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domingo, 13 de dezembro de 2020

CAP. 05/10 - fichamento - livro - A GRANDE AVENTURA DOS JESUÍTAS NO BRASIL - Autor: Jornalista TIAGO CORDEIRO

 CAP 05/10                dezembro de 2020

         Nesses primeiros tempos, homens brancos vivendo como índios, incluindo João Ramalho.    Este, casado com a índia Bartira, filha do cacique Tibiriçá.   

         São Paulo e os índios Tupiniquins.  Tribos inimigas na região:  Carijós, Tupinambás e Tamoios.  (eram rixas de séculos entre eles)

         João Ramalho foi um grande líder entre os Tupiniquins e morreu com idade perto dos cem anos.

         57 – João Ramalho fundou o que hoje é a cidade de Santo André.   Praticavam o lucrativo comércio de índios escravizados.

         O colégio jesuíta de São Paulo – alfabetizava índios em Tupi, em latim e ensinava carpintaria e marcenaria aos alunos.

          Por essa época, pouco antes e pouco depois, surgiram as cidades de São Vicente, Salvador, Rio de Janeiro, Olinda, São Luis, Ilhéus e Recife.

         Para filhos de europeus, ensino:  latim, matemática e astronomia (importante para navegação inclusive).

         Índios com apoio dos Jesuitas não eram escravizados.  Eram catequisados.

         58 – Os índios catequisados passaram a permanecer no local e ter única esposa.      O primeiro agrupamento partindo de São Paulo, foi São Vicente, distante 60 km de São Paulo.

         No Rio de Janeiro, colégio Jesuita de 1567 no Morro de São Januário.

         O Padre Nóbrega, falando de cultivo de frutas, reclama das formigas cortadeiras de folhas (saúvas).    A mandioca já era cultivada pelos nativos daqui antes da chegada do colonizador e passa a ser usada também na fabricação de pão, em substituição ao trigo que já era de uso na Europa.

         60 – Nóbrega era de lágrima fácil.    Confissão, pela regra canônica não pode ter terceiro assistindo, pois é sigilo e não comporta intérprete.  Padre e quem estava fazendo confissão tinham que se entender no que se dizia.    (jesuíta e índio, no caso)

         70 – Religioso na época – tinha o poder de levar culpados à autoridade.    Houve um caso de um índio que matou um cristão.   Resolveram amarrá-lo à boca de um canhão e disparar.   Pena para servir de exemplo e inibir novas ocorrências.   Convencer também pelo medo.   Busca de conversão ao cristianismo.

         Padre Manuel da Nóbrega e o fornecimento de terras aos convertidos, o tanto que lhes bastassem.

         Ano 1580.   Portugal passa a ser comandado pelo Rei da Espanha Felipe II.    Unificação das colônias na América do Sul.   Os Jesuitas perdem a exclusividade de serem missionários no Brasil.

         71 – No início, Manuel de Nóbrega pensou que os índios não tinham religião.  Tinham religião, inclusive o deus deles é Tupã, o trovão.

         Os Jesuitas passam a  comparar Deus ao Pae Tupane.

         83 – Os jesuítas tinham chicote para auto flagelo e em caso de tentações carnais.    Padre José de Anchieta - Versos na areia da praia de Iperoig.  Mais de quatro mil versos.  Poema da Virgem.

         O padre Anchieta também era de elevada cultura e deixou importante obra literária.  Obra só suplantada mais adiante pelo famoso Padre Antonio Vieira.

         90 – Anchieta veio ao Brasil com a idade de 19 anos e já padre Jesuita com noções de Filosofia e Teologia.   Dominava quatro idiomas:  latim, grego, espanhol e português.   Atuou inclusive em Ubatuba-SP

         90 – Anchieta introduziu o Teatro no Brasil.  Também introduziu a dança do cateretê.    (que ao que eu saiba só era dançada por homens)

         91 – Tupansy – Mãe do deus Tupã.    O demônio era Anhangá.  Para denominar anjo, Anchieta ajusta o termo Kararbebê.    Anchieta recebeu o apelido de profeta voador.   Aparecia rápido e de repente de um lugar a outro.

         92 – Só pregar na língua nativa não bastava.  Tinha que também mostrar serviço.   Atender nas doenças, remédios etc.

