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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

cap. 14/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL (2018)

 capítulo      14/20

        

         Obama indicou uma pessoa moderada e qualificada para o cargo.    “Porém, pela primeira vez na história, o Senado se recusou até mesmo a considerar a indicação feita para ocupar a Suprema Corte” que partiu de Obama.

          Pagina 142 -   Passou um ano e assumiu a presidência o republicano Donald Trump e ele indicou um juiz conservador para a Suprema Corte.

         “O partido republicano pisoteara uma norma democrática básica ao manobrar para indicar o juiz após o mandato do Obama”.

         “As tradições que sustentam as instituições democráticas americanas estão de desintegrando...”.

         ...” nós nos tornamos cada vez mais vulneráveis a líderes autocratas”.

         “Donald Trump, um violador em série de normas...”

         Voltam os autores aos anos 90 e um novo político republicano resolve fazer guerra na forma de fazer política.  Fez escola.   Mobilizou jovens.   Passou a recomendar expressamente aos congressistas republicanos a chamarem seus rivais democratas de adjetivos negativos como “patético, doente, grotesco, deslealdade, contra a bandeira, contra a família e traidores”.

         Este foi o começo da mudança para pior na política dos USA.    O mentor dessa “guerra” de agressões foi Gingrich que em 1995 chegou à Presidência da Câmara e continuou com as expressões de ódio aos adversários.

         Ele deu impulso à “política como guerra”.    Gingrich e seus seguidores   ....”tratam aqueles de quem discordam como maus e imorais.

         Agora esse pessoal implanta.... “a busca pela vitória por quaisquer meios necessários”.

         Gingrich deixou o Congresso em 1999 mas a linha dura que ele usava foi ainda mais praticada.    Teve um político do  “se não for ilegal, faça”.

         O político DeLay rompeu a cerca invisível que contém outros sectários.   Trouxe a violação costumeira da norma para o século XXI.

         Bush fez dois mandatos como presidente e se propôs a ser “unificador”.   DeLay, segundo fontes, rebateu Bush.   “Nós não trabalhamos com democratas.  Não vai haver nada desse negócio de unificador”.

         Os democratas no Senado também abandonando regras como a norma constitucional de respeitar indicações de nomes para juízes, deixaram de votar os nomes indicados pelo presidente no Senado.     Os democratas abandonaram a regra para prejudicar o presidente republicano Bush e por outro lado, os republicanos abandonaram a regra contra os democratas, protegendo o presidente.

         Guerra contra o Iraque no governo Bush.  Chegam ao Congresso acusações de violência na prisão de Abu Ghraib sob controle das forças americanas.

         No livro, página 150, se refere também a Senado Estadual nos USA.

         Rompendo outra norma não escrita, nos anos 2000, após o atentado de 11 de setembro de 2001, os republicanos começaram a atacar os democratas dizendo que eles não eram patriotas e que apoiavam os terroristas da Al Qaeda.

         Ano de 2008, divisor de águas na questão da intolerância partidária.

         Midia de direita com destaque para a “TV Fox News, a TV a cabo mais assistida dos USA”.   “O candidato Barack Obama foi pintado como marxista, antiamericano e secretamente muçulmano”.

 

                   Próximo capítulo   15/20

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

cap. 13/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL

cap  13/20

 

         Página 128 (de 220)

         Os autores falam dos presidentes quando escolhem juízes “lealistas” – leais a quem os indicou.

         Mudar a suprema Corte para fins políticos:    “... a Suprema Corte dos USA mudou de tamanho sete vezes entre 1800 e 1869 – todas ela por razões políticas”.

         Tentando romper com o costume, Roosevelt, em 1937, após reeleito por ampla maioria e tendo maioria na Câmara e no Senado, tentou alterar a Suprema Corte.   Foi enorme a reação contrária a isso pelas instituições, pela imprensa.   Tanto que a proposta dele morreu no Senado.

