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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Cap. 9/12 - fichamento do livro - VIAGEM A CURITIBA E PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA - autor Botânico francês SAINT-HIRAIRE (1816 a 1822)

 capítulo 9/12

 

Relembrando que na ocasião que os portugueses colonizaram SC os índios locais já tinham migrado para o interior em decorrência da vinda dos colonos.    Assim não houve ali quase nada de miscigenação dos europeus com os indígenas.

Os do RS, pela vizinhança com os hispano-americanos, tomaram destes muitas palavras do vocabulário.

Em  certo trecho do livro o autor cita a tal língua geral que foi bastante usada no Brasil dos primeiros séculos da colonização e esta era uma mistura de língua indígena com o português.

         Capítulo XI  A Cidade, a Ilha e o Distrito de São Francisco

Jaguara significa cachorro na língua indígena guarani.   Essa é uma das expressões bem usadas no RS atual inclusive.

No passado anterior a 1820 a ilha de São Francisco era povoada pelos indígenas Carijós.

Página 146 -  Cita Nossa Senhora da Graça e sua devoção vindo de 1656.  Eu como leitor visitei um santuário na França que se referia a Nossa Senhora das Graças cuja origem se não me engano seria do início do século 20.   Pode não ser a mesma aparição.

Cita o fortim em São Francisco do Sul.    E no povoado, oitenta casas em 1820.   Destaca a igreja daquele povoado e diz que desde que passou por Itu-SP, não tinha visto uma igreja tão bonita como aquela.

A cidade de São Francisco tinha um chafariz de água boa e muita gente usava essa fonte de água para beber.

...”Vê-se em S. Francisco um elevado número de tavernas e várias lojas sortidas”.

A cidade contém grande quantidade de mosquitos.  Região de águas, pântanos e matas, propício para criação de mosquitos.

Dois morros na cidade.   O Pão de Açucar e o Morro da Laranjeira.

Cubatão – nome dado às grotas entre os morros.

O cipó-imbé, que na verdade é a longa raiz de certa planta epífita (que se fixa na copa das árvores).   Usavam a fibra dessa planta, muito resistente, para muitos utensílios, incluindo cordas muito requisitadas em embarcações.

Distante duas léguas (12 km) do litoral, não há povoação e é tomada por montanhas com mata que não tem dono.

... muitos agricultores locais moram no sítio e alguns mais abastados tem também casa na cidade onde passam os domingos.

Todo povo local sabe manejar com destreza uma canoa e sabe a arte da pesca.  Nisso se incluem as mulheres.

A base alimentar é peixe cozido e farinha de mandioca.

Criam poucas vacas, porcos e aves.

O autor fala que os imigrantes europeus que virão, certamente trarão novos cultivos, novas formas de viver e que devem influenciar a população local inclusive na alimentação.    Plantam um pouco de cana principalmente para fazer aguardente.   Algodão para fazer tecido rústico de uso local.  Plantam um pouco de milho para galinhas e cavalos, além de alimentar os escravos.

As bananas são abundantes e de boa qualidade.

Usavam serrar um pouco de madeira para exportar mas não dominavam o uso da água como força motriz que poderia mecanizar as serras e dar mais rendimento ao trabalho.

O autor cita que o povo em sua maioria é bastante pobre e suas casas quase não tem mobílias.   Usam uma esteira cobrindo o chão onde preparam refeições acocorados e servem as refeições sobre a esteira.  

Capítulo XII  As Armações de pesca de Itapocoroia

Caça às baleias principalmente com interesse no óleo que era usado inclusive na iluminação pública.   No começo a caça era livre e depois passou a ser controlada pelo governo que vendia concessão a armadores.

Era em certo tempo uma atividade altamente rentável.    “Nessa época a pesca era de tal forma abundante que apenas uma das armações capturou 523 baleias.   As concessões começaram em 1765 mas a partir de 1800 a atividade já  era pouco atrativa pela redução drástica de baleias disponíveis.

“A caça da baleia na época começava nos meses de junho e durava até meados de agosto.”   Coincidia com a época das baleias migrarem das águas frias do sul do continente para regiões mais quentes para acasalamento.

A baleia cria um filhote a cada fase reprodutiva e a caça descontrolada reduziu em muito a população de baleias na região em pouco tempo.

