capítulo 11/13
...”não
é possível pensar na vida, ou mesmo viver sem pensar nela, sem considerar as
condições sociais em que ela é vivida”.
Porque
todo recolhimento é protagonizado por um ser já socializado. A sociedade vai junto. Não adianta trancar a porta”.
Sociedade: Resultado ou Condição - Sociedade e Discurso
O autor
se refere a texto que leu de Bakhatin, que achou relevante no tema. Quando nascemos não sabemos falar e não
pensamos. As palavras, também
denominadas símbolos, “vamos aprendendo e assim aprendemos a falar e a
pensar. “Por isso, toda nossa
consciência... é povoada de signos que
são aprendidos com outras pessoas”.
(o surdo
total não aprende falar como consequência)
“Temos a
ingênua crença de ser o marco zero de nossas manifestações. De que somos criadores plenos de nossos
discursos. Que seriam gestados na nossa
alma a partir de uma atividade intelectual toda nossa”. Não é assim na realidade.
“Toda a
materialidade das coisas que pensamos e dizemos nos vem de fora”. ...”vivendo em sociedade estamos submersos
num mar de discursos...” ... impregnado
de conteúdo ideológico ou semiótico...”
Elaboramos... “Porque a mesma materialidade pode facultar
infinitas articulações diferentes.
Assim, comporemos nossas receitas discursivas ineditamente. Como só nós faríamos. Criativamente. Porque não somos máquinas de reprodução ou
memo de transformação de discursos alheios”
Sociedade
e Identidade
...”pelo
menos o que achamos que somos poderia ser uma construção genuína da nossa
parte. Seria gratificante. Mas, desencantar é preciso. Quando observamos o dia a dia de uma
criança pequena, percebemos claramente que as coisas que começa a dizer sobre
si, são as mesmas que ouve das pessoas com quem interage. ...”É com os outros que vamos descobrindo
os atributos que estaremos autorizados a apresentar na hora de nos definir”.
“Afinal,
é com essa ideia que temos dos outros que nos relacionamos”. ...”Ideia que construímos do outro. O que achamos que o outro seja”. Ideia que acreditamos controlar melhor em
nome da estabilidade. Segurança.”
(como
leitor, acho que quase todos já tiveram amigos num passado relativamente
distante e ficaram muito tempo sem interagir.
Quando voltam a interagir, é comum acharmos que aquela pessoa não é mais
a mesma...)
“Quando
o espelho desmente, continuamos acreditando numa estabilidade mínima. Do que consideramos mais fundamental. Alma, caráter, personalidade. Para que eu possa continuar existindo. E o outro com quem me relaciono, também”.
Sociedade
e seus laços - A realidade
...
“para muitos pensadores importantes, a vida boa possível não vai além de uma
vida não muito ruim”. Comumente quando
nos perguntam – como vai? – respondemos com negativas – Vamos indo. Empurrando com a barriga, tirando avanti
(como dizem os italianos).
O ato
extremo do suicídio. ...”quanto mais
sólidos os laços sociais, menos provável é a abreviação deliberada da
existência”.
Ao
contrário... “uma inscrição pobremente
consolidada no mundo social indica maior chance de vida ruim”. (inclui aqui a situação de muitos
imigrantes, mas não só)
(também
entra nessa lista casos de relações complicadas entre pais, avós, filhos,
netos)
Durkheim
é considerado o pai da Psicologia. Um
dos livros dele se chama O Suicídio.
Século XIX. Casados em média tem
menos chance de suicídio do que solteiros.
Casados e que tem filhos, diminui ainda mais o risco no casal. O risco é ainda menor em pais com filhos
pequenos e que dependem economicamente, inclusive, dos pais.
Um dos
momentos que geralmente é negativo na vida de muita gente: logo após se formar
nos estudos e a dificuldade de se inserir no mercado de trabalho na área
desejada. E esse período pode ser
longo.
Fase em
que estamos meio no limbo. Temos ex
colegas dos estudos e futuros colegas da vida profissional. Fase de falta de vínculos sociais, que
corresponde a uma fragilidade identitária.
“Por não termos muito o que dizer – sobre nós – acabamos não tendo
também para quem dizer”. E isso é super
desagradável. “A sociedade cobra de
nós, a cada encontro, alguma autoapresentação”.
E por
isso, somos constrangidos o tempo todo, a assumir uma indefinição existencial.
Se
trabalhamos, tudo fica fácil de explicar.
Se não, tudo se complica.
“Sentimos
a necessidade de prestar um esclarecimento.
Dar satisfação, como se diz”.
Continua no capítulo 12/13
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