CAP. 32/35
Sempre em marcha
Ele é argentino. O episódio dele há tempos, quando tinha 25
de idade, ao tentar escalar com um amigo o pico perto da divisa Argentina e
Chile. Já tinha anos e anos de
experiência em escaladas. Passou apuro
no Pico Fitz Roy. O desafio não é da
altura (3.359 m) mas os paredões quase verticais e bem escorregadios. Isto além de neve e muitos ventos.
No caso do acidente na
escalada desse pico ele já era pai de cinco filhos.
Pedro tem graduação de
Engenheiro Agrônomo (como eu,
leitor). Ele comandou a Metalúrgica Tonka. A empresa tem 48 anos e a cultura de não demitir
empregados por falta de trabalho. Isso
gera nos empregados uma motivação extra.
Isso na Argentina que, semelhante ao que ocorre no Brasil, enfrenta ao
longo do tempo, altos e baixos na economia e na política.
O foco da Tonka é gerar
produtos para adequar a combustão a gás.
A Argentina tem em sua matriz energética, aproximadamente a metade
representada por energia vinda da queima de gas de origem fóssil.
Daí ele faz a
pergunta: Como fica o planeta?
Resolveram criar um setor
voltado a produtos com base em energias renováveis.
Em 2014 a Tonka foi uma das
primeiras da Argentina a se certificar como empresa B, isto é, com um modelo de
negócio que gera valor para todos os públicos de maneira intencional e não
apenas para os acionistas.
A empresa adotou para si a
sustentabilidade profunda com cinco pilares:
1 – eliminar o desperdício (reduzir no que puder o lixo)
2 – aumentar o uso da energia limpa dentro de casa
3 – neutralizar a pegada ambiental.
(compensar o que tira do ambiente)
4 – contribuir para a felicidade dos empregados
5 – agir com propósito
Pedro passou também a investir numa plataforma (via internet) de
turismo, a Pueblos Originales, experiências turísticas de cunho social.
O autor cita o Banco de
Bosques, onde ativistas ambientais arrecadam fundos, compram áreas de florestas
particulares e transformam em Parques Nacionais. Florestas para preservação do
ecossistema. Dessa forma que nasceu o
Parque Nacional Impenetrable que conta com 128.000 hectares (cada 1 há tem
10.000 m2).
Cita o IBERÁ, iniciativa de
regenerar áreas e reintroduzir flora e fauna originais daquele
ecossistema. No caso inclui onças. O IBERÁ tem atualmente mais de 1 milhão de
hectares.
Em relação aos problemas
grandes... “dar um passo”. “Aprendemos que nunca devemos desistir”.
Bate papo com Pedro
Friedrich
“... muito mais tem que ser
feito. E é por isso que nós ainda
procuramos o que falta para sermos mais felizes com nós mesmos e criar um
modelo de alto impacto positivo para o planeta”.
Reduzir o lixo no que
puder. Reciclar o máximo que puder e
ajudar as pessoas que são catadores de recicláveis, geralmente pessoas
carentes.
Sobre mensurar o grau de
felicidade, eles trouxeram o sistema em uso no Butão (pequeno país asiático) e
implantaram junto ao seu público.
No diagnóstico constataram
que algumas pessoas declararam que em algum apuro, não tinham a quem
recorrer. Articulando entre si, cada um
escolheu seu par e por anotação do telefone entre si, ficaram em acordo para
socorro mútuo em eventual necessidade.
As ameaças da ação humana
afetarem o clima são reais e o IPCC vem mostrando isso. Temos que fazer alguma coisa para proteger o
planeta. “Mas o bem cresce
exponencialmente e o mal está desacelerando, dando-nos uma chance real”.
Ele vê os jovens cada vez
mais se engajando em Ongs e ações para proteger o planeta. Também tem havido novas tecnologias que são
mais ecológicas. “... nós precisamos
ter consciência disso e garantir que os nossos filhos saibam”.
Final deste caso. Há outros...