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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

CAP. 13/13 (FINAL) - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: CLÓVIS DE BARROS FILHO

 capítulo 13/13 (final)

        

         ”.     “Essa luta recebeu o nome de Reforma.   Travada por contendores hábeis em fundar suas intepretações em fina teologia.    E assim, o que era vontade de Deus antes, deixou de ser.    E o que era pecado, também deixou de ser.   Ao menos para alguns.       

         O autor volta a citar Max Weber e seu livro Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.    “A obra esclarece melhor que ninguém.   A prosperidade e o enriquecimento”.   Ter mais dinheiro do que precisa.   Para uns sempre foi pecado.   Já para outros, não só não é pecado, como é indício de alegria de Deus com você.       (capitalismo é competição e fé cristã seria solidariedade...)

         “Ora, se Deus continua impávido, a interpretação da sua vontade ficou dúbia.  Por isso ao invés de pautar a vida pela vontade de Deus, passamos a escolhe-la à la carte; ajustada às conveniências da própria trajetória.

         Assim... ficamos sem Deus.   “Perdemos a referência para a vida boa”.   Em resumo, até a Grécia Antiga, eramos regidos pelo Universo.  Depois, pela crença em Deus.   Após certas interpretações ficamos sem o universo e sem Deus.  Ficamos à deriva.  Sem chão.

         “Decidiremos nós, o certo e o errado, o junto e o injusto, os limites da ação, até onde posso ir e até onde ir você”.

         O autor coloca um ouvinte hipotético da aula dele:   - Quer dizer que agora é nóis!    E o autor reponde:   Não nos sobrou outra alternativa.

         “Assim os tais direitos humanos foram decididos por nós.”    “Só que o homem conserva a estrutura religiosa.  Por quê?    “Porque depois de chamar para si a responsabilidade de definir o certo e o errado, cria, ele mesmo, vivas transcendências.   Propostas de idealidades terrestres, por assim dizer.”

         “Assim, os direitos humanos, o liberalismo, o comunismo, o anarquismo e todas as sociedades ideais que o homem acabou inventando para substituir os mundos supracelestes.   De todas essas formulações de idealidades existenciais, a mais contemporânea é, sem dúvida o paradigma da qualidade de vida.

         Intensidade e Qualidade de Vida -   ...” vida de qualidade depende 100% de quem a vive”.   Todos os protocolos de qualidade de vida a  relacionam com menos trabalho.    ...”enquanto não estamos trabalhando temos mais tempo para nós, para fazer o que gostamos”.

         Citou como por exemplo, o happy hour das sextas feiras após o expediente do trabalho.     Pelo lado utilitarista, então fico menos feliz  a semana toda de trabalho e só um happy hour de uma horinha na sexta? 

         Umas reflexões que ele faz.    Ele dá um exemplo de outro modo de ver a coisa.     Como ele se sente feliz sendo professor, suas jornadas de segunda a sexta não deixam ele menos feliz.   Então há modos e modos de ser feliz.   Ele diz:   “Pela alegria de cada um.   Porque todos que afirmam falar em nome de todos são candidatos a tirano”.      Em luta para travestir a própria alegria em alegria do mundo   (dessa forma a pessoa que assim faz está colocando seu próprio desejo como desejo geral)

         Intimidade e Ineditismo

         O autor e esposa foi com um casal amigo para uma excursão num lugar ecológico, de montanha.   Tudo bem rústico.  Ele detestou tudo, inclusive o calor e tudo o mais.

         “Já aprendemos, à exaustão, que não há um gabarito para a vida que seja aplicável a qualquer um”.

         ... também não há gabarito para todos, também não há uma solução existencial para nós, válida para toda nossa trajetória”.

         Porque o que nos alegra hoje, pode não nos alegrar amanhã.

         A vida boa deste instante, poderá se converter em puro tédio logo em seguida.   Porque sempre seremos outro em relação ao que já fomos.

         ...”a vida que vala seguramente a pena viver.

         ... mas também seus sonhos, suas ilusões, seus medos e esperanças e, por que não; suas filosofias também”.

                            Fim.                       24-01-2022

 

         (próxima leitura – livro do moçambicano Mia Couto – O mapeador de Ausências)

CAP. 12/13 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: CLÓVIS DE BARROS FILHO

capítulo 12/13

  

         Se trabalhamos, tudo fica fácil de explicar.   Se não, tudo se complica.