 

Cap 10/12

sábado, 30 de agosto de 2025

Cap.8/12 - fichamento do livro - VIAGEM A CURITIBA E PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA - autor: Botânico francês SAINT - HILAIRE (1816-1822)

Cap. 8/12

 

.    Em 1820 o povoado de Guaratuba não tinha mais do que quarenta casas.

     “Não há mais do que quarenta casas”.   Igreja local é dedicada a São Luis em homenagem ao Rei da França.

         No litoral, Guaratuba é a última paróquia pertencente a Curitiba.  A próxima,  mais ao sul já pertence a Santa Catarina e é a paróquia de São Francisco, na ilha do mesmo nome.

         Na época (1820) São Francisco tinha 900 habitantes no seu distrito.

Muito pobres.   Se alimentam basicamente de peixes e de farinha de mandioca.   Má alimentação, pele amarelada e hábito de comer terra.  Isto pela deficiência de minerais no organismo deles.

         Uso da extração de cal dos sambaquis.  Estes eram amontoados de conchas de séculos pelos indígenas que habitaram a região.  Se alimentavam das ostras e iam amontoando as conchas destas que formaram os sambaquis, ricos em cálcio.

         Capítulo X   Esboço geral da Província de Santa Catarina

         SC até o século XVIII era coberta de florestas e tinha os índios Carijós.    Logo após o ano de 1500 os europeus que passavam pela ilha onde hoje é Florianópolis, a chamavam de ilha dos Patos, devido à grande ocorrência dessas aves na região.    Em 1559 há relatos do viajante Hans Staden percorrendo esta região e fazendo anotações.

         O governo de São Paulo em 1732 visando povoar SC para defender a região, mandou famílias para lá e passou a enviar prisioneiros para cumprir pena no “Desterro”, isto na ilha onde hoje é Florianópolis.

         Antes dessa época, os presos eram enviados para presídios no Pará ou no Maranhão.

         Há relatos da época que a região tinha na costa de SC gente que recebia muito bem os navegantes, os viajantes que passavam pela região.   Os moradores locais eram leais no comércio com todos.

         Item 2 – Colonização

         A província de SC era bem pequena em 1820.  O limite oeste   ...”ainda não se acham perfeitamente definidos”.

         Na narrativa do autor ele faz referência ao “cruel” coronel Rodrigo de São Paulo que na “guerra contra Artigas mandou muita gente convocada para a guerra”.   O povo ficava em polvorosa por ser convocado.

         Em 1820 a província de SC tinha três cidades.  São Francisco, Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis) e Laguna.  Todas no litoral.

         Administração Eclesiástica.

         Na época (1820) a Diocese do RJ ao norte ia até a divisa com a diocese da Bahia.  Ao Sul, tinha jurisdição, pulando São Paulo, nos estados do sul como Paraná, SC e RS.    Essa falta de sintonia das paróquias do sul com a Diocese do RJ causava sensação de abandono pelo povo e mesmo para os padres que atuavam na região.

         Os poucos padres para atender às paróquias eram mal preparados para a função.   Acabavam entrando na promiscuidade do povo local.

         Quando vieram uns padres espanhóis ligados a Ordens Religiosas, estes tinham preparo sólido e vivência correta e os resultados foram muito bons.    “seus costumes são austeros; eles pregam a doutrina cristã em toda a sua pureza, mantém-se alheios às coisas mundanas e se consagram sem reservas ao serviço de Deus”.

         Instrução Pública    -  Por volta de 1840 os padres ligados à Ordem religiosa fundam um colégio e mediante pequena contribuição, tem alunos internos cursando Latim, noções de história e geografia, francês, geometria, retórica e filosofia.   Formavam jovens muito bem preparados.

         Administração judiciária.

         Em 1820 a segunda instância da Justiça em SC ainda era ligada a Porto Alegre, o que dificultava muito para o povo de SC.

         Em SC na época do pesquisador, só havia picadas e não havia estradas.   Não havia como produzir lavouras no interior, nem meio de transportar a produção para comercialização.

