efluentes das estações de tratamentos de esgotos nos rios.  No Paraná há quatro classes de rios.     A classe crescente indica a que mais tolera uma carga de DBO (demanda biológica de oxigênio) para diluir o que restou de poluente orgânico após o tratamento.    Os rios classe IV são os mais toleram a carga de DBO.
     Falou de chuvas e os efeitos nas encostas (deslizamentos) e no assoreamento dos rios.     Disse que depende da quantidade e do tempo de cada chuva.  Uma chuva de 30 mm que cai em cinco horas causa menos danos do que uma de 30 mm que cai em meia hora.      Nesta, há menos tempo para infiltração no solo e há mais enxurrada.
     Falou sobre as matas ciliares nas zonas rurais.     Disse que estas nos moldes atuais ajudam efetivamente mais como corredor de fauna e proteção da flora.   Por outro lado, pouco conseguem proteger os rios se nas áreas vizinhas mantidas com agropecuária não forem feitos os sistemas adequados de conservação do solo.     Depois que a água ganha velocidade ladeira abaixo, não será a mata ciliar que vai segurar a barra.    A conservação adequada do solo busca reter a água e evitar as enxurradas.
     Colocou um pouco sobre o consumo de água por pessoa ao longo do tempo.    No ano 100 aC o consumo era ao redor de 12 litros de água por habitante por dia.
     No Império Romano, já se gastava ao redor de 20 litros/habitante/dia
     No  Século XX, média de 40 litros.      Hoje é comum nas cidades, consumo na casa dos 250 litros.       Na Libia estão fazendo uma mega adutora de 3.500 km com 5 m de diâmetro para transportar água para abastecer as populações.    Alto custo inclusive em dispêndio de energia e seus efeitos no aquecimento global.
     Aqui em Curitiba e região metropolitana nossa rede de esgoto padece de, havendo chuvas, parte da água pluvial migrar para a rede de esgoto, causando transtornos nas estações de tratamento de esgotos.
     Sobre reuso de água de esgoto após tratada.     Poderia ser liberada para certos usos de forma controlada.     A China irriga ao redor de 1.300.000 ha de lavouras com água de reuso de esgotos tratados.     Um pouco de matéria orgânica que fica após o tratamento é até benéfico e seguro para muitos tipos de vegetais, quando tudo é planejado e monitorado.

     No Brasil as normas são tão restritivas que tem sido inviável usar água de reuso em agropecuária.      É uma questão que está posta para a Academia e à sociedade.

