A espera da chuva de dolares
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quarta-feira, 1 de novembro de 2023
CAP. 14/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND
segunda-feira, 30 de outubro de 2023
CAP. 13/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND
capítulo 13/15
O
autor diz que descobriu o talento do cartunista Henfil e o revelou no jornal
Alterosa. (Henfil - Henrique de Souza
Filho). Revelou e batizou com esse nome
que o consagrou: Henfil. (irmão do
Betinho do Fome Zero)
Fernando
Gabeira também era jovem jornalista contemporâneo dele lá em BH nos anos 60 e
namorava uma normalista que estudava num colégio de freiras.
O
amigo Aramel, o Belo, estava em apuros.
O milionário agora queria para o seu harém a namorada do empregado
Aramel. Se ele não cedesse, perderia o
emprego e as mordomias de carro, moradia, roupas caras etc.
Aramel
visita pela primeira vez o apartamento de cobertura do edifício onde morava o
patrão que só tinha no local como companhia de rotina uma onça pintada chamada
Teresa. O dono da casa disse ao
empregado para não ter medo. “Confie
numa onça mas não confie muito numa mulher”.
O
patrão e a ordem: ou lhe entrega a
namorada ou fica na miséria.
Aramel
pretendia se mandar para os USA para tentar virar astro de cinema em Hollywood
e pretendia levar a namorada.
Na
redação do jornal Alterosa, Hilda Furacão em visita e o cartunista Henfil fez
um desenho dela. No desenho o fradinho
dizia a São Pedro: - “Se no inferno tem
Hilda Furacão, é pra lá que eu vou”.
O
ambiente político estava agitado no governo Jango. Inflação alta, o medo da reforma agrária
prometida por ele. Os coronéis,
clientes de Hilda sumiram da capital.
Hilda
disse que nasceu num dia 01 de abril.
Ela ficou sabendo que o coral dos meninos de Deus sob a batuta do Santo
estava para se dissolver por falta de verba.
Hilda
faz um cheque de alto valor e entrega ao jornalista para ele levar para Hilda
como contribuição dela.
A
namorada do jornalista ao ver o valor do cheque para o coral do frei
disse: - “Louca varrida pelo frei. Só uma mulher apaixonada faz loucura com
dinheiro”.
O
frei ficou surpreso com o valor da contribuição de Hilda. Nem queria aceitar mas o coral precisava
muito da ajuda. O frei andava até fumando
pela angústia de estar caído por Hilda e dividido em relação à sua devoção de
religioso.
O
frei reconhece que Hilda mudou o modo de pensar dele... “...me ensinou o que é a piedade e a
verdadeira compaixão”.
...”Aramel
fugiu com Gabriela M, com quem namorava.
Fugiu para não entrega-la ao milionário. Assim ficou sem emprego nem moradia.
O
casal ficou uns tempos em lua de mel escondidos na Serra perto de Belo
Horizonte. Gabriela foi vendo que ele
só pensava em ir morar nos USA. Ela foi
ficando desiludida e resolveu tomar duas decisões: Acabar com o namoro e ir se entregar ao
milionário. Gabriela passou a sonhar em
ter uma filha com o milionário e esta seria rica e dessa forma Gabriela ficaria
bem de vida também.
Aramel,
na discussão, perdeu a paciência e deu um tapa no rosto da namorada porque ela
disse que ele não tinha futuro. Que ela
era filha de pai bêbado que batia na mãe e viviam na miséria. Não queria isso para ela.
Aramel
ficou sem a namorada que se entregou e ela logo ficou grávida do
milionário. Ele conseguiu grana para ir
para os USA tentar ser astro de cinema graças ao amigo jornalista que conseguiu
o dinheiro com Hilda. Ela doou a
passagem aérea e mais dois mil dólares para ele começar a vida por lá.
O
amigo jornalista fez até uma festinha de bota fora para o Aramel que se empolgou
e prometeu que seria um astro do cinema, ganharia uma fortuna, teria um avião e
um dia viria despejar dólares num voo sobre sua cidadezinha para ajudar os
necessitados.
