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sábado, 6 de dezembro de 2014

RESENHA DO LIVRO - A ARTE DE ESCREVER - SCHOPENHAUER

                 (Segunda, de três etapas)   
  37 -  Ele defendia que os alunos dos cursos superiores para juristas, teólogos e medicina, deveriam ter no primeiro ano, curso de Filosofia.  A partir do segundo ano, ter contato com as matérias específicas dos seus cursos, sendo então para os teólogos, mais dois anos, para os juristas mais três e para a medicina, mais quatro anos de estudos.
                 Pensar por Si Mesmo  - capítulo
     39 – “A mais rica biblioteca, quando desorganizada,  não é tão proveitosa quanto uma bastante modesta, mas bem ordenada.”
     ... “por meio da comparação de cada verdade com todas as outras, que uma pessoa se apropria do seu próprio saber e o domina.  Só é possível pensar com profundidade sobre o que se sabe, por isso se deve aprender algo; mas também só se sabe aquilo sobre o que se pensou com profundidade”.
     39 -  “...podemos nos dedicar de modo arbitrário à leitura e ao aprendizado; ao pensamento, por outro lado, não é possível se dedicar arbitrariamente”.
     41 -  ...” o excesso  de leitura tira do espírito toda a elasticidade, da mesma maneira que uma pressão contínua tira a elasticidade de uma mola.”   (ler e matutar)
     41- sobre ler sem matutar...  “...pobres de espírito... privando também seus escritos de todo e qualquer êxito.  Como disse Pope:  ‘Sempre lendo para nunca serem lidos’ “.
     42 - ...”que pensa por vontade própria, de modo autêntico, possui bússola para encontrar o caminho certo.”
    42 – compara ler, como conhecer um jardim via gravura, diferente de visitar o jardim ao vivo e a cores.
     43 – Há o pensador que cria e o erudito que “repete”, replica o conhecimento.
     44 – “Ler significa pensar com uma cabeça alheia em vez de pensar com a própria.”
     45 – Pesquisador científico.  “Só que ele precisa de muitos conhecimentos e, por isso, de muita leitura.”    (além da experiência de campo)
     56 – Um provérbio espanhol:   Honra e proveito não cabem no mesmo saco.
    
     Capítulo – Sobre a Escrita e o Estilo

      57 – Elenca três tipos de escritores.   Primeiro, os que escrevem sem pensar.  Segundo, os que pensam enquanto escrevem e terceiro, há os que pensaram antes de se pôr a escrever.   Escrevem apenas porque pensaram.  São raros.
     62 – “Encontro passagens de meus escritos geralmente citadas de modo falso, e apenas meus discípulos declarados constituem uma exceção.”

              Continuará no módulo 3, módulo final, em breve.     06-12-14



     

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

RESENHA DO LIVRO – A ARTE DE ESCREVER

RESENHA DO LIVRO – A ARTE DE ESCREVER                   (Primeira Parte)     01-12-2014
Autor:  Schopenhauer    (Arthur Schopenhauer – 1788 – 1860)

Resenha feita pelo Eng. Agr. Orlando Lisboa de Almeida
(critério pessoal, sem metodologia acadêmica)

