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terça-feira, 16 de julho de 2019

RESENHA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS DA PREVI 2018 (Plano 1) - JULHO DE 2019



PREVI Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil
         Anotações pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
         Local e data:   Gepes/BB em Curitiba – 12-07-2019
         Havia em torno de 100 pessoas assistindo a apresentação que teve a fase de explanação pelo Presidente da Previ e em seguida espaço para a mesa responder perguntas que foram feitas por escrito pelos associados.
         Presidente da Previ – José Maurício Silveira Coelho
         Destacou que na parte da manhã foi feita a explanação específica para o pessoal que está no Plano Previ Futuro.    Agora esta é da turma mais antiga, do Plano 1.
         A Previ no contexto da economia desfavorável passou por período difícil em anos recentes.    Em 2018 a conjuntura já ficou melhor para nosso Plano.
         Nosso maior ativo em carteira é composto de ações da Companhia Vale.     Houve queda temporária de preço das ações da Vale por conta dos acidentes, no caso, Brumadinho.    Disse que o acidente provocou queda na cotação das ações, mas tem havido recuperação e as cotações já estão bem próximas das anteriores ao acidente.
         Missão da Previ (resumida) -  garantir a aposentadoria dos associados de forma sustentável ao longo do tempo.
         Visão – ser o melhor Fundo de Previdência fechado do mercado
         Valores – ética, sustentabilidade, responsabilidade social.
         Somos:       (temos 115 anos de existência)
         Associados totais.............. 113.173
         Na ativa no BB Plano 1....    10.185
         Aposentados do Plano 1...    81.730
         Pensionistas do Plano 1.....   21.258
         Folha de pagamento mensal da Previ:   1 bilhão de reais (entre aposentadorias e pensões).
         Estimativas são de que a última pessoa beneficiária deste plano estará em vida estatisticamente até 2089.
         Resultados:
         Em 2015 – déficit de 16,1 bilhões de reais
         Em 2016 – o déficit caiu para 13,9 bilhões
         Em 2017 – o déficit caiu para 4,3 bilhões
         Em 2018 – fechamos o exercício com superávit de 6,5 bilhões
         Diferente dos outros fundos fechados, não foi o caso de termos que fazer aportes fora de rotina para repor caixa nos anos recentes.
         O Plano 1 é um plano maduro, não entram novos associados há tempos pela criação do Previ do Futuro para os funcionários do BB de certa época para cá.     No Plano 1 se busca trabalhar com baixo risco e mais liquidez.
         A rentabilidade do Plano 1 em 2018 foi de 18,82%.     Ficou bem acima da meta atuarial para o ano que estava ao redor de 8%.
         Distribuição dos ativos do Plano 1:
         Dos 182 bi de ativos totais, 90 bilhões estão em Renda Variável (ações, etc).     Elevado.    Rentabilidade desta modalidade em 2018 no nosso Plano1 :   29,44%
         Desinvestimento do Plano 1 em 2018 para diminuir a exposição às flutuações de mercado:    7,1 bilhões   (vendas de ações e participações)
         Busca-se desconcentrar as carteiras para minimizar riscos.
         Vendemos 7,9 bilhões em ações de empresas como CPFL, BB, BR, etc.   (parte destas).     Compras de ações no mesmo ano:  752 milhões de reais.
         Nossas aplicações em Renda Fixa no Plano 1 em 2018:  81,25 bilhões de reais.
         Comparação das nossas aplicações com referências do Mercado:
         Base maio de 2019:
         Plano 1                Rentabilidade 6,11%
         Itau                                         2,68%
         Brasilprev                              3,08%
         Bradesco Performance            2,53%
                          FI Previd              3,28%
                          Master                 2,78%