Continua
no capítulo 14/15
CAP.12/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND
capítulo 12/15 outubro de 2023
O
repórter finalmente se encontrou com sua paixão, a bela B na casa da tia dela.
Se encontrou e recomeçaram o namoro. Ele estava feliz da vida. Namorava bela B
na casa da tia dela. O pai dela ficou sabendo e proibiu o namoro.
O
pai de bela B ficou sabendo do namoro escondido e deserdou a filha.
“Bela
B abriu mão de toda fortuna do pai para se casar com um comunista que não tinha
nem onde cair morto.”
A
cidadezinha do jornalista, Santana dos Ferros, se livrou do padre rígido e
estava em novos tempos. Até foi criada
uma zona de meretrício na cidade.
Filmes de Hollywood agora podiam ser exibidos no cinema local.
Umas
pessoas admiravam: - “Deu a louca no
mundo: ela vai se casar com um
comunista!”.
O
bordel da cidadezinha se chamou Paraiso Encantado e na noite de inauguração não
se falava em outra coisa na cidade. E se
dizia que Hilda Furacão estaria presente para cortar a fita inaugural do
bordel.
Aramel
e o amigo jornalista, chegando em Santana dos Ferros para o noivado do
comunista e a estrada estava bloqueada.
O policial explica ao jornalista, seu conhecido, que deu uma febre
bubônica na cidade e estava matando gente.
Uns diziam que aquilo era praga da Tia Ciana. Também tinha o boato que a doença veio das
pulgas das malas das prostitutas.
Ao
invés do governo do estado mandar ajuda médica, mandou polícia cercar o povo de
lá que não sabia o que fazer.
Hilda
tem a ideia de furar o cerco e iriam lá com um pequeno avião fretado. Mesmo tendo medo de avião, o jornalista
encarou a parada para saber dos seus parentes e conhecidos e para ver a Bela B,
a Beatriz.
Para
todos os efeitos, era praga da Tia Ciana pelo pecado do povo local inclusive
por acolher o bordel. O avião passa
num voo rasante com uma declaração de amor uma faixa feita pelo jornalista para
sua amada. Aquilo contagiou
positivamente o povo que se livrou da praga e voltou a sair nas ruas e tudo o
mais. Um deles puxa o carnaval e o povo
sai em festa acompanhando os cordões.
Assim acabou a praga e voltou a normalidade.
Enfim,
em fevereiro, saiu o casamento do jornalista com sua sonhada Beatriz.
Nesse
tempo o governador de MG era Magalhães Pinto.
Jânio Quadros renuncia à presidência da república. Era para assumir o vice João Goulart, tido
como comunista e as forças políticas tentaram impedir ele de assumir. Conseguiram mudar a lei para um
parlamentarismo, tirando poder do presidente.
Tretas
dos dirigentes do jornal Binômio com os militares e um dirigente deu um soco na
cara de um general. Logo em seguida os
militares deram o troco, invadindo a redação do Binômio e destruindo o
maquinário. Nisso até as fotos do
casamento do jornalista foram para o lixo.
O
general e a rosa
Nessa
ocasião o Brasil estava agitado com João Goulart na presidência. O gaúcho Leonel Brizola era cunhado de João
Goulart, vulgo Jango. Brizola era
governador do Rio Grande do Sul.
Outros
notórios da esquerda e que incomodavam os militares. Miguel Arraes, o deputado pernambucano
Francisco Julião, temido líder das Ligas Camponesas, que lutavam pela reforma
agrária “na lei ou na marra”.
Consta
que os destaques da esquerda do Brasil sempre iam confabular com o político
José Aparecido de Oliveira em BH. Este
que morava ao lado da casa de um general da ativa. O general seguidamente era visto podando as
roseiras do jardim da moradia dele.
O
político José Aparecido vivia pendurado numa extensão do telefone na varanda da
casa falando alto com seus correligionários Brasil afora e daria para o general
até ouvir as prosas.