         “Sentimos a necessidade de prestar um esclarecimento.  Dar satisfação, como se diz”.

         Sociedade e alinhamento -   Nascemos sem limites por assim dizer, em nosso potencial de ações.   Mas a sociedade tem meios de nos colocar “na linha”.   “Aprendemos a perseguir o que é autorizado.    E, sobretudo, a nos afastar do que colocaria em risco a ordem social”.

         O sistema funciona por prêmio e castigo. Aplauso e vaia.   Alegria e tristeza.     ...”a sociedade age docilizando-o.   Direcionando para o certo”.   O corpo é social.    Porque você incorpora a sociedade com a qual convive”.

         O indivíduo tem medo do isolamento, de se sentir excluído...”

         Um exemplo é o voto útil.    O indeciso muito comumente acompanha o voto da maioria....

         Na escola nos ensinam uma “história geral”, mas que foca alguns países.   Por exemplo, a França, USA...    “Porque foi decidido que França vale mais que Angola...”

         Bordieu em A Categoria do Juizo Professoral.    Sistema de ensino.    ...”programas indiscutíveis”  ...no princípio da função de consagração da ordem social que o sistema de ensino preenche sob a aparência de neutralidade”.

         Os de cima – “consagrar seus saberes e ignorar outros saberes”.

         “Trata-se portanto de um exercício de poder”.      

         Aos alunos.    “... é preciso saber o que todo mundo sabe”.    Se tentarmos buscar outros saberes...   “somos desautorizados a manifestar nossos pontos de vista”.

         A escola é uma das instituições que pautam nossos saberes.    “Mas não só a escola que pauta nossos saberes”.   

         Poucos na sociedade conseguem o status de poder abordar assuntos diversos em público, pela imprensa, por exemplo.   “É para poucos.   Nem sempre acontece”.   E é revoltante pensar coisas que você julga interessantes e perceber que ninguém quer ouvir.      (Na polarização atual, um exemplo seria uns professores de história querendo colocar fatos relevantes do passado que nos impactam no presente e serem taxados de comunistas, ou seja, querem desqualifica-los sem entrar no mérito da questão)

         Para ter voz e vez:   “Melhor alinhar suas habilidades com as práticas sociais autorizadas, legítimas e consagradas”.    E seus saberes e discursos com o que a sociedade espera ouvir.   Porque o aplauso alegra.   Pelo menos por alguns segundos...

         Jogar pra torcida arranca aplausos, mas...

         “Afinal, alinhar-se com a sociedade injusta em busca de uma vida boa parece indigno”.

         Para os inconformados, esta vida boa seria bem outra.  Desalinhada  (coisa do que chamam de bicho grilo).    Num processo transformador.   Num movimento revolucionário.    “Mas este é tema para outro curso e para outro livro.     Uma reflexão sobre outras sociedades possíveis.

         Capítulo 10 – Vida Intensa -   “Intensidade.   Atributo da vida boa.   Tão boa que você não dá conta de ter vivido.   A relação vivida com o mundo satisfaz tanto que não cogita outra.    “Na intensidade, desaparecem o passado e futuro.    Porque a vida se reconcilia com o presente”.

         Sociedade e Referências Supra Celestes     -   Classificar períodos da história é construção humana e não é neutra em termos de interesse.

         “Classificar períodos é apresentar-se como legítimo para falar deles.  E condenar adversários à ilegitimidade”   ....”garantir certa reserva de mercado”.

         “Vejam os pós Modernos.   Únicos autorizados a falar do Pos Moderno.    ... Por que nomear é, de certa forma, fazer existir”.

         “E autorizar-se a discorrer sobre.    Com maior ou menor legitimidade”.

         Segundo o autor deste livro, foi Descartes que criou o sistema de coordenadas geográficas de paralelos e meridianos para localizarmos pontos no planeta.    “Ter a autorização social para interpretar a vontade de Deus não deve ser nada mal”.     “Essa luta recebeu o nome de Reforma.   Travada por contendores hábeis em fundar suas intepretações em fina teologia.    E assim, o que era vontade de Deus antes, deixou de ser.    E o que era pecado, também deixou de ser.   Ao menos para alguns.