         92 – Em 1562 uma epidemia de varíola matou mais de 30.000 índios e um terço dos moradores de aldeias Jesuitas.   

         93 –Chá de casca de raiz de sassafrás para artrite.

         94 – Aplicação de sangue-sugas para controle de algumas doenças.

         95 – Prosperidade dos jesuítas na  cidade do Rio de Janeiro.  Tinham a Fazenda Santa Cruz a oeste da cidade.  Plantavam com mão de obra escrava.

         95 – Hospital erguido em 1700 era grande para a época.   As propriedades dos Jesuitas tinham infraestrutura própria como oficinas, boticas (farmácias), escolas e isto causava desconfiança nos do poder político.   Eles tinham no RJ cerca de 60.000 cabeças de gado bovino.    Já nas fazendas dos jesuítas do Nordeste, o rebanho bovino não chegava a 20.000 cabeças.

         Segue capítulo 06/10

sábado, 12 de dezembro de 2020

CAP. 04/10 - fichamento - livro - A GRANDE AVENTURA DOS JESUITAS NO BRASIL - Autor: Jornalista TIAGO CORDEIRO

CAP. 04/10                dezembro de 2020

         Página 50 -  No Brasil os Jesuitas chegaram logo no início da colonização e tiveram exclusividade para atuar em missões.  Na época (anos 1500) Portugal era o país mais agressivo em colonizar em várias partes do mundo.     O rei João III requisita a Roma, Jesuitas para missões em apoio à colonização.    Só chegaram mandar dois padres Jesuitas, porém dois muito bem preparados,  Francisco Xavier e Simão Rodrigues, ambos fundadores da Companhia de Jesus.

         Xavier foi enviado por Portugal à Índia e Simão Rodrigues foi designado para cuidar do Brasil e este enviou para cá o Padre Manoel da Nóbrega.    “Nenhum europeu foi tão importante na colonização do Brasil quanto Manuel da Nóbrega”.

         Nobrega chegou na Bahia em 29-03-1549 – para Porto Seguro-BA.  (conheci em Porto Seguro a capela e a ruina do colégio Jesuita onde atuou Manoel da Nóbrega).  Depois de vasta obra, morreu no Rio de Janeiro em 1570.

         Em missão, percorreu o litoral de toda a colônia de então.  Desde São Paulo até Pernambuco.    (conheço em Itanhaém – litoral de SP um tempo que foi dos Jesuitas e abrigou Anchieta e Nóbrega, pelo que consta)

         51 – Nóbrega ajudou de forma decisiva na fundação de três cidades fundamentais para a colonização:  Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.

         Começou por Salvador.  Lá chegou com o militar Tomé de Souza.

         Portugal ficou de 1500 a 1549 praticamente com o Brasil às moscas porque via na Ásia mais potencial econômico.   Nessas cinco décadas, holandeses e franceses aportaram por aqui.

         O primeiro governo na Bahia data de 1549.  O início da cidade é onde hoje fica o Farol da Barra em Salvador.

         No local tem a capela de Nossa Senhora da Graça.

         Diogo Alvares, o Caramuru.   Morador ilustre.   Região dos índios Tupinambás, que contava com aproximadamente 5.000 índios e a população de portugueses por lá no começo era em torno de 100 pessoas.

         Tomé de Souza, 46 anos, filho ilegítimo de um padre, veio para o Brasil contrariado, pois gostaria de ter ido para a Índia.

         52 – Estrutura.   Seis navios, mil homens com ofícios.   Militares, carpinteiros, ferreiros, um médico, centenas de degredados e seis Padres Jesuitas.

         Aportam em São Salvador, na Bahia.   Local alto e plano, numa baia boa para aportar os navios e adequado para vigia e defesa da costa.

         53 – Jesuitas de mentalidade moderna para  sua época.

         53 – Pela forma dos portugueses administrarem, frustraram as tentativas via capitanias, com grandes extensões de terra para alguns donatários.   Distribuir enormes áreas aos nobres para que estes, por conta e risco explorassem e colocassem infraestrutura na colônia.   Parte do lucro seria da Coroa Portuguesa.   Já tinha o modelo dado certo em Portugal após a longa ocupação dos Mouros e mesmo em outras províncias de Portugal.

         No Brasil o modelo fracassou e só deu certo em Pernambuco.   Inclusive mais perto da Europa.

