CAP. 21/35
Outra
Humana de Negócios – Thaís Corral
- Ativista Acidental
Em 1992
o mundo voltou a atenção pra o Rio de Janeiro para a ECO 92 da ONU, conferência
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
A ONU já
tinha em 1972 promovido a primeira
Conferência ECO em Estocolmo na
Suécia.
Um ano
antes da ECO 92 no RJ, se reuniram nos USA várias mulheres para elevar a voz
feminina em debates da ONU sobre justiça social, econômica e ambiental. O Grupo WEDO. O grupo era liderado pela senadora e ativista
de Direitos Humanos Bella Abzug. Havia e
há outras lideranças internacionais que participam do grupo WEDO, sendo duas
brasileiras: Ruth Escobar, a
primeira Presidente do Conselho Nacional
dos Direitos da Mulher e Thaís Corral, ativista e articuladora de duas
organizações no Brasil. Nessa época
(1991) Thaís era relativamente jovem e nem tão conhecida com seus 33 anos de
idade. A missão incluía ser uma voz do
Brasil em eventos da ONU. Ela tinha
como missão representar o Brasil e articular ações na América Latina. A voz feminina e a Sustentabilidade
econômica, social e ambiental.
Thaís é
filiada ao Partido Verde. Se viu
organizando o Planeta Fêmea, evento no RJ em 1991 no qual passaram 1.500
mulheres de todas as partes do mundo.
Foram 14 dias de evento.
Em
tempos anteriores, início da década de 80, Thaís estava trabalhando em rádio em
Roma.
Descendente
de espanhóis, ela nasceu em Macaé-RJ.
Ela diz: “Meu avô fez o primeiro
restaurante vegetariano do Brasil em São Paulo. Ela nasceu numa família vegetariana. “Minha mãe nunca comeu carne e nunca foi à
escola. Aprendeu a ler e escrever em
casa, com professora particular”.
“Me
incomodava com a gente era diferente”.
O pai dela morreu cedo e ela sentiu uma força. “Eu estava preparada”. Disse:
“eu vou dar conta”. Isso aos 14
de idade. A mãe ficou abalada com a
perda do marido e ela ajudava a cuidar da mãe e dos dois irmãos mais novos.
Foi boa
aluna. Queria no futuro resgatar a
fábrica do pai. Fez Administração de
Empresas na renomada FGV Fundação Getúlio Vargas.
Ela foi
aluna da turma do Gustavo Franco e outro que também como ele, foi
ministro. Ela deixou o curso no meio
e foi para a Europa, inclusive na região dos seus ancestrais na Espanha.
Na
Itália, se apaixonou pelo lugar e a vida em si. Conseguiu emprego na área jornalística e
foi parar numa emissora de rádio e fazia locução. Assuntos da mulher.
Aos 28
de idade, retornou ao Brasil por um mês, já com Bolsa de estudo nos USA. Estudou no Programa Família, Gênero e Idade.
Brasil
na década de 70. Cresce a população
urbana (migração campo-cidade) e cresce a presença feminina no mercado de
trabalho. Tempo de transformações e
demandas como creche e outras mais. Ela
retornou ao Brasil em 1987 em tempos de ebulição após o fim da Ditadura Militar
que acabou em1985. Ela começou a se
reunir com um grupo formado pelo Fernando Gabeira, Carlos Minc, Lucélia Santos
e outros e deram origem ao Partido Verde.
Neste, criaram um grupo de mulheres chamado de Bando das Mulheres.
Teve
convite para formar na América Latina uma rede de jornalistas mulheres ... “que repercutissem a voz e ações inovadoras
das mulheres na A. Latina”. Encarou o
desafio. “Um grande desafio que abracei
com muita garra”.
Em 1980
foi criado o Partido Verde alemão.
Criado por ambientalistas, pacifistas e ativistas dos Direitos
Humanos. Queda do muro de Berlim em
agosto de 1989. Como foi dito, ela
teve participação no evento Planeta Fêmea em 1991 que antecedeu a Eco 92 ou Rio
92.
“Quando
deixei a FGV Fundação Getúlio Vargas, eu nunca imaginei que chegaria a esse
lugar de visibilidade e poder”. Fui uma
das poucas brasileiras que foi a todas as Conferências da ONU nos anos 1990.
... fui
como sociedade civil, não pelo serviço diplomático.
Em 1998
ela perdeu uma amiga, também da luta pelas causas sociais. Resolveu
fazer um sabático. Um período de
estudos. ...”abraçou os ensinamentos
da antiga escola Nyingma do budismo tibetano”.
Foi
fazer Mestrado na tradicional Escola de Governo de Harvard nos USA. Nesse tempo ela estava com 42 anos de idade.
Neste
curso, um dos seus professores foi Ron Heifetz – que tem um curso que muda
cabeças. Ele criou o conceito de
liderança adaptativa, em que a liderança é uma atividade que se faz mobilizando
recursos para a mudança.
Após
isso ela deu outra reviravolta na carreira.
Ajudou a
criar a WEDO, Redeh e Cenima. Teve o
reconhecimento e homenagem desde o Vale do Silício até na UNESCO, órgão da ONU.
No
Brasil ganhou o Prêmio Abril de 1999 e foi a Mulher do Ano do Brasil em 2001.
Continua.....