domingo, 18 de dezembro de 2016

PARTE III - SIMPÓSIO INTERNAC. MEIO AMBIENTE E MUD.CLIMÁTICAS - CURITIBA - PR

 Palestra 3 – Mudanças Climáticas ou Alterações no Clima? Quais as interferências na  
                       Gestão dos Recursos Hídricos       dezembro/2016
     Palestrante:   Profª Drª. Alice Marlene Grimm  - do Grupo de Meteorologia da UFPr
     A grande maioria dos raios solares é composta de luz na faixa visível e esta entra com facilidade na atmosfera.   Parte desta ao atingir a superfície da terra volta ao espaço com outro comprimento de onda na faixa do infravermelho no que se denomina de “forçantes radiativas” pelo que entendi.    Com a ação humana e o aumento da presença de GEE gases do efeito estufa presente na atmosfera, parte dessas ondas do infravermelho não consegue se dissipar rumo ao espaço pela ação do efeito estufa e volta à terra aquecendo o planeta acima do normal.
     A ciência tem pesquisado o clima do passado distante através de amostras de diferentes camadas do gelo polar.   Retiram porções em cilindros e a amostra vai apresentando em diferentes épocas caracteres que tem correlação com o comportamento do clima no passado.   Em Vostok em região polar, eles tem conseguido por esse meio inferir sobre o comportamento do clima nos últimos 400 mil anos.   Eles tem uma unidade de medida para o C02 aprisionado no gelo e o número médio de partículas na atmosfera no passado chegava ao limite de 300 unidades no universo de 400 mil anos.   Por outro lado, constataram que nos últimos cem anos os índices chegaram a 400 unidades, o que pode ter correlação com intensificação da ação humana alterando o meio ambiente.     Esta constatação tem o aval do IPCC Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, este que envolve uma legião de cientistas de muitos países que trabalham em conjunto nesse setor.   Baseado em muitas pesquisas o IPCC tem sido mais conclusivo nas mudanças da Temperatura Global do que nas mudanças na Pluviosidade Global (chuvas) por ação do ser humano.
     Os dados de temperatura global se alteram de forma não típica dos anos 80 para cá.  Por outro lado ela como pesquisadora destaca que devemos ter cuidado ao elaborar artigos sobre o tema pois poderá eventualmente causar alarmismo.    Mesmo os pesquisadores, após conclusão de trabalhos tem uma série de crivos para evitar alarmismo.    Produção / revisão pelos pares / etc.     Ela tem uma série bastante robusta de gráficos e mapas com dados sobre temperatura e regime de chuvas no Brasil e no mundo.   Mostrou estudo feito para o horizonte até o ano de 2100 com quatro cenários de regimes de chuvas.     As mudanças climáticas nos cenários são menores no Brasil do que no conjunto dos demais países por uma série de razões.   
     Ela diz que não é a quantidade anual de chuvas maior menor que produz desastres na zona urbana ou rural.     Depende da distribuição destas no tempo.    Uma chuva de 40 mm por exemplo, se cair num dia durante o período de 8 h causará efeito bem menor em termos negativos do que se ocorrer em uma hora.      Inundações, deslizamentos de morros com moradias, etc.
     O sol aquece a superfície, evapora água superficial do oceano, forma nuvens que depois retornam como chuvas.
     Ela mostrou um pouco do fenômeno El Niño e La Niña que ocorrem com frequência e que afetam o regime de chuvas inclusive no sul do Brasil.    Tem correlação com o aquecimento (acima da média) das águas do Pacífico na região da linha do Equador.  Ano em que ocorre aquecimento no Pacífico acima da média, ocorre El Niño e na região Sul Sudeste do Brasil tende a haver chuvas acima da média.     Ao contrário, resfriamento do Pacífico um pouco acima da média, forma o La Niña e tende a chover abaixo da média na nossa região.
     Destacou que o El Niño tem algumas nuances entre uma ocorrência e outra.   Ela disse que os modelos desenvolvidos até o momento não tem boa previsibilidade para o comportamento do clima em ocorrência de El Niño Leste.   Há também o E.N. Central.
     Citou de passagem uma entidade que tem dados de acompanhamento e previsão de chuvas para zonas urbanas visando inclusive prevenir catástrofes.    UCCRN  é a sigla da entidade.