         Nunca mais um presidente dos USA tentou forçar a barra contra a Suprema Corte.    Os autores chamam essas travas informais que são respeitadas, mesmo não estando na letra da lei, de Norma de Reserva Institucional.   Os três poderes políticos dos USA costumam respeitar essa norma.

         No legislativo deles, a cortesia:   “A regra primordial... era não permitir que desacordos políticos influenciassem sentimentos pessoais”.

         “Isso era difícil, pois, como disse um senador, é difícil não chamar um homem de mentiroso quando você sabe que ele é um mentiroso”.

         Por outro lado, um político declarou:   “Meus inimigos em determinada questão podem ser meus amigos na seguinte”.

         No legislativo eles percebem que se forçarem a barra para aprovar algo, como reação, os outros passam a não cooperar e a retaliar.

         No legislativo deles a obstrução da pauta de votações era em último caso.   No século XIX inteiro, só houve 23 obstruções de pauta.

         Sobre indicações do presidente para juízes da Suprema Corte a serem apreciadas pelo Senado.   Geralmente o Senado aprova.  Do ano 1800 a 2005 somente nove indicações de presidentes foram rejeitadas pelo Senado.

         Há  o poder do Congresso de destituir o presidente através do impeachment.  Foram raras as ocasiões que isso ocorreu nos USA.

         Anos 40 e a URSS como potência nuclear causou medo no povo norte-americano.

         “A histeria anticomunista podia ser usada para fins partidários.   Políticos podiam fustigar ou perseguir pessoas suspeitas de comunistas ou angariar votos dizendo que seus oponentes eram comunistas ou simpatizantes de comunistas”.    (página 136 do livro)

         “Fustigar ou perseguir comunistas ou pessoas suspeitas de comunismo se tornou uma tática comum dos candidatos republicanos dos anos 1950”.

         Cita caso de adversários disputando o senado, um colocando o outro como vermelho, comunista.

         1952 -Campanha presidencial.   Acusar o adversário de comunista ...  “era um porrete útil com o qual derrotar democratas”.

         O mais estridente nos ataques usando o mote do comunismo nos anos 1950 foi o senador Joseph McCarthy.   Usando essa cantilena, percorreu o país em campanha.

         Ele mais adiante foi desmoralizado...  “a derrocada de McCarthy veio nos confrontos dele com o conselheiro chefe do Exército, Joseph Welch em 1954.”  Welch diz:  “o senhor não tem senso de decência” e denunciou a farsa que era o discurso sobre o comunismo nos USA.

         Richard Nixon era um presidente autoritário e serviu de teste ao sistema de freios e contrapesos.    Ele perseguiu adversários democratas.   Chegou a encomendar lista de “traidores” que atuavam na esfera pública.  Perseguiu a imprensa.    Se deu mal no caso de ter encomendado espionagem no que se chamou Caso Watergate.   Foi descoberto, tendo que renunciar diante de um processo para impeachment contra ele.

         Um resumo da ópera:    “A proximidade ideológica dos democratas sulistas com os republicanos conservadores reduziu a polarização e facilitou a concertação bipartidária, mas ao grande custo de manter os direitos civis – e a democratização plena do país – fora da agenda política”.

         As normas da política nos USA nasceram em contexto de exclusão.

         Lá o processo de inclusão social começou depois da Segunda Guerra (pós 1945, portanto).   Culminou em 1964 com a Lei dos Direitos Civis e em 1965 com a Lei do Direito de Voto.   Enfim, democratizaram plenamente a Nação.   “Mas também irá polariza-la ...  intolerância....

         Página 141 – Capítulo 7 – A desintegração

         Em 2016 morreu um juiz da Suprema Corte no tempo do mandato de Barak Obama e causou alvoroço nos partidos e ruídos nas redes sociais.   Uns queriam que a indicação do novo juiz fosse pelo próximo presidente.   Obama indicou uma pessoa moderada e qualificada para o cargo.    “Porém, pela primeira vez na história, o Senado se recusou até mesmo a considerar a indicação feita para ocupar a Suprema Corte” que partiu de Obama.

