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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

CAP. 02/20 - fichamento - livro - UM PACIENTE CHAMADO BRASIL - OS BASTIDORES DA LUTA CONTRA O CORONAVIRUS - Autor: Luiz Henrique Mandetta

 CAP 02/20     - novembro de 2020

         Em 2019 o Ministro Mandetta esteve em reunião na Assembléia da OMS Organização Mundial da Saúde e a Lelé, diplomata, coordenou a reunião dos BRICS Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul.    Nessa reunião, o Mandetta conheceu ministros da saúde desses países.

         Página 14 – A Índia é responsável por mais de 90% das matérias primas para medicamentos e a China produz mais de 95% dos insumos da área médica”.    O Ministro da Saúde da China – Ma Xiaowei.

         No jantar do evento de Davos o Mandetta ficou sabendo que Tedros Adhanom (da OMS) não poderia ir mais ao evento por causa dos trabalhos relativos ao novo coronavirus.

         14 – Na OMS, o duro para se articular para dar a notícia ao mundo e desencadear cancelamento de voos etc.     Já tinha ocorrido dificuldades no caso da H1N1 inclusive com redução do PIB mundial.

         A OMS entrou numa situação de problema sanitário e também de problema político.

         16 – Cidade de Davos – tem 11.000 habitantes, fica a 400 km da capital da Suiça e no meio das montanhas.   Voo não chega até lá, a não ser de helicóptero.   O mais usual é trem.      No evento, frio próximo de zero graus.    O Mandetta disse que era fumante até então e lá deixou de fumar.

         17 – Em Davos, primeiro encontro do Mandetta foi com Socorro Gross, da OPAS Organização Panamericana de Saúde.   Ela é da Costa Rica.   Ela em 2019 articulou para acalmar os ânimos do governo brasileiro no caso dos médicos cubanos que aqui atuavam.

         17 – Mandetta dá opinião pessoal contrária à forma que foi o convênio dos médicos cubanos com aval da OPAS.   Diz ele que serviço médico não é mercadoria....   (tem muita controvérsia nessa posição).

         18 – A sede da OPAS fica nos USA.      Citou caso de processo de alguns poucos médicos cubanos que queriam reembolso maior no serviço feito fora do país com aval da OPAS.   Mas citou que havia quatro processos individuais de médicos que atuaram no Brasil, isto em milhares de médicos que foram do Programa e são pouco representativos do conjunto.

         18 – No evento de Davos foi ver as discussões das empresas que atuam na área de saúde como negócio para se inteirar de como elas trabalham o tema.   Estavam lá também os ministros da saúde da Alemanha, Nova Zelândia e da Suiça – a anfitriã.

         18 – No ano anterior (2019) o Mandetta foi a Osaka no Japão para uma reunião do Grupo G20 dos países mais ricos.    “Ainda que o foco fosse comércio, lá se discutiu o acesso universal a tratamentos de saúde, algo que logo depois da pandemia se tornaria uma questão central”.

         ...”Como que antevendo que os sistemas seriam tensionados por uma nova doença, os ministros dos vinte países trataram a saúde como um bem global”.      (isto que a reunião era para tratar de temas gerais e a saúde foi um item de pauta apenas)

         19 – Diferente de evento da OMS e do G20, as reuniões do Forum Econômico Mundial é menos formal e o foco é mais no mundo dos negócios.    Encontros agendados, hora marcada, pontual (Suiço), hora para terminar e dois minutos antes, alguém do apoio avisa que faltam dois minutos.   Encerram as reuniões no horário.

         19 – Citou alguns dos contatos que teve em Davos.   Tipo, com dirigente da Bill & Melinda Gates Foundation, os CEOS das gigantes farmacêuticas como Roche, Novartis e Jhonson & Jhonson.     O foco do Mandetta no caso era explicar a gravidade da tuberculose, a doença bacteriana que mais mata no mundo.

         21 – O jovem chinês dos bitcoins que numa restrita reunião de banqueiros e investidores em projetos na área de saúde.   Banqueiros oferecendo de 2 a 20 milhões e o jovem com roupa e jeito descolado pede mais informação e recebe olhares tortos.   Até que ele fala que representava um fundo que tinha disponível 100 milhões de dólares para projetos.    Aí passaram a ve-lo de outra forma.   

         Davos é cidade bem pequena e espaços são poucos e reuniões como essa específica são feitas em ambientes alugados do comércio.   Esta reunião citada pelo Mandetta foi numa sala de uns 25 m2 em cima de uma panificadora onde se reuniram umas dez pessoas.   E o ministro diz que depois da covid 19 esse tipo de reunião não ocorrerá mais de forma presencial.   Imagina o risco de alguém contaminar os velhos donos do capital e ainda espalharem doença por seus países.   As reuniões de agora em diante tendem a ser por vídeo conferência.

