CAP. 20/22 leitura em março de 2021
Página 166 – Investimentos Públicos
Não há respaldo técnico que dê amparo a
esperar que só o investimento privado possa ser “motor” para dinamizar a
economia. A ciência tem comprovado que
o investimento privado tem “um caráter essencialmente induzido”... O protagonismo em geral nesse quesito é o
Estado.
Enquanto as empresas estão com
capacidade ociosa, elas não investem.
Há que ter outra fonte de dinamismo para acelerar a economia e a
indústria reduz sua capacidade ociosa.
Só depois dessa fase é que ela pode optar por investir em máquinas,
expansão etc.
Sem retomada nas vendas não se pensa em
investir. Foi por isso que a Agenda da
FIESP adotada pela Dilma de dar benefícios às empresas não deu resultado e só
piorou as contas públicas e transferiu renda para os mais ricos.
167 – Muito importantes os
investimentos públicos em infraestrutura enquanto pilar da política
econômica. O próprio Estado investir ou
em parcerias com o privado e financiamento.
Melhorar a infraestrutura melhora a
produtividade das empresas e reduz gargalos como estradas, portos, aeroportos
etc.
Não à toa, os investimentos públicos em
infraestrutura vem assumindo papel central nos programas econômicos de diversos
candidatos nas eleições presidenciais ao redor do mundo.
No caso do Brasil, ela, a
infraestrutura é ainda mais justificada porque temos muita carência no setor.
168 – No Forum Econômico Mundial em
2014 apresentaram um ranking num total de 144 países no que tange à qualidade
geral da infraestrutura e ficamos na posição 120ª. Caimos em relação a 2010 quando estávamos na
posição 84ª.
Estudo do FMI Fundo Monetário
Internacional datado de 2015 mostrou que entre os países nossos competidores
com renda similar, nossa infraestrutura é a pior de todas. (ela cita as referências bibliográficas
desses dados)
O maior gargalo nosso está no setor de
transportes (rodovias, ferrovias, portos e aeroportos). Já em energia elétrica,
estamos acima da média em relação a esses países.
São reflexo da queda de investimentos em
infraestrutura em relação ao PIB Produto Interno Bruto:
Nos anos 80 os investimentos eram em
torno de 5,2% do PIB. Nas duas últimas
décadas, caiu para 2,5% do PIB.
O Brasil investiu menos porque não separava
as contas de investimentos das despesas correntes e assim passou a deixar como
secundários os investimentos.
Nosso setor privado tem investido
pouco. Inclusive as concessionárias que
teriam que investir, investiram muito pouco.
O povo opta por tarifas menores e nesse contexto há menos compromisso
com investimentos. (inclusive em
manutenção do que já tem como ferrovias etc)
169 – Nossos transportes públicos nas
cidades também precisam de melhorias.
Investimos pouco nisso e quando investimos foi mais em áreas valorizadas
incluindo acesso a aeroportos e quase nada para melhorar o acesso dos
trabalhadores ao emprego.
Saneamento básico – nos falta
muito. Coleta de esgoto. Destacamos que muitas vezes há só a coleta e
se encaminha o esgoto sem tratamento para leitos de rios. As pessoas pensam que o esgoto coletado está
sendo tratado. Então o que precisa é
ter coleta e tratamento do esgoto coletado.
Em 2007 o Brasil tinha coleta de esgoto
em 42% dos domicílios. Em 2015, foi para
50,3% o que ainda é baixo.
A evolução do abastecimento de água
potável foi menos sensível. Em 2007
tinhamos 80,9% dos domicílios com água tratada.
Em 2015, 83,3%.
Nas regiões Norte e Nordeste a situação
é pior. Nessas a média é de somente
16,4% do esgoto que é tratado.
Saneamento é um setor de alto
investimento e em retorno de receitas não é atrativo ao setor privado. Por ter alta importância na saúde pública,
ambiental, o governo deveria dar prioridade a tais investimentos.
Continua no capítulo
21/22 (um por dia)