         Os primeiros portugueses que migraram para SC e RS tiveram progresso diferente.   Os do RS encontraram os campos com pasto nativo e sem a presença de mata.   Áreas propícias para criação de gado sem o elevado custo de desmatar a área.

         Já os portugueses que vieram povoar SC, como os anteriores eram de origem do Arquipélago dos Açores.    Ficaram restritos a povoar  o litoral, já que fora deste era tudo mata virgem de difícil acesso e que requeria muito esforço para desmatar, construir caminhos e povoar.    Assim, ficavam no litoral e tinham como principal fonte de subsistência a pesca.

         Os do RS lidando com gado, tinham carne abundante e eram bem mais saudáveis que os de SC.

         Relembrando que na ocasião que os portugueses colonizaram SC os índios locais já tinham migrado para o interior em decorrência da vinda dos colonos.

                   Continua no capítulo      9/12 

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Cap. 7/12 - fichamento do livro - VIAGEM A CURITIBA E PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA - autor: Botânico francês - SAINT-HILAIRE - (1816-1822)

capítulo 7/12 

         Sobre a difícil descida da Serra do Mar pela trilha da época rumo a Paranaguá, usando burros cargueiros.     O autor se admira da habilidade dos burros que fazem aquele trecho.   Os animais são treinados para essa travessia.   Primeiro os burros descem a serra sem as cangalhas e sem carga para se ambientarem ao terreno.   Numa segunda fase, descem com a cangalha vazia.   Numa fase posterior, descem com meia carga e quando estão bem treinados, levam carga completa.

         O autor registra na região de Paranaguá o Rio Cubatão que tem o leito com pedras no fundo.

         Descreve a parada em Morretes e fala do lugarejo e seu povo.   Cultivam banana, mandioca e cana.   Cana para fazer rapadura e cachaça.

         Entre Morretes e Paranaguá, o pesquisador viajou de barco.  Mangue no entorno e muitas aves aquáticas com destaque para os coloridos guarás com sua cor coral.

         Segundo o autor, Paranaguá foi o primeiro lugar onde se descobriu ouro no Brasil.    “Antes mesmo de 1578”.    O governo de então criou uma fundição de ouro em Paranaguá.

         Até 1812 Paranaguá foi comarca e neste ano a comarca passou para Curitiba.

         Em Paranaguá..  “A Câmara Municipal está instalada num prédio bastante grande que defronta o rio e tem dois pavimentos.   Conforme o costume o andar térreo é ocupado pela cadeia”.

         Cita o prédio grande feito pelos Jesuítas.  (Conheço o prédio que está bem conservado e tem instalação ligada à UFPr Universidade Federal do Paraná).

         Pelo porto de Paranaguá na época se exportava muita madeira de peroba e canela preta, além de mate e alguns produtos mais.

         Em 1836 foram 134 os navios que aportaram em Paranaguá.   Sobre este povoado:   “Essa cidade é certamente uma das mais bonitas que já visitei desde que cheguei ao Brasil”.    Destaca porém que a água da cidade é de qualidade medíocre.

         “Ali e em Guaratuba... singular costume de comer terra...”  (por má nutrição).  As pessoas que comem terra ficam com a pele amarelada e morrem mais precocemente.

         Escravos...   “veem-se negros com mordaça na boca rolando na terra para poderem aspirar um pouco de pó”.    ...”comer cacos de potes de barro, de preferência oriundos da Bahia”.   (provavelmente com mais microelementos)

         Um padre, ao dar a comunhão perguntava se a pessoa tinha o costume de comer terra e transformou isso em pecado.  Não dava comunhão a quem comesse terra.

         Em 1820 o distrito de Paranaguá tinha 5.000 habitantes.

         Ele diz que acha qual razão de fazendas de gado terem menos escravos.  Primeiro, porque a atividade usa pouca mão de obra.  Segundo, porque os brancos não se sentem diminuídos trabalhando montado num cavalo e cuidando do gado.

         Paranaguá e sua área de planície litorânea.   Muitos bananais.  Produz mandioca e cana mas o clima não é bom para produção de café.

         Árvores cortadas na altura de um metro.  Nasce mato em volta do toco e assim a árvore não rebrota.   “Se este livro cair nas mãos de um fazendeiro ele rirá dos meus conselhos...   mas seus netos...”  irão me agradecer e ficar ricos porque adotando a limpeza no entorno do toco da árvore ela revive e será de novo uma árvore de grande utilidade e valor.  (como faziam na França da época).