         Lá em Davos se esmeraram contra o risco de terrorismo e o potencial risco poderia ser  um vírus (a maioria dos executivos do evento são idosos) e não havia cuidado com o risco de doença contagiosa.

         “Foi a última reunião global do mundo dito normal”

         23 – Num jantar em Davos para mais ou menos 400 pessoas do evento, o presidente da Colômbia, Iván Duque em sua fala alegou perseguição política na Venezuela por Maduro e pediu apoio a Juan Guiadó, que lidera a oposição do país.    

                                  Continua no capítulo 03/20  

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

CAP. 01/20 - fichamento - livro - UM PACIENTE CHAMADO BRASIL - Autor: Luiz Henrique Mandetta - Médico e ex Ministro da Saúde na pandemia

NOVO - Fichamento - livro : UM PACIENTE CHAMADO BRASIL - Autor: Luiz Henrique Mandetta (médico) ex Ministro da Saúde
CAP 01/20
Página 7 – Luiz Henrique Mandetta, “quinto filho de um pai médico com dedicação integral à medicina, o modelo de criação que tive foi forjado pela presença absoluta de uma mãe forte e um pai dócil”.
Chegava a acompanhar o pai, quando garoto, em algumas das visitas médicas domiciliar.... “e aprendi que há um momento em que a doença só pode ser vencida com a união de todos e que a palavra do médico tem o dom de curar”.
“E se ela não puder curar, deve controlar e, caso não possa curar nem controlar, tem que confortar. Médico não abandona o paciente”.
Ele fez Ortopedia Pediátrica como especialidade da medicina “porque sempre me incomodou ver uma criança sem poder brincar e explorar a vida”.
Fez também cursos de Gestão na FGV Fundação Getúlio Vargas. Foi Secretário da Saúde em Campo Grande – MS. Exerceu por dois mandatos o cargo de Deputado Federal pelo MS pelo DEM – Democratas, eleito em 2010 e reeleito em 2014.
8 – Na Câmara Federal conheceu o então deputado Bolsonaro. Decidiu não concorrer a um terceiro mandato. Queria se transferir para o RJ, que que a esposa é de lá e no Rio nasceu seu primeiro neto.
9 – Declara no livro que votou no Bolsonaro para presidente.
Sobre ser Ministro da Saúde. “Ele fez o convite”... “ele me deu total liberdade para formar a equipe”. “Conheço o SUS Sistema Único de Saúde a fundo e escolhi essa equipe com todo zelo e critério técnico”.
“Sempre fui muito bem recebido na Câmara e no Senado”. Articulava tem com os dois conselhos. O CONAS Conselho Nacional de Secretários de Saúde e com o CONASEMS Conselho Nacional de Secretários Municipais da Saúde. Também bem articulado com Universidades e Institutos de Pesquisa do ramo. “O clima era de otimismo e participação”.
Em janeiro de 2020 já chegou a ele e equipe, rumor do novo vírus. Através da Secretaria de Vigilância em Saúde do MS Ministério da Saúde, comandada por Wanderson Oliveira, este contatou a China para obter mais detalhes. Mais tarde a China oficializou ao mundo a onda do novo vírus.
“... ‘afetou todos setores da sociedade, forçando líderes a tomarem medidas duras para preservar o maior patrimônio de uma Nação: Vidas.”
... cuidar de um Paciente Chamado Brasil. (leva o nome do livro)
Página 11 - Capítulo 1
Dia 20-01-2020 Mandetta chegou a Davos na Suiça para o Forum Econômico Mundial. “.... desenvolvimento .... mantendo o capitalismo vibrante.... tentando levar em conta a responsabilidade social do lucro”.
11 – “StopTB – tem um Conselho para combate à tuberculose em nível mundial por ser esta a doença bacteriana que mais mata no mundo”. A meta é erradica-la até 2030. Foi esta pauta que o levou a Davos.
12 – Até então o Ministro da Saúde do Brasil não tinha inserção internacional. O Mandetta visitou o Serviço de Saúde da Inglaterra, USA e Israel em busca de técnicas de alta complexidade, além de avanços em genética de interesse da medicina.
13 – Discutiu em Davos sobre a OMS Organização Mundial da Saúde. “A OMS estava sendo financiada pelos países ricos e justificava sua existência com os países pobres, sobretudo os da África”.
13 – Paises nem pobres nem ricos como o Brasil ficavam meio no limbo. Não contribuíam com a OMS e não recebiam dela muita atenção.
A Embaixadora do Brasil em Genebra (na Suiça), Maria Nazareth Farani Azevedo, a Lelé, esposa do Presidente da OMC Organização Mundial do Comércio, Roberto Carvalho de Azevedo, entidade que também tem sede na Suiça.
Ela conhecia muito bem as pautas da saúde.