         Eram 12 capitanias, cada uma com extensão aproximada de um país da Europa.    A capitania de Porto Seguro ficou ao donatário Pedro do Campo Tourinho que em 1553 visita São Vicente (SP), a primeira Vila além da capital São Salvador.

         Manuel da Nóbrega viajou muito na nossa costa em missão.    Em 1565 passou por São Paulo em missão, este povoado inaugurado em 1554.  Ficou um tempo pela região da costa paulista como Itanhaem-SP onde há tempo que foi dos Jesuitas.

         54 – O povoado de São Paulo foi localizado próximo da Aldeia Inhapambuçu, perto de onde se localiza o Mosteiro de São Bento.   O cacique Tibiriçá era então o líder de aproximadamente 25.000 índios da área Tupiniquim.

         Os jesuítas concentraram seus esforços em São Paulo e a metade dos 26 jesuitas que estavam no Brasil passaram a atuar em São Paulo.

         55 – São Paulo – clima bom, vegetação baixa.  Acesso aos índios.

         Primeira missa em 1553 no local.   A segunda missa foi dia 25-01-1554 e nesta data se comemora o aniversário de fundação da cidade de São Paulo e não por coincidência, no dia comemorativo a São Paulo Apóstolo – dia da Conversão dele ao cristianismo.

         Por isso, resolveram mudar o nome de Piratininga para São Paulo.

         Em 1667 o Colégio foi reconstruído (e a Igreja anexa).   Feitos de pedra assentada e barro.     Desde 1583 o Colégio e Igreja anexa faziam a benção das rosas para homenagear Nossa Senhora do Rosário.   Havia no local biblioteca com 8.000 títulos.

         Nesses primeiros tempos, homens brancos vivendo como índios, incluindo João Ramalho.    Este, casado com a índia Bartira, filha do cacique Tibiriçá.

         Continua no capítulo 05/10 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

CAP. 03/10 - fichamento - livro - A GRANDE AVENTURA DOS JESUITAS NO BRASIL - Autor: Jornalista Tiago Cordeiro

 CAP. 03/10          dezembro de 2020

         Página 41 – Sempre o colonizador europeu “usava” os missionários.  Franceses em Quebec e Ontário (Canadá).     Em 1609 trouxeram os Jesuitas.

         Ingleses – enviaram também missionários junto com os colonizadores das então Sete Colônias que depois formaram os USA.   Por lá os missionários jesuítas chegaram a partir de 1634 – para Maryland – apoio aos colonizadores.

         A partir de 1556 – espanhóis – apoio de jesuítas para a Flórida, México e Peru.

         Portugueses – apoio de jesuítas desde 1549.     Outras colônias dos europeus seguiram essa toada.

         42 – Os hurões do Canadá – Tribos muito organizadas.  Dieta incluindo milho e comiam carne de cachorro.   Tinham o namoro já parecido com o dos civilizados europeus.   E permitiam o “test drive” do casal antes de formalizar a união por semanas e poderiam continuar ou desistir um do outro.   Mesmo após casados, podiam se divorciar.

         Os Hurões apostavam muito.  Nisso eram inveterados.  Usavam em seus jogos peças de madeira pintadas um lado de preto e outro de branco.  Jogavam sobre uma vasilha de madeira.  Ganhava quem tirasse mais lado branco para cima.   Ganhava quem acertasse quantas de cada cor caia com essa face para cima.

         43 – Festa com carne de caça.  Todos eram convidados.

         O missionário Bréfeut ficou no Canadá de 1625 a 1629 e voltou para o Canadá em 1633.

         Vários Jesuitas foram mortos de forma cruel lá no Canadá primitivo.

         45 – Na grande Flórida.  Quente, úmida e pântanos frequentes.  Índios de muitas tribos.  Os Jesuitas chegaram àquela região em 1556 com os espanhóis.

         Lugar mais promissor aos missionários:  Cidade do México.   Lá chegaram em 1572.   Missionários de outras ordens chegaram antes dessa data.  Eram Agostinianos, Dominicanos e Franciscanos.

          Colégios para educar colonizadores europeus e depois, também, alguns índios.   O foco era usar a Educação para obter conversões ao catolicismo – cristianismo.

         47 – Descobertas minas de prata na Califórnia e Arizona.