         Sobre topografia e clima...  “Isso viria a confirmar a lei segundo a qual há muito maior uniformidade, de um modo geral, na temperatura e vegetação do que nas terras do interior”.     (terras próximas ao litoral estão em altitude próxima da altitude do mar e assim tem clima e vegetação semelhante na faixa costeira)

         Visitou a Ilha da Cotinga  (no guarani, Cotinga – semelhante ao quati)

         Visitou em Paranaguá a capela do Rocio onde é celebrada anualmente uma festa que junta muita gente da região.  A capela era dedicada a Nossa Senhora do Rosário.

         Viu por lá os ritos da Semana Santa e de malharem o Judas no sábado da aleluia.   Essa tradição veio de Portugal.

         O autor que usava burros de carga para suas andanças na pesquisa botânica, notou que no litoral de Paranaguá era difícil encontrar burros.  Usavam mais as canoas e nos trechos por terra, carros de boi.

         Ao partir rumo a Laguna, teve que contratar carros de bois para a missão.

          Capítulo IX  Viagem de Paranaguá a Guaratuba.  Essa última cidade e seu distrito.

         Uso de canoas num trecho e carros de boi em outros trechos entre Paranaguá e Guaratuba.    Em Paranaguá, na Ilha do Mel, já existia o pequeno Forte (um fortim) para proteger a cidade de invasores por mar.

         Caiobá, do guarani caioga – casa de macacos.

         Destacou a beleza das aves guarás, muito comuns no litoral.    O nome científico do guará segundo o autor é Ibis rubra.

         No passado (em relação a 1820) os guarás eram encontrados nas costas marítimas desde o ES até Santa Catarina.   Foram desaparecendo de muitas regiões e em 1820 o autor encontrou em bandos na região de Guaratuba.   Guara-tiba em tupi seria reunião de guarás.    Em 1820 o povoado de Guaratuba não tinha mais do que quarenta casas. 

sábado, 16 de agosto de 2025

Cap.6/12 - fichamento do livro - VIAGEM A CURITIBA E PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA _ autor: botânico francês - SAINT-HIRAIRE (anos 1816-1822)

 capítulo 6

        

         “A comarca de Curitiba contava em 1813 com 36.104 habitantes”.

         “Em 1838 ela se compunha de Curitiba, Guaratuba, Paranaguá, Antonina, Vila Nova do Príncipe (Lapa) e Castro.”   Mais para o interior, a oeste era tudo não colonizado.  

         O povoado de Apiai (SP) no vale do Rio Ribeira era o mais próximo da província de São Paulo em relação a Curitiba.

         “Em 1818 a varíola devastou a região”.   O autor cita estatísticas das pessoas e das profissões da região na época.  (páginas 75 a 77)

         Ponta Grossa era um distrito de Castro (1820).   Em Curitiba, as mesmas culturas como milho, feijão, trigo, fumo etc.

         Destaca na região a produção de mate “que constituiu importante produto de exportação”.

         Produção de lã de carneiros.   Produzem cochonilhos para colocar em cima do arreio para cavalgar.   Vendiam muito na região e em Sorocaba que era um grande entreposto de vendas de tropas.

         Em 1820 já não se explorava mais ouro na região de Curitiba. 

         Muitos homens brancos, altos ...”e eles não mostram o menor sinal daquela bazófia que comumente torna insuportáveis os empregados e os comerciantes da capital do Brasil”.

         As mulheres...  “elas são menos arredias e sua conversa é agradável”

         Os imigrantes europeus, não portugueses dão apelido injurioso aos portugueses, chamando-os de emboabas.   Emboabas eram aves que tinham penas até nos pés.   Os portugueses usavam botas de cano alto e polainas e assim ganharam o apelido.

         Pessegueiros abundantes porque em certo tempo o capitão mor obrigou os agricultores a planta-los.

         “Tirania do Coronel Diogo...”    faz relato.

         ...”Passei nove dias em Curitiba”.

         Índios coroados de Guarapuava.   O termo coroado seria porque os índios com o cabelo comprido enrolavam o mesmo de forma a ficar coroado.

