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segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

CAP. 28/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RICARDO V CUNHA - Ed. Voo - ano 2020

28/35 

         Bate papo com John Fullerton

        

         Um momento de reflexão – John voando de primeira classe para uma importante reunião de executivos do Banco JP Morgan na Ásia.    Os filhos pequenos em casa.    Ele lê a notícia de que um grande empresário americano doou boa parte da sua fortuna feita em muitas décadas de trabalho incansável.  Doou para entidades filantrópicas.

         Na reflexão, John achou que não queria trabalhar a vida toda para ficar rico.   E se pergunta:  E o propósito dessa vida, como fica?

          Ele então percebeu que seu próximo passo era mudar seus planos e deixar o mercado financeiro.

         Atuando em bancos, gerenciando, era medido pelas metas de ganho para a empresa.   “Seu senso de identidade própria e autoestima torna-se muito associado a um balanço de lucros e perdas”.   O que ele não quer mais.

         A fusão do Morgan com o banco Chase Manhattan foi o momento dele deixar o emprego.

         Sobre os termos holístico e holismo.      Termo criado em 1926 pelo general sul africano Jan Smits.    Lutou contra colonizadores.   Escreveu o livro Holism and Evolution.   Ele trocava correspondência com Einstein.

         Smuts “definiu o holismo como o princípio universal que explica a matéria, a vida e o espírito”.     Os especialistas, inclusive na medicina, são reducionistas “e deixam de enxergar o todo”.    Como resposta a isso, hoje temos a Medicina Integrativa e o crescimento da medicina oriental no ocidente.

         No campo do Ensino, tem a transversalidade, sendo ela transdisciplinar.

         É um processo que enfrenta resistências pois são 400 anos de Idade Moderna praticando o reducionismo.  Difícil mudar essa lógica.    Mais difícil ainda é mudar essa logica no mundo das finanças.

         “Porque definimos valor e sucesso com base na otimização da taxa de retorno sobre o capital”.  (o ter em detrimento do ser).

         “Minha esperança vem da experiência e dos projetos em que estou envolvido”.    “Se pensarmos filosoficamente, tudo está em uma relação simbiótica.   É assim que os sistemas vivos funcionam”.

         O obstáculo:  “Precisamos ir contra uma inércia institucional muito arraigada da economia global, que está bloqueada em um caminho insustentável”.

         Minha esperança...   em uma mudança de consciência...     Cita Sally Goerner, conselheira de Ciências do Capital Institute.   “Me disse que a única maneira de os sistemas mudarem é quando está sob pressão”.     Hoje em dia estamos com desequilíbrio inclusive do clima do planeta e há de um lado o risco e de outro a oportunidade de mudarmos de rota para o rumo da sustentabilidade.

        

 

         Outro Humano de Negócios -  Joan Melé

         A batalha contra a escravidão moderna

 

         Joan é da Catalunha na Espanha.   Em 2005, chamado para liderar a criação de operação de varejo na jurisdição espanhola, do Banco Triodos Bank de origem holandesa.   Este é um dos chamados bancos éticos.

         Joan aos 55 anos ...  “os bancos são sempre apontados como um dos poucos negócios a se beneficiar de períodos de crise econômica”.     O pai dele era professor.   O sonho dele na juventude era também ser professor.

         Começou em banco ao 18 de idade e foi pegando gosto pelo ramo e pelo contato com o público.

         Bancos e parte dos empréstimos ajudando o consumismo.   “Um banco precisa financiar projetos que criem empregos, não que gerem apenas mais consumo”.

         O Triodos Bank foi fundado na Holanda na década de 80 e é um dos que tem foco na Sustentabilidade (econômica, social e ambiental)

         No Triodos, Joan dava palestras na comunidade sobre negócios éticos.

         A crise de 2008 dos USA que se espalhou pelo mundo, afetou forte a economia da Espanha e durou até 2017.    Os bancos de lá reduziram o crédito e aumentaram a taxa de juros.  (como fazem os bancos no Brasil).

         O banco Triodos fez o contrário nesse período:  aumentou o crédito e cortou a taxa de juros.   Foi uma avalanche de novos clientes vindos para este banco.

         O Triodos tem o pilar de ser ético e ter um critério muito claro de investimento e não investimento.   Na agricultura, só apoiam o que não usa agrotóxicos.     Ele questiona.   “Por que você permite que um banco faça coisas com seu dinheiro que você não faria?”

         Ele, ao invés de se aposentar, levou o conceito para a América Latina, “região com a maior desigualdade do mundo”.   Segundo a ONG Oxfam:  “A fortuna dos bilionários desta parte do mundo cresceu em média 21% ao ano no período de crise financeira do mundo  (2002 a 2015).    Isto é seis vezes maior que o crescimento do PIB da região (América Latina).

         Joan lançou três livros.   Um deles se chama Dinheiro e Consciência e há dois outros na mesma linha.    Criou também uma fundação com o nome Dinheiro e Consciência.

         Fim deste capítulo .    segue no próximo capítulo com o bate papo com Joan.

  

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