         47 -  Eusebio Kino.  Missionário e  cartógrafo, realizou aproximadamente 40 expedições pela região entre 1687 e 1711.   Percorreu aproximadamente 130.000 km em lombo de cavalos.  Teve fazenda de gado por lá.

         47 – Peru – Chegaram os Jesuitas em 1568, depois dos Agostinianos, Dominicanos e Franciscanos.

         Perú, Paraguai, Bolívia, nessa ordem.

         Igreja de São Pedro em Lima no Perú, datada de 1638, estilo Barroco.   E construíram uma Biblioteca Nacional em Lima.  Obra dos Jesuitas.

         48 – Missionários nos USA ganharam, como os demais homens, seus quinhões de terra.  Havia inclusive plantio de tabaco.

         49 – Anglicanos e “puritanos”.    Nos USA a Companhia de Jesus foi banida em 1773.   Nesse tempo a Ordem tinha muitos fieis, fazendas, igrejas e demais infra estrutura.   Nas fazendas, como os demais colonizadores, usaram mão de obra de escravizados africanos.

         Um teórico, frei Dominicano – Bartolomé de las Casas – século XVI – defendia que a escravidão era compensada por se ter o “ganho” da fé cristã.... (incutida à força)...   e os convertidos seriam salvos do inferno...

         Atualmente na América do Norte, 22% dos Jesuitas do mundo.  São ao redor de 2.400 missionários.  Nos USA não foram responsáveis por inaugurar grandes cidades, ao contrário do que ocorreu na América do Sul.

         Em São Paulo, inauguraram a cidade de São Paulo em 1554.   Antes das missões na China e no Canadá.

         ................. continua no capítulo 4/10

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

CAP. 02/10 - fichamento - livro - A GRANDE AVENTURA DOS JESUITAS NO BRASIL - Autor: Jornalista Tiago Cordeiro

 CAP. 02/10 -             dezembro de 2020

Página 27 – Inácio mais seis seguidores das ideias dele fundaram em Paris, no bairro de Montmartre, a Ordem dos Jesuitas dia 15-08-1534. Isto na igreja de Saint Denis.
Em 1537 ele optou pelo nome de Inacio por ser mais fácil de ser pronunciado. Criou a ordem com o nome de Sociedade de Jesus, mas ele nunca usou aos seus membros o nome de Jesuita.
Objetivo principal do grupo: viajar a Jerusalém e converter os de lá ao cristianismo. Em 1540 conseguiu que sua Ordem fosse aprovada porque o Papa percebeu que estavam perdendo fieis. Um dos membros da Ordem, Francisco Xavier, foi atuar na Ásia em missão. Por ser mais acessível, ficou primeiro no Congo (na África). Depois foi para a Etiópia, Zimbabue e Angola. Geralmente mal sucedidos na missão.
29 – Não havia navio de exploração europeia que não levasse missionários. Em Goa, Francisco Xavier ficou surpreso com o tanto de cristãos por lá. Após pedir autorização para Roma, montou em Goa um Tribunal de Inquisição. Foi um recordista de conversões de qualquer religião. Converteu ao cristianismo entre trinta mil e cem mil pessoas.
Usava intérpretes porque tinha dificuldade de aprender a língua local.
32 – No Japão, desconsolo do povo em relação à fé cristã porque culturalmente os japoneses acreditavam em reencarnação e pelo cristianismo não podiam mais fazer algo pelos ancestrais. Na fé tradicional dos japoneses os antepassados podiam ser resgatados do inferno para passar à eternidade livre do inferno. Choram desconsolados por não poderem, como cristãos, acudir seus ancestrais conforme a crença anterior.
Isto está expresso em carta de Francisco Xavier, datada de 1552.
Francisco queria chegar à China. Morreu aos 46 anos em Roma, de febre.
Dali quatro anos morreu Inacio, após sucessivas malárias sofridas em Roma.
A cada dez anos se leva o corpo de Francisco Xavier para Goa e em 2014 o evento reuniu ao redor de cinco milhões de peregrinos a Goa.
O corpo de Francisco Xavier está conservado.
33 – Por volta de 1550 na China reinava a próspera Dinastia Ming. Eram então os chineses o que havia de mais avançado no mundo e não queriam papo com estrangeiros.
33 – Os poucos comerciantes europeus que apareciam na China de então eram mal vestidos, sujos e de pouca cultura.
Os missionários Franciscanos já tinham passado pela China lá pelos anos 1289 a 1369.
Em Macau, em 1594 se constrói o Colégio Jesuita São Paulo. Macau de então era colônia portuguesa na Ásia. Era uma base para os missionários irem da Europa para outras regiões da Ásia em missão.
34 – Um dos estudiosos, Matteo Ricci foi o primeiro ocidental a ter acesso à Cidade Proibida em Pequim.
35 – Resultado das missões nas Filipinas que fica na Ásia, não distante do Japão. Atualmente 90% do povo filipino é católico e tem nomes em espanhol por causa das missões. (e também da colonização espanhola)
36 – Em 1562 já havia universidade de Pádua na Itália.
A influência dos missionários cristãos para o intercâmbio com países da Ásia etc.
36 – Francisco Xavier bateu de frente com os japoneses em Yamaguchi onde o povo local aceitava bem as práticas homossexuais.
Na reunificação do Japão (1597) muitos e muitos missionários foram sacrificados de forma cruel.
40 – Manoel da Nóbrega (padre Jesuita). Era filho de desembargador, bacharel em Direito Canônico e Filosofia na Universidade de Coimbra. Concorreu por uma vaga como professor na referida Universidade. Por ser gago, foi reprovado pela banca em duas diferentes tentativas. Decidiu entrar então para a Companhia de Jesus aos 27 anos de idade em 1544. Após cinco anos, veio para o Brasil em missão e aqui ficou até sua morte.
Continua no capítulo 03/10