         Os índios faziam com o milho ou a mandioca, uma bebida chamada cauim que era alcoólica e causava embriaguez.

         Em Curitiba ficou hospedado pelo Sargento Mor José Carneiro.

         Capítulo VII   Paranaguá – Descida da Serra do Mar

         Logo após Curitiba no rumo da Serra, passa pela fazenda da Borda do Campo.   Esta foi dos Jesuitas e era produtiva e lucrativa.

         Depois que os Jesuítas foram expulsos do Brasil, a Coroa passou a administrar a citada fazenda e então esta ficou mal cuidada e deficitária.

         ...”São conhecidos o descaso e a má fé com que era administrado o Brasil, sob o governo de Portugal, tudo o que se relacionava com o serviço público.”

         Na época a distância de Curitiba a Paranaguá era pelas vias de então, ao redor de 110 km.

         Em Minas Gerais chamavam o mate de congonha.   Em MG usavam uma planta local parecida com o mate mas que era de outra espécie.

         O pesquisador observou que por aqui o preparo do mate na região era inferior ao sistema do Paraguai, sendo que neste o produto ficava melhor.

Melhorado, o mate era mais bem aceito em Buenos Aires e Montevideu.

         Na página 91 desta edição, o autor explica em detalhe o barbaquá que era uma estrutura de madeira para o sapeco do mate.   Depois de exposta ao fogo, era socada para virar pó.

         Cita a região de Curitiba produzindo por ano 300.000 a 400.000 arrobas de mate.   (uma arroba = 15 kg)

         Relata no trecho da Serra, o majestoso Pico Marumbi.

         O Bispo do Rio de Janeiro, José Caetano da Silva Coutinho.   Este teve a ideia de conhecer a sua imensa diocese.  Para isso, teve que descer a serra entre Curitiba e Paranaguá.   Levavam ele numa rede.   Em certo ponto os carregadores reclamaram de forma bruta, que o bispo era muito pesado.   Este ficou muito aborrecido e mandou parar a marcha, desceu da rede, pegou um bastão e apoiado nele desceu a Serra à pé.

         Por várias ocasiões o pesquisador conversou com o Bispo sobre as andanças de ambos por várias partes do Brasil.

 

                                      Continua no capítulo 7/12

domingo, 10 de agosto de 2025

Cap.5/12 - fichamento do livro - VIAGEM A CURITIBA E PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA - autor: Botânico francês SAINT-HILAIRE - (1816-1822)


         Lapa ou Vila do Príncipe.  Página 61

         Cita uma região de sertão entre a Lapa e Lajes.   O autor explica que particulares tinham concessão para cobrar com suas milícias os impostos das tropas que transitavam pela região.  Geralmente vindas do sul para Sorocaba-SP onde eram revendidas.     Concessão para cobrar imposto e para ter armazém para suprir os viajantes.

         Cap V – A Parte do Território de Curitiba situada entre a cidade e os Campos Gerais

         Sítio de Itaque, pertencente ao Capitão da milicia chamado Veríssimo.

         O autor cita que constatou que no geral os imigrantes portugueses eram menos laboriosos que os franceses e alemães.  Por outro lado os portugueses eram mais laboriosos que os brasileiros.

         Cita Campo Largo no roteiro dele.    Descreve as terras do Coronel da milícia Inácio de Sá e Sotomaior.

         As tentativas de fazer vinho em terras de lugar muito chuvoso e frio.  A falta de calor dava baixo teor de açúcar na uva e também retardava a fermentação para obter o vinho.

         O hospedeiro dele recebeu visitas em casa, compostas de homem, esposa e filhos.   Ele disse que esse tipo de visita não ocorria no interior de Minhas Gerais.   Geralmente só o homem visitava outras famílias vizinhas.

         As crendices absurdas do povo local: “almas-de-outro-mundo, duendes, lobisomens...”.  Todos acreditavam.