     Palestra 4 – Tomada de Decisão para Sustentabilidade por meio da Avaliação do Ciclo de Vida:  Além das Mudanças Climáticas
     Professora Drª Cássia Maria Lie Ugaya – da UTFPr -  a formação dela é em Engenharia Mecânica.    Exerceu por certo tempo essa profissão, mas não estava satisfeita com o que fazia no ramo e decidiu migrar para os estudos de eficiência no uso de energia.   Nessa busca na área de energia interage com a questão do meio ambiente.   O foco do estudo e atuação dela é na área de ACV Avaliação do Ciclo de Vida no setor de embalagens.    Citou inclusive uma Norma Técnica da ABNT específica. ISO 14040
     Ela mostrou que há algo de relativo na questão de impacto ambiental para uma mesma alternativa dependendo de outros fatores.   Usou um exemplo.    Se utilizo uma área de pastagem degradada na amazonia para plantar palma para usar o óleo desta como biodiesel, pode ser positivo em termos de redução dos GEE.   Na mesma região, se uso uma área que era de soja para plantar a palma para biodiesel, pouco ganho haverá em redução dos GEE.   Certamente se abater a mata para plantar a palma, o resultado é negativo em termos de redução dos GEE.
     Falou sobre produção de arroz irrigado e gasto de energia e emissão de GEE. Citou os dados para carne bovina, para carne de frango, etc.  
     Destacou que estritamente na questão dos GEE as hidrelétricas são mais nocivas que as usinas nucleares.   Claro que há outros parâmetros em jogo.
      Pede cuidados ao se fazer comparações.   Há padrões para isso ser feito de forma racional.   Parâmetros como garantir comparabilidade; garantir unidade funcional; garantir dados consistentes; métodos consistentes; revisão de terceira parte; ponderação – revisão de painel de especialistas.    Procurar não puxar a sardinha para um lado nem para outro.
     Rótulos com parâmetros ambientais.   Se há muitos parâmetros, os consumidores dos produtos ao lerem a embalagem ficarão confusos.    Há uma Comissão Européia tratando disso no âmbito da mesma.    Busca-se sistema único de rotulação baseado no Ciclo de Vida da Embalagem no meio ambiente.     No Brasil o assunto é novo e estamos estruturando o tema.    Citou nosso banco de dados no setor, cuja sigla é IBICT.   Lembrou que além do impacto ao meio ambiente no caso de embalagens, há outros impactos inclusive o impacto social.    Citou como exemplo o caso da Nike que fabricava produtos usando mão de obra barata na Ásia e pelo impacto social gerou protestos.
     Grupo de Trabalho em ACV-S     Projeto ACV Social   - em curso.
          cassiaugaya@utfpr.br
     Parte de perguntas e respostas na parte da manhã: 
     Alguém do plenário perguntou se haveria discrepâncias entre dados do IPCC e do ICCRM que monitora mudanças climáticas e impacto no meio urbano.     A palestrante Alice, da Climatologia, disse que não há discrepâncias.     Ela destacou que nesse tema há lobby dos dois lados, tanto para pintar o quadro trágico como para dizer que não se está afetando o clima.
     Disse que quando o pessoal se alarma muito com a questão do clima tende a carregar nas tintas e setores deste pessoal perde credibilidade no confronto do que a ciência diz. O mesmo vale para o outro lado, se tentar argumentar que não há problema de aquecimento global, etc.    Estudos desqualificam esses argumentos.    Recomenda então embasamento e equilíbrio dos dois lados.
     O Antropólogo destacou que ao falarmos do clima e meio ambiente, temos que sempre colocar o ser humano como componente do sistema.   Destacou que é positivo conhecer o que outros países estão fazendo para melhorar o cenário, mas não recomenda ir importando soluções que são adequadas para determinado meio com diferente economia e cultura.   Citou um exemplo concreto.    Ministrou aqui em Curitiba aula na graduação de um aluno Angolano na área ambiental.    Um dia o aluno lembrou que certas tecnologias aqui abordadas são muito interessantes mas estão distantes da realidade de Angola que passou quatro décadas em guerra civil e está em estado precário em termos econômicos, sociais e ambientais.   Há prioridades.
     ...............até aqui foram abordadas as falas do primeiro dia do evento e as palestras da parte da manhã do segundo dia.     Ainda a colocar no word quatro palestras da parte da tarde deste segundo dia e oito palestras do terceiro dia, etapa final.     Eu chego lá...

                 orlando_lisboa@terra.com.br      www.resenhaorlando.blogspot.com.br

sábado, 17 de dezembro de 2016

Parte II - SIMPOSIO INTERN. MEIO AMBIENTE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS - CURITIBA PR - BRASIL - DEZEMBRO/16

CONTINUAÇÃO – SIMPOSIO INTERNACIONAL DE MEIO AMBIENTE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS  -   CURITIBA – PR.      06-12-2016  -   AUDITÓRIO DA UNIV.POSITIVO                    - DEZEMBRO-2016