Continua no capítulo 02/20 (cada dia, um) 

terça-feira, 3 de novembro de 2020

CAP. 20/20 (FINAL) fichamento - livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

 CAP 20/20 (FINAL)         novembro de 2020  (ela presenciou o julgamento)

         Página 307 -  “desejo de morte”.     “Essa foi a inesperada conclusão a que certos críticos escolheram chegar sobre a `imagem` de um livro – criada por certos interesses grupais – no qual eu teria dito que os judeus haviam se matado a si mesmos”.

         308 - ...”se alguém que não estava presente tem direito de julgar o passado”;  ..  

         Polêmica sobre o livro.    “... e isso até mesmo na  contribuição de gente que se gabava de não ter lido o livro e que prometia não o ler nunca”.

         308 – Cobram da autora outros detalhes da história do povo judeu etc.   “O relato de um julgamento só pode discutir as questões que foram tratadas no curso do julgamento...”

         309 – “Pode-se afirmar que a questão não é mais um ser humano particular, um único indivíduo no banco dos réus, mas sim o povo alemão em geral... ou o conjunto da história moderna, ou da natureza do homem... – a ponto de no fim das contas toda a espécie humana estar sentada atrás do acusado no banco dos réus”.

         310 – “Eu era e sou da opinião que esse julgamento devia acontecer no interesse da justiça e nada mais”.

         312 – O nazismo começou executando os doentes mentais etc.    ...” o princípio da seleção é dependente de fatores circunstanciais”.

         É bem concebível que na economia automatizada de um futuro não muito distante os homens possam tentar exterminar todos aqueles cujo quociente de inteligência esteja abaixo de determinado nível”

         (como leitor destaco:   Esta frase da autora é de um livro editado pela primeira vez em 1963, logo depois do Julgamento.     Lendo o livro 21 Questões para o Século XXI do judeu Yuval N. Harari, recente, ele coloca como uma das previsões do que pode acontecer no futuro da humanidade, algo muito semelhante a essa aterradora hipótese.    Externar é alertar para que não se materialize e essa é uma das virtudes dos autores)

         312 – “Em sua sentença a corte naturalmente concedeu que tal crime só podia ser cometido por uma burocracia gigante usando recursos de governo”.

         315 – “Ordens manifestamente criminosas não devem ser obedecidas...”

         318 -  ...”crime novo de massacre administrativo”.

         FIM.            Final de leitura dia 27-10-2020

(próximo livro a ser lido e elaborado fichamento:   Um Paciente chamado Brasil -   Mandetta)

CAP. 19/20 - fichamento - livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

CAP. 19/20                 novembro 2020  (a autora presenciou o julgamento)

         Página 299 – “O problema com Eichmann era exatamente que muitos eram como ele, e muitos não eram nem pervertidos, nem sádicos, mas eram e ainda são terrível e assustadoramente normais”.

         ...” esse era um tipo novo de criminoso...  que comete seus crimes em circunstâncias que tornam praticamente impossível para ele saber ou sentir que está agindo de modo errado”.

         300 -  ... “na linguagem dos nazistas, que eles tinham perdido sua luta para `libertar` a humanidade do `domínio dos subumanos`, principalmente da dominação dos Sábios de Sion...”

         “ Algum deles teria sofrido de consciência pesada se tivesse vencido?”

         300 - ...”que o mal viola uma harmonia natural que só a punição pode restaurar; que uma coletividade vitimada tem o dever moral de punir o criminoso”.  (frase de Yosal Rogat)

         ... “a justiça não deve ser apenas feita, ela deve ser vista”.

         303 – Pós – Escrito

         306 – Ela, a autora, foi combatida por setores da imprensa que buscavam manipular a opinião pública.     A polêmica sobre o livro (publicado em 1963) chegou dos USA até a Inglaterra e demais países da Europa antes do livro ter sido lançado no velho continente.

         Uma das polêmicas:    ...”quanto a saber se os judeus podiam ou deviam ter se defendido”.         Página 308 -   “... se alguém que não estava presente tem direito a julgar o passado”.

         “Eu havia descartado a questão como tola e cruel, porque atestava uma total ignorância das condições da época”.

         Próximo capítulo    20/20   (final)          27-10-2020   

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

CAP. 18/20 - fichamento - livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

 CAP 18/20     - novembro de 2020

         283 – Da retórica da acusação:   “que o julgamento fora instaurado não a fim de satisfazer as exigências da justiça, mas para aplacar o desejo e talvez o direito de vingança das vítimas”.

         Mesmo que a vítima perdoe, tem que o Estado agir e processar   (dentro de sua jurisdição).

         “É que o crime não é cometido só contra a vítima, mas primordialmente contra a comunidade cuja lei é violada”.

         “é a ordem pública que foi tirada do prumo e tem que ser restaurada”.

         286 – O precedente do julgamento de Israel no caso.     “O que vamos dizer amanhã se um estado africano resolver mandar seus agentes ao Mississipi para raptar um dos líderes do movimento segregacionista local?” E o que vamos responder se uma corte de Gana ou do Congo citar o caso de Eichmann como precedente?

         287 – A Argentina tem uma tradição de não extraditar criminosos nazistas.   Inclusive no caso de Josef Mengele – que foi envolvido com experimentos horripilantes em Auschwitz usando judeus como cobaias.

         287 – Alguém cogitou que haveria a hipótese da polícia secreta de Israel matar Eichmann na Argentina.   Mas o caso foi o sequestro e julgamento.

         288 – “E havia o caso do armênio Tehlirian que em 1921, no meio de Berlim, atirou e matou Tallat Bey, o grande matador dos pogroms armênios de 1915, nos quais se acredita que foi massacrado 1/3  (600.000 pessoas) da população armênia da Turquia”.      O assassino matou para alertar o mundo sobre o genocídio e cobrar punição aos genocidas.    Se entregou à polícia já que executou o genocida.    Foi julgado e inocentado.

         ....”usou o julgamento, por intermédio da corte, para mostrar ao mundo quais crimes haviam sido cometidos contra seu povo e que esses crimes estavam impunes”.

         288 – Já na década de 1920 houve casos contra genocidas e na época se “levantou a questão de que os judeus nunca se defendiam...”

         Os armênios também viviam como nação sem pátria.

         290 – História de sofrimento do povo judeu... “   da catástrofe que se abateu sobre eles com Hitler, na qual 1/3 deles morreu”...

         290 – “As leis de Nuremberg de 1935 legalizavam a discriminação praticada antes dessa data pela maioria alemã contra a minoria judaica”.

         291 – “A expulsão de cidadãos, em outras palavras, já em si um crime contra a humanidade, se por humanidade se entende não mais que a política da boa vizinhança”.

         293 – “A própria monstruosidade dos fatos é minimizada diante de um tribunal que representa uma nação apenas”.

         293 – Por outro lado, antes os países ocupados, depois da guerra puderam julgar os alemães pelo genocídio de cidadãos dos seus países.

.......................... continua no capítulo 19/20

CAP. 17/20 - fichamento - livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

                capítulo 17/20      - novembro de 2020

 

         271 – O reu enviou carta ao presidente de Israel pedindo clemência.   Recebeu de várias entidades, carta apoiando o pedido de clemência.   Buscava-se evitar a pena de morte para o caso.    Sem negar culpa do reu.

         Algumas entidades que enviaram carta de solidariedade:    Conferência Central de Rabinos Norte-Americanos; Representantes do Judaismo Reformado de Israel; um grupo de professores da Universidade Hebraica de Jerusalém, chefiado pelo Professor Martin Buber.

         Dia 29-05-1962 – segundo julgamento do reu.    O presidente de Israel não aceita o pedido de clemência.  Dia 31-05-1962 o réu é enforcado pouco antes da meia noite.    Seu corpo foi cremado e suas cinzas foram espalhadas no Mar Mediterrâneo fora das águas israelenses.   Foi enforcado na quinta feira porque na sexta, sábado e domingo são dias sagrados nas principais religiões de Israel.

         Eichmann foi para o cadafalso com grande dignidade.    Sobre o capuz preto, ele dispensou.  “Não preciso disso”.    ...”expressando assim de maneira comum dos nazistas que não era cristão e não acreditava na vida depois da morte”.      No final do final, deu um Vila à Alemanha; um Viva à Argentina e um Viva à Austria.

         “Foi como se naqueles últimos minutos estivesse resumindo a lição que  este longo curso de maldade humana nos ensinou – a lição da temível banalidade do mal, que desafia as palavras e os pensamentos”.

         275 – EPÍLOGO

         “O objetivo de um julgamento é fazer justiça, e nada mais”.

