CAP. 04/10
Página
36 – Capítulo 4 do livro – Detrital Wash
A
mística do deserto. Cita frase de Paul
Shepard em “Homem na Paisagem”: “Aqui,
os líderes das grandes religiões buscam os valores terapêuticos e espirituais
do retiro, não para fugir da realidade, mas para encontra-la”. Deserto do Mojave nos USA.
Uma flor
que só tem lá, chamada papoula-pata-de-urso, nome científico Arctomecon
californica. Só nasce em solo com o
mineral gipsito, portanto solo gipsífero perto do lago Mead.
Os
guarda parque fazendo levantamento das papoulas em extensão à beira do lado e encontraram o carro abandonado pelo
jovem com um bilhete “doando” o carro: E
mesmo o carro tendo suportado uma enchente do rio ao lado (o leito ficava seco
na maior parte do tempo), ainda funcionava.
Por lá, dirigir fora da estrada era expressamente proibido.
No
deserto, a temperatura pode chegar aos 48 graus Celsius. O jovem tinha andado quilômetros pelo leito
seco do rio com seu carro e o percurso era proibido. Deu uma chuva enorme, o leito do rio voltou
a correr e ele não teve como escapar e abandonou o carro. Antes, arrancou as placas para não poderem
identifica-lo (e rastrea-lo).
Página
40 – Queimou por querer as notas que totalizavam os 123 dolares que possuía. Ele relatou isso no diário. Subiu a Serra Nevada. Em Arcata, na Califórnia, florestas com as
famosas sequóias gigantes, perto da costa do Pacífico. Por lá tem também cactos gigantes –
Saguaros. Segundo consta, esse tipo de
cacto pode durar até 175 anos, pesar até 6.000 quilos e ter altura de até 15
metros (algo como um prédio de cinco andares).
O jovem
em cartão postal sugere ao amigo Wayne preso, ler Guerra e Paz de Tolstoi.
No
México por onde o jovem andou haveria parte do leito do Rio Colorado morto e
seco. Foram feitas tantas alterações no
rio nos USA para irrigação, abastecimento, que este perdeu força e já em
território mexicano onde desaguava no mar, não chega mais à foz. Desaparece em certo ponto dos anos 50 mais
ou menos para cá. Há muita gente da
região que se lembra do rio, das pescas e da beleza que era.
No
diário, o jovem escreve em terceira pessoa.
No México: “Os habitantes
ajudaram-no a carregar o barco e atravessar uma barreira... Alex acha os mexicanos um povo cordial e
amistoso. Muito mais hospitaleiro que o
povo americano”. (e fala com
conhecimento de causa sendo americano e tendo perambulado por longo tempo pelo
território do seu país).
Com
ajuda, chega no Oceano no Golfo da Califórnia em território mexicano. Golfo Santa Clara. Ao lado do golfo, o Grande Deserto: 4.400 km2 de dunas cambiantes com os
ventos. O maior da América do
Norte. Ele saudou o ano novo no Grande
Deserto entre 1990 e 1991.
Passou
apuro com a pequena canoa no mar. Vento
forte, ondas altas. Quebrou um remo de
raiva, de bater na lateral do barco. Só
se salvou porque tinha mais um de reserva.
Ficou
andando por lá e por 36 dias não conversou com ninguém.
Nos USA
sobe a leste, cruza até o Oeste e usa a estratégia de enterrar o dinheiro para
não ser roubado pelos mendigos que também dormem na rua.
Nas
andanças, perdeu dez quilos. Já sete
meses de andanças. Enterrou a câmera
para se proteger de furtos e ela deixou de funcionar.
Agora
ele está em janeiro de 1992 e diz: “Meu
Deus, como é bom estar vivo! Obrigado, obrigado!”
Capítulo
5 – Bulhead City
Cita o
escritor Jack London e o livro “O Chamado da Floresta”. Escreveu num cartaz referência à aventura de
J. London. Cartaz é encontrado no ônibus
onde ele morreu. Cartaz de maio de 1992.
Desde
maio de 1991 quando ficou sem a câmera até maio de 1992, ficou também quase sem
escrever. Sem fotos e sem dados no
diário.
Página
50 – Em Bulhead City – Cabeça de Touro, cercada de deserto, foi o lugar onde
ele mais parou nas andanças. Trabalhou
numa loja do Mc Donald´s e também na biblioteca local.
Chegou a
pensar em ficar por lá. O jovem era
apaixonado pela obra do Jack London
(eu como leitor na juventude li vários livros desse autor).
Destaque
dele pelo livro O Chamado da Floresta.
O autor fala sobre o Jack London,
“Sua condenação veemente da sociedade capitalista, sua glorificação do
mundo primordial, sua defesa da plebe, tudo isso refletia as paixões do jovem”.
O autor
destaca que eram obras de ficção, muito da imaginação de J. London, diferente
da realidade. O jovem parecia esquecer
como foi a vida e o fim do escritor J.London, este que só passou um inverno no
Alasca e que se suicidara em sua fazenda na Califórnia aos 40 anos, bêbado
delirante, obeso e patético, levando uma vida sedentária que pouco tinha a ver
com as ideias que defendia no papel.
Continua
no capítulo 05/10
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