 

        

         Continua no capítulo 13/13 (final) 

CAP. 11/13 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: Professor da USP - CLÓVIS DE BARROS FILHO

capítulo 11/13    

         ...”não é possível pensar na vida, ou mesmo viver sem pensar nela, sem considerar as condições sociais em que ela é vivida”.

         Porque todo recolhimento é protagonizado por um ser já socializado.   A sociedade vai junto.  Não adianta trancar a porta”.

         Sociedade:   Resultado ou Condição -  Sociedade e Discurso

         O autor se refere a texto que leu de Bakhatin, que achou relevante no tema.   Quando nascemos não sabemos falar e não pensamos.   As palavras, também denominadas símbolos, “vamos aprendendo e assim aprendemos a falar e a pensar.    “Por isso, toda nossa consciência...  é povoada de signos que são  aprendidos com outras pessoas”.

         (o surdo total não aprende falar como consequência)

         “Temos a ingênua crença de ser o marco zero de nossas manifestações.   De que somos criadores plenos de nossos discursos.   Que seriam gestados na nossa alma a partir de uma atividade intelectual toda nossa”.   Não é assim na realidade.

         “Toda a materialidade das coisas que pensamos e dizemos nos vem de fora”.    ...”vivendo em sociedade estamos submersos num mar de discursos...”   ... impregnado de conteúdo ideológico ou semiótico...”

         Elaboramos...   “Porque a mesma materialidade pode facultar infinitas articulações diferentes.   Assim, comporemos nossas receitas discursivas ineditamente.    Como só nós faríamos.   Criativamente.   Porque não somos máquinas de reprodução ou memo de transformação de discursos alheios”

         Sociedade e Identidade

         ...”pelo menos o que achamos que somos poderia ser uma construção genuína da nossa parte.  Seria gratificante.   Mas, desencantar é preciso.    Quando observamos o dia a dia de uma criança pequena, percebemos claramente que as coisas que começa a dizer sobre si, são as mesmas que ouve das pessoas com quem interage.    ...”É com os outros que vamos descobrindo os atributos que estaremos autorizados a apresentar na hora de nos definir”.

         “Afinal, é com essa ideia que temos dos outros que nos relacionamos”.      ...”Ideia que construímos do outro.  O que achamos que o outro seja”.   Ideia que acreditamos controlar melhor em nome da estabilidade.  Segurança.”

         (como leitor, acho que quase todos já tiveram amigos num passado relativamente distante e ficaram muito tempo sem interagir.   Quando voltam a interagir, é comum acharmos que aquela pessoa não é mais a mesma...)

         “Quando o espelho desmente, continuamos acreditando numa estabilidade mínima.   Do que consideramos mais fundamental.   Alma, caráter, personalidade.   Para que eu possa continuar existindo.   E o outro com quem me relaciono, também”.

         Sociedade e seus laços -    A realidade

         ... “para muitos pensadores importantes, a vida boa possível não vai além de uma vida não muito ruim”.   Comumente quando nos perguntam – como vai? – respondemos com negativas – Vamos indo.   Empurrando com a barriga, tirando avanti (como dizem os italianos).

         O ato extremo do suicídio.      ...”quanto mais sólidos os laços sociais, menos provável é a abreviação deliberada da existência”.

         Ao contrário...   “uma inscrição pobremente consolidada no mundo social indica maior chance de vida ruim”.        (inclui aqui a situação de muitos imigrantes, mas não só)

         (também entra nessa lista casos de relações complicadas entre pais, avós, filhos, netos)

         Durkheim é considerado o pai da Psicologia.   Um dos livros dele se chama O Suicídio.   Século XIX.   Casados em média tem menos chance de suicídio do que solteiros.    Casados e que tem filhos, diminui ainda mais o risco no casal.   O risco é ainda menor em pais com filhos pequenos e que dependem economicamente, inclusive, dos pais.

         Um dos momentos que geralmente é negativo na vida de muita gente: logo após se formar nos estudos e a dificuldade de se inserir no mercado de trabalho na área desejada.    E esse período pode ser longo.

         Fase em que estamos meio no limbo.   Temos ex colegas dos estudos e futuros colegas da vida profissional.   Fase de falta de vínculos sociais, que corresponde a uma fragilidade identitária.   “Por não termos muito o que dizer – sobre nós – acabamos não tendo também para quem dizer”.   E isso é super desagradável.   “A sociedade cobra de nós, a cada encontro, alguma autoapresentação”.  

