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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

CAP. 29/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Ed. Voo - ano 2020

 CAP. 29/35 

         Bate papo com Joan Melé

         ...”também queremos causar mudança em outros bancos”.    Criamos uma aliança com mais de 50 bancos e mais de 40 milhões de clientes em todo o mundo.   Chamam o conjunto de “Bancos com Valores”

         Pagar um pouco mais, no caso, o  cliente pagar...   “por trás de um preço barato, há um oculto que alguém paga caro – seja com a própria vida ou poluindo o ambiente”.    Ele diz que comumente o povo não consome alimentos orgânicos alegando que são mais caros, mas gastam em supérfluos que são dispêndios e não são úteis à pessoa nem ao meio ambiente.

         ...” promover a consciência no uso do dinheiro”.      (O Pepe Mujica, ex presidente do Uruguai pratica isso e bate muito nessa tecla combatendo o consumismo) 

... e agora parece que estamos doentes, obsessivos por dinheiro e crescimento”.   Mudar é possível.  Nós fizemos isso com um banco.

         Citou as últimas palavras do bilionário Steve Jobs.   “ele disse que tinha fama, dinheiro, sucesso, mas jogou a vida fora, foi um miserável, se equivocou, porque o mais importante é a amizade, o amor, a arte”.

         Joan completa sobre seu modo de ser e de viver:    “Essa é a minha maneira de ver a vida e o mundo”.       Fim desta etapa

        

         Outro Humano de Negócios abordado:   Alex Pryor

         A serviço da planta    

         Argentino, nasceu e cresceu em Buenos Aires, dividindo o tempo entre viver no campo e na cidade.   Os pais dele tomavam chimarrão direto.   Ele também sempre tomou e toma.

         O pai de Alex apresentou a rede McDonald’s aos argentinos no passado.   Alex optou pela vida rural e preservacionista.

         Alex e família se mudaram para o pantanal do Paraguai na década de 1990.   Aos 20 anos de idade, Alex foi para a Califórnia estudar e ouviu algo numa universidade sobre alimentos.    Um professor nigeriano discorreu sobre política alimentar e ele achou o tema relevante.

         O tal professor provocava debates entre os alunos com a pergunta:  Por que há fome no mundo?     A ONU já vinha alertando para os danos causados pelas mudanças climáticas.  Isto nos anos 1990...

         Um dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável  (os ODS) lançados pela ONU envolve a erradicação da fome, a segurança alimentar, a desnutrição.... a agricultura sustentável.     Sustentabilidade envolve os três pilares: economicamente viável, socialmente juto e ecologicamente correto.

         Os estudantes do curso começaram a praticar agricultura orgânica.   Só que a universidade em si não apoiava na época esta “aventura” dos produtos orgânicos.

         Alex era adepto do cultivo orgânico e também chamava atenção pelo seu chimarrão (com sua cuia de tomar erva mate).   Costume que vem dos índios guaranis.      Na universidade diziam que ele “fumava” em sala de aula ao verem que ele tomava a erva com a bomba e cuia cujo conjunto parece um cachimbo.    Proibiram ele de tomar chimarrão  durante a aula.

         “Comprovado cientificamente que a erva mate contém 24 vitaminas e sais minerais, além de 15 aminoácidos e polifenóis abundantes”.

         “O mate também representa  o encontro e o diálogo”.

         Todos colegas da universidade quiseram provar o mate.

         Ao retornar ao Paraguai, Alex parte em busca de mais informações sobre a erva mate que é nativa da região.   Visitando os índios da região, descobriu que seu caminho era “integrar o elemento social ao negócio”.

         Isto em 1995, depois de formado na universidade americana.   Entendeu que o papel dele era procurar mercado para a erva mate a preço justo.

         Volta aos USA já levando um pequeno estoque de erva mate e começou a empreender.   Logo um colega de universidade se encantou pela proposta e se associou a ele.

         Em 2011, conseguiram que a empresa deles obtivesse a Certificação que reconhece empresas comprometidas com a geração de valor para outros públicos além dos acionistas.  O nome da empresa deles é Guayaki Sustentable Rainforest Products.   