        

         Continua no capítulo      14/20 

sábado, 11 de fevereiro de 2023

CAP. 12/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Profs.de Harvard - STEVEN & DANIEL - edição 2018 e no BR 2021

capítulo 12/20

         Capítulo 6 do livro – As Regras Não Escritas da Política dos USA

         Ano de 1933, um dos anos da Grande Depressão.  Ano da posse do presidente Roosevelt.   Ele assumiu pedindo regime de enfrentamento de guerras para ter mais poder para enfrentar a crise doméstica.

         Os juízes da Suprema Corte tiveram que agir para frear os exageros dele.     Ele lançou o New Deal, um plano para recuperar a economia do país, mas a Suprema Corte considerou inconstitucionais muitos dos dispositivos.

         A Constituição não definia o número de juízes.  Roosevelt em início do segundo mandato mudou a composição da Suprema Corte, aumentando os integrantes com pessoas por ele indicadas.

         Criou uma regra no caso.   Para cada juiz de mais de 70 anos, se autorizou a colocação de mais um juiz “até um tamanho máximo de quinze membros”.   Isto permitiu a ele nomear seis novos juízes.

         A consequência desse gesto heterodoxo, a reação foi a politização da Suprema Corte, o que não é adequado.

         ...”um presidente não deve minar outro poder coigual”.

         Muitos setores da sociedade se levantaram e até os integrantes do partido dele, o Democrata, agiram e derrubaram essas mudanças.     Assim funcionou o sistema de freios e contrapesos contra excessos do Executivo.

         No início da democracia norte americana, um partido queria liquidar o adversário como partido.    Depois de anos de embates, as coisas foram mudando para melhor.

         “A política de oposição total tinha se tornado a política de tolerância mútua”.   Mudança radical para melhor.

         Mais adiante, os USA se veem diante do desafio de acabar com a escravidão e novos embates políticos surgem.

         A década dos anos 1850 foi de intensos embates.    “Para os agricultores brancos do sul e seus aliados Democratas, o abolicionismo – uma causa associada ao novo Partido Republicano – significava uma ameaça existencial.”

         “A polarização sobre a escravidão despedaçou a ainda frágil tolerância mútua”.

         Permeou até no Congresso o embate e a violência.   “...foram 125 episódios de violência – incluindo facadas, surras e pistolas sacadas – no plenário da Câmara e do Senado entre 1830 e 1860.

         “A Guerra Civil despedaçou a democracia nos USA”.   Em 1864, um terço do país não praticou eleições.  Das 50 cadeiras no Senado, 32  ficaram vagas.    “Nessa guerra foram mortos mais de 600.000 norte americanos.”

         Foi lento o processo dos partidos voltarem a se aceitarem.

         “Só com muita relutância democratas e republicanos se aceitaram como rivais legítimos”.

         Em 1866, quando um democrata assumiu a presidência, o Congresso republicano reduziu o número de juízes da Suprema Corte de dez para sete membros, de modo a tirar poder do democrata.

         Após a Guerra Civil, precisou passar uma geração para os grupos políticos e o povo voltassem a se entender de forma razoável.

         Partidos se aceitando, seguiu a agenda econômica.   Em 1913 os USA conseguiram  aprovar a cobrança do Imposto de Renda Federal.  Em 1919 eles instituíram o direito de voto às mulheres.

         Participar em guerras fez crescer nos USA do pós guerra o poder da presidência.

         “Os presidentes dos USA do pós guerra controlavam a maior força militar do mundo”.   O país na atualidade tem meios do Executivo emitir vários tipos de normas com força de lei sem passar pelo Congresso.

         No passado o então presidente Washington com zelo, respeito aos demais poderes. Em oito anos de mandato, só vetou dois  projetos de lei do Congresso.   Ele também usou a prerrogativa de emitir decretos poucas vezes, sendo só oito vezes em oito anos.