         E por isso, somos constrangidos o tempo todo, a assumir uma indefinição existencial.

         Se trabalhamos, tudo fica fácil de explicar.   Se não, tudo se complica.

         “Sentimos a necessidade de prestar um esclarecimento.  Dar satisfação, como se diz”.

                   Continua no capítulo 12/13 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

CAP. 10/13 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: Professor da USP - CLÓVIS DE BARROS FILHO

 capítulo 10/13 

        Moral e Boa Vontade -   “Não há, para Kant, no mundo, nada que seja bom em si mesmo.  Tudo é o que é.   E será bom ou mau em função das circunstâncias particulares e das relações que mantiver com o mundo.”

         “Uma pizza não é boa em si, mas em função de quem a degusta.   Da sua forma.   Das suas preferências alimentares.  De seus hábitos e cultura.”

         Segundo Kant, a coisa boa por si só é apenas a boa vontade.   “Só ela é boa independentemente de qualquer coisa”.

         “A boa vontade é o único bem incondicionado”.

         Moral, Vontade e Uso dos talentos naturais.   “A vontade não é um talento natural”.    Não se pode confundir com a força, a beleza ou a inteligência.   Delas, podemos nos servir para conseguir outras coisas.

         “A vontade é o agente que delibera colocar a força num ato de salvamento.   Colocar a beleza em ato de sedução.   Colocar a inteligência em ato de instrução.”

         Tenho certeza de que você entendeu a diferença entre o talento, o uso do talento, e a vontade – decisão de usar o talento”.

         Moral, Vontade e Eficácia    - Moral, Vontade e Dever

         Rousseau propõe que todos os animais são dotados de instinto.   Complexo programa que oferece respostas para todas as situações de existência.  O instinto é tudo que o animal tem e tudo de que precisa para conduzir sua vida até o final.   O que permite concluir que os animais já nascem prontos.     (já vi patinho de uns dois dias após nascidos, já nadando)

         “No âmbito coletivo, o homem é cultural, é político”.   

         Os animais não acumulam ensinamentos de geração em geração.

         Moral e Liberdade -   Os animais não tem moral.  Só o ser humano é dotado de moral.

         “Nada na natureza tem moral.   A não ser o homem.”   E vivemos como vivemos porque somos senhores de nossas deliberações.   Livres, portanto.

         “Estamos condenados à liberdade de definir a própria vida.”   Responsabilidade que pesará sobre nossos ombros enquanto houver vida a viver.

         Moral e Amor -   Para Kant, amor está fora do campo da moral.   Amor é sentimento.   “E sentimento é um lado da natureza.”  Impõe-se a nós.   Frente ao amor, cabe-nos constatação.   Por isso, o amor não se delibera.   Nem no seu início nem no seu fim.

         Mãe forçando a criança a comer verdura.  Segundo a teoria kantiana aplicada ao caso, a criança pode ter que comer verdura, mas não ter que gostar de verdura.    Comendo, age por amor, não age por moral.

         Na vida social, amor por poucos e a moral nos faz nos relacionar com a imensa maioria.    “Mas como o amor é raro, a moral é importante”.

         Cap. 9 – Vida Socializada -   Viver a vida.   Momentos de reflexão sobre caminhos a seguir.  Pensar em quais decisões tomar.

         - “Preciso que você me deixe um pouco sozinho para que eu possa decidir o que vou fazer da minha vida”.

         O autor disse que  esse isolamento é ilusório.    Mantemos uma certa distância física da pessoa com quem estamos falando.   Quanto mais formal o contato, maior a distância que a pessoa adota (fisicamente) mesmo sem pensar nisso.  É um dos reflexos básicos que uns ou outros apenas que não respeita e são chamados de sem noção.

         Cada um de nós tem uma intuição de seu capital estético.   Reconhecimento social da sua beleza.   Sempre atribuída pelo outro, como todo capital social.  Denominamos capital, porque participa da troca.   Permite auferir vantagem.   Mas não é dinheiro”.

         ...”muitas vezes sem perceber, já procuramos parceiro que supomos esteticamente compatível.   Se dois se relacionam sem esse “equilíbrio”, os outros notam.   Fofocam depois:   Aquele (ou aquela) está com areia demais para o seu caminhãozinho.    Ou algo como:  Alguém ali está tentando dar o golpe...