         Capítulo VI  - A cidade de Curitiba e seu distrito

         Curitiba em guarani – curii – pinheiro e tiba – reunião.    Diz que a cidade começou no passado a ser povoada mais perto da Serra do Mar com o nome de Vila Velha.   Depois, segundo uma lenda, a Nossa Senhora da Luz da capela local olhava sempre para outro lugar e assim o povo mudou o povoado para onde hoje em dia fica a cidade de Curitiba.   (página 70)

         São Paulo quando dividiu em duas comarcas, teve a do Norte, cujo ouvidor ficava em São Paulo e a comarca do Sul, cujo ouvidor ficava em Paranaguá.     (caminhos por terra eram raros e o Rei no Rio de Janeiro teria mais facilidade de administrar a região por via marítima, daí Paranaguá).

         Curitiba como sede de comarca:  “Dois juízes ordinários faziam os julgamentos de primeira instância e presidiam, de acordo com o costume, a câmara municipal.   (nesse tempo não havia prefeitura).

         Europeus chegaram a Paranaguá e não encontravam um clima salubre e propício para saúde e para seus cultivos usuais na Europa.    Mesmo tendo o difícil caminho da Serra do Mar, acabavam optando por morar em Curitiba onde o clima de altitude é mais ameno e o terreno é mais plano e propício para as culturas como peras, pêssegos, maçãs, uvas etc.

         “A cidade tem uma forma quase circular e se compõe de 220 casas no ano de 1820.   Casas pequenas e cobertas com telhas, quase todas de um só pavimento, porém um grande número delas, feitas de pedra”.  (página 71)

         Nos quintais, frutas como macieiras, pessegueiros e outras árvores europeias.

         A igreja paroquial é dedicada a Nossa Senhora da Luz.   Cidade geralmente com moradias de agricultores.    A cidade fica deserta durante a semana e os moradores vem nos domingos e dias santos para assistirem a missa.

         Poucos ricos na cidade e redondeza.   Geralmente na sala, apenas uma mesa e alguns bancos.

         Curitiba enviava para a cidade de Paranaguá produtos como toucinho, milho, feijão, trigo, fumo, carne seca e mate.

         Em 1820 os povoados longe do litoral do Brasil, pela precariedade das estradas, raramente chegavam aos portos marítimos.      Curitiba, apesar da dificuldade de caminhar pela Serra do Mar, conseguia negociar com o litoral e neste, com Paranaguá.

         Da Lapa em diante, rumo ao sul, 60 léguas (6 km cada) pelo sertão de Viamão.   Trecho precário e infestado de índios selvagens.

         Outro caminho de Curitiba rumo ao sul passava por São José dos Pinhais que já era paróquia em 1820.   Rota rumo a São Francisco do Sul no litoral de Santa Catarina.

         Apesar de menor, a povoação de São José dos Pinhais era mais antiga que Curitiba.

                            Continua no capítulo 6


quinta-feira, 7 de agosto de 2025

capítulo 4/12 - fichamento do livro - VIAGEM A CURITIBA E PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA - autor - Pesquisador francês - SAINT-HILAIRE - (anos 1816-1822)


