CAP. 05/08
Uma
constatação particularmente interessante sobre um tipo de planta daquela região
que, ao contrário da estação, consegue se manter enfolhada na época da longa
seca do ano e com isso gera alimentos para o rebanho.
É um
tipo de cássia. (Detalhada na página 166
da edição que eu li – Editora Record, 1ª edição, 2015)
Lá eles
chamam a planta de gao. Produz folhas
na seca e perde as folhas nas águas.
Quem sabe poderia ter potencial nas regiões mais áridas do Brasil...
O gao
com essa peculiaridade é considerado um vegetal sagrado e venerado pelo povo
local cujo rebanho é fonte primordial de sustento deles.
Cita
também uma espécie de pássaro tecelão africano e seus ninhos. Eles também tem o famoso baobá, cujas árvores
costumam ser enormes e em muitos casos são usados como arvore da palavra. Na aldeia, se sentam embaixo da árvore da
palavra para trocar ideias e tomar decisões.
O baobá
por lá se chama kuka e chega a ter o tronco com até sete metros de
diâmetro. Essa planta é parente
botânica das nossas paineiras e também produz frutos com paina.
Nas
aldeias, os griots são contadores de histórias. Quando morrem, são “enxertados” nos baobás. Os griots eram os que cantavam a memória
dos ancestrais quando não havia escrita.
Inventavam também histórias e fatos.
Estão em extinção por lá. Sobram
uns cegos e surdos. (anos 70)
Caiu um
velho baobá. Todos correm para lá com
as sandálias nas mãos para matar os insetos que saem da árvore. Alguém alerta: protejam os celeiros para os insetos não irem
para lá.
No
Sahel, a natureza e os homens tem muito tempo para pensar. Período seco anual de nove meses.
Todos
falando simultaneamente de muitos assuntos.
Quase um jogo de habilidade para ver quem acompanha vários temas ao
mesmo tempo. Habilidoso era alguém que
conseguia fazer uma colocação que se ajustava a vários temas em discussão ao
mesmo tempo.
Os
Hauçás são grandes jogadores de dama e até de xadrez. O pesquisador ensinou eles a jogarem palito
ou “porrinha”. Eles gostaram muito.
Cada
povo tem seus pontos fortes e seus pontos fracos. Incas e Astecas formaram grandes
civilizações mas não conheciam a roda.
Nenhum povo nas Américas conhecia a roda até a chegada dos
colonizadores.
O autor
diz que aprendeu muito com os povos locais.
No caminho, alguém pergunta até quando durará a independência. O Níger foi colônia francesa de 1922 a 1960. (o autor esteve lá na década de 70)
Vários indivíduos
locais demonstravam vontade de ir para a França, isto em 1978. Tempos em que o presidente da França era
Valery Giscard d´Estaing. O
pesquisador um dia fez uma dinâmica lúdica de “levar” os interessados à França
e o pessoal que participou da dinâmica gostou muito.
Ele como
Engenheiro Agrônomo constatou que o solo da região vem empobrecendo pelo uso
contínuo sem reposição de nutrientes e a população aumentando. Projeta-se um cenário desconfortável para o
futuro deles.
Cita a
falésia de Tiguidit. (numa busca rápida
no Google não achei imagem). Cita também
a cidade de Agadez que é grande para o padrão local.
Fala do
Tifinagh, a escrita milenar dos tuaregues.
A luz
vem do Oriente e o progresso vem do Ocidente.
Continua
no capítulo 06/08