         O povo fala...   “afinal, tudo que falam de nós pode ser a maior besteira, mas produz efeitos.   Alegra ou entristece.  Torna a vida um pouco melhor ou pior.

         ...”não é possível pensar na vida, ou mesmo viver sem pensar nela, sem considerar as condições sociais em que ela é vivida”.

         Porque todo recolhimento é protagonizado por um ser já socializado.   A sociedade vai junto.  Não adianta trancar a porta”.

        

         Continua no capítulo 11/13

CAP. 09/'13 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: Professor da USP - CLÓVIS DE BARROS FILHO

capítulo 09/13 

         O pensador Espinosa chama de conatus -   “Todos os seres são dotados necessariamente dessa força interna de autopreservação.  Eis a sua essência.

         Potência de Pensar -   “Porque a tristeza, essa faz parte.   E lutar contra ela, também”.

         Capítulo 7 – Vida Útil   -   “Ao longo da vida somos cobrados o tempo todo”.   Emprego, estudo, concurso, carreira, metas...

         O resultado de cada etapa discrimina vitoriosos e fracassados.   Nos julgam sobre os efeitos que produzimos no mundo.   “Com o que esperam de nós.   Do quanto lhes somos úteis”.

         E essa utilidade tornou-se critério hegemônico para identificação da vida que vale a pena ser vivida.

         Utilidade que também encontra abrigo no pensamento filosófico.   No utilitarismo moral.

         Utilidade e Utilitarismo.    “Porque a utilidade de qualquer coisa nunca está nela própria.   Mas em corpos sobre os quais age e produz efeitos”.     (exemplo:   uma cerveja gelada...)

         Utilidade  é Consequencialismo -   “todas as transformações que pretendem determinar o mundo.   Afinal, segundo esta perspectiva, é só para mudar o mundo que agimos”.

         “Para os utilitaristas, o valor de qualquer ação está nas suas consequências.”

         Utilidade e bons efeitos -   Para o utilitarista...       “O bom efeito não é o sucesso de quem age”.   É sim, a maior alegria do maior número de afetados pela ação.

         Utilidade e finalismo -   Utilidade e Reformismo Moderado

         Reformismo para tornar a vida das pessoas melhor em termos gerais.  Inclusive criar organismos e buscar  a paz mundial...  buscar melhoria para muita gente.    “Para o maior número possível”,    “Em nome de um bem comum”.   Há pessoas que usando essa linha, os chamados socialistas utópicos, tentaram elaborar planos para a sociedade futura.   “O ideal do maior bem comum”.    

         Destaques nessa linha:  Henry de Saint-Simon, Charles Fourier, Victor Consideirant, Robert Owen e Etienne Cabet.    Alguns desses chegaram a implantar as instituições concebidas.

         Robert Owen com apoio  econômico de um terceiro, criou uma manufatura (em 1815) com uma busca de sustentabilidade.  Buscava regulamentar as condições do trabalho na época, além de buscar respeito ao meio ambiente, amenizar a exploração do trabalho infantil e promover a educação dos trabalhadores.   “Previa a proibição da contratação de crianças com menos de dez anos  e restrição de jornada infantil – entre 10 e 18 anos – a dez horas e meia por dia.”   

         Para a época era algo revolucionário.

         Utilitarismo e Altruismo – Utilidade e Avaliação de Finalidade

         Mensurar felicidade e infelicidade, não dá.    Mas há como aferir prazer e dor.

         “Definam prazer como estado afetivo agradável”.    A mensuração no caso é praticamente impossível na prática.

         Utilidade e Gerações Futuras -    Capítulo 8   Vida Moralizada

         Como se não bastasse nosso próprio corpo, que definha mesmo quando não merecemos, outras pessoas também nos causam problemas.   Por mais que as respeitemos.   Por maior que sejam nossas preocupações morais.   Porque algumas que amamos, sofrem.   E seus sofrimentos nos entristecem.  Entes queridos morrem.   Desaparecem do nosso mundo.  Filhos pequenos choram.”

         Um pouco do filósofo Kant.    Para introdução, sugere  a leitura de : Fundamentos da Metafísica dos Costumes.   Nesta obra o foco dele é a moralidade.    Kant é do século XVIII.