     Resenha da fala do Prof.Dr. Mario Sergio Michaliszyn -  Universidade Positivo
     Ele tem formação em Antropologia  (Coordenador Estadual do Programa de Prevenção ao uso de drogas).    Tem três livros publicados.    msmzyn@gmail.com
     Tema da fala:   Desenvolvimento Sustentável, cidade e saneamento  
     Ele chegou a trabalhar em pesquisa junto aos índios da Amazonia.     Atuou também em Guaraqueçaba, litoral do Paraná com populações locais.    Disse que duas frases marcaram muito para ele.    A de um xamã da Amazônia que disse:    Aqui você encontra tudo para viver.    Só a felicidade tem que estar dentro de você e depende de você.
     Outra frase, de um morador de comunidade tradicional de Guaraqueçaba que vive em área de Preservação da Mata Atlântica.    “Vocês falam bem do meio ambiente.   Eu tiro palmito da mata.  Me indique outras alternativas para eu colocar comida em casa e nós e nossos filhos pararemos de tirar palmito da mata para viver”.
     A busca do desenvolvimento no sentido de obter o crescimento econômico aliado à melhoria da qualidade de vida das pessoas.
     Alguns fatores a serem compatibilizados nas atividades econômicas:   utilizar racionalmente os recursos naturais; economizar energia; economizar água, et.
     Quando se fala de sustentabilidade devemos lembrar que estamos no sistema capitalista no qual a exclusão social já faz parte do combo.
     Dentro dos parâmetros da sustentabilidade do ponto de vista antropológico há inclusive o fator cultural.
     Citou a Agenda 21 da Cultura – estabelecida em 2014 em Barcelona – Espanha.
     A saúde como um estado de equilíbrio entre o ser humano e seu ambiente, permitindo o completo funcionamento da pessoa...
     Declaração de Ottawa (Canadá) 1986.    Promoção da Saúde e qualidade de vida.
     Recursos para ter saúde.   Água e ar puros, ambiente saudável, alimentação adequada, prevenção de problemas específicos de saúde, educação e informação, situação social e econômica e cultural favorável.
     Cita um caso para estudo ocorrido no Paraná em 2012.    Em Foz do Iguaçu-PR.    O desmatamento e expansão da zona urbana alterou o clima e o ecossistema local.   O mosquito palha que é vetor da leishmaniose visceral (mais grave que a da pele) começa a afetar o ser humano.     Em geral a ocorrência desta em humanos é acidental.  Em Foz a ocorrência foi acima do normal e pesquisaram as causas.   Cães são vetores.      O mosquito palha se espalhou na cidade inclusive em áreas nobres e mesmo em apartamentos, colocando ovos em pratos de vasos de flores como o da dengue.
     Quando uma pessoa é picada pelo mosquito contaminado, o sintoma só aparece dentro de uns seis meses e é então que a pessoa busca tratamento.     Antes a ocorrência era mais nas periferias e atingia mais as populações pobres, mas foi se espalhando e passou a agir de “forma democrática” atacando do pobre ao rico em Foz.
     Fizeram um estudo de caso para monitorar e buscar o controle da doença.   Foz tem 265.000 habitantes.  (2015).    Densidade de 415 pessoas/ km2.     O estudo mostrou que Foz (fronteira) é lugar de grande ocorrência de abandono de cães pelos que migram.  No chamado Ceasinha de Foz (central de abastecimento de frutas, legumes e verduras) havia muito rejeito orgânico pelo chão e eram alimentos para os mosquitos.   Este foi um dos fatores a ajudar a propagar o mesmo.    Se bem que a causa básica foi mesmo o desmatamento pela expansão da cidade sobre onde antes era floresta.
     Rejeitos no chão e cães em quantidade no Ceasinha.    Teve que haver medidas saneadoras para reduzir o potencial de reprodução do mosquito transmissor da doença.
     Foz tem frutíferas inclusive na arborização urbana e isso também aumenta a população do inseto citado por fornecer alimento ao mesmo. (gabiroba, araçá, etc.)
     Na fronteira com a Argentina, os argentinos barram a entrada de cães, mas na fronteira Paraguai-Brasil não há controle.     Inclusive se constatou que é muito comum os catadores de recicláveis (que geralmente fazem o serviço mais na parte da noite) terem seus cães e transitam pela fronteira também.    Alto índice de contaminação.
     A pesquisa junto aos catadores de recicláveis foi moroso por ser serviço noturno e Foz tem a agravante do tráfico de drogas que oferece riscos às pessoas.
     O inseto também suga sangue de galinhas e nas periferias há ocorrência de galinheiros, sendo mais um desafio no controle da doença.
     A cidade de Foz do Iguaçu-PR tem 79% de residências com sistema de coleta de esgotos.     87% das residências tem coleta regular de resíduos sólidos urbanos (lixo).
    
     ......................     na sequência haverá resenhas de outras quinze palestras do simpósio, na medida que sejam colocadas no word..................       

      

domingo, 11 de dezembro de 2016

RESENHA - SIMPOSIO INTERNAC. MEIO AMBIENTE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS - CURITIBA PR DEZEMBRO 2016