Tempos
agitados, o jornalista recém casado e só falava em jornal e situação política
do Brasil. Um dia a esposa dele
perguntou como seria se ela viesse a ter um filho nesse clima todo.
Continua
no capítulo 13/15
domingo, 29 de outubro de 2023
CAP. 11/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor - ROBERTO DRUMMOND
Cap. 11/15 fichamento do romance
HILDA FURACÃO- autor ROBERTO DRUMMOND
Hilda marcou entrevista coletiva
e declarou que recusava dois pedidos de casamento feitos por milionários.
Destacou que agradecia de coração, mas não aceitava porque não os amava e que
amava uma pessoa impossível. – “É um amor impossível, mas ainda assim devo ser
fiel a ele.”
O jornalista recebe um ultimato
do Jornal Binômio. Ou descobre o segredo da Hilda optar pela zona boemia ao
invés do casamento milionário ou o jornalista estaria despedido do emprego.
Reporteres de jornais de
destaque na época, sempre de esquerda. Fernando Gabeira, Mauro Santayana.
O jornalista do Binômio, Ponce
de Leon, se fantasiou de mendigo e fez ponto por uns tempos nas escadarias de
uma igreja de BH pedindo esmolas. Depois fez uma série de reportagens que fez
grande sucesso na imprensa.
O jornalista narrador sentia
ciúmes do sucesso dos seus colegas. Além do mais era hipocondríaco, inventava
doenças para sofrer com elas.
A analista dele atende ao seu
pedido para interna-lo no sanatório de doentes mentais de Barbacena MG. Lá ele
pretendia conseguir ótimas reportagens.
“O médico e político JK
Juscelino Kubstcheck era homem alegre... estava sempre sorrindo, o riso era sua
marca registrada.” Ele foi governador de MG antes de ser presidente da
república, o que fez Brasilia.
Como governador de MG inclusive
construiu o Parque da Pampulha com represa que formou o lago e as construções
com projeto do Arquiteto Oscar Niemeyer. Um dos destaques é a capela de São
Francisco ornada com artes plásticas do artista plástico Candido Portinari.
Houve longo impasse para a igreja católica local aceitar a igreja projetada por
um comunista e decorada por outro comunista já citados. Depois de certo tempo
chegaram a um acordo e a igreja passou a receber as celebrações normais.
A igreja citada e outros prédios
projetados por Niemeyer são destaque no roteiro de turistas que vão a Belo
Horizonte.
(visitei duas vezes a Pampulha e
nela as obras de Niemeyer, incluindo a Igreja de São Francisco que é pequena e
muito linda)
(Visitei também a casa projetada
pelo Niemeyer ao lado do lago da Pampulha, onde morou por uns tempos o ex
presidente Juscelino. É um espaço aberto à visitação pública)
Um ateu reza
O jornalista ateu morria de medo
de viajar de avião. Um dia teve que ir a serviço de BH até Montes Claros MG
para fazer reportagem sobre as “vendas” de nordestinos que depois seguiam para
obras de Brasilia em construção.
No passado o jornalista foi pego
no colégio de padres por estar lendo o livro O Cavaleiro da Esperança de
autoria do comunista Jorge Amado, sobre o comunista Luiz Carlos Prestes. Foi
expulso do colégio por isso.
Agora no voo, voltou a rezar de
medo de morrer.
Em Montes Claros todos negavam o
comércio de nordestinos, o tráfico humano. O jornalista e o fotógrafo alugaram
um carro e foram para a rodovia para seguir caminhões pau-de-arara. Seguiram um
e na periferia da cidade, parou perto de um curral antigo e lá descarregava as
pessoas a serem vendidas.
O jornalista disfarçado de
fazendeiro comprou um casal de nordestinos com recibo assinado e tudo.
A reportagem deu enorme
repercussão. Levaram depois o casal de nordestinos para o Rio de Janeiro e
foram entrevistados pelas TVs da capital.