         Imóveis (carteira imobiliária do Plano 1)
         Meta atuarial                 8,61% para 2018
         Meta do Segmento                 11,71%       (INPC + 8%)
         Rentabilidade alcançada  9,76%     (nossa carteira tem a menor taxa de vacância do mercado em imóveis por nós alugados a terceiros)
         Investimentos Estruturados  rentabilidade em 2018 foi de 26,55%.
Nessa modalidade estamos há alguns anos sem novas aquisições.
         Investimentos no Exterior  - a estratégia tem sido de fazer em pequena escala para ganhar traquejo para eventuais oportunidades que surjam no setor.
         Tabua atuarial:   Atualmente estamos com 67 aposentados/pensionistas com mais de cem anos.   Número que vem crescendo.
         Vale – Litel    Investimos pesado na Vale via Litel quando da privatização da mesma há quase 20 anos.     Estamos com os ativos muito concentrados em ações da Vale.   São aproximadamente 25% dos ativos totais nossos.     (ao redor de 39 bilhões de reais)
         Em 2020, pelo acordo na época da aquisição de parte das ações da Vale, teríamos que reter compulsoriamente em carteira por 20 anos e em 2020, vence esse prazo.   Após, venderemos a parcela que determinarmos nas épocas que forem convenientes.
         A Previ acompanha de perto os problemas dos acidentes com duas barragens da Vale.     Via Litel, fizemos Notificação à empresa para que ela esclarecesse pontos como:
         Providências adotadas nos casos dos sinistros;
         Razões do rompimento;
         Medidas adotadas para reforçar os controles;
         Andamento das investigações.
         A Litel reiterou seu interesse em responsabilidade sócio-ambiental.
         A Previ faz de forma colegiada a cada 5 anos um plano estratégico das suas atividades.   O Plano atual engloba 2019 a 2023.    O plano envolve linhas como:
         Fortalecimento das relações com os associados – elevar o nível de Satisfeito nas avaliações feitas pelos associados.
         Gestão eficaz – diminuir a taxa de carregamento de 4% para 3,5% dos ativos por ano.
         Despesas administrativas da Previ:
         Número de ações na Justiça:  em 2008 eram 12.200 ações.
         No pico em 2012 eram 23.900 ações.    Com ações gerenciais, de 2012 para cá foi caindo o estoque ano a ano e estamos (2018) com 15.500.
         Política de Investimento:
         Estratégia de reduzir exposição em aplicações de Renda Variável.
         Busca-se sair de Renda Var. de 64% dos ativos para 30% (até 2025)
         Renda Fixa – elevar no mesmo período de 30% para 60%.
         Na atualidade estamos aproximadamente a 50% em Variável e 50% em Renda Fixa.
         Pilares da Previ:
         Estatuto
         Estrutura Segregada
         Corpo Técnico de alto nível
         Modelo de Paridade (patronal -  participantes)
         Segregada – Quem planeja não executa; quem executa não cumula o controle.    Dá muito mais segurança.
         Previ tem 570 funcionários, muitos são cedidos pelo BB e são qualificados e sócios do Fundo e tem a maior responsabilidade pelo bom resultado sempre.   Pessoal qualificado e Certificado.
         Paridade -  Nós escolhemos no voto parte dos dirigentes e parte é escolhida pelo Banco.    É um zelo nosso e não é por força de lei.
         Operações com Participantes (Empréstimo Simples):  estoque em 2018:  4,72 bi      (empréstimos líquidos em 2018:  800 milhões)
         Clube de Benefícios aos associados:  Chevrolet, Fast Shop, Sony, etc.  (ver no site)
         Dados de resultados Mês a Mês pela Previ – no site.
         Tem o App Previ para celular.  Informações e comodidades.
         A explanação da Diretoria da Previ durou das 11 h até as 12.30.  Depois ficou por meia hora o tempo para as perguntas que foram escritas dos presentes.     
         Os diretores esclareceram tudo e destacaram que sempre houve, há e haverá boatos inclusive com relação aos fundos de Pensão das estatais.   Muito comumente não passam de boatos e mesmo certos colegas ficam espalhando sem o cuidado de ao menos consultar o site oficial da Previ que procura acompanhar tudo e dá respostas rápidas às dúvidas através do seu site e mesmo pelo telefone 0800.  
         Da minha parte vi como bastante convincente a explanação e destaco que desde que vim residir em Curitiba tenho ido aos eventos, feito anotações, tirado minhas conclusões e publicado no meu blog para que alguns colegas interessados também tenham acesso mais focado no conjunto das ações.   Espero ter sido útil.     
Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba PR     (41)  99917.2552

        

        
        
        
        
        


        
        

quarta-feira, 10 de julho de 2019

RESENHA DA AULA DE CAMPO - HISTÓRIA DO URBANISMO DE CURITIBA (JULHO DE 2019)



Curso de férias ministrado no Solar do Rosário – Centro Histórico – julho de 2019
            Professores: Arquiteto Urbanista Juliano Geraldi e Leticia Geraldi Ghesti
           
            Parada próxima ao prédio do Memorial de Curitiba que fica na chamada Rua da Feirinha do Centro Histórico, perto da Igreja da Ordem.    Igreja de 1737, um dos prédios mais antigos da cidade.