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

CAP. 01/10 - fichamento - livro - A GRANDE AVENTURA DOS JESUITAS NO BRASIL – Autor – Jornalista Tiago Cordeiro (dezembro/20)

 CAP. 01/10 – livro – A GRANDE AVENTURA DOS JESUITAS NO BRASIL – Autor – Jornalista Tiago Cordeiro – Editora Planeta – 2016 – 240 páginas

        

         Leitura deste livro em agosto/setembro de 2018

         Na orelha do livro consta que o Papa Francisco é o primeiro Papa da Ordem dos Jesuitas e é o 266º Papa no computo geral. 

         A Ordem dos Jesuitas surgiu em 1534.

         “Não é nenhum exagero afirmar que a Companhia de Jesus não seria a mesma sem o Brasil.   E o Brasil não seria o mesmo sem a Companhia de Jesus, mantida pela Ordem dos Jesuitas.   Notar que nasceram praticamente na mesma época do início da colonização do Brasil.

         Página 12 – Jovens que estudaram em colégios religiosos levam para a vida vários ensinamentos da formação em colégio cristão.

         12 – Citou algumas ordens religiosas:  Franciscanos, Vicentinos, Dominicanos, Capuchinhos, Carmelitas.    Uma das ordens mais antigas é a dos Beneditinos, de 529 dC.

         12 – Jesuitas – sólida formação religiosa e intelectual.  Os mais aptos para as Missões.  Resistência física, capacidade de articulação política e boas noções de administração e finanças.

         13 – Na época dos descobrimentos (1500) – O mundo tinha ao redor de 450 milhões de habitantes.  Destes, 200 milhões na Ásia.    Quase metade da população mundial ainda não tinha sido “descoberta” pelo povo europeu dos anos 1500.

         13 – Os missionários católicos, 1500 anos depois dos primeiros cristãos, iriam se sentir nas novas descobertas povos que não aceitavam suas crenças e eram hostis aos mesmos.

         14 – Após a reforma protestante, os católicos foram cobrados para saírem do luxo e certos religiosos partem para as Missões.   Ser mártir (morrer pela causa) fazia parte dessa nova fase como foi dos primeiros cristãos.

         14 – Os três votos católicos – pobreza, obediência e castidade.

         Os jesuítas criaram um quarto voto: Não se submetiam ao poder local/regional.   O Centro deles era Roma.   O Brasil para eles tinha sede em Roma e assim por diante.

         15 – Eles tinham liberdade de movimento e isso ajudava em suas ações.     Para eles, conversão pela Educação.

         Como exemplo, São Paulo teve como marco inicial o Pátio do Colégio.      

         Século XVII na América do Sul – Missões - comunidades protegidas e autônomas em todos os sentidos, inclusive militar e economicamente.