  1. Chegou em Castro e o povo local estava em polvorosa por conta do recrutamento compulsório para a construção da estrada até Guarapuava. O severo coronel Diogo recrutando pessoas da região para abrir sem remuneração, a estrada para Guarapuava que era infestada de “índios bravios”.
  2. Os pais de família sumiam no mato para tentar escapar do recrutamento. Assim a vila de Castro ficou quase deserta. Muitas casas vazias.
  3. Capítulo IV - A cidade de Castro – Fim da viagem pelos Campos Gerais
  4. Castro antes se chamava Iapó, nome que faz referência a brejos.
  5. Em l788 Castro foi elevada a “a cidade ou arraial de Iapó”. Página 50
  6. Curitiba era a chamada Quinta Comarca da Província de São Paulo.
  7. Cita os frutos da planta cambui.
  8. Sobre Castro de então, “uma centena de casas em três ruas compridas.
  9. Sobre a igreja de Castro após o abandono do povo por conta do recrutamento forçado. “Depois que cheguei ao Brasil, vi poucas igrejas tão mal cuidadas quanto esta”.
  10. “Em 1820 a instrução pública era absolutamente inexistente em Castro e em todo o seu distrito”. Só passou a ter escola em 1830 ... só para meninos. Só em 1846, começou a ter escola para meninas.
  11. Ano de 1820 “Três ou quatro comerciantes, prostitutas e alguns artesãos constituíam praticamente toda a população de Castro”.
  12. Artesãos ligados a confecção ou reparo de arreios e apetrechos para cavalos de lida com gado. (seleiros)
  13. Castro – predomínio da pecuária e um pouco de lavoura. Milho, feijão, arroz e trigo.
  14. No sul de São Paulo já existia no Vale do Ribeira o povoado de Apiaí.
  15. Em 1839 Castro já tem cinco paróquias: Castro, Guarapuava, Belém, Jaguariaiba e Ponta Grossa.
  16. Em 1820, antes do recrutamento, Castro linha 5.000 habitantes entre brancos e escravos. (havia índios mas não eram computados)
  17. ...para 404 nascimentos num ano houve apenas 101 óbitos.
  18. Em Castro, se hospedou na casa do Sargento Mor José Carneiro, filho do Coronel Luciano Carneiro.
  19. Festa oferecida pelo anfitrião. Festa com música e danças, incluindo a chula. ... “belas modinhas... mas de um modo geral, nada é mais triste e monótono do que as cantigas populares das províncias que eu percorri”.
  20. O povo da atividade rural na festa declamava até poesias.
  21. Os chefes dos tropeiros evitam pousar perto dos povoados por causa das prostitutas. Estas deixam os peões desfalcados de dinheiro.
  22. Oito dias em Castro antes de seguir viagem. Segue depois até chegar à Fazenda Carambei. “carumbe” – tartaruga e “y” – rio na linguagem indígena.
  23. Sempre onde se hospedavam no trecho serviam refeições e chá mate.
  24. Numa fazenda onde se hospedou no trecho entre Castro e Curitiba, a dona da fazenda em conversa com ele perguntou se ele tinha mãe. Ela disse que uma mãe prefere ser bem pobre e ter o filho por perto do que ter riqueza e viver longe dos filhos. Ao ouvir isso, ele disse que encheu seus olhos de lágrimas.
  25. Após o pesquisador ouvir isso sobre mãe e filhos... “não segui os conselhos da minha bondosa hospedeira, e foi amargo o preço que paguei por isso”.
  26. ... na chamada Freguesia Nova, uma nova paróquia..... “o vigário se queixava da pouca vocação de seus paroquianos que não concordavam em fazer o menor sacrifício em favor da religião”.... e era a duras penas que o vigário os convencia a assistir à missa”.
  27. Nas outras andanças do pesquisador pelo interior do Brasil, sempre na missa ele via mais negros do que brancos. Já aqui nos campos gerais, ele via na missa mais brancos do que negros.
  28. Os fieis vinham a cavalo para assistir as missas. As mulheres para andar a cavalo usavam roupa especial.
  29. Destaca que nos campos gerais via muitas mulheres brancas bonitas.
  30. Cita ter passado por um lugar onde seria Palmeiras na região de Ponta Grossa.
  31. ...”o que me causava melancolia era a profunda solidão em que eu vivia habitualmente”.
  32. Fazenda Caiacanga. Pela língua indígena cai significa macaco e acanga, cabeça.
  33. Os da equipe dele apelidaram o pesquisador de Tenente Coronel e isso acabou abrindo portas para eles nos trechos. Chegam perto do Rio Iguaçu e cita que o rio nasce perto da Serra do Mar e segue para o lado oeste indo desaguar no Rio Paraná.
  34. Continua no capítulo 5/12 

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Cap.3/12 - fichamento do livro - VIAGEM A CURITIBA E PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA - autor: Botânico AUGUSTE DE SAINT-HILAIRE - (anos 1816-1822)

 capítulo 3                            agosto de 2025

 

         Pag. 31 das 210 -   Em Jaguariaiba (grafia da época) o autor diz que ficou na fazenda muito recomendada, pertencente ao Coronel Luciano Carneiro.   A casa que abrigou o pesquisador na fazenda era a menos precária de toda a rota dele desde Sorocaba-SP.   Por outro lado, era muito mais precária do que a maioria das casas do interior de Minas Gerais.

         Índios Coroados na região.  Numa ano de seca, matavam algumas vacas da fazenda de forma furtiva e eram caçados por soldados mandados pelo coronel fazendeiro.