         A missão da Guayaki: restaurar até 2020, duzentos mil acres de Mata Atlântica sulamericana e gerar 1.000 empregos. (dois acres se aproximam de 1 hectare e este é equivalente a 10.000 m2)

         Atualmente a empresa, com sede na Califórnia, tem enorme frota de carros elétricos para distribuir os variados produtos que contém erva mate e sabores diversos.    Na atualidade conta com 300 empregos diretos, dentre os quais, 57 ex detentos.   Usam erva mate oriunda do Paraguai, Argentina, Brasil e Uruguai.

         “500 famílias trabalham hoje na regeneração de 40.000 ha de floresta”.

                            Continua no capítulo seguinte...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

CAP. 28/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RICARDO V CUNHA - Ed. Voo - ano 2020

28/35 

         Bate papo com John Fullerton

        

         Um momento de reflexão – John voando de primeira classe para uma importante reunião de executivos do Banco JP Morgan na Ásia.    Os filhos pequenos em casa.    Ele lê a notícia de que um grande empresário americano doou boa parte da sua fortuna feita em muitas décadas de trabalho incansável.  Doou para entidades filantrópicas.

         Na reflexão, John achou que não queria trabalhar a vida toda para ficar rico.   E se pergunta:  E o propósito dessa vida, como fica?

          Ele então percebeu que seu próximo passo era mudar seus planos e deixar o mercado financeiro.

         Atuando em bancos, gerenciando, era medido pelas metas de ganho para a empresa.   “Seu senso de identidade própria e autoestima torna-se muito associado a um balanço de lucros e perdas”.   O que ele não quer mais.

         A fusão do Morgan com o banco Chase Manhattan foi o momento dele deixar o emprego.

         Sobre os termos holístico e holismo.      Termo criado em 1926 pelo general sul africano Jan Smits.    Lutou contra colonizadores.   Escreveu o livro Holism and Evolution.   Ele trocava correspondência com Einstein.

         Smuts “definiu o holismo como o princípio universal que explica a matéria, a vida e o espírito”.     Os especialistas, inclusive na medicina, são reducionistas “e deixam de enxergar o todo”.    Como resposta a isso, hoje temos a Medicina Integrativa e o crescimento da medicina oriental no ocidente.

         No campo do Ensino, tem a transversalidade, sendo ela transdisciplinar.

         É um processo que enfrenta resistências pois são 400 anos de Idade Moderna praticando o reducionismo.  Difícil mudar essa lógica.    Mais difícil ainda é mudar essa logica no mundo das finanças.

         “Porque definimos valor e sucesso com base na otimização da taxa de retorno sobre o capital”.  (o ter em detrimento do ser).

         “Minha esperança vem da experiência e dos projetos em que estou envolvido”.    “Se pensarmos filosoficamente, tudo está em uma relação simbiótica.   É assim que os sistemas vivos funcionam”.

         O obstáculo:  “Precisamos ir contra uma inércia institucional muito arraigada da economia global, que está bloqueada em um caminho insustentável”.

         Minha esperança...   em uma mudança de consciência...     Cita Sally Goerner, conselheira de Ciências do Capital Institute.   “Me disse que a única maneira de os sistemas mudarem é quando está sob pressão”.     Hoje em dia estamos com desequilíbrio inclusive do clima do planeta e há de um lado o risco e de outro a oportunidade de mudarmos de rota para o rumo da sustentabilidade.

        

 

         Outro Humano de Negócios -  Joan Melé

         A batalha contra a escravidão moderna

 

         Joan é da Catalunha na Espanha.   Em 2005, chamado para liderar a criação de operação de varejo na jurisdição espanhola, do Banco Triodos Bank de origem holandesa.   Este é um dos chamados bancos éticos.

         Joan aos 55 anos ...  “os bancos são sempre apontados como um dos poucos negócios a se beneficiar de períodos de crise econômica”.     O pai dele era professor.   O sonho dele na juventude era também ser professor.

         Começou em banco ao 18 de idade e foi pegando gosto pelo ramo e pelo contato com o público.

         Bancos e parte dos empréstimos ajudando o consumismo.   “Um banco precisa financiar projetos que criem empregos, não que gerem apenas mais consumo”.