Os telespectadores doaram muitas
roupas e outras coisas ao casal que depois ficaram empolgados e acharam que não
precisariam mais trabalhar, que já tinham fama. Mas logo acabou o estoque de
doação e o casal veio procurar o repórter “que os comprou” e veio se amparar
com seus “donos’. Foi um embaraço para o repórter.,
O repórter finalmente se encontrou
com sua paixão, a bela B na casa da tia dela. Se encontrou e recomeçaram o
namoro. Ele estava feliz da vida. Namorava bela B na casa da tia dela. O pai
dela ficou sabendo e proibiu o namoro.
Continua no capítulo 12/15
O
repórter finalmente se encontrou com sua paixão, a bela B na casa da tia dela.
Se encontrou e recomeçaram o namoro. Ele estava feliz da vida. Namorava bela B
na casa da tia dela. O pai dela ficou sabendo e proibiu o namoro.
O
pai de bela B ficou sabendo do namoro escondido e deserdou a filha.
“Bela
B abriu mão de toda fortuna do pai para se casar com um comunista que não tinha
nem onde cair morto.”
A
cidadezinha do jornalista, Santana dos Ferros, se livrou do padre rígido e
estava em novos tempos. Até foi criada
uma zona de meretrício na cidade.
Filmes de Hollywood agora podiam ser exibidos no cinema local.
Umas
pessoas admiravam: - “Deu a louca no
mundo: ela vai se casar com um
comunista!”.
O
bordel da cidadezinha se chamou Paraiso Encantado e na noite de inauguração não
se falava em outra coisa na cidade. E se
dizia que Hilda Furacão estaria presente para cortar a fita inaugural do bordel.
Aramel
e o amigo jornalista, chegando em Santana dos Ferros para o noivado do
comunista e a estrada estava bloqueada.
O policial explica ao jornalista, seu conhecido, que deu uma febre
bubônica na cidade e estava matando gente.
Uns diziam que aquilo era praga da Tia Ciana. Também tinha o boato que a doença veio das
pulgas das malas das prostitutas.
Ao
invés do governo do estado mandar ajuda médica, mandou polícia cercar o povo de
lá que não sabia o que fazer.
Hilda
tem a ideia de furar o cerco e iriam lá com um pequeno avião fretado. Mesmo tendo medo de avião, o jornalista encarou
a parada para saber dos seus parentes e conhecidos e para ver a Bela B, a
Beatriz.
Para
todos os efeitos, era praga da Tia Ciana pelo pecado do povo local inclusive
por acolher o bordel. O avião passa
num voo rasante com uma declaração de amor uma faixa feita pelo jornalista para
sua amada. Aquilo contagiou
positivamente o povo que se livrou da praga e voltou a sair nas ruas e tudo o
mais. Um deles puxa o carnaval e o povo
sai em festa acompanhando os cordões.
Assim acabou a praga e voltou a normalidade.
Enfim,
em fevereiro, saiu o casamento do jornalista com sua sonhada Beatriz.
Nesse
tempo o governador de MG era Magalhães Pinto.
Jânio Quadros renuncia à presidência da república. Era para assumir o vice João Goulart, tido
como comunista e as forças políticas tentaram impedir ele de assumir. Conseguiram mudar a lei para um
parlamentarismo, tirando poder do presidente.
Tretas
dos dirigentes do jornal Binômio com os militares e um dirigente deu um soco na
cara de um general. Logo em seguida os
militares deram o troco, invadindo a redação do Binômio e destruindo o
maquinário. Nisso até as fotos do
casamento do jornalista foram para o lixo.
O
general e a rosa
Nessa
ocasião o Brasil estava agitado com João Goulart na presidência. O gaúcho Leonel Brizola era cunhado de João
Goulart, vulgo Jango. Brizola era
governador do Rio Grande do Sul.
Outros
notórios da esquerda e que incomodavam os militares. Miguel Arraes, o deputado pernambucano
Francisco Julião, temido líder das Ligas Camponesas, que lutavam pela reforma
agrária “na lei ou na marra”.
Consta
que os destaques da esquerda do Brasil sempre iam confabular com o político José
Aparecido de Oliveira em BH. Este que
morava ao lado da casa de um general da ativa.
