CAP. 05/05 – FINAL
O trem
de passageiros no ramal Curitiba a Rio Branco do Sul-PR rodou até 1991 e depois
foi desativado, ficando só os trens de carga.
Conforme
já foi dito, ultimamente as cargas que circulam nesse trecho são
predominantemente de cimento da grande fábrica que tem naquele município que é
rico em calcário que vai na fabricação do cimento.
Nos
tempos atuais o trem que no passado era sinônimo de novidade e de progresso, é
visto agora como estorvo, negativo por dificultar a mobilidade urbana por
automóveis e outros meios de transporte de pessoas e cargas.
As
locomotivas dos trens da nossa região atualmente são movidas a diesel.
Em 1918
os ferroviários fundaram o clube União Beneficente e Recreativo Morgenau em
Curitiba. Esse clube continua ativo na
cidade.
O ramal
para Rio Branco do Sul aqui em Curitiba segue no rumo do Bairro Cabral e corta
outros bairros mais antes de sair da cidade.
Os
autores citam a Vila Argelina, que era rural no começo do século XX e ficava no
que hoje é o Bairro Boa Vista. Eram
colonos migrantes franceses de procedência da colônia da Argelia que pertenceu
à França.
O bairro
Bacacheri (que tem um pequeno aeroporto) em 1921 teve instalado o 5º Batalhão
de Engenharia de Combate, depois transformado em Regimento da Cavalaria
Divisionaria e, no pós guerra (anos 40), passou a ser o 20º Batalhão de
Infantaria Blindado. Na imediação
deste, na década de 30 foi criado o
Aeroclube do Paraná. Em 1937
foi criado o Complexo militar do Bacacheri em Curitiba.
Avenida
Anita Garibaldi em Curitiba. Nas
imediações desta, tem o chamado Estribo Ahu, que era uma “alça” elevada para as
pessoas embarcarem no trem. Tinha
também uma cobertura para abrigo dos passageiros e pelas fotos do livro, esse
local continua preservado.
Na
região do Ahu, próxima do centro de Curitiba havia no passado fábricas de
barricas (tipo toneis de madeira) para acondicionar a erva mate processada para
exportação. Havia até a Sociedade dos
Barriqueiros do Ahu. Desses tempos,
ainda está ativo o comércio de secos e molhados chamado de 21 na Rua Flavio
Dallegrave.
No tempo
de transporte com tração animal, vinham de Rio Branco do Sul-PR tropas de
burros com seus cestos cheios de mercadorias para vender em Curitiba. Mercadorias como fumo de corda, rapadura,
feijão, galinha. Vinham também boiadas
para os matadouros daqui da capital.
Já os
chacareiros (geralmente migrantes europeus) do entorno de Curitiba traziam com
suas carroças produtos mais perecíveis como verduras, leite, ovos, lenha. Eram tempos de iluminação por lampião a
querosene.
Citando
depoimento de um cidadão que viveu parte dessa época dos trens de passageiros
entre Curitiba e Rio Branco do Sul, este relembra que para ir de Curitiba é
descida e para voltar de RB do Sul é muita subida. As máquinas do trem da época não conseguiam
fazer o percurso de subida com os seis vagões usuais e então traziam três e
depois retornavam para buscar os outros três.
O do
depoimento lembrou que ele mesmo, como muitos outros jovens de sua época, ia de
trem passear e paquerar em Rio Branco do Sul e comumente driblavam o cobrador
para não pagar a passagem.
O Brasil
já teve 35.000 km de ferrovias e hoje só tem 10.000 km.
Há
espalhados pelo Brasil muitos grupos que lutam pela memória das ferrovias e dos
ferroviários. Um exemplo é a Associação
Brasileira de Preservação Ferroviária.
Os
autores fecham o livro com uma frase de um antigo ferroviário: “Cada viagem, uma história”.
Na
bibliografia do livro consta dentre outros:
História do Brasil, de autoria de Boris Fausto, 10ª edição, EDUSP, ano
2002. Também: História do Paraná, pelo professor da UFPR –
Ruy Christovam Wachowicz, editado pela Imprensa Oficial do Paraná – 2002.
Fim da
leitura e fichamento – 01-09-2021