         “Ao longo de sua vida, Washington observou que ganhou poder em função de sua prontidão a abrir mão dele”.

 

                   Continua no       cap  13/20 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

CAP. 11/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição no BR em 2021

11/20

 

         “...as constituições escritas são fortalecidas por suas próprias regras não escritas...”    “E essas regras ou normas servem como grades flexíveis de proteção da democracia, impedindo que o dia-a-dia da competição política se transforme em luta livre”.

         “Os políticos que não respeitam as normas pagam o preço”.

         Uma norma nos USA: tolerância mútua:   “Enquanto nossos rivais jogarem pelas regras institucionais, nós aceitaremos que eles tenham direito igual de existir, competir pelo poder e governar”.

         “Podemos divergir, mas os aceitamos como legítimos”.

         “Tampouco os tratamos como traidores, subversivos ou desqualificados”.

         Outra forma de definir tolerância mútua:   “Disposição dos políticos de concordarem em discordar”.     ...”ser rivais em vez de inimigos”

         “Se encararmos nossos rivais como uma ameaça perigosa, temos muito a temer se eles forem eleitos”.

         Outra ferramenta para proteger a democracia:   “Reserva institucional”.     Comedimento no uso de ir buscar tudo nos tribunais.

         ...”pois tal ação pode pôr em risco o sistema existente.”

         Citou algo lá do passado medieval.  Reis tinham poder divino, praticamente sem limite.  Porém se exorbitassem, poderia até ser “legal”, mas seria visto como tirano e o povo repele isso.

         Os reis da Inglaterra legalmente (até a atualidade) podem escolher o primeiro ministro sem consultar ninguém.  Por outro lado, se formou uma tradição do Parlamento indicar um político escolhido e submeter à homologação do rei.

         Os americanos por muito tempo tinham presidentes que no máximo exerciam dois mandatos.  Isso virou norma não escrita e respeitada.    Só muito tempo depois isso mudou e se tornou algo da lei.

         “Em 1940, Roosevelt rompeu essa regra e em decorrência, os USA colocaram a trava de só dois mandatos consecutivos na constituição.”

         Exemplo de executivo não comedido.    Na Argentina, era raro o uso de decretos pelos presidentes.   De 1853 até 1989 ao todo foram 25 decretos.

         Já o presidente Carlos Menen não teve nada de comedido.   Num mandato emitiu 336 decretos do Executivo.

         Página 114 -   Nos anos 60, o chileno Salvador Allende, de tendência marxista é eleito e causou reação da direita, inclusive do Partido Nacional financiado pela CIA americana.

         “Durante a presidência de Allende houve uma erosão continuada  das normas democráticas”.    Desprovido de maioria legislativa, seu governo foi incapaz de implementar plenamente um programa socialista”.

         “A polarização pode destruir as normas democráticas.   Quando diferenças socioeconômicas, raciais e religiosas dão lugar ao sectarismo extremo, situação em que as sociedades se dividem em campos políticos cujas visões de mundo são não apenas diferentes, mas mutuamente excludentes, torna-se difícil sustentar a tolerância”.

         ...”as rivalidades partidárias estáveis dão lugar a percepções de ameaça mútua”.     Na intolerância...   “tentar vencer a qualquer custo”.

         “Isto pode estimular a ascensão de grupos antissistema com rejeição total às regras democráticas”.

         Voltando ao caso de Allende.   Neste, operários fizeram greves e ocuparam fábricas.   O governo decretou a desapropriação de quarenta fábricas e isso foi a gota d´água.   Um mês depois, foi deposto num golpe militar com ajuda dissimulada dos USA.

         Continua no capítulo 12/20 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

CAP. 10/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Editado em 2018 e no BR em 2021

 capítulo 10/20

 

         “Guerras e ataques terroristas produzem um efeito de reagrupamento em torno da bandeira no qual o apoio público ao governo aumenta...”

