Total de visualizações de página

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

cap. 03/10 - fichamento - livro - O MAPEADOR DE AUSÊNCIAS - Autor moçambicano - MIA COUTO

 capítulo – 03/10

 

Uma das línguas dos povos originários de Moçambique: chissena. 

Maniara é a mãe de Benedito.   Ela numa dança ritual na praça ao redor dos mortos.   Dança ritual, olhos fechados, pá na mão, recitou o nome dos mortos, todos conhecidos dela que é uma liderança em sua comunidade.

     No fim do rito ela disse:  "sou como eles, sou terra.  E morri junto com os meus irmãos".   Na língua dela, chama o deus de Mulungo.    Benedito é branco e foi criado por Maniara.   Ele ao se ajoelhar nos pés dela, ela declarou que ele não era filho dela.   "Eu não tenho filho branco".  (revoltada por causa da revolução e da opressão ao seu povo)

     Maniara disse que foi ela quem enterrou os homens de sua aldeia, mortos na guerra.   "Todos se tornam meus filhos".

     O alferes (chefe dos militares) deu ordem aos seus soltados para eles mesmos enterrarem os mortos para não dar moral ao povo local.   E assim fizeram.

    Capítulo 3 - Escrever nos panos -     cidade de Beira, março de 2019

     Depressão e suas muitas causas:   "Assim como a cidade colonial enlouquecera para se defender do caos, também eu adoecera para me defender do meu arruinado cotidiano".

     Lá na cidade grande, no Hotel de luxo, representantes e Ongs se reunem para se acercar dos povos locais.   "Uma vez mais, discutem a miséria do povo nos hoteis mais luxuosos da cidade".

 

     Na cidade grande o jornalista foi visitar o recanto boêmio com direito até a boate, entre outros, com nome de Moulin Rouge, o ícone do setor em Paris do passado.

     O professor e Liana a conversar na beira do Rio.   Ele recordando da juventude.   Brancos e pretos, originalmente, pescando.   Ele achava um momento justo, brancos e pretos tendo nisso, na pesca, a mesma chance.   "A vida era justa por escassas horas".

 

Lá na região há uma superstição.  Não se pode responder se uma pescaria no mar foi boa.   Se o pescador responder que sim, o mar se revolta e esse pescador não consegue mais boas pescarias.

     Vestido de Liana se prendeu numa pedra beira mar e rasgou.    Subiram ao hotel e eles conversando no pátio.   "Estamos próximos, os nossos joelhos tocam-se.   O rasgão do vestido está agora completamente a serviço dos meus olhos".  

     Do pátio viam as águas e ela disse que foi lá para que a mãe dela e o namorado (raças segregadas) impedidos de viver juntos se amarraram no passado e se suicidaram se atirando no rio.    Só que a mãe dela conseguiu se desatar e foi salva.   O noivo morreu afogado.

     A filha Liana morou em Portugal e voltou para sua terra em busca da mãe Ermelinda (Almalinda).   E o poeta Diogo voltou para rever seu passado.    Liana é mulata.

     O empregado do hotel pergunta ao professor/poeta se ele sabe quem é aquela moça, a Liana.   "Essa sua amiga, professor, é a noiva de um comandante da polícia."

     Capital de Moçambique - cidade de Maputo.      O Oceano Índico banha Moçambique.    O paradoxo.   Liana busca traços da própria história de vida.   Já o professor sofre o excesso de sua história de vida.

     Ele diz:   "Tenho demasiada história, sofro um excesso de passado".    "Quero livrar-me desse tempo que não me deixa existir".

     Quando os pais do professor adotaram os meninos, o Benedito e o irmão Sandro, eles eram pequenos.     A mãe dele costurando roupas para os meninos adotados.   Ela diz:   "Gosto de costurar.  Ocupada, não tenho tempo para adoecer".

     Sandro, garoto, ajudava por gosto, a mãe adotiva a costurar.   "Não eram as roupas que os dois costuravam:  eram pedaços rasgados de suas almas".

      Capítulo 4 -  Juras, Promessas e Outras Mentiras

     (Os papeis da PIDE -2 - a polícia de repressão)

     Papel 6 - Anotações do Inspetor de polícia - 1973

     "Diz-se que as polícias são como caçadores: sonham com as presas e, aos poucos, vão se transformando nelas".

     O da polícia para saber dados de Adriano Santiago (pai de Diogo) foi procurar a mãe dele.   Disse a ela que iria visitar em Moçambique o lugar onde ele vivia e que se interessava por ouvir dados do local.    E deu corda para ela ir falando.   "Uma pessoa daquela idade troca tudo por um momento de atenção".   A velha sabia que ele era Inspetor de Polícia, da PIDE Polícia Internacional e de Defesa do Estado.   

           continua no capítulo 4/10

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário