RESENHA DO LIVRO – A RADIOGRAFIA
DO GOLPE
Autor: Professor Jessé Souza – Autor de 25 livros e
estudos no Brasil, USA e Alemanha.
Professor da UFF Universidade Federal Fluminense (e palestrante)
Este fichamento foi feito pelo leitor: Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida
Dados principais do livro: Editado em 2016 pela Leya – 1.ed. 144 páginas
Página 25 – A elite faz com que os grandes
crimes sejam no máximo “punidos” com grana e limpam a barra.
24 – Os códigos penais e as prisões passam
a se concentrar nas camadas mais baixas da sociedade.
25 – Crimes grandes como os contra os
Fundos de Pensão como já ocorreram na Argentina e Malásia, afetam milhões de
pessoas e os autores nem presos vão.
25 – Uma social democracia com alguma
atenção ao trabalhador só foi tentado aqui após 2002 e desagua no golpe.
25 – Ele pergunta como a elite do $ conseguiu transferir a responsabilidade do
golpe para as elites da política, jurídica, da imprensa e ficar “de fora” do
golpe?
25 – A elite do $ mandava no Estado até
1930. Getúlio Vargas arrebata o poder
desta. O autor diz que a elite cria a
USP em 1934 para criar nova forma de poder (e se contrapor a Vargas) na forma
de ideologia.
26 – O livro Raizes do Brasil – de Sérgio
Buarque de Holanda, publicado em 1936 foi e ainda é a materialização mais
completa desse ideário.
26 – Sistema “natural” que drena toda
riqueza para 1% do povo. Tudo com a
benção de um congresso comprado e uma mídia sócia do saque.
26 – A evasão fiscal é maior que toda a
corrupção e não se toca no assunto no Brasil.
26 – Pesquisadores da TAX Justice Network
orçaram em 520 bilhões de dólares a evasão fiscal de super ricos
brasileiros para o exterior.
27 – Como não dá para fazer na cara dura,
douram a pílula fazendo o povo crer que nada disso ocorre. “Em bom português, é necessário fazer da
maioria da população uma massa
imbecilizada capaz de agir contra seus interesses mais diretos.” A elite exerce o poder social e político de
forma indireta.
27 – “A religião, no passado, e a ciência ,
nos dias de hoje, em sua versão dominante (ortodoxa), serviram e servem para
justificar a riqueza e o poder de poucos sobre todo o resto.”
27 – É precisamente na encruzilhada dos
aprendizados possíveis ou das chances perdidas que o Brasil de hoje se
encontra na atualidade.
28 – Hoje as pessoas tem papéis como arrancar
dentes, consertar carros, etc. “Além de
fazer esses trabalhos, as pessoas
precisam dar sentido às suas vidas, e parte importante desse sentido é
conferida pela forma como nos vemos e nos representamos como sociedade.
Há o Hino Nacional. No
caso dos americanos, o mito “de povo escolhido por Deus”, uma nova versão da
narrativa judaica.
30 – Disse que no caso do Brasil isso é
mais complicado para se ter uma narrativa que agrade o povo, porque sempre
tivemos baixa auto estima.
30 – Temos juízes justiceiros hoje no
Brasil...
30 – Fala dos “vacas sagradas” Gilberto
Freyre e Sergio Buarque de Holanda. O
primeiro fala do “homem emotivo” – o brasileiro. O Segundo fala do “homem cordial” sobre o
brasileiro. Prevalece esse rótulo na
atitude e serve à direita e à esquerda.
Nossos intelectuais sempre nos comparavam com os USA e ficamos caídos,
negativos. Gilberto Freyre teria
percebido isso e cria uma versão positiva do nosso povo, apesar de tudo. Buscar virtudes nos brasileiros... despertar o orgulho nacional... permitisse
cimentar uma solidariedade nacional tão
necessária na época de Vargas.
Diz que Freyre foi genial por conseguir
inverter a lógica dos USA. Freyre tirou
a “mulata da lata de lixo” e a colocou em patamar positivo.
Os USA segregaram os negros. O luso brasileiro misturou as raças.
31 – Daí sermos hospitaleiros, abertos,
emotivos e sexualizados. Não importa se
o mito é verdadeiro ou não. O que
importa é que as pessoas acreditem nele.
Vieram nos incutindo essas “verdades” na nossa cabeça na escola, etc. e
elas nos parecem “naturais”... na verdade são um produto cultural. ...”é decisivo exercitar a humildade,
reconhecer que não sabemos o que imaginamos saber sobre a sociedade.
33 – Dividimos... classes do espírito e do conhecimento –
classes superiores. Classes do corpo, do
trabalho manual – as inferiores. “O
espírito diviniza o masculino - o feminino o corpo os animaliza... Homens – espíritos superiores... Mulher – corpo/sexualidade... inferiores.
América (USA) e Europa vistos como
espírito e superiores. América Latina,
África e parte da Ásia... vistos como inferiores. É difícil transpor essa versão. Agora não mais se despreza por raça, mas por “cultura”.
35 – Freyre tira seus conceitos de um MITO
e funda a ciência social sem base científica. Sergio Buarque de Holanda interpreta o
nosso vício como uma tendência inata à corrupção. E este dá até uma feição “negativa” ao
brasileiro. Dá fundamento aos
conservadores.
36 – O autor diz que Sergio Buarque deu
respaldo à síndrome de vira lata do brasileiro. ... “moralmente inferior, burro e
inconfiável”.
Continua..... (em breve)