capítulo 13/13 (final)
”. “Essa luta recebeu o nome de Reforma. Travada por contendores hábeis em fundar
suas intepretações em fina teologia. E
assim, o que era vontade de Deus antes, deixou de ser. E o que era pecado, também deixou de
ser. Ao menos para alguns.
O autor
volta a citar Max Weber e seu livro Ética Protestante e o Espírito do
Capitalismo. “A obra esclarece melhor
que ninguém. A prosperidade e o
enriquecimento”. Ter mais dinheiro do
que precisa. Para uns sempre foi
pecado. Já para outros, não só não é
pecado, como é indício de alegria de Deus com você. (capitalismo é competição e fé cristã
seria solidariedade...)
“Ora, se
Deus continua impávido, a interpretação da sua vontade ficou dúbia. Por isso ao invés de pautar a vida pela
vontade de Deus, passamos a escolhe-la à la carte; ajustada às conveniências da
própria trajetória.
Assim...
ficamos sem Deus. “Perdemos a
referência para a vida boa”. Em resumo,
até a Grécia Antiga, eramos regidos pelo Universo. Depois, pela crença em Deus. Após certas interpretações ficamos sem o
universo e sem Deus. Ficamos à deriva. Sem chão.
“Decidiremos
nós, o certo e o errado, o junto e o injusto, os limites da ação, até onde
posso ir e até onde ir você”.
O autor
coloca um ouvinte hipotético da aula dele:
- Quer dizer que agora é nóis!
E o autor reponde: Não nos
sobrou outra alternativa.
“Assim
os tais direitos humanos foram decididos por nós.” “Só que o homem conserva a estrutura religiosa. Por quê?
“Porque depois de chamar para si a responsabilidade de definir o certo e
o errado, cria, ele mesmo, vivas transcendências. Propostas de idealidades terrestres, por
assim dizer.”
“Assim,
os direitos humanos, o liberalismo, o comunismo, o anarquismo e todas as
sociedades ideais que o homem acabou inventando para substituir os mundos
supracelestes. De todas essas
formulações de idealidades existenciais, a mais contemporânea é, sem dúvida o
paradigma da qualidade de vida.
Intensidade
e Qualidade de Vida - ...” vida de
qualidade depende 100% de quem a vive”.
Todos os protocolos de qualidade de vida a relacionam com menos trabalho. ...”enquanto não estamos trabalhando temos
mais tempo para nós, para fazer o que gostamos”.
Citou
como por exemplo, o happy hour das sextas feiras após o expediente do
trabalho. Pelo lado utilitarista,
então fico menos feliz a semana toda de
trabalho e só um happy hour de uma horinha na sexta?
Umas
reflexões que ele faz. Ele dá um
exemplo de outro modo de ver a coisa.
Como ele se sente feliz sendo professor, suas jornadas de segunda a
sexta não deixam ele menos feliz. Então
há modos e modos de ser feliz. Ele
diz: “Pela alegria de cada um. Porque todos que afirmam falar em nome de
todos são candidatos a tirano”. Em
luta para travestir a própria alegria em alegria do mundo (dessa forma a pessoa que assim faz está
colocando seu próprio desejo como desejo geral)
Intimidade
e Ineditismo
O autor
e esposa foi com um casal amigo para uma excursão num lugar ecológico, de
montanha. Tudo bem rústico. Ele detestou tudo, inclusive o calor e tudo o
mais.
“Já
aprendemos, à exaustão, que não há um gabarito para a vida que seja aplicável a
qualquer um”.
...
também não há gabarito para todos, também não há uma solução existencial para
nós, válida para toda nossa trajetória”.
Porque o
que nos alegra hoje, pode não nos alegrar amanhã.
A vida
boa deste instante, poderá se converter em puro tédio logo em seguida. Porque sempre seremos outro em relação ao
que já fomos.
...”a
vida que vala seguramente a pena viver.
... mas
também seus sonhos, suas ilusões, seus medos e esperanças e, por que não; suas
filosofias também”.
Fim. 24-01-2022
(próxima
leitura – livro do moçambicano Mia Couto – O mapeador de Ausências)
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