       Acima, foto de parte da fachada da Igreja do Largo da Ordem - Centro Histórico de Curitiba

   Destaque na visita para dois aspectos externos e um interno.   Lado externo, a presença do rapa pé, equipamento de ferro do lado esquerdo da porta de entrada, para os pobres que vinham pisando nas ruas descalças e quase sempre com lama, rasparem a lama da sola do calçado.    Desse tipo de equipamento teria surgido o termo pé rapado, pessoa pobre que só anda à pé.

  
                       Acima, foto do rapa pé 

            Na lateral da igreja, uma porta com soleira a aproximadamente 60 cm acima do nível da rua.    Porta para os abastados descerem direto da carruagem para dentro da igreja e nos bancos da frente, já que em geral essas famílias doavam os bancos e tinham o direito de se sentar na frente.
              Acima, detalhe da altura da soleira da porta dos nobres

            Dentro da igreja, dois lustres que foram presentes da Princesa Isabel para a comunidade curitibana do século XIX. 
            O Museu sacro anexo à citada igreja, mantido pela Prefeitura, está fechado para restaurações.   Não temos notícias de quando reabrirá ao público.


     Fotos dos lustres doados pela Princesa Isabel

            CASA ROMARIO MARTINS com eira e beira, no estilo português, sendo a eira e beira trabalhados de forma a ornamentar a junção da parede com o telhado.   Quem tinha posses mandavam fazer a eira e beira e os que “não tinham nem eira nem beira”, ou seja, os pobres, faziam casas muito mais simples.      O detalhe é que Romário Martins nunca morou na casa que é uma das mais antigas do centro histórico e o fato dele ser historiador fez com que a municipalidade emprestasse o nome dele à Casa que hoje é um espaço cultural.   Uma justa homenagem.
            BEBEDOURO   - em frente à casa Romário Martins e a Igreja do Largo da Ordem, um bebedouro para animais dos tempos que as pessoas usavam a tração animal para transporte de pessoas e mercadorias. 


     Acima ao fundo, Casa Romário Martins e no foco, o bebedouro

            CATEDRAL  Houve outras edificações anteriores à atual, esta que é do início do século XX.   O estilo é neo gótico.   Foi restaurada recentemente e está muito bonita.  A professora destacou que esta igreja (Nossa Senhora da Luz dos Pinhais) não perde em beleza para muitas catedrais de outros países.
            Há rotina de visitas guiadas à Catedral e isto deve estar informado no site da mesma.   Muitos turistas passam por Curitiba e a Catedral é um dos pontos obrigatórios dos turistas em geral.
            A Catedral aqui é considerada uma basílica, designação  conferida pelo Vaticano.
            Destaque para os belos vitrais coloridos e seus desenhos de cenas sacras.


     Foto da Catedral de S.Senhora da Luz dos Pinhais

            MARCO ZERO – É um marco geodésico que destaca um local como ponto zero, de onde se medem as distâncias para outros pontos.    Fica em frente à Catedral.   O marco em si é uma peça circular  de bronze de uns 10 cm de  diâmetro.     Para destacar o marco, há um pedestal com seção quadrada e altura de um metro e em cada face a indicação de um local como Paranaguá, Santa Catarina, São Paulo, etc.

Detalhe acima, do marco zero de Curitiba 



            LOCAL DO PELOURINHO -   Curitiba teve um pelourinho que ficava na Praça José Borges de Macedo onde fica o prédio que foi a Prefeitura de Curitiba e hoje fica uma das dependências do SESC  (prédio de 1916).      Hoje em dia há um marco com duas pedras trabalhadas e uma placa indicando que ali era o local do pelourinho.    Fica junto a uma grande banca de flores atrás do prédio histórico que foi Prefeitura e hoje abriga uma unidade cultural do SESC.        Uma estátua de uma negra carregando uma lata d´água na cabeça fica atrás do prédio citado, entre este e a Banca das flores.