         O Triodos Bank foi fundado na Holanda na década de 80 e é um dos que tem foco na Sustentabilidade (econômica, social e ambiental)

         No Triodos, Joan dava palestras na comunidade sobre negócios éticos.

         A crise de 2008 dos USA que se espalhou pelo mundo, afetou forte a economia da Espanha e durou até 2017.    Os bancos de lá reduziram o crédito e aumentaram a taxa de juros.  (como fazem os bancos no Brasil).

         O banco Triodos fez o contrário nesse período:  aumentou o crédito e cortou a taxa de juros.   Foi uma avalanche de novos clientes vindos para este banco.

         O Triodos tem o pilar de ser ético e ter um critério muito claro de investimento e não investimento.   Na agricultura, só apoiam o que não usa agrotóxicos.     Ele questiona.   “Por que você permite que um banco faça coisas com seu dinheiro que você não faria?”

         Ele, ao invés de se aposentar, levou o conceito para a América Latina, “região com a maior desigualdade do mundo”.   Segundo a ONG Oxfam:  “A fortuna dos bilionários desta parte do mundo cresceu em média 21% ao ano no período de crise financeira do mundo  (2002 a 2015).    Isto é seis vezes maior que o crescimento do PIB da região (América Latina).

         Joan lançou três livros.   Um deles se chama Dinheiro e Consciência e há dois outros na mesma linha.    Criou também uma fundação com o nome Dinheiro e Consciência.

         Fim deste capítulo .    segue no próximo capítulo com o bate papo com Joan.

  

sábado, 11 de dezembro de 2021

CAP. 27/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - Ano 2020

 27/35

 Outro dos Humanos de Negócios:    JOHN FULLERTON

         Muito além de Wall Street

        

         Americano, atuava em Nova York há 18 anos no coração financeiro da cidade – em Wall Street.

         Estava transitando em NY na hora que houve os ataques de 11 de setembro de 2001 às Torres Gêmeas.     Ele viu o acontecido no momento exato.

         Na década de 1990 atuou no projeto de escolas charter nos USA.  Escolas públicas menos dependentes da burocracia e que conseguiam avanços em novas soluções mais acessíveis e criativas.

         Sobre o onze de setembro:   “Na época, eu não sabia nada sobre a crise ambiental ou sobre sistemas complexos.   Afinal, nada disso se ensina em Wall Street”.

         Após o ataque ele começou a ler livros de pensadores para entender melhor o mundo.  Leu mais de cem livros em oito anos.    A busca de entender o eu e o propósito da sua vida.

         Logo no começo da carreira, trabalhou no renomado Banco JP Morgan (1982).   Nesse tempo o presidente do referido banco foi dirigir o Banco Mundial.   John sonhou fazer uma carreira no JP Morgan e um dia atuar no Banco Mundial para ajudar o povo.

         Depois de doze anos no mercado financeiro conheceu as escolas charter, estas que chegaram a se espalhar por três continentes e ter mais de 450.000 alunos.      “O contato foi suficiente para despertar em John o interesse por alinhar capital com propósito social e ambiental”.

         A energia alternativa também chamava a atenção dele.   Por outro lado, a expansão do mundo da internet fez surgir a oportunidade para ele atuar numa fintech,  tipo de empresa de tecnologia no ramo financeiro.

         Nos anos 2000, o Banco JP Morgan foi fundido com o Banco Chase Manhattan Bank e este era o terceiro maior banco dos USA.     John se reuniu com os executivos do Chase e percebeu que para ele, era hora de deixar o emprego.

         John nasceu perto de Manhattan, filho de uma dona de casa e um publicitário.   A família teve tempos de finanças apertadas.

         Ele pediu demissão quase duas décadas depois de entrar no Banco JP Morgan.  Saiu em abril de 2001 (ano do atentado de 11 de setembro)

         Após o atentado, ele entrou com mais afinco nas leituras para tentar entender o mundo.   Dentre os livros, um de Herman Daly com todo o conceito de economia ecológica.    “Ficou marcada na memória de John a leitura de Daly...   leu a distinção idealizada pelo filósofo Aristóteles entre economia real e economia especulativa.     Especulativa, no caso, usar o dinheiro para fazer mais dinheiro.    (o que se faz no mercado financeiro).