Trata-se de uma edição de bolso da editora L&PM – Porto Alegre – RS – 2014

P.12 – O livro “O mundo como vontade e representação”.   “As principais referências do livro, que ele acabou de redigir em 1818, são Platão e Kant, mas seu pensamento é marcado também pelo estudo da tradição indiana e dos clássicos gregos e latinos”.   ...”foi praticamente ignorado na época...”
     12 -  Ministrou aulas (1820) na Universidade de Berlim e passou a dar aulas no mesmo departamento em que Hegel ocupava uma cátedra.  Hegel era da linha filosófica idealista, diferente da linha de Schopenhauer, que se viu quase sem alunos no final do ano letivo (terminou o turno com quatro alunos apenas).   Abandonou as aulas após esse revés.
     13 – Em 1851 lança o livro Parerga und Paralipomena  (Acessórios e Remanescentes) que lhe dá notoriedade.   Influencia artistas, escritores, filósofos das gerações seguintes como Nietzsche, Wagner, Horkheimer, Thomas Mann, Tolstoi e Sartre, entre outros.
     Sua influência foi marcante inclusive no desenvolvimento da  Psicologia.  Thomas Mann num ensaio sobre o filósofo chega a afirmar que “Schopenhauer, psicólogo da vontade, é o pai de toda a psicologia moderna; dele se vai, pelo radicalismo psicológico de Nietzsche, em linha reta até Freud”.
     14 – Este livro em pauta é parte do Parerga und Paralipomena.    “... diversos aspectos como a erudição, a escrita e o estilo, a leitura e os livros, a língua e as palavras, a filosofia livresca e o pensamento próprio.”
     19 – No capítulo Sobre a Erudição e os Eruditos: 
     “É com esse objetivo que tal geração freqüenta a universidade e se aferra aos livros, sempre aos mais recentes, os de sua época e próprios para sua idade.  Só o que é breve é novo!   Assim como é a nova geração, que logo passa a emitir seus juízos.”
     20 – A busca mais pela informação, não a instrução.    “Não ocorre a eles que a informação é um mero meio para a instrução...”
     “Ah, essa pessoa deve ter pensado muito pouco para poder ter lido tanto!”
     ...”sinto a necessidade de me perguntar se o homem tinha tanta falta de pensamentos próprios que era preciso um afluxo contínuo de pensamentos alheios.... (leitura).”
     21 - ...”da clareza e a profundidade do saber e da compreensão...”
     21 - ...”um bom escritor pode tornar interessante mesmo o assunto mais árido.”
     21 – “elaborar novas e grandes concepções fundamentais aquele que tenha suas próprias idéias como objetivo direto de seus estudos, sem se importar com as idéias dos outros.”
     22- “Não é possível alimentar os outros com restos não digeridos, mas só com o leite que se formou a partir do próprio sangue.”
     23 – A ocupação -   ...”se ocupe dele com amor...”
     24 - ...”a inépcia é um direito de todos. Em compensação, comentar a burrice e a maledicência é um crime...”
     24 – “O grande público culto busca viver bem e se distrair, por isso deixa de lado o que não é romance, comédia ou poesia”.   (isto dito em 1851).  
     25 – “A pessoa que ensina a ciência não e a mesma que entende dela e a realiza com seriedade, pois a esta não sobra tempo para ensinar.”
     25 -  (negrito meu)   “...é uma obrigação dos governos, que pagam as academias, encarregá-las de investigar o assunto por meio de uma comissão, como ocorre na França com casos de muito menor importância”.     “Senão, para que existem essas academias que se tornam tão amplas e abrigam tantos imbecis sempre a se vangloriar?”
     27 – “Em todo o caso, o erudito alemão também é pobre demais para ser honesto e honrado”.      ...”qualquer coisa é melhor do que dizer a verdade e contribuir para o trabalho dos outros – são esses o seu procedimento e o seu método”.
     ...”sem nenhuma consideração pelo bem comum...”
....”única coisa com que todos estão de acordo é não deixar que desponte uma cabeça realmente eminente quando ela tende a se destacar....   representaria um perigo para todos ao mesmo tempo”.
     29 -  “...eruditos independentes tem...  vantagens relativas ao reconhecimento por parte da posteridade...  exige certo ócio e uma certa independência”
     29 – Para os medíocres da academia.     “.. a forragem da cocheira dos professores é a mais apropriada para esses ruminantes.”
     29 – “ Cada geração que passa rapidamente alcança, de todo o saber humano, somente aquilo que ela precisa.  Em seguida desaparece.  A maioria dos eruditos é superficial.  Segue-se cheia de esperanças, uma nova geração que não sabe nada e tem de aprender tudo desde o início; de novo ela apanha aquilo que consegue ou aquilo de que pode precisar em sua curta viagem, depois desaparece igualmente.”
     30 – Empreendimento científico - ...”deve-se dedicar apenas a um campo específico, sem dar importância para todo o resto”.   (ele faz ressalvas a isso)    “Com isso veremos eruditos que, fora do seu campo específico, são verdadeiras bestas”.
     31 – “Em contrapartida, a verdadeira formação para a humanidade exige universalidade e uma visão geral...”
     33 – “Isso mostra que os críticos também são uns ignorantes, ou estão mancomunados com os responsáveis pela publicação, ou então com os editores.”
     35 – O autor defende o conhecimento do Latim, do grego, etc.
     “... Bacon de Veralam traduziu ele mesmo seus ensaios para o latim...”
     36 – Ele propõe que deveria estar em lei...
     “A melhora da qualidade dos estudantes... deveria ser determinada...
     Nenhum deles teria permissão para freqüentar a universidade antes de completar vinte anos, idade em que passaria por um examen rigososum nas duas línguas antigas (latim e grego) antes de fazer a matrícula.