     Acima, estátua em homenagem à negra escrava com lata d´água na cabeça 

      Acima, detalhe do prédio da Prefeitura de Curitiba - prédio histórico - hoje SESC

     Acima, fachada do prédio histórico da Prefeitura - hoje SESC

            ESTÁTUA DO BARÃO DO CERRO AZUL    Na praça em frente ao prédio da antiga prefeitura citado acima.    O Barão está voltado para o rumo da estação ferroviária o que indica que está em posição de acolhida e saudação aos que chegam por trem à Capital.

           

segunda-feira, 8 de julho de 2019

RESENHA DA AULA SOBRE A HISTÓRIA DO URBANISMO DE CURITIBA PR



Professor: Arquiteto Urbanista Juliano Geraldi (Professor da PUC PR)
Local: Solar do Rosário – Centro Histórico – Curitiba – PR
Data: 04-07-2019 – parte da manhã.
Resenha feita pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida, aluno do curso de duração de um mês (julho-2019).
Neste curso de cinco aulas, teremos três teóricas e duas em campo, visitando locais de interesse do curso.
Neste curso além de alguns que já vem seguindo conosco no Patrimônio Histórico, há novos alunos, sendo um advogado, uma guia de turismo, duas professoras, uma urbanista.
À aula em si. Cidade e pessoas. Processos e obras. Meio ambiente. Começaremos a abordagem de Curitiba pelo começo do século XIX, quando a urbanização se acelerou. Lembrou que nos tempos remotos os índios Tupis Guaranis que viajam muito tinham passagem por estas terras que era numa das rotas dos indígenas.
Em 1654 nasce o povoado de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais.
Mostrou um mapa do tropeirismo com alguns ramais. Foco na ligação RS com Sorocaba-SP que era um importante entreposto comercial do tropeirismo. Sorocaba/Itararé/Castro/Ponta Grossa/Palmeira. Bifurca ramal Guarapuava. Outro ramal – Palma PR/Xanxerê-SC/Chapecó/Palmeira das Missões – RS/Santo Angelo.
Outro ramal de Ponta Grossa/Lapa/Rio Negro/Mafra/Lages/Vacaria/Porto Alegre.
Início da urbanização de Curitiba - A Casa Romário Martins, com eira e beira no estilo português está em pé no Largo da Ordem no Centro Histórico de Curitiba. Uma das edificações mais antigas da cidade. Abriga um centro de cultura com exposições temporárias.
Em frente à Casa Romário Martins tem um bebedouro para cavalos preservado.
O cientista Saint Hillarie passou por Curitiba em 1820. Fez um interessante perfil do povo que aqui habitava na ocasião. Destaca a cor branca das pessoas... as mulheres com traços mais delicados... falam com desenvoltura.
Sobre Curitiba há uma tela pintada por Debret datada de 1827 que é um importante “retrato” da incipiente cidade.
Curitiba em sua zona urbana em 1857 tinha 34 quarteirões apenas. Por perto, o Rio Belém e o Rio Ivo (que descia do Batel). Num morro (Alto São Francisco) um cemitério e em outro morro (então fora do povoado) no Alto da Glória, o cemitério dos alemães. A região aqui tem problema de drenagem e os cemitérios nos morros são inclusive para evitar lugar encharcado.
1857 – Curityba. Aproximadamente 12.000 habitantes.
Região da cidade com poucos declives, tem no Rio Iguaçu um declive ao redor de 1% o que faz o rio correr com lentidão e no caso de estar poluido, demora bem mais para diluir os poluentes em seu curso.
1853 - Ano de Emancipação do PR da Provincia de São Paulo, da qual até então era a chamada Quinta Comarca. Nessa época a cidade portuária Paranaguá teria ao redor de três vezes mais população que a pequena Curitiba.
1857 – o Engenheiro francês Pierre Taulois recomendou que Curitiba passasse a adotar o alinhamento das ruas, o que foi uma ação de planejamento urbanístico para a época.
FERROVIA PARANAGUÁ – CURITIBA (partiu a obra do litoral para cá). A obra desafiadora cortando a Serra do Mar foi executada em cinco anos, entre 1880 e 1885.
A estação ferroviária de Curitiba ficou meio de lado da cidade e coube ao Engenheiro Ernesto Guaita a incumbência de projetar ruas e infraestrutura da estação e acessso à mesma.
Muitos hoteis e casas comerciais passaram a surgir próximos à estação ferroviária.
O proletariado começou a residir próximo à estação por conta do trabalho e também pela região onde hoje fica o Batel, Água Verde.
Fizeram a Santa Casa então meio fora da região residencial, onde hoje fica a Praça Rui Barbosa.
