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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

CAP. 09/10 - fichamento - livro - O MAPEADOR DE AUSÊNCIAS - autor moçambicano - MIA COUTO

 capítulo 09/10                    leitura feira em fevereiro de 2022

 

 

         Logo que Almalinda voltou para Moçambique, foi trabalhar numa boate.   Dali dois meses, estava morta. (“caída” do quinto andar...)

         O jornalista vê Soraya e Liana se abraçarem e chorarem juntas o fim de Almalinda.  Ele:   “Por um momento sinto inveja daquela habilidade.   Chorar é um modo de falar.   O meu corpo não tinha acesso a esse idioma”.

         Capítulo 16 – A descida aos céus – Os papeis da PIDE -8

         No prédio da Beira, Almalinda, aos 22 anos, dançarina de boate, foi asfixiada com fita adesiva no pescoço e tem sinais de que ela lutou para se livrar.    Depois jogaram ela pela janela do prédio.   A colega dançarina também tinha morrido da mesma forma não fazia tempo.   Eram vizinhas de quarto no prédio.

         Sobre a morta atirada do quinto andar do prédio.   “Os moradores do prédio falaram todos ao mesmo tempo, parecia que tinham medo do silêncio que escapava da falecida”.

         Capítulo 17 - Os que escutam a pólvora.     Inhaminga  - março de 2019

         Em 2019 o protagonista Diogo, Liana e Benedito partindo de Beira para Inhaminga.   Benedito pede a Diogo que recite poesias enquanto dirige, como fazia Adriano, pai de Diogo no passado no mesmo percurso.   Diogo confessa a Benedito.   “Às vezes sinto vergonha de ter sido seu patrão”.

         Benedito a Diogo sobre o tempo sofrido da guerra (anos 70).    “Aceitar que toda nossa vida tivesse sido um inferno seria dar um prêmio aos opressores”.

         O povoado de Inhaminga feito frangalhos após duas guerras.   Casas sem telhado, paredes com marcas de balas, sem energia elétrica...   “Bendito Fungai sugere que não procuremos a vida nas casas.  Procurássemos Inhaminga nas pessoas, nos laços sociais que escampam a quem está apenas de passagem.

         Nesta visita de 2019 o pai de Benedito, o Sr Capitine já é falecido e o filho foi ao cemitério para reverenciar o pai.   Fala do coveiro, fala dos mortos nas duas guerras:   “A vida aqui é uma outra guerra – acrescenta”.   “A gente chega a ter vergonha de ser um sobrevivente – concluiu o coveiro”.

         Capitine foi assassinado dois dias após presenciar a morte suspeita da dançarina Almalinda.    Ele viu a polícia levar o corpo e apagar pistas para não levantarem suspeitas.    A boate era vizinha do cemitério e ele era coveiro.

         Em Inhaminga há o paredão de fuzilamento.    O Diretor da escola foi do pelotão de fuzilamento nos anos de guerra e não quer prosa sobre o passado.   Benedito também tem suas razões para não mexer mais no passado.   E fala a Diogo...    “vivemos em sentidos opostos.   Tu queres lembrar.   E eu quero esquecer”.

         Quarenta anos atrás, Benedito saiu de seu povoado Inhaminga para fugir da guerra.

         Capítulo 18 – O chão do corpo.  Apontamentos autobiográficos do Inspetor Óscar Campos  -  Os papeis da PIDE – 9

         Segundo fragmentos da autobiografia de Óscar Campos, de 1951.

         Voltamos a Inhaminga de 2019.

         O Inspetor da Polícia Óscar Campos era o pai de Almalinda, fora do casamento.

         Sobre as guerras e os que ficam e os que partem da terra por causa destas.     “A guerra tem costas largas.  Usamo-la para explicar o que sucedeu e para justificar o que não aconteceu”.

         A dedicatória do pai ao filho, fruto das escapadas do pai.          “Querido Sandro, escrevi livros porque nunca soube ser autor de minha vida.   Espero que sejas autor dos seus sonhos”.

         Árvore de casuarina.   Digo como leitor que essa árvore deve ser bem frondosa e de destaque em certas regiões da África porque a mesma é bem citada nos mitos dos povos originários.

         Capítulo 20 – A culpa dos inocentes  - Os papeis da PIDE – 10

         Ano de 1973  (tempo de guerra).

         Virgínia na Delegacia brava e o marido preso.   Ela quer que ele fique por lá preso mesmo.   “Se quiserem castiga-lo tirem-lhe tudo que é papel e caneta.   Ele que apodreça, mais a porcaria da poesia”.

         O filho falando com o pai infiel preso.

         - “Volta para casa, pai.   A mãe vai perdoar-te”. Ele responde:   - A mãe é uma mulher de paixões.   E a paixão não chama o perdão.   Atrai, sim, vingança.

 

         Continua no capítulo 10/10 

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