         Fora disso...  “só pode deturpar a finalidade principal da lei: pesar as acusações contra o reu, julgar e determinar o castigo devido”.

         ...”o processo judicial tem seus próprios meios que são determinados pela lei, e que não mudam, seja qual for a matéria do julgamento”.

         276 – Se fosse para ser julgado por crime contra a humanidade, o fórum era o tribunal internacional, não o de Israel.

         278 – As duas bombas atômicas lançadas pelos USA no Japão são “crimes de guerra” no sentido da Convenção de Haia.

         278 -   ...”os Tribunais Internacionais Militares eram internacionais só no nome, sendo de fato cortes dos vitoriosos, e a autoridade de seu julgamento, duvidosa em qualquer caso...”

         281 – O nome do tribunal de Nuremberg que julgou muitos criminosos nazistas após a guerra:  Tribunal Militar Internacional de Nuremberg.     “Foi instituído para criminosos de guerra...”

         282 -  “o advogado que defende um assassino não defende o assassinato”.

         282 – Curiosamente os crimes foram cometidos contra judeus, antes da existência legal do Estado de Israel, este que foi criado depois da II Guerra Mundial, portanto após 1945.    Por outro lado, a Nação dos judeus sempre existiu.

         283 – Da retórica da acusação:   “que o julgamento fora instaurado não a fim de satisfazer as exigências da justiça, mas para aplacar o desejo e talvez o direito de vingança das vítimas”.

         Mesmo que a vítima perdoe, tem que o Estado agir e processar   (dentro de sua jurisdição).

         ............. continua no capítulo 18/20

domingo, 1 de novembro de 2020

CAP. 16/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

 

CAP. 16/20

         Página 261 -  (do total de 322) – “... a Argentina, embora tenha efetivamente oferecido asilo a muitos conhecidos criminosos nazistas, havia assinado a Convenção Internacional, declarando que os perpetradores de crimes contra a humanidade não serão considerados criminosos políticos”.    

         261 -  Eichmann estava na condição de apátrida (sem nacionalidade), o que o levou a ser sequestrado e levado a julgamento.   Ironicamente ele era especializado em cassar a cidadania dos judeus na Europa para depois deportar os mesmos.

         262 – O momento do sequestro dele em Buenos Aires.  Três pessoas, serviço rápido, eficaz e sem violência desnecessária.  Logo ele percebeu que se tratavam de profissionais.

         263 – Por iniciativa dos agentes, ele assinou um documento aceitando enfrentar um julgamento em Israel.

         Foi capturado em maio de 1960.   (quinze anos depois do fim da guerra)

         263 – A esposa dele deu parte na polícia sobre o sumiço dele, mas não revelou a verdadeira identidade de Eichmann.   Isto facilitou o trabalho dos agentes que o levaram ao aeroporto e embarcaram ele num voo para Israel.     Se a polícia argentina soubesse a verdadeira identidade dele, seriam barrados no aeroporto, muito provavelmente.

         264 – O que pesou para ele desistir de novas fugas.   Gente conhecida dele que foi em 1959 para a Alemanha e tinha depoimentos da juventude do país que tinha arrependimento por tudo que aconteceu.    Foi para o reu um marco e ele sentiu que tinha que pagar a sua cota pelos erros”.

         “Queria fazer a minha parte para aliviar a carga de culpa da juventude alemã...   inocentes dos acontecimentos e dos atos dos seus pais durante a guerra”.

         “Evidentemente tudo isso era conversa oca”.   No exame policial antes do julgamento ele disse   “sei o que o que me aguarda é a sentença de morte”

         “Havia alguma verdade por trás da conversa oca...”

         266 – Em 14-08-1960 já havia encerrado tanto a parte de acusação como a de defesa e a corte foi suspensa por quatro meses para depois ter a fase da sentença.    A sentença viria em 11-12-1961.

         Todos os crimes enumerados nos Itens 1 a 12 do processo levavam à pena de morte.

         270 – Na sexta feira, dia 15/12/1961 as 9 horas da manhã foi pronunciada a sentença de morte pela forca.

         271 -  A acusação fez prevalecer a versão de que o reu “não recebera nenhuma ordem superior.    Ele era o próprio superior...”    Dava a entender que se não houvesse a figura de Eichmann não haveria o genocídio na proporção que houve.   (o que seria um exagero do julgamento)

         271 – O reu enviou carta ao presidente de Israel pedindo clemência.   Recebeu de várias entidades, carta apoiando o pedido de clemência.   Buscava-se evitar a pena de morte para o caso.    Sem negar culpa do reu.

         (no próximo capítulo haverá o nome das entidades inclusive judaicas que pediram clemencia)