         Bush e o ataque de 11 de setembro que derrubou as torres gêmeas.   A aprovação dele saltou de 53% para 90%.  

         Comumente as constituições dos países toleram que o presidente aumente seu poder em casos como guerras.   Isto se torna uma ameaça às democracias.

         Página 96    ...”autoritários em potencial estão sempre prontos a explorar crises para justificar a tomada do poder”.     “Uma crise de segurança facilitou a virada autocrata de Vladimir Putin.   Em setembro de 1999, pouco depois dele assumir como novo primeiro-ministro, uma série de atentados a bomba em Moscou e outras cidades – presumivelmente de autoria de terroristas chechenos – matou quase trezentas pessoas.  Putin respondeu fazendo guerra contra a Chechênia e seu poder e prestígio aumentou.   Há controvérsia se os atentados foram mesmo por chechenos ou pelo próprio regime de Putin...”

         Ano de 2015 -  Erdogan na Turquia ameaçada pelo EI Estado Islâmico, endureceu o regime.  Repressão maciça.    ...”incluiu o expurgo de cem mil mandatários e funcionários públicos, o fechamento de vários jornais e houve mais de cinquenta mil prisões”...

         ...”prisões inclusive de centenas de juízes e promotores públicos, 144 jornalistas e até mesmo dois membros da Corte Constitucional”.

         “As crises permitem aos autocratas expandir seu espaço de manobra e se proteger de inimigos aparentes”.

         Página 99 – Capítulo 5 – As grades de proteção da Democracia

         Os USA e seu povo acreditavam na Constituição...    “...e que eram uma nação escolhida, providencialmente guiada – um farol de esperança e possibilidade para o mundo”.      Essa de farol eles já não estão mais na certeza, mas continuam cultuando a Constituição.   Esta que ajudou o país a se ver defendido contra aspirantes de autocratas no governo.

         Richard Nixon e o caso Watergate em 1972.   Ele fez gravações ilegais e foi descoberto.  O caso foi pra justiça e ele viu que perderia o mandato e resolveu renunciar e assim o fez.

         Em 1919 a Alemanha tinha uma excelente constituição, mas esta não resistiu à investida de Hitler em 1933.   Os países da América Latina ao conquistarem a independência, montaram uma estrutura de governo inspirada na dos USA.   Presidencialismo, sistema de Senado e Câmara Federal (sistema bicameral).

         O sistema na América Latina não ajudou muito.  Houve golpes de estado, governos ditatoriais.   As Filipinas (na Ásia) tinham uma constituição muito semelhante à dos USA.   Previa no máximo dois mandatos consecutivos ao presidente.  Ferdinand Marcos peitou isso e foi adiante com mais mandatos.

         No Brasil, Getúlio Vargas passou por cima da constituição.

         “Regras constitucionais também estão sempre sujeitas a interpretações conflitantes”.      O autor destaca que tudo que for levado ao pé da letra trava o processo, não funciona.   Cita como exemplo na área do trabalho, quando operários resolvem fazer uma operação padrão.   Nela, eles seguem com rigor o que  está escrito como atribuição e nada além disso.    O sistema trava.

         Algo semelhante vale para a Constituição e sua intepretação.

         Nos USA a constituição original tinha apenas quatro páginas.   Foi sendo alterada ao longo dos anos.

         Salvaguardas dos USA  ...”grande parte da resposta está também no desenvolvimento de normas democráticas fortes”.

         Todas as democracias tem também normas informais que são respeitadas por todos e ajudam a nação em termos de governo.     Ele até faz uma comparação com uma modalidade amadora de futebol de rua.   Praticamente não tem norma escrita, mas tem seus regulamentos informais aceitos por todos.   Assim a coisa flui sem problemas.