         “O filósofo grego entendeu que havia uma diferença fundamental e considerava a segunda (o especulativo) uma atividade antinatural, ou não alinhada com a natureza”.

         Nisso ele estava com 40 anos de idade.   Para ele isso foi de grande impacto.    O que ele fez por duas décadas era o especulativo.

         Não gostava mais do que fazia (especulação financeira).   “E não sabia o que queria fazer”.

         (sabia o que não queria e não sabia o que queria)

         Recebeu convite para atuar na Schumacher Center for a New Economics...  dedicada, desde 1980, a visualizar os elementos de uma economia global justa e sustentável.  Nesta foi pedido a ele um relato de 20 páginas sobre a importância da Schumacher para o século 21.

         No texto, John pela primeira vez falou sobre a economia e as finanças “a partir do sistema econômico global estar falido”.    “Eu digo isso não como ambientalista ou ativista de direitos humanos, mas como ex-diretor administrativo de quase vinte anos de experiência no Banco JP Morgan e, posteriormente, como líder em fundos de hedge”.

         Eram oito anos de leitura para chegar a essa análise.   A visão holística também entra em cena.   John criou o Capital Institute – “Organização que defende a aplicação de princípios de sistemas vivos para representar a economia e as finanças”.    Economia e Finanças Regenerativas.

         “John acredita que a economia e as finanças regenerativas, apoiadas nos princípios e padrões dos sistemas vivos, e definitivamente alinhados com sabedorias tradicionais resistentes ao teste do tempo, particularmente a sabedoria indígena, guardam a chave para um futuro compartilhado próspero e ecologicamente correto”.

         Daí tentar colocar em prática um empreendimento que leva em conta   “fomentar uma ideia que não era discutida nas universidades  e escolas de negócios...”

         “Passou a documentar projetos regenerativos que se desenvolviam ao redor do mundo”.   Em 2015 John lançou o paper  (tipo de artigo científico) chamado:  “Capitalismo Regenerativo: como os princípios e padrões universais moldarão a Nova Economia”.

         John tornou-se um dos principais pensadores econômicos contemporâneos.  Ele cunhou o termo Regenerative Humans que logo o setor rebatizou como (Re) Humans, os Humanos de Negócios.

         Em 2018 o Capital Institute lançou a Iniciativa Global Regenerative Communities Network para estimular a emergência de comunidades regenerativas ao redor do mundo.

         Vários destacados financistas de Wall Street começaram a acreditar nessa ideia mesmo não concordando com tudo.    “Eles não concordam com tudo o que eu digo, mas já não pensam mais que eu sou louco”.

         John escreve artigos, tem um blog e uma Newsletter.      www.capitalinstitute.org 

         O autor deste livro pergunta a John como anda a finança pessoal dele depois desta guinada na carreira.    John responde.    “Eu não continuei a ganhar dinheiro, mas eu sou muito mais rico do que quando sai de Wall Street, em termos de senso de propósito”.

         Em seguida, no próximo capítulo, um bate papo com John.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

CAP. 26/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - ano 2020

 CAP. 26/35

         Outro Humano de Negócios:   DANIEL IZZO

         “Coragem de jogar tudo para o alto”

        

         Ele é paulistano.   Atuou por bom tempo na Johnson & Johnson.    Chegou deixar a empresa uns tempos quando atuou no Submarino que atua via internet.    Voltou em seguida para a J &J.    Atuou mais em marketing.

         No Brasil, o protetor solar da J&J Sundown responde com quase 1/3 do lucro da companhia.

         Daniel era um sucesso no mundo corporativo mas ... “nunca em encaixei bem na parte comportamental”.    Pediu demissão da J&J para ir cursar MBA no Canadá para ficar perto da namorada.   Lá ele se sintonizou com o conceito de Sustentabilidade social, econômica e ambiental.

         ...” e por projetos ligados à preservação da natureza e à distribuição de riquezas”.

         Voltou depois para a J&J mas não no marketing e sim no RH Recursos Humanos.   Mas antes disso, fez um mochilão de quatro meses percorrendo Vietnã, Nepal, Tibete e Tailândia.    O desafio de viver de mochila...   “Eu percebi que podia viver desse jeito.   Aprendi muito sobre desapego de bens materiais como de relações”.