domingo, 26 de outubro de 2014

RELAÇÃO DE LIVROS LIDOS DE JULHO-1994 ATÉ DEZ/14

   

     Orlando Lisboa de Almeida     (tenho a resenha de todos em caderno)


01 – Os Amantes                                            Morris West                07-94

02 – A Eneida                                                 Virgílio                       09-94

03 – A Insustentável Leveza do Ser                 Milan Kundera              10-94

04 – Viagens na Minha Terra                          Almeida Garrett           11-94

05 – As Três Marias                                       Rachel de Queiroz       12-94

06 – As Pupilas do Senhor Reitor                    Julio Dinis                    12-94

07 – Venha Ver o Por do Sol                          Lygia F.Telles              01-95

08 – O Pássaro de Cinco  Asas                      Dalton Trevisan            01-95

09 – 79ª Park Avenue                                     Harold Robbins           03-95

10 – Formação dos Cristãos Leigos                Vários autores             05-95

11 – O Caminhão                                           Marguerite Duras         06-95

12 – Selvino Jacques                                       Brigido Ibanhes            08-95

13 – Deus Lhe Pague                                      Joracy Camargo          05-96

14 – Crônicas                                                 Machado de Assis       07-96

15 – Peça de Teatro                                       Frederico G.Lorca       01-97

16 – Civilizações que o Mundo Esqueceu        Aurélio M.G.de Abreu  01-97

17 – Óvnis SOS Humanidade              J.J.Benítez                              02-97

18 – Galáxia Romântica                                  Célio de Alencar *       03-97

19 – Raio X da Mente humana                        Fauze Kfoure               06-07

20 – As melhores Crônicas (Fenab)                Vários Autores *         07-97

21 – Cemitério de Elefantes                             Dalton Trevisan            09-97

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

RESENHA - PALESTRAS – SEMANA ACADÊMICA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA UFPr - 2014


Anotações pelo Eng. Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida, 64 anos

Data e local:  13-10-14 no Auditório do Setor de Comunicação Social da UFPr

     O evento contou com vários palestrantes, sendo um deles o Deputado Federal Jean Wyllys do Psol do RJ.     Período da manhã, auditório lotado.
     TEMA – A IMAGEM DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA MÍDIA
     Palestrantes presentes:
Neli Gomes – Movimento Negro   doutoranda em Sociologia  (foi acadêmica por cota)
Xênia Mello – Marcha das Vadias – Advogada
Jean Wyllys – Deputado Federal pelo Psol – RJ
Leonildo José Monteiro – Movimento Nacional da População de Rua

Fala da Neli Gomes – Movimento Negro
Ela foi acadêmica de Sociologia na UFPr através de cotas e atualmente está no doutorado.    É inclusive mãe cujo filhinho de três anos (presente no evento) já sofreu discriminação, inclusive por usar o cabelo estilo afro.    A escola pediu para os pais cortarem o cabelo dele. 
     Fez referência ao Manifesto do Recife em evento de cinema.   O tema era O Negro na TV Pública”.    A população negra é grande no Brasil e na TV o negro aparece em percentual abaixo de 10% no rol de atores na telinha.
     Falou que estudou Sociologia, mas que a Comunicação Social no Brasil em geral estuda a Sociologia baseada mais em autores de fora.   Aborda pouco do nosso meio e nossa cultura.
    Ela disse que episódios de racismo não devem ser vistos como problema dos que são vítimas diretas, mas tem que ser vistos como problema de toda a nossa sociedade.   Se isolar não resolve o problema.  
     Falou do estereótipo no Brasil -  A babá, a ama de leite, preta.   A empregada doméstica e por aí vai.
    
     Fala da Xênia Mello – Movimento das Vadias  -  Advogada
     Os movimentos sociais estão pautados na luta pela superação das opressões sofridas pelas minorias.   Alerta que mesmo dentro de um determinado movimento, há lideranças com visões discordantes sobre formas e meios de ação.
     Ela defende a tentativa de se buscar um Agir na Comunicação pelo Feminismo.  Fala de se chegar a uma mídia comunicativa militante feminista.
     Lembrou que os cargos de decisão (e controle financeiro) na mídia estão nas mãos do homem branco.
     Falou sobre privilégios e exclusão.    Um surdo não costuma ir a eventos, porque não podendo ouvir e não tendo acesso à linguagem de sinais, fica excluído.    
     Ela usa o método de ter o roteiro da fala num caderninho à mão para ficar de forma organizada no tema sem divagação.  É interessante e funcional, parece.
     Em resumo a meta:    Que todas as mulheres sejam livres e respeitadas.



