capítulo 6/15
5 – Em que Adão, sumariamente, passa a fazer parte desta
narrativa
Na inauguração da igreja nova na cidadezinha do jornalista,
ele não foi convidado por ser comunista.
A igreja nova e a
encomenda a uma artista plástica.
A tela, no ato solene, coberta por tecido para depois ser descerrada e
revelar o conteúdo. Descerram o pano e a
obra mostra um Adão sem folha de parreira, na sua nudez. E Eva com a folha de parreira.
Fieis indignados.
Tia Ciana em protesto entrava de costas na igreja para não ver a tela de
Adão pelado.
... Será o
Benedito? Sobre o então Senador
Benedito Valadares. O jornalista um dia
encontrou ele por acaso e perguntou o que ele achava da Cidade das Camelias e a
mudança da zona. O esperto Benedito
desconversou dizendo que leu o livro A Dama das Camélias de Alexandre Dumas e
gostou muito. Mais não disse.
O gordo e o magro
O juiz de futebol que apitava o jogo e num momento em que a
bola saiu pela lateral e um jogador do time da simpatia do juiz perguntou de
quem era a bola e o juiz disse: bola
nossa. Ficou com apelido de Bola
Nossa.
O gordo O gordo
que pesa 180 kg era colega de redação do jornalista. Usava uma cadeira especial para poder se
acomodar com segurança.
O gordo, vulgo Emecê era assíduo frequentador do bar Mocó de
Iaiá. Ele tinha desgosto com sua cor de
mulato.
Ele escrevia crônicas melosas, de amor, para uma emissora de
rádio de Belo Horizonte. As crônicas
tinham um enorme fã clube feminino que não conhecia foto do autor. E o gordo mulato fugia das câmeras para não
quebrar o encanto. Recebia grande
quantidade de cartas de amor das fãs.
Ele se sentia muito mal por ser gordo, mulato e pobre. Não via como fazer sexo com qualquer
parceira por causa do seu peso.
Em que Gabriela M. faz sua primeira aparição
Uma linda fã do cronista um dia, por carta, marca encontro
com o Emecê que ela nunca viu mas era apaixonada pelas crônicas dele.
O gordo quer contratar o amigo jornalista para se encontrar
com a fã se passando pelo cronista. O
jornalista indica seu amigo Aramel, o Belo, que quer ser ator de Hollywood para
a tarefa, em comum acordo com o gordo.
Aramel, o Belo, e o Vilão
Aramel morava de graça no Hotel Financial, hotel este que
pertencia a um milionário que tinha fama de ser garanhão na cidade. Seria médico que não exercia a
profissão. Se dizia que ele era
hipocondríaco e tomava remédio para mais de vinte doenças que achava que
tinha. Fora os afrodisíacos para se
manter garanhão.
Aramel, o Belo, era um agenciador de garotas jovens, pobres
e bonitas para o patrão milionário.
Tinha até cartão de visita como “Assessor para assuntos Especiais”. O milionário seria Antonio Luciano que foi
dono do Banco Financial que quebrou em três dias e deixou uma legião de
clientes no prejuízo.
Ele tinha uma onça pintada por nome Teresa na sua
mansão. Foi pobre, estudou medicina,
virou agiota e foi comprando imóveis em Belo Horizonte e ficou milionário. Teve o Banco Financial inclusive.
Consta que o milionário tinha a meta de ser pai de cem
filhos...
Aramel tinha morada no Hotel por conta do patrão e um carro
Karman Guia para rodar e roupas elegantes para trabalhar agenciando garotas.
Ganhava comissão para cada garota que agenciava.
Aramel foi procurado pelo jornalista para o encontro com a
fã do Emecê conforme combinado com o cronista. Mediante remuneração.
Tratando de Negócios
Reunidos num bar a meia luz, o gordo Emecê, o jornalista e
Aramel para acertarem o encontro de Aramel com a fã do gordo. O encontro seria na Praça Marília de Dirceu.
Esperando Gabriela M, a fã.
Houve o encontro de Aramel com a garota e à distância o
gordo e o jornalista ficaram no escuro da praça, entre árvores, num carro
espiando.
Continua no capítulo 7/15