         Os índios na região faziam casas coletivas.  Plantavam feijão e milho.

         Cita que nos campos gerais do PR a ocorrência do pequi de haste anã.  Eu, leitor, desconhecia o pequi por aqui.   Sabemos que o pequi de porte maior é bem utilizado no Centro Oeste brasileiro.

         ...  “em pleno sertão, de  repente me deparei com pastos cercados por valas”.     (eu, leitor, vi isso no atual Assentamento do Contestado no município da Lapa PR).     Pela citação do autor, era comum naquela época.

         O autor citando a casa onde ficou hospedado.   Era uma fazenda muito bem cuidada e a sede era de bom padrão.     Casa com amplo jardim, pomar e parreiras de uvas.  Nos pastos, capim-da-colônia, atual “colonião”.

         Isso na Fazenda Caxambu.   O dono tinha estábulo para os cavalos passarem a noite.   Os outros fazendeiros deixavam os cavalos nos pastos e cada vez que iriam usá-los tinha que usar laço para o acesso aos mesmos.

         Cana do Taiti, aqui chamada de cana caiana.  (Saccharum taitiense)

         Na Caxambu, pomar bem cuidado, laranjas até para fazer vinho.  Horta com couve, o que era raro na região, ter horta.

         Cada fazenda onde se hospedava o dono recomendava ele para a próxima acolhida.  Um guia do grupo dele ia na frente para ajustar o alojamento.

         Agora, na fazenda do Xavier da Silva.  Ele era português e cuidava bem da fazenda e dos seus escravos.  Um deles administrava a fazenda.  Os fazendeiros vizinhos não plantavam pomar mas quando recebiam visitas, iam buscar frutas na fazenda do Xavier da Silva.

         Capítulo II  -  Continuação da viagem pelos Campos Gerais – a Fazenda Fortaleza -  Ainda os índios Coroados.

         Sentiu ao deixar a Fazenda Caxambu.   A melhor hospedagem do trecho desde Sorocaba, como já foi dito.

         Página 38 -  “O Rio Caxambu contem muitos diamantes”.

         ...   Agora na fazenda do Tenente Fogaça.    Bem recebido pelos escravos mesmo o patrão não estando presente.

         O autor faz uma observação sobre os escravizados ao longo da viagem:

         “Se muitas vezes os negros tem um ar melancólico, sofredor e estúpido, e se chegam mesmo a se mostrar desonestos e imprudentes, é porque são maltratados”.

         Nove horas de caminhada por trilhas num só dia.   Se não tivessem a companhia de um guia local, teriam errado o caminho várias vezes.  Os caminhos são apenas trilhos e sempre cortados por muitos trilhos de gado nas pastagens, confundindo os viajantes.

         Nos campos gerais...    “ a gramínea vulgarmente chamada de capim frecha é a que mais ocorre na região de Jaguariaiba.

         Fazenda Caxambu, de José Felix da Silva, que é Tenente Coronel da milícia.   Famoso em São Paulo pela riqueza e pela avareza.    O pesquisador foi bem recebido e bem tratado na fazenda nos quatro dias que lá ficou.

         Na região, há as paróquias de Castro e de Tibagi.

         O autor cita a “língua geral” falada na época.   Nela tyba seria ponto de comércio.   (na minha terra natal da rota do tropeirismo próxima de Sorocaba, a expressão tiba significava algo cheio, abastecido).   Em tempo, sou natural de Cerquilho-SP.

         Local de nome Guartela.   “Não encontrei por aqui nos campos gerais nem mosquitos, nem carrapatos que proliferam nas regiões quentes, mas as baratas, infelizmente, são comuns aqui...”      ...”e as pulgas em quantidade sem igual...”

         Região de Guartela tinha a chamada Igreja Velha.   Os Jesuitas tinham estado por lá e se foram ao serem expulsos do Brasil.

         Cita o caminho difícil pela Serra das Furnas.  (há furnas ao lado de Vila Velha onde há os monumentos naturais de arenito perto de Ponta Grossa PR)

         Chegou em Castro e o povo local estava em polvorosa por conta do recrutamento compulsório para a construção da estrada até Guarapuava. 

 

         Continua no capítulo 4/12