     Fala do Leonildo -  Representante dos Moradores de Rua
          Ele é negro, gay, foi gordo e já usou drogas e morou quase dois anos na rua.   Tem conhecimento na área de enfermagem e trabalha em apoio aos que estão na Situação de Moradores de Rua.     Lembrou do episódio mais trágico em 2004 quando na Praça da Sé em SP houve o assassinato de uma porção de moradores de rua e não se descobriu quem praticou a chacina e não houve punição.
     Disse que em Curitiba tem abrigo para ao redor de 900 moradores de rua, mas a demanda seria ao redor de 4 a 5 mil em situação de morador de rua.     Lembrou que o morador de rua não tem acesso a segurança (dorme na rua), banheiro, alimentação, etc.
     Ele deu um testemunho pessoal dizendo que foi mais bem acolhido no tempo que foi morador de rua, pelos próprios moradores de rua (sem preconceito de cor, de ser homossexual) do que na sua vida social após ter superado a situação de morador de rua.

     Fala do Deputado Federal Jean Wyllys – Psol RJ   (jornalista e ativista)
     A cultura muda no tempo e no espaço.   Diferentes meios de representação.
     Mídia...   oralidade, escrita, representação pictórica, fotografia.
     Os meios de comunicação de massa foram coisas criadas pela humanidade.
     Um pouco da história.      Cultura Judaico-Cristã
     Quando Michelangelo pintou a Capela Sistina ele passou para a narrativa pictórica a que vinha da narrativa oral do povo cristão.     Cultura da dominação masculina, tanto pelo Judaísmo, como Islamismo e Cristianismo.     Patriarcais.
     O homem domina a mulher, tem mais poder.
     O Egito era politeísta e o povo judeu que era monoteísta ficou cativo no Egito por bom tempo.     Depois dos judeus se libertarem do Egito, acabaram caindo sob o jugo dos Romanos, que na época eram politeístas.
     Na fase do Êxodo dos Judeus, ao retornarem do Egito, tiveram que atravessar o deserto com alto risco de vida.    A energia teria sido concentrada para depois, na terra prometida, procriar.    A mulher estaria com a missão de procriar essencialmente.
O prazer no sexo não era levado em conta para a condição feminina.
     O Cristianismo foi “minando” o Império Romano ao ponto de determinado imperador, para continuar a ter o controle sobre o povo, acabou aderindo ao catolicismo e colocando a religião Católica Apostólica Romana como oficial do Império.
     Povos Bárbaros – os que não falavam o latim, que era a língua dos romanos.   Portugal também entra no contexto do catolicismo e do Império Romano.    Assim o colonizador do Brasil trouxe sua visão de mundo para cá e não respeitou as diferentes visões de mundo (culturas, religiões, etc) do povo local.    Destaca que nada disso veio da natureza, mas da ação e das crenças humanas.
     Feudalismo, depois, capitalismo.    Capitalismo com os detentores dos meios de produção e a proletarização dos trabalhadores, etc.    No contexto surgem as correntes políticas, lutas de classes, etc.
     As lutas atuais do feminismo, GLBT, contra o racismo e outras (das minorias) se desdobram das demais lutas.
     Historicamente Jesus foi um grande líder inclusive nas lutas pelas Minorias.   A sociedade excluía leprosos, cegos, coxos, etc.    Ele adotava postura Inclusiva.
     Luta que vem de longe e desemboca na Revolução Francesa, nas democracias, na luta pelos Direitos Humanos.   Indiretamente, na luta do feminismo e das minorias.
     Nessa luta por direitos somos representados pelos meios de comunicação de massa.  A janela que se abriu foi a mídia digital, alternativa, via internet.    A grande mídia apóia o Capitalismo e o hegemônico.   Não apóia os movimentos sociais.
     A sociedade (influenciada pela grande mídia) vê a luta nas ruas como “ameaça à família” no sentido tradicional da família opressora.
     O palestrante lembrou que o que pauta a democracia nos dias atuais é a defesa das minorias.    As minorias são oprimidas e as opressões podem ser cumulativas.   Alguém pode sofrer preconceito cumulativamente por ser pobre, negro, gay por exemplo.
     Ele defende essa Frente de Lutas que não é só do Capitalismo que oprime as minorias.
     Ao final das palestras houve o lançamento do livro Tempo Bom, Tempo Ruim, do palestrante e Deputado Federal Jean Wyllys.      

