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Bate papo com John Fullerton
Um momento de reflexão – John voando de
primeira classe para uma importante reunião de executivos do Banco JP Morgan na
Ásia. Os filhos pequenos em casa. Ele lê a notícia de que um grande
empresário americano doou boa parte da sua fortuna feita em muitas décadas de
trabalho incansável. Doou para entidades
filantrópicas.
Na reflexão, John achou que não queria
trabalhar a vida toda para ficar rico.
E se pergunta: E o propósito
dessa vida, como fica?
Ele
então percebeu que seu próximo passo era mudar seus planos e deixar o mercado
financeiro.
Atuando em bancos, gerenciando, era
medido pelas metas de ganho para a empresa.
“Seu senso de identidade própria e autoestima torna-se muito associado a
um balanço de lucros e perdas”. O que
ele não quer mais.
A fusão do Morgan com o banco Chase
Manhattan foi o momento dele deixar o emprego.
Sobre os termos holístico e
holismo. Termo criado em 1926 pelo
general sul africano Jan Smits. Lutou
contra colonizadores. Escreveu o livro
Holism and Evolution. Ele trocava
correspondência com Einstein.
Smuts “definiu o holismo como o
princípio universal que explica a matéria, a vida e o espírito”. Os especialistas, inclusive na medicina,
são reducionistas “e deixam de enxergar o todo”. Como resposta a isso, hoje temos a Medicina
Integrativa e o crescimento da medicina oriental no ocidente.
No campo do Ensino, tem a
transversalidade, sendo ela transdisciplinar.
É um processo que enfrenta resistências
pois são 400 anos de Idade Moderna praticando o reducionismo. Difícil mudar essa lógica. Mais difícil ainda é mudar essa logica no
mundo das finanças.
“Porque definimos valor e sucesso com
base na otimização da taxa de retorno sobre o capital”. (o ter em detrimento do ser).
“Minha esperança vem da experiência e
dos projetos em que estou envolvido”.
“Se pensarmos filosoficamente, tudo está em uma relação simbiótica. É assim que os sistemas vivos funcionam”.
O obstáculo: “Precisamos ir contra uma inércia
institucional muito arraigada da economia global, que está bloqueada em um
caminho insustentável”.
Minha esperança... em uma mudança de consciência... Cita Sally Goerner, conselheira de
Ciências do Capital Institute. “Me
disse que a única maneira de os sistemas mudarem é quando está sob
pressão”. Hoje em dia estamos com
desequilíbrio inclusive do clima do planeta e há de um lado o risco e de outro
a oportunidade de mudarmos de rota para o rumo da sustentabilidade.
Outro Humano de Negócios - Joan Melé
A batalha contra a escravidão
moderna
Joan é da Catalunha na
Espanha. Em 2005, chamado para liderar
a criação de operação de varejo na jurisdição espanhola, do Banco Triodos Bank
de origem holandesa. Este é um dos
chamados bancos éticos.
Joan aos 55 anos ... “os bancos são sempre apontados como um dos
poucos negócios a se beneficiar de períodos de crise econômica”. O pai dele era professor. O sonho dele na juventude era também ser professor.
Começou em banco ao 18 de
idade e foi pegando gosto pelo ramo e pelo contato com o público.
Bancos e parte dos
empréstimos ajudando o consumismo. “Um
banco precisa financiar projetos que criem empregos, não que gerem apenas mais
consumo”.
O Triodos Bank foi fundado
na Holanda na década de 80 e é um dos que tem foco na Sustentabilidade
(econômica, social e ambiental)
No Triodos, Joan dava
palestras na comunidade sobre negócios éticos.
A crise de 2008 dos USA que
se espalhou pelo mundo, afetou forte a economia da Espanha e durou até
2017. Os bancos de lá reduziram o
crédito e aumentaram a taxa de juros.
(como fazem os bancos no Brasil).
O banco Triodos fez o
contrário nesse período: aumentou o
crédito e cortou a taxa de juros. Foi
uma avalanche de novos clientes vindos para este banco.
O Triodos tem o pilar de
ser ético e ter um critério muito claro de investimento e não
investimento. Na agricultura, só apoiam
o que não usa agrotóxicos. Ele
questiona. “Por que você permite que um
banco faça coisas com seu dinheiro que você não faria?”
Ele, ao invés de se
aposentar, levou o conceito para a América Latina, “região com a maior
desigualdade do mundo”. Segundo a ONG
Oxfam: “A fortuna dos bilionários desta
parte do mundo cresceu em média 21% ao ano no período de crise financeira do
mundo (2002 a 2015). Isto é seis vezes maior que o crescimento do
PIB da região (América Latina).
Joan lançou três
livros. Um deles se chama Dinheiro e
Consciência e há dois outros na mesma linha.
Criou também uma fundação com o nome Dinheiro e Consciência.
Fim deste capítulo . segue no próximo capítulo com o bate papo
com Joan.
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