         No setor de RH da J&J não se achou e ficou muito frustrado.

         Ele, filho de um engenheiro mecânico, o primeiro engenheiro da família.   A mãe fez arquitetura na FAU Fac de Arquitetura e Urbanismo da USP.   Ela nunca exerceu essa profissão.   Bem depois de criar os filhos, ela voltou à USP e fez Direito.

         Ele, filho mais velho foi bastante cobrado nos estudos pelo pai, cuja família vivia com orçamento apertado.

         Daniel, quando estudante da FGV Faculdade Getúlio Vargas e namorando, foi buscar uma vaga de trainee e conseguiu na disputada J&J.   Em 1999 deixou esta empresa e foi para a Submarino.   A Submarino foi criada pelo GP Investimentos de propriedade de Jorge Paulo Lemann (das cervejas), Telles e Beto Sicupira.     Depois veio o estouro da bolha da internet e a redução de quadros na Submarino.     Retornou para a J&J.

         Lá adiante, atuando no departamento de RH da J&J,  já tinha estudado empreendedorismo social e não via viabilidade naquilo.

         Ele foi implantar um projeto na J&J em venda direta de produtos para a área de saúde em comunidades carentes cariocas.    No decorrer do projeto notou que já não era celebrado dentro da empresa como nos tempos de atuação na área de Marketing, na qual fez sucesso total.

         Traduziu livros de Terceiro Setor e se associou a projetos ligados à comercialização de artesanatos.   Caso do Impacto Hub.

         Em 2008 ele notou que havia desafio de gestão e formas de captar recursos para projetos sociais.   Ele afirma que viu naquela oportunidade seu novo caminho.    Diz:  “Pensei:  é isso que vou fazer da minha vida”.

         ...”apoiar negócios sociais.  Nestas, ...”simplesmente não há espaço para hesitação ou vacilo”.

         Ele criou em 2009 a Vox Capital que se tornou a primeira gestora de investimentos de impacto do Brasil.   Ele tem sócios na Vox Capital.

         Ele diz:   “...é o caminho onde dinheiro e propósito se encontram”.

         A Vox traz às Ongs os dois fatores: estrutura organizacional e de gestão.       “Hoje menos de uma década depois de fundada, a Vox contabiliza mais de cinco mil negócios analisados e investimentos em 23 com impacto em 7,2 milhões de pessoas”.

         Há entre os projetos implantados desde microcrédito no interior do Nordeste, até cartão pré pago de saúde.  Tem reconhecimento internacional.

        

         Bate papo com Daniel Izzo

         Nas perguntas, o autor lembra o quadro atual do Brasil com milhões de desempregados e desalentados. Consta que somos “o país com o maior número de casos de depressão e ansiedade do mundo...”

         Daniel diz:   ...”foi uma força enorme em mim.   Para quem está em crise e quer mudar, eu sugiro fazer uma busca dentro da alma para achar algo que te deixa apaixonado, que te mobiliza, para então ir atrás disso”.

         Alerta:   “Nossa sociedade valoriza muito o ter, a grana”.   Essa pressão da sociedade de certa forma afeta de algum grau mesmo quem empreende na área social.    Um dos projetos que ele destaca pelos resultados é o investimento no Diaspora.black, um serviço de hospedagem como o Airbnb, tudo pela internet, porém focado na cultura negra.

         Comumente no mercado há chance de investimentos para investidores que dispõem de elevado capital.   Já no caso da Diaspora.black, conseguiram formatar sistema em que a partir de R$.1.000,00  a pessoa já pode ser investidor na mesma.

         Futuro que ele vê no mundo do trabalho.   Cresce a especialização da mão de obra e cresce a dependência de quem faz as coisas básicas como consertos, reparos, preparo de alimentos etc.

         “Acredito que voltaremos para coisas mais básicas, como plantar a própria comida, fazer coisas que nos tragam mais autonomia e nos façam depender menos do dinheiro”.