Curitiba praticamente dobra sua população urbana em poucos anos com a chegada da ferrovia.
A cidade passa a contar com seu código de postura, lei municipal que ditava regras para convivência na zona urbana. O maior problema ambiental de então, fim do século XIX era o pessoal que lavava seus cavalos nos rios que passam na zona urbana, aumentando a poluição das águas. Ao ponto de haver proibição legal e fiscais que ficavam em botes subindo e descendo o rio fiscalizando e multando os infratores.
O código de postura daquela época só foi substituido completamente pelo novo de 2001.
Crescimento da população de Curitiba. Entre 1890 e 1920, período de grande crescimento, passou para ao redor de 75.000 pessoas. E nos cem anos entre 1890 e 1990, chegou ao final do período com mais de 1.000.000 de habitantes. Grandes desafios de saneamento, etc.
Em 1904 Curitiba tinha seus poços completamente poluidos e a água não era mais potável. A prefeitura contratou uma empresa privada de São Paulo que tinha grande experiência em saneamento. Era a Companhia de Melhoramentos de São Paulo. Vieram atuar por essa Cia em Curitiba dois engenheiros: Otaviano do Amaral e Alvaro de Menezes.
Antes das obras de saneamento, onde hoje temos a Praça Zacarias, havia uma bica onde muitas pessoas coletavam água para consumo.
Os engenheiros da Cia projetaram e foi construido no pé da Serra o Reservatório São Francisco que ainda está em função como um dos meios de abastecimento de Curitiba. A canalização segue mais ou menos reta da região central da cidade para o rumo de Pinhais e de lá para o pé da serra. Boa parte da obra do reservatório é em alvenaria e subterrâneo. Foi esgotado no fim dos anos 90 para manutenção. Já cogitaram de esvaziar o local, fazer ajustes e usar como um espaço cultural.
O reservatório atualmente abastece 16 bairros de Curitiba.
1900 - Nesse ano fizeram uma hierarquização das vias em Curitiba, definindo avenidas de acesso mais rápido, ruas secundárias, etc. Foi mais uma obra de planejamento urbanístico.
1903 – foi feito um grande colégio público, o Colégio Xavier da Silva. Curiosamente na época prevaleciam os colégios religiosos e o ensino era mais elitizado e buscava-se também manter o foco na fé cristã. E nesse início de século XX já a administração pública tentava mudar o foco para escolas públicas com formação laica e cidadã dentro do conceito de então. (era uma forma de disputa ideológica no caso). Nesse contexto o Colégio Sagrado foi feito num local proletário.
1910 - Pavimentação das ruas do centro da cidade e implantação dos bondes.
1916 - Ano em que foi edificado o Belvedere. Aquele prédio em frente ao Museu Paranaense, no Alto São Francisco, Centro Histórico de Curitiba.
1917 – Affonso Camargo assume o contrato e indeniza os sócios da Companhia de Melhoramentos de São Paulo, passando então esta a uma empresa pública. Havia muita reclamação do povo com a companhia até então. Nesse tempo todos os poços de Curitiba estavam contaminados.
1918-1919 - Curitiba enfrenta a febre tifóide que causou muitas mortes na cidade. E na época o saneamento básico da cidade era bem precário. Foi um inferno astral ao povo e ao governante.
1919 – Assume o governo o Médico Caetano Munhoz da Rocha (pai do Bento que depois de décadas foi governador do PR).
1920 – 1921 – Plano Saturnino de saneamento e urbanismo para tentar melhorar as condições de vida na cidade.
1930 – O mundo teve a quebra da bolsa de NY, recessão e esta afetou nosso País e nossa região. Considera-se que com isso vem ao fim a chamada Primeira República e vem o Estado Novo com Vargas.
Engenheiro Saturnino de Brito – o do Plano de saneamento de 1920-1921. Ele tinha na bagagem a experiência de projetar obras do gênero em Santos e Recife. Canais de drenagem para escoamento de água. No caso de Curitiba um dos exemplos é o canal da rua dos Chorões perto do SESC da Esquina.
Familias tradicionais governam o Paraná desde longa data. Um dos casos é o do governador Bento Munhoz da Rocha Neto que era filho do Médico Caetano Munhoz. Bento foi governador na época do Primeiro Centenário da emancipação do estado do PR, comemorado em 1953. (Primeiro Centenário – 19-12-1953).

