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sábado, 11 de dezembro de 2021

CAP. 27/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - Ano 2020

 27/35

 Outro dos Humanos de Negócios:    JOHN FULLERTON

         Muito além de Wall Street

        

         Americano, atuava em Nova York há 18 anos no coração financeiro da cidade – em Wall Street.

         Estava transitando em NY na hora que houve os ataques de 11 de setembro de 2001 às Torres Gêmeas.     Ele viu o acontecido no momento exato.

         Na década de 1990 atuou no projeto de escolas charter nos USA.  Escolas públicas menos dependentes da burocracia e que conseguiam avanços em novas soluções mais acessíveis e criativas.

         Sobre o onze de setembro:   “Na época, eu não sabia nada sobre a crise ambiental ou sobre sistemas complexos.   Afinal, nada disso se ensina em Wall Street”.

         Após o ataque ele começou a ler livros de pensadores para entender melhor o mundo.  Leu mais de cem livros em oito anos.    A busca de entender o eu e o propósito da sua vida.

         Logo no começo da carreira, trabalhou no renomado Banco JP Morgan (1982).   Nesse tempo o presidente do referido banco foi dirigir o Banco Mundial.   John sonhou fazer uma carreira no JP Morgan e um dia atuar no Banco Mundial para ajudar o povo.

         Depois de doze anos no mercado financeiro conheceu as escolas charter, estas que chegaram a se espalhar por três continentes e ter mais de 450.000 alunos.      “O contato foi suficiente para despertar em John o interesse por alinhar capital com propósito social e ambiental”.

         A energia alternativa também chamava a atenção dele.   Por outro lado, a expansão do mundo da internet fez surgir a oportunidade para ele atuar numa fintech,  tipo de empresa de tecnologia no ramo financeiro.

         Nos anos 2000, o Banco JP Morgan foi fundido com o Banco Chase Manhattan Bank e este era o terceiro maior banco dos USA.     John se reuniu com os executivos do Chase e percebeu que para ele, era hora de deixar o emprego.

         John nasceu perto de Manhattan, filho de uma dona de casa e um publicitário.   A família teve tempos de finanças apertadas.

         Ele pediu demissão quase duas décadas depois de entrar no Banco JP Morgan.  Saiu em abril de 2001 (ano do atentado de 11 de setembro)

         Após o atentado, ele entrou com mais afinco nas leituras para tentar entender o mundo.   Dentre os livros, um de Herman Daly com todo o conceito de economia ecológica.    “Ficou marcada na memória de John a leitura de Daly...   leu a distinção idealizada pelo filósofo Aristóteles entre economia real e economia especulativa.     Especulativa, no caso, usar o dinheiro para fazer mais dinheiro.    (o que se faz no mercado financeiro).

         “O filósofo grego entendeu que havia uma diferença fundamental e considerava a segunda (o especulativo) uma atividade antinatural, ou não alinhada com a natureza”.

         Nisso ele estava com 40 anos de idade.   Para ele isso foi de grande impacto.    O que ele fez por duas décadas era o especulativo.

         Não gostava mais do que fazia (especulação financeira).   “E não sabia o que queria fazer”.

         (sabia o que não queria e não sabia o que queria)

         Recebeu convite para atuar na Schumacher Center for a New Economics...  dedicada, desde 1980, a visualizar os elementos de uma economia global justa e sustentável.  Nesta foi pedido a ele um relato de 20 páginas sobre a importância da Schumacher para o século 21.

         No texto, John pela primeira vez falou sobre a economia e as finanças “a partir do sistema econômico global estar falido”.    “Eu digo isso não como ambientalista ou ativista de direitos humanos, mas como ex-diretor administrativo de quase vinte anos de experiência no Banco JP Morgan e, posteriormente, como líder em fundos de hedge”.

         Eram oito anos de leitura para chegar a essa análise.   A visão holística também entra em cena.   John criou o Capital Institute – “Organização que defende a aplicação de princípios de sistemas vivos para representar a economia e as finanças”.    Economia e Finanças Regenerativas.

         “John acredita que a economia e as finanças regenerativas, apoiadas nos princípios e padrões dos sistemas vivos, e definitivamente alinhados com sabedorias tradicionais resistentes ao teste do tempo, particularmente a sabedoria indígena, guardam a chave para um futuro compartilhado próspero e ecologicamente correto”.

         Daí tentar colocar em prática um empreendimento que leva em conta   “fomentar uma ideia que não era discutida nas universidades  e escolas de negócios...”

         “Passou a documentar projetos regenerativos que se desenvolviam ao redor do mundo”.   Em 2015 John lançou o paper  (tipo de artigo científico) chamado:  “Capitalismo Regenerativo: como os princípios e padrões universais moldarão a Nova Economia”.

         John tornou-se um dos principais pensadores econômicos contemporâneos.  Ele cunhou o termo Regenerative Humans que logo o setor rebatizou como (Re) Humans, os Humanos de Negócios.

         Em 2018 o Capital Institute lançou a Iniciativa Global Regenerative Communities Network para estimular a emergência de comunidades regenerativas ao redor do mundo.

         Vários destacados financistas de Wall Street começaram a acreditar nessa ideia mesmo não concordando com tudo.    “Eles não concordam com tudo o que eu digo, mas já não pensam mais que eu sou louco”.

         John escreve artigos, tem um blog e uma Newsletter.      www.capitalinstitute.org 

         O autor deste livro pergunta a John como anda a finança pessoal dele depois desta guinada na carreira.    John responde.    “Eu não continuei a ganhar dinheiro, mas eu sou muito mais rico do que quando sai de Wall Street, em termos de senso de propósito”.

         Em seguida, no próximo capítulo, um bate papo com John.

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