         “Estamos diante de um dos mais herméticos pensadores de toda a história da filosofia”  (diz o autor deste livro).

         “Vale a pena encarar algo de Kant.     ... Afinal, a filosofia kantiana é tão importante que se confunde com o próprio pensamento moral da modernidade”.

         Moral e Boa Vontade -   “Não há, para Kant, no mundo, nada que seja bom em si mesmo.  Tudo é o que é.   E será bom ou mau em função das circunstâncias particulares e das relações que mantiver com o mundo.”

Continua no capítulo 10/13 

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

cap. 08/13 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: professor da USP CLÓVIS DE BARROS FILHO

 Cap.   08/13

         Sagrado e moral aristocrática

         Aristocracia na antiga Grécia.    Os mais bem preparados e talentosos tinham poder e aceitação acima dos demais.     Para governar, a escala entre os poderes com base na “superioridade natural dos seres” na visão deles.

         Os filósofos no alto, os guerreiros no meio e o baixo ventre dos artesãos.

         Sagrado e igualdade

         Na moral cristã, esta entra em confronto com a moral aristocrática grega.  Na moral cristã entra o princípio da igualdade.    “Uma nova concepção de humanidade”.    Igualdade por filiação a Deus.   Todos filhos de Deus.

         “Costumamos entender por moral – influenciados pela moral cristã – a resistência que oferecemos aos caprichos do próprio corpo.   Porque agora a natureza não é mais fundamento.”   Por isso, toda concessão a estes caprichos é condenada.

         Santo Agostinho – século IV dC

         Felicidade -    “Se quer bens e os tem, é feliz; se, por outro lado, quer coisas más, ainda que as tenha é infeliz”.

         Talentos pessoais que os gregos usavam como parâmetro para hierarquizar poder, se nota que podem ser usados para fazer o bem ou para fazer o mal.

         “Esses talentos em si mesmos são o que são.   Não tem nenhum valor moral”.     Veremos o valor moral do trabalho.

         Sagrado e trabalho    - Os deuses gregos no Olimpo não trabalhavam.

         Já o Deus cristão, criou o mundo.   Em seis dias.    Trabalhou.

         Na perspectiva da Grécia Antiga – aristotélica – só quem trabalha é o baixo clero, a ralé.

         Grecia antiga – os superiores se exercitam e buscam a cultura.   Era nobre ter talento.

         Cristianismo -   nobre é o uso do talento – o trabalho.

         “No momento que o foco da moral se desloca do talento para seu uso, o trabalho se mostra transformador do mundo.”

         Aqui a preguiça se converte em motor de todos os vícios.   “Assim o trabalho é recomendado, não por imitação de Deus, que trabalha, mas por condição de moralidade e de dignidade da vida.      ...”a preguiça é um grande mal”.

         Max Weber em sua obra Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.   “Diz por gracejo a voz do povo:  bem comer ou bem dormir, há que se escolher.” No presente caso, o protestante prefere comer bem, enquanto o católico quer dormir sossegado.

         Sagrado e salvação

         O Deus cristão cuida de nós e ouve nossos pedidos.   “Cuida de cada fio de cabelo da nossa cabeça inclusive”.

         Os estóicos relacionavam o amor ao apego.   E o apego à dependência afetiva da existência do outro.   Que quando interrompida, nos deixava a ver navios.  Sofrendo.

         Estoicismo – a pessoa morreu, tudo acabou.   “Como discurso cristão, seus problemas acabaram”.   Apeguem-se sem medo.  Porque a morte não mais separa.  Mas reúne.  Para toda a eternidade.    Qual o preço de tudo isso?  - Ter fé.   Sem esta, nada feito.   Você perde tudo.

         Capítulo 6 – Vida Potente – Potência e Essência

         Somos ilhas afetivas.   O mundo não para de nos afetar.    “Nós não paramos de afetar o mundo.”

         Potência e livre arbítrio.     O conceito de livre arbítrio está no âmbito das crenças judaico-cristãs.    “A liberdade da vontade de escolha entre várias opções”.

         Potência de agir -  As potências positivas -alegrias.   As negativas – tristezas.

         Potência e resistência -   “Podemos dizer que somos orientados por um movimento natural de insistência na própria existência”.  Por isso, existir é insistir.

         O pensador Espinosa chama de conatus -   “Todos os seres são dotados necessariamente dessa força interna de autopreservação.  Eis a sua essência.