Na aula seguinte haverá a abordagem do urbanismo de Curitiba na sequência do que foi visto acima.


                               Zap (41) 99917.2552 Eng.Agr. Orlando – Curitiba PR. Julho - 2019

sábado, 29 de junho de 2019

RESENHA DA REUNIÃO SOBRE SEGURANÇA DO TRABALHADOR NO MPT - CURITIBA PR - 24-06-2019




         Local do evento e data:   Anfiteatro do Ministério Público do Trabalho da 9a.região em Curitiba PR., dia 24-06-2019
         O MPT convidou o SENGE Sindicato dos Engenheiros no Paraná e fui lá designado para o mesmo.    Foi na parte da tarde.
         O tema foi o cumprimento de norma que versa sobre a Segurança do Trabalhador a cargo dos municípios.    Havia ao redor de 40 pessoas presentes entre Secretários municipais de Saúde, Emprego, lideranças de ongs do setor.    
         A abrangência da reunião foi uma Regional que envolve 29 municípios incluindo Curitiba.  Vieram seis secretários, alguns Inspetores de Segurança de Municípios e muitos faltaram.   Por redução de custos, o MPT tem convocado por e mail que para o caso teria carater oficial, mas algumas prefeituras deixam de mandar representantes, apesar da relevância do tema e das implicações legais.    Há por norma exigência de cada município, conforme a população, ter ao menos um técnico em Segurança em regime de dedicação integral, 40 horas por semana, planejando e adotando ações sobre o tema e produzindo relatórios, inclusive para envio ao MPT por força de normas.
         A não observância, pode resultar em denúncia pelo MPT ao Ministério Público e no limite resultar ao gestor, no caso o prefeito, pena por improbidade administrativa.
         A reunião foi presidida pela Procuradora do Trabalho do MPT Dra Margaret Matos.
         A norma que não é nova, exige que cada município tenha sua estrutura para cuidar da Segurança do trabalhador, incluindo veículo para visitas de campo, plano de ação, relatórios e dotação no orçamento para dar conta da realização efetiva das ações programadas.
         No relatório ao MPT deve constar algo sobre o Plano, ações, verbas no orçamento, valores, rubrica contábil, equipe técnica, etc.  
         Há relatório quadrimestral e tem vindo, os que tem vindo, com atraso.    A Procuradora deu prazo de 90 dias a mais para uns casos de atraso.
         Falou do caso de acidentes com jovens trabalhadores.   Citou o artigo 169 do Código do Processo Penal onde podem se enquadrar algumas negligências no caso.
         Notificações de acidentes.     No caso da região metropolitana, acidentes mais graves são atendidos aqui na capital e o registro pode ficar um pouco distorcido em termos estatísticos.    E males crônicos do trabalho, como intoxicação crônica em longo prazo, em geral não são captadas, apesar de serem decorrentes do trabalho.
         Aos fiscais, para terem mais impacto em visitas, tem sido sugerido que usem um tipo de uniforme que deixe clara sua ação fiscalizatória.
         Municipios dentre os que tinham representantes neste evento, que pude anotar.    Pontal do Paraná,  Quatro Barras, Rio Negro, Campo do Tenente, Lapa, Araucária, Curitiba, Mandirituba, Quitandinha, Colombo, São José dos Pinhais.
         Uma senhora que também participou da mesa (pelo Sesi, ao que parece) disse que realizaram ações com bons resultados em Maringá onde o Sindicato da Construção civil tinha pessoa com vasta experiência em acidentes do trabalho e numa articulação fizeram um curso teórico-prático para os fiscais de Saúde do trabalhador com bons resultados, além de divulgar mais essa relevante atividade.
         Dra. Margaret pede a todos os municípios para atenderem com presteza mais essa atribuição pela relevância e pelas normas legais que tratam do assunto.   Ela tem poder para notificar gestores e levar casos ao Ministério Público quando esse é o caminho indicado.     Mas o foco mesmo é ajudar para que haja efetividade na Segurança do Trabalho.
         Abril Amarelo – foco em segurança do trabalhador.   Foram feitas atividades no setor da construção civil.   Os sinistros mais recorrentes na construção civil:   Quedas de altura, choques elétricos e soterramento.
         Frase de Zocchio/2002 sobre a segurança no trabalho:
         “Não há trabalho tão importante ou urgente que não possa ser feito com segurança”.
        