        

         Continua no capítulo 11/20

domingo, 5 de fevereiro de 2023

CAP. 09/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - edição 2018 e no BR 2021

capítulo 9/20

 

 

         Página 80 – Juan D. Peron assumiu pela primeira vez a presidência da Argentina em 1946.

         ...”A democracia é um trabalho árduo”.      ...”esquadrões de exércitos podem ser governados por ordens, democracias exigem negociações, compromissos e concessões”.

         Para os autocratas: “Para eles, freios e contrapesos são vistos como uma camisa de força”.

         Autocratas ao destruir a democracia.   Uns usam golpe, numa só cajadada.   “Com maior frequência, porém, a investida contra a democracia começa lentamente”.

         As instituições   ... “Se elas permanecem independentes, tem a capacidade de denunciar e punir abusos governamentais.”

         Em regime autocrata... “Agências de inteligência podem ser usadas para espionar críticos e descobrir material para chantagens”.   

         Na Hungria em 2010 Viktor Orbán aparelhou as instituições com seus partidários para agir com impunidade.

         Peru – O conselheiro de inteligência de Fujimori espionou, gravou atos e falas dos oponentes, inclusive juízes, usando suborno inclusive.

         Coletou materiais para cooptar ou chantagear adversários.

         Fujimori comprou juízes às escondidas.

         “Juizes incorruptíveis podem ser visados para impeachment”

         Fujimori tentou conseguir na Suprema Corte um terceiro mandato, contra a Constituição.

         Na Hungria, Orbán aumentou o número de juízes para poder indicar vários que fossem seus aliados e assim ter a Justiça sob seu controle.

         Na Venezuela Chavez mudou a Constituição através de uma Assembleia Constituinte, alterou a Suprema Corte, ampliou o número de juízes e aparelhou a nova corte.

         Assim governou sem ser incomodado.   Fez isso em 2004 e governou os nove anos seguintes sem resistência.    “A maneira mais fácil de lidar com oponentes potenciais é compra-los”.

         Fujimori, via Montesinos, “comprou” (subornou) emissoras de TV para estas fazerem o jogo dele.   Este livro cita emissoras e valores pagos.

         Página 86 -  O jornal equatoriano El Universo foi em 2011 processado pelo presidente Rafael Correa.  O jornal, antes da punição, em editorial tinha chamado Correa de ditador.

         Em julho de 2000, Putin com menos de três meses como presidente russo, convocou 21 empresários mais ricos do país e demonstrou que não iria incomodá-los, na condição de que eles ficassem longe da política.    Um bilionário russo não seguiu essa determinação e apoiou políticos opositores de Putin.   Esse empresário ganhou destaque e tendência de concorrer contra Putin nas eleições.   Putin colocou o fisco contra o empresário e este ficou preso quase uma década.

         “Por fim, autocratas eleitos com frequência tentam silenciar figuras culturais – artistas, intelectuais, estrelas pop, atletas – cuja popularidade ou postura moral faça deles uma ameaça”.     (vimos esse filme no Brasil...)_

         Comumente autocratas usam a estratégia de tentar cooptar figuras culturais para ao menos não tê-las como opositores.

         Os autocratas tendem a fazer reformas na Constituição para flexibilizar o poder de ação deles.

         Página 91 -   No passado os americanos criaram muitos tipos de empecilhos para evitar que os negros votassem.   A Lei das Sete Urnas, de 1882, criou um sistema no qual se cobrava taxa para quem quisesse votar e se exigia alfabetização, também no sentido de barrar os negros.

         “ A participação negra que tinha alcançado na Carolina do Sul em 1876, 96% dos negros, caiu para 11% em 1898.”

         Naquele tempo os negros votavam majoritariamente no Partido Republicano.    Leis iam sendo criadas par barrar o voto do negro.

         “O comparecimento negro no Sul dos USA caiu de 60% em 1880 para apenas 2% em 1912.”

         Nas Filipinas, Ferdinand Marcos governou por dois mandatos e a Constituição barrava um terceiro mandato.  Ele ficou esperando uma oportunidade...   houve suspeitos ataques a bombas na capital Manila e ele aproveitou para implantar a Lei Marcial e suspendeu a Constituição.

