capítulo final 18/18
São Paulo
Zélia de passagem cita o falecimento
da sogra Lalu (Eulália) em 1972, quando esta tinha 88 anos. Faleceu de agravamento de diabete.
Sobre memórias
Jorge dizia aos amigos que
nunca escreveria suas memórias. O
casal, com os direitos da publicação de Tieta do Agreste nos USA, conseguiu
comprar um apartamento em Paris. E ela
acrescenta que assim quando fosse outras vezes a Paris, já não tinham que ficar
pagando hotel.
Apartamento no Marais, ao
lado do Rio Sena.
Jorge e Zélia em Paris e a
filha Paloma, o genro e as netas morando lá também.
Jorge na máquina de
escrever catando milho com agilidade.
Usa apenas os dois dedos indicadores para teclar. Escrevendo o livro Navegação de
Cabotagem. Até então era Zélia quem
passava a limpo os textos dele e desta vez a filha Paloma assumiu essa tarefa
digitando no computador. Zélia diz que
gostava dessa tarefa.
Por outro lado, nessa
ocasião Zélia estava ocupada escrevendo o livro de memórias Chão de
Meninos. O ritmo de Jorge digitando
Navegação de Cabotagem foi frenético, cansativo. Foram 600 páginas digitadas com os dois
dedos, coisa de ferir os dedos.
Planejaram uma viagem de
navio pelo Mar Negro ao terminar o livro.
No Cruzeiro de navio, Jorge continuou fazendo adendos ao livro e
enviando por fax para a filha Paloma ajustar.
Isso foram vezes e vezes. Tanto
que ele nem desceu do navio para passear por cidades como Istambul e outras.
Na parada de Odessa (na
Ucrânia), Jorge resolveu descer do navio e passear pela cidade. “Em Odessa fomos ver as impressionantes
escadarias que aparecem no filme O Encouraçado Potemkin e voltamos andando até
o navio.” (ver foto acima) sacada do Google.
Segundo Zélia, o livro
Navegação de Cabotagem tem 638 páginas.
Em 1993 Jorge Amado lançou A descoberta da América pelos Turcos. O casal em 1993 teve uma maratona de
atividades em São Paulo, incluindo o lançamento de um livro de cada um na mesma
data e local. Depois do corre-corre, o
conforto de voltar para casa.
“Coisa boa chegar em casa,
não há nada melhor. Costumamos dizer
que o melhor de uma viagem é retornar à casa da gente”.
Jorge teve um enfarto nos
anos 90 e Zélia buscou socorro que veio rápido. Estavam na casa deles em Salvador.
Outro episódio... Pablo Neruda vem visitar Jorge para se
despedir.
Jorge faz oitenta anos e
fazem uma grande festa e vem muitos amigos, inclusive do exterior para celebrar
o acontecimento.
Há a Fundação Jorge Amado
que edita livros, publica revistas, promove exposições, orienta estudos. O Café Teatro da Fundação Jorge Amado
recebeu o nome de Zélia Gattai. “Para
meu encabulamento, a direção da Casa decidiu me homenagear, dando ao Café
Teatro o meu nome”.
Na época do lançamento
deste livro de memórias, muitos dos amigos de Jorge e Zélia já tinham falecido.
Encerra o livro em outubro
de 1998.
Encerrei a leitura deste livro dia 09-01-2024 Curitiba PR
PS – estou lendo
atualmente a mais recente antologia do paranaense Dalton Trevisan, autor do
Vampiro de Curitiba, de quem já li um bocado de livros e já fomos meio
vizinhos, apesar de ele não dar as caras por nada e pra ninguém. É o jeitão dele e temos que respeitar.