         CURSO A SER REALIZADO POR PESSOAL DA FIOCRUZ  (09 a 13-09-2019 em Curitiba PR)

         Curso de 40 horas, gratuito.   Os custos para os participantes/entidades serão deslocamento, hospedagem.   O curso em si será gratuito.      A turma pode ser de até 40 alunos e esperam que atenderão toda a demanda que aparecer.    Tema:   Segurança do Trabalhador.   Inscrição no MPT 9ª. Região – Curitiba PR
         Esperam contar inclusive com pessoas representando Sindicatos de trabalhadores, além dos agentes públicos e privados envolvidos no tema.

         Isto foi o que pude anotar e espero que possa ter sido útil.

         Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida -     Conselheiro Consultivo do Senge PR
         41 999172552      orlando_lisboa@terra.com.br  
        
        
        

sábado, 22 de junho de 2019

RESENHA DA VISITA AO ASSENTAMENTO CONTESTADO - LAPA - PARANÁ - 17-06-2019


       
Data: 17-06-2019 – parte da tarde
            Anotações do Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
            orlando_lisboa@terra.com.br    (41) 999172552  Curitiba – PR
            Fomos atendidos no local pelo prestativo Sr. Antonio Capitani e família
            Quem tinha uma agenda mais específica lá no Assentamento que está completando 20 anos de existência era o meu sobrinho que atua em Ong e foi conhecer o local e coletar dados para um vídeo sobre Economia Solidária e Sustentabilidade para um concurso a ser realizado em Santiago do Chile por ocasião de evento mundial na pauta do Clima.
            Eu fui junto porque desde longa data acompanho a luta (e apoio a luta) dos acampados e assentados desde o Noroeste do Paraná (Pontal do Trigre – Querência do Norte-PR, Copavi em Paranacity), visita duas vezes à Escola de Agroecologia Milton Santos em Maringá/Paiçandu-PR, além de duas palestras com o João Pedro Stedile em Maringá e alguns eventos aqui na UFPR com auditório lotado para tratar do tema da Agroecologia e Economia Solidária.
            Em Cascavel, participei também de um grande evento do MST e Via Campesina no tema da luta na questão agrária num inverno há aproximadamente uma década ou pouco mais.
            A fazenda antiga que hoje está dividida em uma série de propriedades da Agricultura Familiar pertenceu ao Barão dos Campos Gerais e fica localizada no interior do município da Lapa, em torno de 15 km a partir da sede do município por estrada de chão batido de boa qualidade.
            A antiga fazenda tem sua casa sede ampla em alvenaria e pedras e data de 1820 aproximadamente.  A casa está restaurada, em muito bom estado e funciona como um centro administrativo do Assentamento e contém um anfiteatro para eventos.    O casarão tem no porão parte da senzala e no pátio lateral há o local onde havia o tronco e que está documentado e em estudo pela UFPR a partir de documentos cedidos pela antiga proprietária aos Assentados.
            A fazenda pertenceu por último à empresa cerâmica Incepa e consta que foi repassada à União por conta de débitos federais.    Desta, passou a ser o Assentamento Contestado desde 1999.     A área total da fazenda é de aproximadamente 3.300 há.
            Há na estrutura local uma Escola Latino Americana de Agroecologia (desde 2005) com alunos do Brasil e de mais sete países vizinhos.   A escola conta com uma biblioteca bem estruturada.  Parte do estudo é teórico/prático na escola e parte o aluno passa na propriedade aprimorando e aplicando os conhecimentos adquiridos durante o curso.      Há uma lista, além dos professores regulares, de uns 200 professores voluntários que, segundo suas especialidades e demanda, são solicitados para aulas eventuais complementares no curso.
            Lema da escola pintado na fachada por iniciativa dos alunos, de forma coletiva:
            “Estudo / trabalho / luta e valentia / é a Escola Latina de Agroecologia”
            Há também escolas abrangendo até o segundo grau completo para os alunos das famílias locais, além de capela dedicada a Nossa Senhora Aparecida.
   O Assentamento começou em 1999 com  108 famílias e por casamento de filhos, atualmente são 170 famílias no local abrangendo em torno de 600 pessoas ao todo. 
            Muitos fazem agricultura orgânica e outros optaram por agricultura convencional, mas atuam na forma de Cooperativa. 
            Fornecem por contrato produtos da terra inclusive para merenda escolar da região com foco em produtos orgânicos certificados.      Meta é de entregar 8 toneladas de legumes e verduras por semana e por conta de chuvas frequentes que afetam os produtos, estão conseguindo 6 toneladas por semana nestes dias.