               orlando_lisboa@terra.com.br

    
    





     

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

BIOGRAFIA DA CLARICE LISPECTOR - PARTE FINAL

    Como já disse nos capítulos anteriores, a Biografia da Clarice Lispector, de autoria de Benjamin Moser, é um livro volumoso, mas de grande qualidade e diversidade de informação.     Dos apontamentos que fui fazendo ao longo da leitura, daquelas partes que mais me chamaram a atenção,  notei que dava para fazer comentários sobre um pouco do pensamento da Clarice, um tanto do Brasil na época e finalmente, destaquei o lado que o autor realça o povo judeu, afinal o autor e Clarice pertencem ao povo judeu e essa condição se reflete naturalmente na obra.    Vamos à síntese do que anotei:
     (Página 23)   Na Ucrânia onde nasceu Clarice, Stalin matou muita gente e depois Hitler também fez o mesmo, para a dor daquele sofrido povo.    Era a região que tinha a  maior concentração de judeus do mundo.     Clarice nasceu na cidade de Tchechelnik.
     (p.27)  Os judeus costumavam ter muitos filhos, pois preceitos religiosos deles não eram compatíveis com o controle da natalidade.
     (p.28)  Por lei, na Ucrânia da época, os judeus não podiam ter terras e viviam em seu país como se fossem estrangeiros.        
     (135)   Nas Guerras Mundiais, praticamente o mundo todo fechou as portas para os imigrantes judeus.
     (p.166)   Para todos os lugares onde os judeus migraram, já na segunda geração eram classe média, visto que sempre foram dedicados inclusive aos estudos.         Sionismo - movimento dos judeus visando ao retorno à terra dos ancestrais.
     (p.244)   O jornalista Samuel Wainer, que foi destaque no cenário brasileiro, era judeu nascido na Bessarabia,  que fazia parte da URSS.    Ele foi proprietário do Jornal Última Hora.      Clarice, formada em Direito, exerceu o jornalismo no Rio de Janeiro por bom tempo e foi até demitida do Jornal do Brasil  por ser judia.
     (p.271)   O diplomata brasileiro Osvaldo Aranha teria assinado pela ONU em 29-11-47 o documento de criação do Estado de Israel.
     (304)   O empresário Adolpho Bloch, da Revista Manchete nasceu na Ucrânia e era judeu.
    (p.327)   O empresário americano Henry Ford, segundo o autor, era um notório anti-semita.    

     Conclusão:   o meu hábito de anotar o que achei de mais relevante em todos os livros que leio me fornece uma síntese interessante.    Ao ler e reler esta síntese, reforço o conhecimento das passagens de destaque que permitem uma reflexão boa.     