RESENHA DO SIMPÓSIO INTERNAC. DE MEIO AMBIENTE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Data: 05 a 07-01-2016 – Local:   Curitiba PR  -Promoção da ABES PR
ABES – Associação Brasileira da Engenharia Sanitária e Ambiental
Anotações feitas pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
                        orlando_lisboa@terra.com.br
     O primeiro dia do evento com a parte do cerimonial e falas das autoridades foi na parte da tarde num auditório no Parque Barigui em Curitiba  (um parque ecológico)
     No segundo e terceiro dia a programação foi em horário comercial em auditório da Universidade Positivo em Curitiba-PR
     Dia 05-12-16  -  Na tarde da abertura compuseram a mesa várias autoridades locais e da Suécia, que tem convênio com Curitiba no setor de meio ambiente e enviou palestrantes.    Entidades que consegui anotar na composição da mesa:    Fabio Goia, Secretário da Administração da Prefeitura de Curitiba, representando o Prefeito; Padre Carlos, representando o Bispo da Arquidiocese; o Reitor da PUC Curitiba, Prof. Valter Lino; o Reitor da Universidade Positivo, professor José Pio Martins; representante do Reitor da UTFPr a Vice Reitora, Dra. Vanessa Itikawa; representando o reitor da UFPr o professor Carlos Siqueira; pela ABES, o Sr. Antonio Carlos; pela SANEPAR o Sr.Pedro Luiz Franco; pela FIEP Federação das Ind.do Paraná, Rodrigo Martinez.
     Houve após o protocolo de abertura com apresentação musical a assinatura do Termo de Entendimento (vigência até dezembro de 2018) em tema ambiental entre a Prefeitura de Curitiba e uma entidade do setor da Suécia.    Na verdade é uma renovação de convênio que já vinha em curso.
     O nome completo do Evento:   “SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, SANEAMENTO E BIODIVERSIDADE”.
     Breves falas das autoridades.
     Pela ABES -  Citou eventos do ramo que tem ocorrido em diferentes lugares como Durban – África do Sul.     Lembrou da estiagem que atingiu o sul do Brasil em 2014 e que deixou a cidade de São Paulo com alta carência no abastecimento de água, se chegando ao ponto de  atingir o chamado volume morto dos reservatórios.
     Afetou o abastecimento, a produção de energia elétrica e também houve aumento de doenças como dengue e outras, entre outras consequências da estiagem.
     Citou uma Agência Ambiental da Antuérpia e suas ações de sucesso e destacou que temos que seguir exemplos como esse para melhorarmos nossa posição rumo ao desenvolvimento sustentável.
     Pela FIEP – Destacou que Curitiba tem um histórico positivo de ações na questão ambiental e isso tem sido notado inclusive fora do Brasil.    Também ações em planejamento urbano.     O mundo está perdendo qualidade de vida inclusive pelas turbulências do clima.     Destacou a importância de discussões e ações voltadas à defesa do clima e da biodiversidade.
     UTFPr -  a representante fez uma breve fala de boas vindas e destacou a importância do evento e as ações que a instituição à qual pertence que envolvem o tema.
     Pela PUC-PR     Lembrado que em 2013 o Rei da Suécia esteve em Curitiba para evento no tema das Mudanças do Clima.    Fez questão de destacar que em Curitiba é pouco usual um evento que reúne numa mesma mesa as quatro universidades aqui da capital.
     Destacou também o fato de várias entidades estarem participando tanto da Academia, como do Setor Público e Setor Privado.     Lembrou que há desafios na questão climática que não dá para serem solucionados apenas pelo país de forma isolada, mas que deve ser tratado de forma articulada com outros países.     Exemplificou até no tema das migrações que estão ocorrendo entre África, Ásia e Europa, mostrando desafios relativos à pobreza, guerras e afins.
     Espera que as próximas administrações de Curitiba deem sequência aos eventos e ações ligados ao Meio Ambiente.      Curitiba também tem convênio com a Holanda neste quesito e podemos desenvolver ações interessantes.
     Universidade Positivo -   O Reitor até brincou ao dizer que sua fala ficou por último e o da PUC tirou parte do seu discurso.     Lembrou que a Suécia (parceira neste evento) tem uma realidade bem diferente da nossa, sendo um país de primeiro mundo e que tem uma população semelhante à da cidade de São Paulo, ao redor de 11 milhões de habitantes.
     Destacou que após a Segunda Guerra Mundial, acelerou a industrialização pelo mundo e também a degradação do meio ambiente em parte pelas necessidades, pela tecnologia deficiente e causas do gênero.    O cenário atual tem desafios de degradação ambiental, poluição, etc.      Fase de indignação mundial e o evento da Rio 92.   Nos anos 2000 ele atribui a fase da busca de soluções para o setor.    Soluções que tem que ser compartilhadas entre todos os setores, aí incluídos órgãos públicos, academia, iniciativa privada.      O Brasil cresce em população 1 Suécia a cada 5 anos.   Desafios grandes.   Disse que podemos gerar tecnologias na área ambiental e também buscar tecnologia lá fora sem ficar nessa de questões ideológicas, mas com foco em soluções tecnológicas que sejam adequadas aos nossos problemas.   Há que se ter pragmatismo.      ........leia mais clicando abaixo...