         Potência de Pensar -   “Porque a tristeza, essa faz parte.   E lutar contra ela, também”.

         Continua no capítulo 09/13

CAP. 07/13 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: Professor da USP CLÓVIS DE BARROS FILHO

 capítulo 07/13 

         Tranquilidade e estoicismo romano

         Os textos de Zenão desapareceram.    Reflexões estóicas concentram-se em torno da ética e da boa vida.   Da arte de viver.

         “Esta última, como resultado de uma imersão em si mesmo”.   Em busca de uma perfeição pessoal.

         Sêneca era natural de Cordoba, atual Espanha, mas que na sua época era parte do Império Romano.  Ele nasceu no ano 1 dC.   É um dos maiores filósofos romanos e foi um Senador de destaque em Roma.

         Sêneca foi perceptor de Nero, algo como um personal.   O autor aqui diz que Sêneca apesar de destacado filósofo, como “personal” de Nero, teve lá seus fracos expostos.

         O filósofo em pauta era contra a ostentação, mas tinha status de Ministro de Roma.  Condenava o apego ao poder enquanto pensador, condenando também a riqueza, mas foi milionário.

         Tranquilidade e razão.    Tranquilidade e divina providência.

         Na teoria de Sêneca “Cada um de nós possui uma missão que deve ser cumprida”.   Para os muçulmanos, corresponde ao Maktub.

         “Alguns descobrem em vida o porquê de suas existências.  Outros pensam que descobrem, e outros nunca saberão”.

         Pois o efeito de suas obras só se fará notar em gerações futuras”.

         ...”ataques externos,   .... põe-se a enfrenta-los com calma e tranquilidade”.    Ele considera as adversidades como exercícios”.

         “Não é outra a ideia de sábio para os estóicos.  Não se trata de alguém que sabe tudo sobre o mundo, como se poderia pensar.   O sábio sabe viver.    Sua especialidade é a vida.

         Tranquilidade e ira

         Frustração de viver uma vida que não se sonhou.    Pessoas de posse costumam reclamar mais na fila de supermercado.  Muitas vezes vão a supermercados que até vendem mais caro por causa do status e na busca de serem atendidos sem espera.   “Fantasiam que o supermercado deve funcionar como eles querem”.   “Não cogitam a hipótese de se frustrar”.

         “E quando seus desejos são frustrados, explodem”.

         O pobre é mais resignado, enfrenta a fila no mercado, inclusive para aproveitar as promoções.    Não reclamam, ainda puxam assunto com desconhecidos na fila do caixa e assim fazem sua “terapia” do dia.

         Sêneca e seus pensamentos.    “A alternativa...  é adotar uma postura um pouco mais pessimista com relação à realidade.   Analisar a própria existência para se reconciliar com a realidade.   Pensar sobre os desejos e suas condições de realização.

         “Aceitar a frustração como condição da existência.    ...o mundo nunca será como nós queremos”.

         “Na perspectiva estóica só começamos a ser felizes quando aceitamos que o mundo não gira ao nosso redor”.

         ... buscar a conciliação com a realidade.     Sêneca nos propõe “o dever de reconciliar-se com o mundo.

         Lamentando menos, esperando menos e amando mais.    “No amor vivemos melhor”.

         Vida Sagrada

         Deus participa da nossa vida.    Quando acreditamos com fervor na sua existência.   “Deus e seus ensinamentos sempre estiveram presentes no mundo em que vivemos.  E, portanto, queiramos ou não, exerce influência na vida de quem quer que seja.   Porque não vivemos sós.    E mesmo quando você não dá muita bola para isso, o outro, com quem você interage, dá”.

         Antes de Cristo, era comum os povos terem seus deuses que não assumiram um corpo humano e habitou entre os humanos.

         Os mais antigos tinham seus deuses por contemplação.  Já Cristo dependia da credibilidade dos que aceitavam sua condição.  Credibilidade como fé. 

         Com o cristianismo, a virtude fundamental é a humildade, assim como a humildade do próprio Cristo.   A presença do cristianismo em muitas regiões implica que “a filosofia vai ocupar lugar secundário face à fé”.    Estará a serviço da religião.   Nesse contexto “a filosofia perdeu o direito de analisar a vida.    De ensinar a viver.

        continua no capítulo 08/13