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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

CAP. 08/10 - fichamento - livro - O MAPEADOR DE AUSÊNCIAS - Autor moçambicano MIA COUTO

 capítulo 08/10

  

         Os domesticadores de milagres   - cidade de Buzi, março de 2019

         Estão na vila do Buzi à margem do rio do mesmo nome.

         Na época da tentativa de suicídio da mãe de Liana, o pai de Almalinda (Ermelinda) ficou sabendo que ela foi salva por um pescador no distante rio Buzi e foi lá rever a filha.   Ela logo o acusou pela tentativa de suicídio e pelo suicídio do noivo dela (ele era preto), ela sendo mulata e o pai, branco.

         O pai resolve depois voltar para sua cidade e pagou para que os que a acharam se calassem.    A mãe de Almalinda teve que ser internada num hospício por conta da tragédia.

         O pai pensa em contar a ela que a filha não morreu e a esposa sararia e voltaria para casa.  “voltaria para casa para me atazanar o juízo”.

         Nos ventos que  prenunciam um furacão. “Há uma chuvinha que vai tombando sem saber onde cair”.

         Tradição local.   Enterrar as crianças perto do leito dos rios, em terras úmidas.    “Não se enterra em terra seca quem ainda não é pessoa”.

         “A vida é um percurso da água para a terra, do barro para o osso”.

         Capítulo 14    Os que nascem com raça.   (os papeis da PIDE-7)

         A PIDE é a polícia do colonizador.

         Anotações de viagem do meu pai a Inhaminga.   Viaja só Adriano e Benedito.   Diogo não foi daquela vez.   Benedito no banco da frente pela primeira vez.   O guarda da barreira (branco) fica bravo por causa do branco estar andando com um preto no banco da frente do carro.

         Deixou passar porque o motorista era jornalista, mas com muita má vontade por deixar um jornalista ir pra região do conflito e ainda essa de carregar um preto no banco da frente.

         Foram pra falar com Maniara, a madrasta de Benedito.

         A vizinhança da aldeia de Inhaminga onde vive Maniara e seu povo.

         “Havia ali tão pouca terra que a qualquer lagoa se dava o nome de mar.”    Ela exemplifica a vida de uma mãe na aldeia dela e os conflitos e riscos para os filhos.

         “Transitava de um filho morto para um outro que ia morrer”.    Maniara fala.   “Com esta mão abro a luz; com esta outra, fecho o escuro”.  O filho Benedito explicou:  - “Minha mãe está a dizer que tem dois serviços:  é parteira de  dia e enterradeira à noite”.

         O jornalista reparte o lanche com Benedito que estranha o gesto do patrão.   Depois vai lavar os pratos e Benedito, de novo, fica indignado.

         O jornalista avisa...  “hoje o teu serviço vai ser o de contares a história da sua mãe”.

         A mãe biológica de Benedito morreu ao pisar numa mina explosiva.  Daí ele ficou com a mãe adotiva, Maniara, com quem no passado o pai dele teve um caso.   Desse caso, nasceu um filho que já em seguida morreu.   Na casa de Maniara, o jornalista se reencontra com Sandro e este estava vestido de mulher e fazendo trejeitos femininos.

         Depois de breve conversa entre ambos, o jornalista resolve voltar para casa.   Vai dizer à esposa que Sandro se juntou à guerrilha da Frelimo Frente Nacional de Libertação de Moçambique.

         Capítulo 15 – Uma chaga na pele do tempo -  Beira, março de 2019

         Visitam a casa da cabeleireira Soraya em busca de pistas da mãe de Liana.   Ela vendo na TV a fala de um bispo protestante brasileiro.  Desliga a TV para falar com as visitas.  Diz que aprende português brasileiro com os pregadores e as novelas do Brasil.

         Soraya se gabando do corpo que ela julga em dia.  O segredo seria nunca beijar na boca os fregueses como as outras fazem.   E acrescenta o resultado negativo nas que beijam:   “Havia de as ver, andam com o corpo pendurado no pescoço”.

         Liana diz a Soraya que é filha de Almalinda, amiga e colega de prostituição de Soraya.   Do baú, Soraya tira um vestido que foi de Almalinda no tempo das danças na boate.

         Almalinda quando bebê foi enviada para um orfanato em Moçambique depois que a mãe dela morreu em um manicômio.   Em seguida foi enviada para Lisboa.   Aos 15 anos, ela resolveu voltar para Moçambique para morar com o pai.   Ela era linda.   O pai não teve os cuidados paternos com ela, apesar de lhe pagar os estudos.   Era linda e de pele escura e cabelos encaracolados.

         Voltou depois do afogamento para o orfanato em Lisboa.  Ao completar 18 anos, os enfermeiros do orfanato tocaram nela e lá havia uma prática de uma vez por mês uns homens virem escolher as “mulheres de aparência” e levavam sem volta, não se sabia para onde.     Voltou mais uma vez para Moçambique depois de ter uma filha em Portugal e de fazer Secretariado.

         Continua no capítulo 09/10

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