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

RESENHA DA BIOGRAFIA DA ESCRITORA CLARICE LISPECTOR III

    No mês de fevereiro coloquei duas partes de comentários daquilo que achei mais interessante na Biografia da Clarice, cuja obra está detalhada no Capítulo I do tema no blog.     Para este capítulo III destaquei mais o lado Brasil da época focado no livro.    Mas antes de entrar no tema Brasil, vou destacar uma frase lapidar para as pessoas que são chegadas a fazer uns rabiscos.   (página 126) " Uma coisa eu já adivinhava:  era preciso tentar escrever sempre, não esperar por um momento melhor porque este simplesmente não vinha.  Escrever sempre me foi difícil, embora tenha partido de uma vocação.  Vocação é diferente de talento.  Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir".
     Agora, sobre o Brasil da época por conta do biógrafo:
     (pag.129)   Antes do ano de 1920 os navios de Cruzeiro que vinham do primeiro mundo se gabavam de não parar no Brasil.   Havia lá fora o medo de doenças tropicais daqui e outras idéias negativas.
     O Brasil em geral e o Rio de Janeiro (que era a capital federal na época) despontaram para o Primeiro Mundo como lugar interessante após 1920.    Nessa onda, o RJ inaugura em 1922 o famoso Hotel Glória e em 1923 o Copacabana Palace, outro hotel que virou ícone do RJ.     Getúlio Vargas, o Presidente, fez uma forte campanha para melhorar a imagem do Rio em particular e do Brasil em geral no exterior.    E era tempo da cantora super star da época Carmen Miranda estar bombando na mídia.   Ela acabou ajudando a melhorar a imagem do Brasil lá fora.     Futebol e Carnaval já eram produtos fortes do Brasil da época.
     (p.140)     Nossa Casa de Detenção, que depois virou o Carandiru já foi um presídio modelo de tal forma que era aberto a visitantes daqui e do exterior.   Visitantes famosos como o Antropólogo Clode Lévi-Strauss e o escritor judeu Stefan Zweig visitaram a Casa de Detenção.
     (p.142)   Algo para reflexão:    Até 1920 o Brasil não tinha nenhuma Universidade.  O que havia era faculdades isoladas com cursos específicos.    Nada de um campus com vários cursos dentro do conceito de universidade.     E o autor destaca que cidades como Lima, Cidade do México e Santo Domingo já tinham suas universidades desde o século XVI.  
     (p.198)     Na Segunda Guerra Mundial os americanos fizeram em Natal-RN a maior base aérea fora do seu território no esforço de guerra usando Natal-RN por ser um ponto estratégico por ficar no ponto da América do Sul mais próximo da África.    Diz que a  Base americana em Natal era tão grande e sofisticada que tinha até um cinema que recebia os filmes de lançamento, mesmo antes de chegarem à nossa capital federal que era o Rio de Janeiro.
     (p.213)   Em 1888 o Brasil decretou o fim da escravidão e passou a incentivar a imigração para prover mão de obra principalmente nas lavouras, sendo que o café era o carro-chefe.    E que a preferência teria sido para o imigrante italiano por ser branco, latino e católico.   Supunha-se que o povo brasileiro se adaptaria melhor a esse perfil de imigrante, segundo o autor comenta.
     (p.278)   Em 1947, o Brasil em uma fase de estreitamento diplomático com os USA chegou a importar 27.000 toneladas de bananas dos USA.     Parece piada!
     (p.300)   Diz que até certa época recente, no Brasil só três escritores conseguiram viver da literatura e seriam: Érico Veríssimo, Fernando Sabino e Jorge Amado.
     (p.314)   O magnata Giuseppe Martinelli fez o primeiro arranha-céu como se chamava um prédio alto nos tempos dos anos 20.    O povo paulistano ficou abismado com a obra e sua altura mas tinha medo de morar naquela altura.    Para mostrar que o prédio era seguro, o magnata Martinelli se mudou com a família na cobertura do arranha-céu.   Daí as pessoas aderiram à novidade.
     (p.395)   Jânio Quadros, que foi presidente do Brasil, visitou Cuba de Fidel.   Jânio condecorou Chê Guevara  (em 19-08-61) com a maior comenda nacional -  a Ordem do Cruzeiro do Sul.
    (p.427)     Na Ditadura militar os amigos de Clarice, Paulo Francis e Ferreira Gullar, foram presos logo após a edição do AI 5 Ato Institucional número 5 que suspendeu as liberdades democráticas no País em 1969.            
     Em resumo nosso País é novo e estamos no aprendizado... 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

RESENHA DA BIOGRAFIA DA CLARICE LISPECTOR II

Como simples leitor da Biografia de Clarice Lispector, seguem mais algumas frases que eu destaquei como marcantes na obra.   Isto tudo para mostrar que a escritora foi fora de série e merece ser lida com muita atenção.   
     Frase com comentário do crítico literário Milliet sobre uma obra de Clarice:    "A autora sucumbe ao peso de sua própria riqueza"  (cultural).    ... "livro desanimadoramente difícil de ler"..  (p.284)
     Sobre seu desapego a Deus:   "Acima dos homens, nada mais há."  (p.285)
     "Todos querem ter projeção sem saber como esta limita a vida."    ... "o que eu queria dizer, já não posso mais".   (p.360)
     Cazuza leu 111 vezes o livro Perto do Coração Selvagem.    Cita o biógrafo: "O livro inspirou paixões".   (p.457)
      "Que ninguém se engane.  Só consigo a simplicidade através de muito trabalho"   (p.479)
     Dica de Clarice para uma menina que gostava de escrever:   "Escreva em prosa... ninguém edita comercialmente livro de poesias".   (p.480)
     Sobre seu cão Ulisses:   "É um cachorro muito especial... é um pouco neurótico".   (p.482)
     Perto dos 47 anos de idade, que não chegou completar:     Em carta para o intelectual católico Alceu de Amoroso Lima (o Tristão de Athaide):   "Eu sei que Deus existe".

     Há material anotado para mais uns dois capítulos no blog, sobre detalhes do Brasil, do Jornalismo no Brasil (ela militou na área), da Guerra e na Diplomacia.   Vejamos...


Na matéria anterior deste blog está a parte I desta resenha.