         Fim deste capítulo.     Vem outros...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

CAP.25/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re)humanizando o capitalismo - Autor: RICARDO V CUNHA - Editora Voo - ano 2020

CAP. 25/35

CAPÍTULO 25/35 - fichamento do livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - autor: RICARDO V CUNHA

Ouro entrevistado - JEAN-CLAUDE RAMIREZ - "A agonia da bifurcação"

Ele, detentor de quatro graduações universitárias e uma carreira na pesquisa. Se casa com Roberta Civita, filha do Civita da Editora Abril Cultural. Estavam morando nos USA e ela queria ter os filhos no Brasil e se mudaram para cá.

Aqui o país não aplica quase nada em pesquisa e ele não tinha como dar sequência em suas pesquisas. Tinha que criar novos rumos para sua carreira. Ele é filho de pai hondurenho e mãe argentina e teve um casamento anterior nos USA. Ele nasceu na Suiça. Chegou no Brasil em 1997 quando nossa economia estava bem tumultuada.

A complexidade de ser consultor para grandes empresas. Ajudar os executivos destas a melhorarem o desempenho das empresas. Em duas décadas de trabalho chegou ao topo de uma empresa renomada em consultoria.

Bate papo com Jean-Claude Ramirez - É da natureza do consultor ensinar e ao mesmo tempo aprender. Não é incomum os consultores se tornarem sócios da empresa à qual presta serviços. ..."Temos economias e geografias em etapas muito diferentes de desenvolvimento, Talvez economias mais avançadas achem que tem o direito de falar às menos avançadas sobre os problemas que estão causado, mas se esquecem que já passaram por esse ciclo"...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................Outro Humano de Negócios:

JAYME GARFINKEL (da Seguradora Porto Seguro) - "Rumo ao campanário". Jayme é paulistano. O pai dele, Abrahão, nasceu na Ucrânia. O pai trabalhou muitos anos na Bradesco Seguros e depois comprou a Porto Seguro que na época era pequena. A esposa de Abrahão ajudava a equipe na seguradora e ela é graduada em Engenharia Química na POLI Escola Politécnica da USP. A família de Jayme é de origem judia. Jayme nasceu em 1946, um ano após o fim da Segunda Guerra Mundial. Desde criança ouvia falar do que ocorreu no holocausto na Europa e ficava indignado porque os vizinhos dos que estavam sendo exterminados nada fizeram para que isso não ocorresse.

Agora, estabelecido no bairro Morumbi em SP perto da grande favela de Paraisópolis, sentia que teria que fazer alguma coisa em prol daquela comunidade. Sentia que não podia ignorar aquilo ao lado de onde há a enorme favela em São Paulo. Um dia se preparou e foi assistir uma palestra sobre violência urbana e visitou uma prisão e passou a conversar com pessoas que interagiam com o tema, inclusive contatos com o Dr. Drauzio Varella que tem vasta experiência no setor carcerário. Paralelo a isso, investiu numa firma emergente em Piracicaba-SP que atua no desenvolvimento de produtos de origem biológica para controle de pragas em lavouras. Ficou impressionado com a motivação da equipe que trabalha nesse setor na empresa que está dentro do conceito de trabalhar com o meio ambiente, buscando não agredi-lo. Voltando à pauta da segurança pública em São Paulo, ele entrou em contato com Solange Senese que há treze anos é ativista no tema do sistema prisional. Ele passou a apoiar ações no setor, inclusive para a busca da ressocialização e busca de treinamento e emprego aos egressos dos presídios. O Brasil tem atualmente uma das maiores populações carcerárias do mundo. O Monitor da Violência levanta dados com o NEV Núcleo de Estudos da Violência. Alto índice de reincidência que resulta em nova prisão do detento, de forma sucessiva. Ao redor de 75% dos casos. O preso cumpre pena, é solto, não tem preparo para emprego e portas não se abrem para ele e volta a delinquir e ser preso.

Jayme e Solange criaram em 2015 o Instituto Ação Pela Paz. O foco atual do Instituto é evitar a reincidência do preso. Jayme se sente energizado estando acompanhando, além dos seus negócios, suas ações no Terceiro Setor.