O general seguidamente era visto podando as roseiras do jardim da
moradia dele.
O
político José Aparecido vivia pendurado numa extensão do telefone na varanda da
casa falando alto com seus correligionários Brasil afora e daria para o general
até ouvir as prosas.
Tempos
agitados, o jornalista recém casado e só falava em jornal e situação política do
Brasil. Um dia a esposa dele perguntou
como seria se ela viesse a ter um filho nesse clima todo.
Continua
no capítulo 12/15
CAP. 10/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor - ROBERTO DRUMMOND
capítulo 10/15
Da minha ficha policial
O pai da bela B era fazendeiro e proibiu ela de namorar um
comunista.
Anos depois dos fatos, o jornalista teve acesso ao arquivo
do DOPS – a polícia da repressão política da ditadura militar que perseguia os
comunistas e simpatizantes. Leu
relatórios que o policial investigador Sarmento fez sobre o jornalista e sua
militância.
A hora do Sherloque ou Investigando Hilda Furacão
Reunião a portas fechadas entre o jornalista e dois
dirigentes do jornal Binômio. A missão
do jornalista: Dar uma de investigador
sobre Hilda e fazer uma série de reportagens sobre ela. A missão e o desafio. O título que os dirigentes sugeriram: Hilda Furacão: o Mistério da Garota do Maiô
Dourado.
- “A chave da reportagem – é você acabar com o enigma: por que, afinal, em vez dela se casar com um
banqueiro todo-poderoso, ela preferiu ir para a zona boêmia.
Las cosas de Fidel
Altas mudanças nos jornais, inclusive seguindo tendências do
Rio de Janeiro. Nos jornais, a era do
lead: “o que, quem, quando, como, onde e
por que” e as respostas que os jornalistas deveriam dar nas matérias.
Jornais de Minas Gerais trouxeram alguns jornalistas do RJ,
entre eles, Jânio de Freitas.
Na época da redação do jornal Binômio havia dominância do
pessoal simpatizante comunista. E
agora na redação a norma era fazer o lead.
Responder em cada reportagem aquela sequencia de indagações: o que, quem, quando...
Na época o jornal Binômio tinha uma tiragem de 30.000
exemplares. A direção do Binômio
esperava aumentar muito a tiragem do jornal com a série sobre Hilda
Furacão. O chefe da redação disse ao
jornalista: “Não existem ingredientes
tão bons para atrair o leitor como sexo, mulher-notícia bonita e mistério. A Hilda resume tudo isso”.
O jornalista sabia do desafio que era tentar elucidar o
mistério sobre Hilda que optou por atuar na zona.
Ele foi conversar com Hilda e colocar a ela a situação. Ela não revelou nada e deixou ele livre para
investigar a vida dela.
Toda terça feira, como combinado, ambos se reuniam para ele
expor o que já conseguiu nas investigações sobre ela.
Sobre a pureza da rosa
O jornalista foi até Barbacena-MG para especular junto aos
pais de Hilda que agora plantavam rosas.
Eles não queriam falar sobre a filha.
O repórter tirou fotos escondidas dos pais de Hilda e as
trouxe de presente para ela. Ela ficou
muito emocionada.
O jornalista marcou entrevista com o ex banqueiro que tentou
se casar com Hilda e ela se recusou.
Pouco tempo depois ela foi para a zona boêmia num primeiro de
abril. A data que ela disse ao
pretendente que era o dia que ela responderia sobre o pedido de casamento.
O milionário não entendia a negativa de Hilda ao seu pedido
de casamento. Disse: “Ela sempre foi muito mística e religiosa”.
Glorinha Drummond -
foi miss MG e se casou com o colunista social Ibrahim Sued. Todos perguntavam ao jornalista se ambos eram
parentes.
Foi ao RJ entrevistar o psiquiatra Helio Pelegrino que teve
Hilda entre seus pacientes. Não
conseguiu dele informação que é protegida pelo sigilo profissional.
Marcou entrevista com o padre confessor de Hilda nos tempos
dela no Tenis Clube.