         Nelas se falava o idioma dos índios, não dos colonizadores.

         O modo de operar gerou conflitos e chegou ao ponto do Papa, em 1773 extinguir a Ordem dos Jesuitas.

         16 – Reaberta em 1814.     Padre Manoel da Nobrega foi mandado para o Brasil bem jovem e era muito gago.

         17 – Origem da Ordem dos Jesuitas.   Região dos bascos na Espanha e o ex guerreiro que perdeu uma perna em combate.   Foi ler livros – Esse era Inácio (1491 – 1556).

         23 -  Inácio era guerreiro mas desde a infância era um ávido leitor.   No Mosteiro após mutilado, rezando de joelhos sete horas por dia...

         25 – Ele criou um programa de trinta dias de exercícios espirituais para se agregar à ordem que instituiu.

         25 – No seu tempo, Israel estava sob domínio dos turcos otomanos.  Mendicância e ida a Jerusalem.

         26 – Peste negra e portão da cidade fechado (em Veneza – Itália).

         26 – Esteve por vinte dias em Jerusalém estudando Teologia.  Parou de comer carne, cortar unhas e tomar banho.

         26 – Em Paris, dividiu quarto com Francisco Xavier (que depois foi consagrado como Santo)

         27 – Fundação da Ordem dos Jesuitas.   Em Paris, bairro de Montmartre, dia 15 de agosto de 1534.   Ele e seis discípulos.

         Continua no capítulo 02/10

CAPITULO FINAL 20/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora: Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI

CAP.20/20 (FINAL)            dezembro de 2020        

Na prática...  objeto é infelizmente aquilo que o sujeito faz do seu outro.

         Colombo...   “Nos objetos ao seu redor e nas pessoas tomadas como objetos – ele põe os nomes que traz consigo, sem entender que a comunicação humana no sentido da aventura no ponto de vista do outro, ou pelo menos no diálogo, poderia ser válido na sua viagem”.

         ,,, segundo seu ponto de vista, os índios eram apenas “objetos vivos”.   Cortez, por sua vez...  não fora tão limitado quanto Colombo, pois buscou, logo em sua chegada, um interprete.  Isto não mudará...   o interesse de conquista visado.

         Também ele não verá naqueles com quem depara, sujeitos iguais a ele.    Na guerra das perspectivas, os europeus foram mais fortes porque mais violentos.

         ... não havia proposição de diálogo por parte do opressor.

         Tempo de Montezuma, rei dos Astecas. 

          Nós e nossos índios.   No Brasil atual, a percepção popular sobre os povos nativos se resume em exotismo e curiosidade, mais positivo da percepção coletiva, e do descaso e ódio, do lado mais negativo.

         ... entendendo que há maldade – não apenas ingenuidade – no procedimento daquele que nega o outro.    “O exótico é sempre o estrangeiro, aquele que em nosso hábito mental-cultural, no senso comum, tentamos sempre trazer para dentro daquilo que já conhecemos”.      ... mania de redução do estranho ao comum. 

          “Ontologia integralmente relacional” entre as coisas que participam da mesma alma do mundo.     ... deslocando as questões de natureza e cultura, humanidade e animalidade numa grande indistinção – uma “ontologia integralmente relacional”.

         “Os pontos de vista são diferentes dependendo das formas corporais dos seres, não mais um princípio de identidade que opõe uns aos outros, antes os instaura na relacionabilidade geral.

         Cita o Antropólogo Viveiros de Castro e o perspectivismo.   Ele põe em jogo o problema do “ver como” em que animais veem humanos e humanos veem animais, e serem em geral veem uns aos outros.    No lugar do etnocentrismo (o ser humano como centro da vida na Terra), o Cosmocentrismo dos ameríndios como postura avançada em termos ecológicos em geral, inclusive no que concerne à condição humana”.

         Pensar numa ecologia levando isso em conta.

         190 – Item 67 – A paranoia da Autorreferencialidade

         Colombo não aceitou o diferente.  Os povos nativos.   Nós aqui não somos muito diferentes do comportamento dele em relação aos nativos.

         ...”mas se não guardamos espaço para entender que o estranho também nos habita, nos tornamos janela fechada para a diversidade da vida que está implicada na possibilidade de conhecer”.