A partir de 2019 Jayme optou por deixar a presidência da Porto Seguros. Passou o bastão para o filho Bruno. Ele disse que parar seria deixar de ter um propósito e que é interessante ter o próprio propósito para dar um sentido à vida.

O propósito não precisa ser de natureza econômica. "Eu tenho vários interesses que me absorvem e espero poder fazer desta etapa um segmento da vida com desafios e emoções, mas com calma para pensar e entender melhor a vida".

Bate papo com Jayme Garfinkel

Pergunta a ele: "O que é sucesso?" Ele responde: "O que é sucesso? Aparecer na revista Caras rindo? A escala de valores do mundo ocidental está errada. Estamos num consumismo estúpido em que as pessoas estão sem propósito".

O que fazer, pergunta o autor: Resposta: "Cada um tenta fazer sua parte para mudar isso. Não dá para não fazer nada.

Ele é ateu. Ele usa na sua fala final algo do livro de Jean-Paul Sartre, livro A Idade da Razão.

continua no capítulo seguinte com outro Humano de Negócios. 

sábado, 4 de dezembro de 2021

CAP. 24/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - 2020

 

 CAP. 24/35

Continuação - CLAUDIA SENDER - slogan - Quanto mais difícil, melhor

Aos 21 de idade conseguiu estágio numa empresa de consultoria americana. Depois de certo tempo de trabalho, foi para um MBA em Harvard.

Cláudia é judia. Na POLI Escola Politécnica da USP onde fez engenharia não havia colegas negros em sua classe. Já em Harvard tudo era muito diferente, inclusive nesse quesito, pois havia muitos negros colegas de Universidade.

"Hoje me considero uma pessoa muito mais tolerante e compreensiva". Buscando desafios maiores, foi para a Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul. As maiores marcas do mundo no ramo de eletrodomésticos.

Desafio com uma fábrica no ABC paulista que não era rentável. Houve a decisão de juntar essa fábrica com outra de Rio Claro-SP para redução de custos. Fizeram um programa para dispensa de empregados buscando evitar que gastassem a indenização e ficassem sem emprego. Houve um programa de preparo dos empregados para encararem o desafio de estarem preparados para novos empregos com habilidades compatíveis.

O sistema elaborado para isso deu resultado e 95% dos empregados que foram desligados em 6 meses estavam de novo empregados.

Assumindo postos na empresa foi liderar o MKT Marketing. Liderava uma equipe de centenas de pessoas. Era uma lider muito controladora. A equipe não ia tão bem. Um dia ela buscou uma consultora e no contexto do diagnóstico, a pergunta à equipe. Se tivesse uma varinha mágica, o que você faria. Uma da equipe respondeu; Eu faria a chefe desaparecer. Aquilo para ela foi um marco e ela mudou a postura e a mudança fez com que retomasse a liderança da equipe em outras bases e esta passou a atuar muito melhor. Quando tudo estava no eixo, ela deixou esse emprego. Partiu em busca de novos desafios. Em 2011, na fusão das companhias aéreas LAN e TAM, ela aceitou o desafio de participar da gestão. A TAM brasileira e a LAN chilena. O autor do livro conheceu a Cláudia em 2016 num evento empresarial. Em 2019 ela saltou para outro desafio após oito anos de LATAM. Foi para o Conselho de Administração da Lafarge Holcin, Estácio e Gerdau. "Uma posição em que a participação feminina é baixíssima - apenas 11% nas 500 maiores empresas do Brasil segundo o Instituto Ethos. Bate papo com Claudia Sender .................................... "Poder me colocar no lugar do outro virou algo natural para mim". (e isso gera empatia). "Quando vou visitar o pessoal de operação, dou beijo e abraço em todo mundo. Somos todos iguais e eles estão trabalhando por todos nós". "Buscar a simplicidade nas mensagens e atitudes foi um grande aprendizado".

Sobre o começo de tudo para Cláudia Sender: "Nada na minha vida foi fácil. Nunca tomei um atalho. Sempre fiz as coisas dentro das regras e dentro da minha régua de valores". Um dia, palestrando em Harvard, um aluno latino perguntou como ela conseguiu chegar lá sem ter uma família influente nem contatos influentes. E ela diz que o caso dela é de esforço e com isso chegou lá. Marcante para ela, o conselho de um ex chefe na Consultoria. "Temos um guard rail onde de um lado estão as leis e do outro, os valores da companhia". Quando você cometer erros dentro desse muro de contenção, estarei do seu lado, vou protege-la. Mas se você pular do outro lado do guard rail, você está sozinha". Ela afirma: "sempre deixo claro para as minhas equipes que valores da empresa e lei são inegociáveis".