Em outro episódio, o jornalista e uns outros jovens
recebendo treinamento para guerrilha.
Em outro episódio mais, um fã de Hilda que alucinado subiu
no 12º andar de um prédio e dizia que iria se suicidar se Hilda não lhe desse
um beijo. Ela foi lá, deu o beijo no
fanático e ele desistiu de se suicidar.
A fama de Hilda Furacão só crescia com o passar dos dias.
Continua no capítulo 11/15
quinta-feira, 26 de outubro de 2023
CAP. 9/15 - fichamento do romance HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND
capítulo 9/15
O jornalista comunista namora escondido do partido, a
companheira Rosa. Vai com ela no baile
de fantasia. O ponto de encontro nos
namoros proibidos dos dois comunistas era a Igreja São José e até assistiam a
missa.
Lá não seriam vistos pelos camaradas do partido.
As namoradas do Aramel
e do jornalista ficaram curiosas para conhecer Hilda Furacão que
conseguiu a grandeza do Baile da Fantasia concorrido no Montanhês Dancing.
Ver o teor “politicamente incorreto na atualidade” da letra
de uma música de sucesso nos carnavais dos anos 60-70:
“O teu cabelo, não nega / mulata /
porque é mulata na cor / mas como a cor não pega, mulata / mulata quero o teu amor”.
O gordo Emecê (autor das crônicas sentimentais no rádio) e
colega no jornal do narrador, sentado na sua cadeira reforçada no salão de
baile curtindo a festa – o baile de fantasia.
As minhas próprias suspeitas
Houve no baile de fantasia momentos de dança romântica com
bolero. Todos com máscaras, sem revelar
a identidade.
Uma foliã troca de
par e dá um beijo num folião que não dançava bem. Seria ela Hilda a do beijo, soube-se depois.
O que ganhou o beijo levou um murro no rosto por conta do
ciúme e no entrevero, sumiu do baile para não descobrirem sua identidade. Há suspeita de que fosse o frei.
Em seguida, ele foi para o Rio de Janeiro e ficou dez dias
na favela vivenciando a vida dos favelados.
Teria contatado inclusive o Bispo Dom Helder Câmara, o defensor dos
pobres e oprimidos.
De volta a BH o frei avisou que seu coral de meninos iria
fazer a primeira apresentação. O local
escolhido foi no território onde fica a zona boêmia da cidade. O coral só cantou duas músicas e uma delas
era a Ave Maria de Schubert em alemão.
Tal como Hilda cantava nos tempos de garota do maiô amarelo no Tenis
Clube de BH. Hilda escutou a música e
veio ao local e não só ouviu como se juntou ao coral na segunda música sacra
cantada em latim.
O maestro frei seguiu firme na regência sem se abalar.
Em outra ocasião, o frei disse ao amigo de infância,
jornalista: - Meu lugar é na Igreja de
Cristo e ao lado de Dom Helder Câmara.
Capítulo Quatro
O homem marcado. O
jornalista muda de emprego e vai trabalhar no jornal Binômio. O nome vem do slogan de JK Juscelino para
governador de MG. (mais adiante ele foi
presidente do Brasil). Binômio: energia
e transporte.
O jornalista e dois sonhos, ser correspondido na paixão pela
bela B, que já estava até noiva. Outra
paixão era entrar para a guerrilha.
O espião Sarmento, da polícia da repressão política, que
andava perseguindo comunistas.
Uma noite no cinema ele flagrou o jornalista e a namorada
Rosa que namoravam às escondidas, contrariando o partido. Sarmento ameaçou entregar os dois namorados
ao partido deles.
O namoro acabou sendo descoberto pelo partido e os namorados
foram levados para uma reunião secreta para tratar dessa “indisciplina” frente
à luta operária.
Rosa fez a defesa e mostrou que o namoro em nada traia a
causa operária, nem partidária. Foram
aceitos por suas firmes alegações.
Depois disso, o namoro não precisava mais ser às escondidas
e os dois perceberam que o namoro esfriou.
O jornalista passou a pensar na bela B.