            Informou que ao redor de 80% do que as famílias consomem, são produzidos aqui mesmo no Assentamento.     Alguns itens como trigo, sal e produto de limpeza vem de fora.       Estão com verba garantida para a construção de um moinho para fabricação de farinha de milho para consumo e comercialização do excedente.
            São organizados em dez núcleos de famílias havendo em cada grupo entre 8 a 16 famílias cada.    Em geral cada grupo destaca dois lideres, um homem e uma mulher.
            Cada grupo escolhe um nome de alguém que tombou na luta pela terra.
            No item infra estrutura contam com a sede (casarão histórico), armazém para fornecer itens de suprimento, escritório, fabrica de doces e compotas com câmara fria, agência de Correio, Posto de Saúde e campos de bocha e também de futebol.    Contam com quatro times locais.
            Há próximo à sede um conjunto de dois silos de alvenaria que é do tempo do tropeirismo, já que a fazenda ficava na rota dos tropeiros.
            O Sr. Antonio Capitani é uma das lideranças do local e foi quem nos recebeu e nos acompanhou durante toda a visitação.   Ele está após os cinquenta, filhos já casados, estudando História em Veranópolis-RS.   Intercala período de estudo com período de trabalho na propriedade junto com a família.    Ele faz agricultura, pecuária e agrofloresta orgânicos em sua propriedade.
            A escola de Agroecologia Latino Americana teria sido planejada num evento no RS no Governo Requião num evento que contou inclusive com a presença do então presidente da Venezuela, Hugo Chávez.       Ao escolher o local para a instalação, optaram pelo Assentamento Contestado que tinha boa infraestrutura e organização administrativa e técnica dos assentados.
            Consta que na fazenda ainda há valas de 1,5 m de profundidade que eram usadas antigamente como “cerca” para delimitar divisas de propriedade e de pastagens para os animais, quando ainda não havia disponibilidade de arame farpado.   Valas abertas com ferramentas manuais por escravos da fazenda.
            Eles tem um sistema de entrega de cestas semanais de legumes e verduras e frutas mesmo em Curitiba de forma regular.
            O Assentamento preserva extensas áreas de florestas naturais como forma de cumprir a lei vigente e mesmo há floresta acima do que manda a lei.
            Um problema meio inusitado que eles tem:   há pessoas que passam lá com carro e abandonam cães no local, sabendo que o pessoal do assentamento não deixará os animais à mingua.  
            Este foi um resumo da visita que teve as falas finais na residência do casal Capitani, sendo que nos serviram pão caseiro recém saído do forno com doce de abobora de produção local.    Ficamos muito gratos e muito bem impressionados com tudo por lá.     Vale a pena agendar uma visita ao local.

            Roteiro aproximado – (apesar que os aplicativos de navegação localizam a sede local) -  Quem vai pela Rodovia de Curitiba à Lapa, antes de chegar à cidade há um pedágio e imediatamente após o pedágio, há entrada à direita com placa indicando o Assentamento.   Daí segue por estrada de chão e numa bifurcação tem placa indicando para seguir rumo á direita e se chega à sede local do Assentamento)


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     Abaixo, foto da Casa sede com anfiteatro - casarão de 1820
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   Lateral do casarão
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Anfiteatro no Casarão
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detalhe da janela do casarão abaixo

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 abaixo - detalhe da parede exposta em parte para se ver a estrutura das paredes (1820)
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Abaixo - detalhe da pintura original do casarão
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  Abaixo, foto da parte de trás do casarão.   Aqui nesse porão era uma senzala para os escravos que serviam a casa em si.    Notar que foi feito recente um aterro no piso tornando o espaço de pouca altura.   Também o piso acima que era de assoalho foi adaptado para uso local atual.
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Abaixo, dois silos de alvenaria para guardar feno do tempo dos tropeiros.  Aqui era parte da rota dos tropeiros.
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Abaixo, local de fabricação de doces e compotas e de embalagem de verduras e legumes.

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