         Culpou o risco do comunismo para virar ditador.   Assim governou mais quatorze anos.

 

         Continua no capítulo 10/20 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

CAP. 08/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - Steven & Daniel - Edição original 2018

 CAP 08/20

 

         Na França em 2017 no risco da candidata radical de extrema direita, Marie Le Pen, o candidato conservador resolveu apoiar Macron que é de centro-esquerda, apesar da diferença ideológica entre ambos.   Tudo para evitar o risco à democracia.

         Nos USA vários eleitores do Partido Republicano votaram na Democrata Hillary Clinton contra Trump para fugir do risco do autocrata.

         Os políticos de peso do Partido Republicano se colocaram a favor de Trump e o povo acabou elegendo este.

         Notar que nos USA há dois partidos predominantes, ficando quase impossível fazer coalizão para enfrentar um candidato de tendência autocrática. 

         Nos USA aumentou a quantidade de eleitores que se alinharam da forma mais sólida ao seu partido e se radicalizou esse eleitorado.

         ...”eleitores... cada vez mais leais aos seus partidos – e hostis ao outro”.

         Nesse cenário tende a haver sucessivas eleições presidenciais polarizadas e apertadas, com ambos adversários próximos dados de tendência de votação.

         Página 76 -  Subvertendo a Democracia

         Em 1990 o peruano Alberto Fujimori era reitor de universidade no Peru.   Resolveu entrar na política partidária e não conseguiu partido.  Fundou um partido.

           Em 1990 o Peru estava em crise económica e política.   Havia a ação do grupo terrorista Sendero Luminoso, de tendência maoísta, iniciado em 1980.

         O povo cansado e desiludido com a classe política.   Vem um Fujimori com o slogan  “Um presidente que gosta de você”.

         Ele concorreu com o escritor Mario Vargas Llosa e ganhou.

         Fujimori tinha pouco apoio dos políticos.   O Congresso estava na oposição.   A mídia não apoiava Fujimori.   

         “Fujimori tinha sido inclemente em seus ataques contra a elite política, descrevendo-a como uma oligarquia corrupta que estava arruinando o país”.

         Eleito, percebeu que muitos políticos influentes ainda controlavam muitas instâncias de poder no país.    E Fujimori era resistente a negociações políticas para destravar o exercício do Executivo.   Não tinha paciência para tal e agia isolado, até se gabando disso.   Governo direto do meu computador, afirmava.

         Andou atacando legisladores e juízes.    Passou a contornar o Congresso, lançando decretos do executivo.

         No combate ao terrorismo, andou por decreto, soltando muitos presos por pequenos delitos para ter vagas nos presídios para os terroristas.

         Passou a ser visto como autoritário.   Como “um imperador japonês”.

         O confronto do presidente com o Congresso chegou a um ponto crítico.

         Um mandatário do governo chegou a dizer:  “ou o Congresso matar o presidente, ou o presidente matar o Congresso”.

         O presidente matou o Congresso.  Em abril de 1992 (com dois anos de mandato) Fujimori anunciou na TV que dissolveu o Congresso e a Constituição foi anulada.    Tudo naquela visão de ver os adversários como inimigos.

         “Fujimori ligava seus oponentes ao terrorismo e ao tráfico de drogas”.

         “Se o público passar a compartilhar a opinião de que oponentes são ligados ao terrorismo e de que a mídia está espalhando mentiras, torna-se mais fácil justificar ações empreendidas de forma autocrática”.

         ...”a ascensão inicial de um demagogo ao poder tende a polarizar a sociedade, criando uma atmosfera de pânico, hostilidade e desconfiança mútua”.    (livro publicado em 2018).   (como leitor, parece que vimos esse filme por aqui recentemente, infelizmente).

         ......................    continua no capítulo 9/20