Continua no capítulo 10/15
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
CAP. 8/15 - fichamento do romance HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND
capítulo 8/15
No tempo do Padre Nelson era tudo rigoroso. ...”até a alegria foi proibida”.
O padre atual, padre Geraldo
...”liberava tudo de forma lenta e gradual...”. O padre rigoroso do passado exigia mil
coisas nas confissões e penitências.
Filas quilométricas para confessar.
Já padre Geraldo era mais brando.
Ouvia os pecados e não ficava perguntando. Ao final da confissão distribuía penitências
assim:
- “Minha filha, dedique um pensamento aos pobres do mundo”. Um dia uma beata reagiu decepcionada: “- Deus me perdoe, pelo amor de Deus, mas
agora perdeu até a graça de pecar”.
Um dia as filhas de Maria foram reclamar para o padre o fato
do sacristão ser homossexual e o padre respondeu: “Cada
qual como Deus fez”.
E lembrar que em resposta à beata que fazia campanha para cobrirem
a nudez de Adão na igreja, os homens fizeram um abaixo assinado para tirarem a
folha de parreira que tapava a nudez de Eva justificando que era para equiparar
o homem e a mulher. Adão nu, então Eva
também nua.
Naqueles anos inocentes
O jovem jornalista participando de reuniões ocultas do
pequeno grupo de comunistas.
Entre o Sim e o Não, uma cidade dividida - O
povo se aglomerou em frente à Câmara de Belo Horizonte na noite da votação do
projeto de lei que visava tirar a Zona Boêmia do centro da cidade.
Bruxa ou princesa?
O frei chegando na Câmara já quase lotada e havia uma cadeira vaga ao
lado de Hilda Furacão. Ele ficou
confuso, inseguro e foi ficar em pé num local do plenário onde há havia um
aglomerado de pessoas também em pé.
Hilda disse ao jornalista (que é amigo do frei) que ficou
muito injuriada com essa desfeita dele não querer se sentar ali do lado dela.
Ela disse.
Jurei. Esse santo me paga!
Hilda olhando firme “com seus olhos cor de fumaça” os olhos
dos vereadores indecisos para a votação.
Vinham dos olhos dela “uma sensação de festa no mundo, dava
uma vontade de cantar ...de rir um riso
doido e feliz”.
O vereador Kalunga, ex goleiro do CAM Clube Atlético
Mineiro, ia votar Sim (para mudar a
zona), mas na hora do voto dele, Hilda lhe jogou num aceno, um beijo e acenou
com o Não. Ele votou pelo Não.
Em outro momento, o jornalista sentado perto de um gordo,
anotou na agenda: “Os gordos são como gatos – ronronam”.
Empatada em 7x7 a votação na Câmara e o Kalunga desempata
com o Não influenciado pelo gesto da Hilda.
Ela que em seguida pediu para o jornalista cumprimenta-la por ter
conseguido virar o jogo. Afinal, ela
influenciou o voto do Kalunga.
Notícias do sapato de Cinderela (que Hilda perdeu no temporal no dia da
passeata pelo Não)
O frei chama o amigo jornalista ao convento e lhe
revela. Mostrou calo nas mãos pelos
cinco dias que trabalhou numa empresa de minérios realizando trabalho bruto
para provar que ele conhecia o operário e a vida dele. Lá atrás Hilda disse que ele era o padre
dos ricos e não conhecia nada da vida dos operários. Ele queria desfazer essa afirmação.
E que agora ele iria aderir à JOC Juventude Operária
Católica que era de tendência de esquerda e vista como comunista.
O amigo se admirou da mudança do frei, seu amigo de
infância.
O frei continua encantado por Hilda. Não tem sossego por isso.
A noite da Fantasia
O grande baile da fantasia onde todos escondiam o rosto no
Montanhês Dancing. Aramel, o Belo,
vem com sua mercedes buscar o amigo
jornalista para irem ao baile. Aramel
fantasiado de Fidel Castro, a namorada Gabriela M. de Cleópatra e o jornalista
de Pirata da Perna de Pau.
Continua no capítulo 9/15