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

CAP. 23/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo. Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - 2020

CAP 23/35 

         Ela trabalhou na Consultoria ThoughtWorks fundada em Chicago por Roy Singhan há cerca de 25 anos.   Ele buscou criar um experimento social.   A empresa era retratada na mídia como socialista.    Os pilares da ThoughtWorks:  > Gerir um negócio sustentável;  >  liderar e promover a excelência de software e revolucionar a indústria de TI Tec da Informação;

         >  e advogar apaixonadamente em favor da justiça social e econômica.

         A Revista Exame publicou que em 2017 apenas 16% dos graduados em cursos de computação eram mulheres enquanto que em 2019 na Consultoria ThoughtWorks a presença feminina no ramo era de 45%.

         Atualmente a empresa está em mãos de britânicos.   Apesar dos seus pilares não descuidarem do lado humano, seu desempenho econômico é de destaque.   Em 2017 faturou bruto pelo mundo mais de 400 milhões de dólares...   “mas não descolada de uma preocupação genuína em tentar enfrentar grandes problemas do mundo”.

         Carol e Gabi se encontraram trabalhando na ThoughtWorks.   Carol vinha da americana HP.

         Incomodava um pouco a equipe só se comunicar em inglês no trabalho e mesmo no cafezinho.   Ficava faltando algo da cultura local.

         “Viver a desigualdade é diferente de ler sobre a desigualdade”.   Diz Gabi.   Ela foi escalada em certo tempo para o desafio de acolher a diversidade no ambiente de trabalho.

         “Cada mulher que entra num ambiente de empresa de tecnologia, se sente mal, deslocada”.    “Isso não pode ser assim”.

         Carol e Gabi encarando o desafio de remover preconceitos dentro do ambiente de trabalho.    As duas trocavam muitas ideias antes de tomarem as decisões.   Um dia foram sondadas em separado para assumir um cargo em nível internacional.   Cada uma, sem combinar com a outra, disse que aceitaria o cargo na condição de que a colega aceitasse o mesmo de forma compartilhada.   Assim foi aceito e assim se fez.   Desde então, elas conduziram as tarefas no comando de forma colaborativa e a empresa não para de crescer.

         Gabi em 2018 teve que se afastar do emprego em licença médica, numa crise de Burnout – que envolve esgotamento e outros sintomas.

         Depois deixou a empresa e foi para outros estudos e empreendimentos.   Outra mulher assumiu seu cargo na ThoughtWorks no Brasil também de forma compartilhada.

 

         Bate papo com Carol Cintra e Gabi Guerra

         Gabi    “sabe que, além de aprender muito no dia a dia, quando surgirem questões que não tenho experiência ou conhecimento, a terei comigo dá muito alívio”.

 

         Outra humana de negócios -   Claudia Sender

         “Quanto mais difícil, melhor”.

         Claudia é paulistana.  Aos cinco de idade foi na venda com a mãe e pediu bala e a mãe não comprou.   Ao chegar em casa, disse pra mãe que trouxe balas.   A mãe foi com ela na venda e fez ela devolver as balas e pedir desculpa.     Exemplo que ela leva pela vida afora.  Fazer a coisa certa.

         Morava no Bairro Bom Retiro, perto da Estação da Luz na capital paulista.    O pai dela, médico e a mãe, fonoaudióloga.

         Na infância, em quatro irmãos, recursos poucos, o presente de Natal costumava ser uniforme escolar novo.    O pai investia no estudo dos filhos e em educa-los para a vida.

         Ela fez engenharia de alimentos na UNICAMP.  Antes de se formar, mudou para Adm de Empresas e depois, para engenharia elétrica.  Acabou se formando em engenharia química, esperando trabalhar em plataforma de petróleo.

 

Continua no próximo capítulo    24/35