         “O que está em jogo é a redução do outro a objeto.   A incapacidade de ver neste outro um sujeito de direito, um sujeito que o é do “mesmo” direito.

         Fala da Carta do povo Guarani-Kaiowá.    “O que faz do sujeito dessa carta o sujeito da verdade insuportável para o discurso dominante.

         O que nos permite concluir que a expressão dessa cisão é a única saída, o único passo da saída, contra a dominação vigente”.

                                               Fim do livro.     06-12-2020

         Bibliografia.    A autora cita uma extensa bibliografia, mas destaco as que eventualmente pretendo ler.

1 – Theodor Adorno.     “Dialética Negativa” – Edit. Zahar – RJ 2009

         “                           “Dialética do Esclarecimento – Zahar – 1986

2 – Eliane Brum  (Jornalista e escritora) – livro – Sobrenome:  Guarani-Kaiowá – revista Época – edição de novembro de 2012

3 – Cristovão Colombo – “Diários da Descoberta das Américas. As Quatro viagens e o Testamento – Editora LP&M – RS – 1999

4 – Tristan Todorov – “A Conquista da América: A Questão do Ouro. – Martins Fontes – SP – 2003

5 – Eduardo Viveiros de Castro – “A Inconstância da Alma Selvagem” – Cosac-Naify - 2006 

CAP. 19/20 - fichamento - livro - COMO CONVERSAR COM UM FASCISTA - Autora - Doutora em Filosofia - MÁRCIA TIBURI

CAP 19/20

         Página 178 – Item 65 – Reconhecimento

         O pensamento conservador sabe a importância de “convencer”, de que “conservar” o estado de coisas como elas estão é fundamental...   é acima de tudo também teórico-prática.

         “Embora as redes sociais sejam redes virtuais e, de qualquer modo, instâncias de produção do senso comum, tornam-se também um verdadeiro laboratório de expressão democrática”.

         “A própria ideia de rede implica a conexão de diversas perspectivas.  Não há, neste sentido, como sustentar na internet um pensamento único ainda que tendências dominantes no sentido fascista possam surgir”

         Antes era apenas a opinião da “autoridade” – no caso, jornalística – a que contava no espaço.   Com as redes sociais há influência da opinião de “qualquer um” ou “de todo mundo”, estas que se manifestam nas redes sociais.

         “Os usuários das redes são tratados neste ponto pelos sacerdotes do fascismo como aberrações”.

         A autora fala dessa nova realidade trazida pelas possibilidades das redes sociais.     ... mas servem como orientação a uma sociedade que experimenta a autodesconstrução de paradigmas.

         Se há “reconhecimento”, ele não é mascarado na tolerância, mas festejado como “liberdade de expressão” na contramão da “formação de opinião” previamente dada nos meios de comunicação e do senso comum.

         181 – Item 66 – Violência hermenêutica e o problema filosófico do outro.

         O que podemos chamar de “alteridade”...  para dizer quem é o outro, preciso expressar algo sobre ele.    O problema é que o “outro” é sempre alguém ou algo que, por princípio, desconheço” 

         ... também é uma relação de estranhamento.    O que se pode dizer do outro é sempre uma interpretação, no sentido de que alguma coisa  é colocada diante de um ponto de vista   ... num sistema em que se disputa a “verdade”.    O “mesmo” e o “outro”.

         “O que o mesmo diz do outro pode derivar facilmente de discursos prontos e precários ao serem motivados por aspectos socioculturais, como moral e religião, compreensão de classe e até desses interesses ocultos, inconscientes, nem sempre conhecidos”.

         Para exemplificar ela usa o caso de Colombo em relação aos povos das Américas.   Ele faz “interpretações” sobre o outro.   “Se a interpretação parece inevitável, deve-se levar em conta que são inevitáveis os seus limites”.

         Platão estudava a relação com o outro, que em grego é heteron.  Já na moderna filosofia europeia se estuda o “sujeito” e o “objeto”.

         Theodor Adorno “comenta em um texto que o sujeito devora o objeto, ao esquecer o quanto ele mesmo é objeto.

         “O que chamamos de sujeito também sofre a objetividade do discurso de outros “sujeitos” que não percebem o quanto eles mesmos são objetos.

         Na prática...  objeto é infelizmente aquilo que o sujeito faz do seu outro.

 

           Continua no capítulo 20/20  (final)